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Assinatura de obra do PAC reforça agenda da integração
A assinatura da ordem de serviço para a construção da alça de acesso à ponte binacional entre Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul, e Carmelo Peralta, no Paraguai, marcou mais um ponto importante da agenda de integração Sul-Americana, uma das prioridades do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO). O evento foi realizado nesta terça-feira, 19 de dezembro, no Bioparque Pantanal, em Campo Grande, e contou com a presença da ministra Simone Tebet, do governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, do ministro interino dos Transportes, George Santoro, e do Fabrício Galvão, diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit)
A obra de R$ 472 milhões integra o Novo PAC e também compõe o agora chamado PAC da Integração, conjunto de obras que fazem parte de uma das cinco rotas de integração sul-americana desenhadas pelo MPO. A alça de acesso é fundamental para completar a Rota 4, que interliga o Centro-Oeste e o Brasil como um todo aos portos do Chile, passando por Paraguai e Argentina. Essa rota liga o Atlântico com o Pacífico e permitirá uma redução de 7 mil quilômetros ou até 20 dias no transporte de mercadorias entre o Brasil e a Ásia. “Com essa redução, os produtos brasileiros serão muito mais competitivos e chegarão aos mercados asiáticos mais baratos”, disse Tebet, ao apresentar essa e outras rotas aos participantes do evento e lembrar que o projeto começou no chamado Consenso de Brasília, quando Lula e os demais líderes sul-americanos se reuniram e reforçaram o compromisso com a integração regional.
Para Tebet não é possível, “em um mundo globalizado, crescermos se não formos bons vizinhos”. O Brasil hoje exporta um parcela expressiva de sua produção de manufaturados para os países da América do Sul, enquanto para outros mercados o forte são as commodities, mas existem muitas possibilidades de no comércio intrarregional, ajudando os dois lados (Brasil e vizinhos), ponderou a ministra.
“A ministra Simone Tebet nos deu uma aula de visão estratégica do Brasil aqui”, disse o governador do MS, Eduardo Riedel, comentando a apresentação feita por Tebet. “Com as assinaturas de hoje estamos concretizando a infraestrutura necessária para concluir a rota Bioceânica que passa em nosso Estado”, acrescentou Riedel.
“A ministra e sua equipe nos receberam no MPO semana passada e eu senti o imenso entusiasmo dela pelas rotas de integração. Ela me apresentou 5 rotas, uma das quais passa por Porto Murtinho e nossa ligação por ponte ao Paraguai”, disse Nelson Cintra, prefeito de Porto Murtinho, durante o evento.
Parlamentares do Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional também participaram as assinatura da ordem de serviço. “Com essa rota Bioceânica temos expectativa grande pelo Mato Grosso do Sul e pelo Brasil”, afirmou o deputado federal Dagoberto Nogueira (PSDB-MS), falando em nome da bancada federal do Estado. “É mais um desafio que estamos superando neste sonho da rota Bioceânica. A bancada federal sempre prioriza a rota. A organização das aduanas dos quatro países da rota é a próxima prioridade”, segundo o senador Nelson Trad.
George Santoro, ministro interno do Ministério dos Transportes, ressaltou a parceria do governo do Mato Grosso do Sul e da bancada federal do Estado com o governo federal. "Esse evento, para celebrarmos o passo fundamental para a alça de acesso a ponte Biocêanica, é exemplo dessa parceria, dessa união pelo país”. Santoro também lembrou que, enquanto o Ministério do Planejamento e Orçamento está fazendo a discussão ativa com os outros Estados para fazer essa integração sul-americana, o ministro Renan Filho está fazendo esse debate com os ministros dos Transportes da América do Sul para reforçar as obras de integração.
Tebet também contou que o projeto de integração tem Valores garantidos. A grande maioria das obras do Brasil estão no Novo PAC e por isso contam com recursos do orçamento. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) colocou R$ 15 bilhões a disposição de projetos de Estados e municípios, já o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), CAF - banco de desenvolvimento da América Latina e Caribe e Fonplata alocaram R$ 35 bilhões para financiar principalmente as obras dos demais países.