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Compromissos com integração, sustentabilidade e políticas públicas marcam participação do Brasil na reunião anual do BID
O compromisso com a integração regional e a sustentabilidade, a defesa de políticas públicas mais efetivas e a atenção para programas que permitam a superação da pobreza marcaram a participação do Brasil na assembleia anual dos governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), realizada entre os dias 16 e 19 de março, na Cidade do Panamá, no Panamá.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também governadora do Brasil no BID, foi a chefe da delegação brasileira, que contou ainda com a secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento (SEAID), Renata Amaral, e uma equipe de assessores. Além da participação nos fóruns oficiais do evento, o Brasil manteve uma forte agenda de reuniões bilaterais: dez encontros com representantes de outros países (Estados Unidos, Argentina, Bolívia, Uruguai, Espanha, França, Canadá, México, Paraguai e Suriname), e três com bancos de desenvolvimento (BID, Fonplata e BEI, o Banco Europeu de Investimento).
“Sentimos a alegria e o alívio dos nossos parceiros com a volta do Brasil. Sem o Brasil não há Mercosul, não há projetos bilaterais de relevância, nem de infraestrutura regional”, disse a ministra Tebet, ao fazer um balanço da participação do país. “Nossa participação é mais um sinal da volta efetiva do Brasil ao mapa regional e mundial e de que nosso compromisso é com uma agenda global de sustentabilidade, diversidade, igualdade de gênero, inclusão social e democracia”, acrescentou Tebet. Delegações de todos os 48 países membros participaram da assembleia anual do BID, a primeira presencial pós-pandemia.
De acordo com projeções apresentadas pelo economista-chefe do BID, Eric Parrado, os países da América Latina e Caribe devem crescer 1% em 2023, projeção inferior à de 1,6% anunciada pela equipe econômica do Brasil para o Produto Interno Bruto (PIB) do país. “Todos os países viram seus problemas sociais crescerem durante a pandemia e saíram dela com uma pobreza maior”, ponderou Tebet.
Uma das formas de ajudar no trabalho de redução das vulnerabilidades sociais é aumentando a efetividade dos programas sociais, papel que pode ser impulsionado pelo apoio dos bancos de desenvolvimento, que também precisam potencializar o impacto dos recursos por eles investidos, segundo preocupação expressa pela própria diretoria do BID. Esse, inclusive, foi um dos assuntos discutidos na reunião da ministra do Planejamento e Orçamento com o presidente do BID, o brasileiro Ilan Goldfajn.
Goldfajn elogiou a preocupação do Brasil com políticas públicas mais efetivas, expressa na criação da Secretaria de Monitoramento e Avaliação (SMA) do MPO, liderada pelo economista Sergio Firpo. “O Brasil gasta muito e gasta mal e precisamos fazer avaliações não apenas depois de o programa estar implementado, mas também avaliações ex-ante, antes de novos programas serem colocados em prática”, disse Tebet.
Goldfajn e Tebet também discutiram a importância da integração regional, inclusive com projetos de infraestrutura, como a rodovia Bioceânica, a sustentabilidade e programas para proteger e desenvolver a Amazônia, além do planejamento de longo prazo para políticas públicas. Tebet lembrou que 2023 é o ano de formulação do Plano Plurianual (PPA) e contou a Goldfajn que o PPA será participativo, com encontros de debates em todos os Estados do país.
Outra boa notícia que veio do encontro do BID foi a ampliação da atuação do BEI, o maior banco de apoio a projetos de desenvolvimento do mundo, no Brasil. O BEI vai abrir um escritório no país, notícia dada em primeira mão pelo vice-presidente do BEI, Ricardo Mourinho Felix, à ministra Simone Tebet, durante encontro bilateral. A carteira do BEI soma 12 bilhões de euros na América Latina, e o Brasil representa 40% desse valor. As operações financiadas estão em linha com os compromissos assumidos pelo governo do presidente Lula em prol da equidade, inclusão e sustentabilidade.
No sábado, a Amazônia foi tema de um almoço-debate, com a participação da secretária Renata Amaral. "Temos consciência do desafio que será transformar o modelo de desenvolvimento da Amazônia", disse ela aos participantes. Amaral lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs a Cúpula dos Países Amazônicos, ressaltando que cabe aos países do bioma liderar as iniciativas para cuidar da Amazônia. "Reconhecemos que a integração regional é essencial para responder eficazmente à escala dos desafios enfrentados por todos”, disse Amaral, ao elogiar a Iniciativa Amazônia, lançada pelo BID.