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ENTREVISTA
Lula: Brasil vai aliar vocação de “supermercado do mundo” com preços acessíveis aos brasileiros

Presidente durante entrevista concedida à Rádio Tupi, do Rio de Janeiro: segurança alimentar como prioridade. Foto: Ricardo Stuckert / PR
Ajustar a vocação de celeiro do mundo com a necessidade de garantir que os produtos cultivados em nosso país cheguem à mesa a preços compatíveis com o poder aquisitivo dos brasileiros. Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, essa é uma das prioridades do Governo Federal para permitir tanto a segurança alimentar da população quanto o processo de abertura de novos mercados ao Brasil. As ações foram detalhadas durante entrevista nesta quinta-feira, 20 de fevereiro, à Rádio Tupi FM, do Rio de Janeiro.
O Brasil virou quase que um supermercado do mundo. E nós queremos discutir com os empresários que queremos que eles exportem, mas não pode faltar para o povo brasileiro. Nós vamos fazer uma reunião com os atacadistas para discutir como a gente pode trazer isso para baixo. Tenho certeza de que a gente vai fazer com que o preço volte aos padrões do poder aquisitivo do trabalhador”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
“O Brasil virou quase que um supermercado do mundo. E nós queremos discutir com os empresários que queremos que eles exportem, mas não pode faltar para o povo brasileiro. Nós vamos fazer uma reunião com os atacadistas para discutir como a gente pode trazer isso para baixo. O preço vai baixar, e tenho certeza de que a gente vai fazer com que o preço volte aos padrões do poder aquisitivo do trabalhador”, ressaltou o presidente, numa referência específica ao preço dos ovos, momentaneamente acima do padrão, e a condições ambientais desfavoráveis em 2024, com calor recorde e secas intensas em algumas regiões, além de inundações em áreas produtivas, como no Rio Grande do Sul.
Lula lembrou que o preço da carne já começou a baratear e que há boas perspectivas para o ano em função da expectativa de safras recordes no campo e de facilitações criadas para a agricultura familiar, como o Desenrola Rural anunciado nesta semana para sanar dívidas do setor e ampliar o acesso a crédito. O presidente registrou ainda que o Governo Federal atuou para garantir que os produtos da cesta básica ficassem completamente isentos de impostos na reforma tributária aprovada pelo Congresso Nacional. A decisão, segundo o texto aprovado, passa a repercutir mais diretamente nos preços a partir de 2027.
“As coisas vão ficar acessíveis, porque se tem uma coisa que temos que cuidar com muito amor é a segurança alimentar. A segurança alimentar é a maior arma que a gente pode ter para enfrentar qualquer situação. O povo tem que tomar café barato e de qualidade. Almoçar barato e de qualidade. E jantar barato e de qualidade”, disse.
Outra ferramenta para auxiliar a população vem, segundo o presidente, das políticas públicas retomadas e aprimoradas que levam a indicadores econômicos promissores. Para o presidente, com a economia crescendo acima de 3% nos dois primeiros anos de mandato, o aumento real do salário mínimo, mais de 100 milhões de pessoas empregadas e o menor índice de desemprego da série histórica em 2024 (6,6%), o poder aquisitivo do trabalhador cresce.
“Este ano de 2025 será o ano da grande colheita desse país. Do ponto de vista do crescimento da renda do trabalhador. Do ponto de vista da política de crédito. Nós passamos dois anos arrumando esse país, reestruturando, refazendo leis, tudo o que era necessário para a gente fazer esse país andar. Esse crescimento será repassado aos trabalhadores com aumento do salário mínimo. Isso vai melhorar muito a vida das pessoas”, comentou o presidente.
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MERCADOS – Em outra vertente para gerar divisas, o presidente citou a reinserção do país no cenário geopolítico global como fator essencial para que mais de 300 novos mercados fossem abertos a produtos nacionais desde o início do mandato, em 2023. Lula citou que fará visita ao Japão nos próximos dias e que passará por Vietnã, em escalas com potencial de fazer com que esses mercados possam ampliar o interesse por importar frutas, soja, milho, carne e café nacionais.
DESMATAMENTO ZERO - Para o presidente, um dos diferenciais dessa fase é que a ampliação da produção pode ser feita sem criar problemas ambientais e dentro da perspectiva de garantir desmatamento ilegal zero até 2030 e de reaproveitar terras degradadas para o cultivo. “O mundo quer comer e o Brasil pode servir alimentos sem precisar desmatar nada. Eu prometi que a gente vai ter desmatamento zero até 2030. Esse é um compromisso. Estamos recuperando 40 milhões de hectares de terra degradada. Pode plantar milho, feijão, algodão e florestas para fazer móveis. Esse país vai se transformar num país altamente desenvolvido”.