O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará por videoconferência da XVI Cúpula do BRICS, que ocorrerá em Kazan, na Rússia, de 22 a 24 de outubro. Trata-se da primeira reunião de chefes de estado do grupo após a expansão decidida durante a última cúpula, ocorrida em agosto de 2023, em Joanesburgo, na África do Sul. Foram admitidos como membros plenos: Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. A Arábia Saudita ainda não aceitou formalmente o convite.
Na noite do dia 22, o presidente Vladmir Putin será anfitrião de cerimônia e de jantar de boas-vindas aos líderes; No dia 23, pela manhã, ocorrerá a sessão plenária restrita, com a presença dos líderes dos países membros do BRICS. À tarde, haverá a sessão plenária aberta, na qual está prevista a leitura de relatórios anuais de trabalho do Novo Banco de Desenvolvimento, do Conselho Empresarial do BRICS e do Mecanismo de Cooperação Interbancária.
No dia 24, ocorrerá a reunião do segmento ampliado "outreach/BRICS +", com o tema "BRICS e Sul Global: construindo juntos um mundo melhor", para a qual cerca de 30 países e organizações internacionais estão convidados. Na sessão com convidados, haverá debate sobre questões internacionais, incluindo a crise no Oriente Médio, e sobre a cooperação para desenvolvimento inclusivo.
Durante os três dias de Cúpula, estão previstas reuniões bilaterais entre os líderes dos países membros do BRICS e dos países convidados. O presidente Lula é o único líder do BRICS que esteve presente na cúpula inaugural do agrupamento, em Ecaterimburgo, também na Rússia, em 2009; à época, o atual presidente Vladimir Putin era o primeiro-ministro do país.
BRICS
A história
Os BRICS não são um grupo econômico formal — é uma parceria entre as maiores economias emergentes do mundo
Inicialmente, o grupo não incluía a África do Sul e era chamado apenas de BRIC (termo criado por um analista da Goldman Sachs em um artigo sobre economias emergentes em 2001). Brasil, Rússia, Índia, China se reuniram pela primeira vez, formalmente, às margens da Assembleia Geral da ONU de 2006, em Nova York (EUA). A primeira cúpula ocorreu em 2009, na cidade de Ecaterimburgo, na Rússia.
Dois anos mais tarde, durante a terceira cúpula, em Sanya (China), a África do Sul passou a fazer parte do bloco, que começou a ser chamado de BRICS.
Desde janeiro deste ano, o grupo tem dez membros plenos. Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, se uniram ao bloco como membros permanentes o Irã, a Arábia Saudita, o Egito, a Etiópia e o Emirados Árabes Unidos.
O diálogo entre os países se dá em três pilares: cooperação em política e segurança; cooperação financeira e econômica; e cooperação cultural e pessoal. Cerca de 150 reuniões são realizadas anualmente em torno desses pilares. O principal objetivo do bloco é alterar o sistema de governança global, além de introduzir alternativas às instituições como o FMI e o BID para fomento às economias emergentes, como é o caso do NDB.
Comércio Brasil-BRICS
10 anos do NDB
Comemora-se em 2024 os dez anos de criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). Anunciado na Cúpula de Fortaleza, por ocasião da penúltima presidência brasileira, o NDB encontra-se, hoje, consolidado como uma instituição financeira multilateral do Sul Global para o financiamento de projetos de infraestrutura sustentável em economias emergentes e países em desenvolvimento.
O NDB é administrado pelo Conselho de Governadores, integrado pelos ministérios das Finanças dos membros, e presidido, desde 2023, por Dilma Rousseff, cujo mandato se encerra em julho de 2025. Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, membros fundadores do NDB, Bangladesh, Emirados Árabes Unidos e Egito ingressaram no banco entre 2021 e 2023. O Uruguai e a Argélia estão em vias de adesão.
Em 14 de maio de 2024, Dilma Rousseff anunciou a liberação de US$ 1,115 bilhão (cerca de R$ 5,75 bilhões) para apoiar a reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes que acometeram o estado no primeiro semestre do ano. A transferência do montante será intermediada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e pelo Banco Regional do Extremo Sul.