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Visita de Xi Jinping reforça laços comerciais e políticos entre China e Brasil
Briefing de imprensa no Itamaraty nesta quarta detalhou principais aspectos da visita de Estado do presidente chinês. Foto: Fabiola Testi / Secom / PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe o presidente da República Popular da China, Xi Jinping, em Brasília, para uma visita de Estado no dia 20 de novembro. O encontro vai ocorrer após a Cúpula de Líderes do G20, no Rio de Janeiro, onde o presidente chinês também marcará presença. Na capital federal, os mandatários vão explorar sinergias entre políticas e programas de investimento e desenvolvimento dos dois países, bem como estreitar relações bilaterais e coordenação sobre tópicos regionais e multilaterais.
O presidente Xi Jinping chega a Brasília na tarde do dia 19 de novembro. As atividades oficiais terão início no Palácio da Alvorada, no dia 20, residência oficial da Presidência da República, onde haverá uma reunião restrita e outra ampliada. Na sequência, uma cerimônia de assinatura de atos e uma declaração à imprensa dos dois líderes.
Em seguida, haverá um almoço oferecido pelo presidente Lula no Palácio da Alvorada. Na noite do dia 20, no Palácio do Itamaraty, haverá um jantar que encerra a visita oficial. O presidente chinês deixa o país no dia 21.
"Nessa visita, haverá a confirmação da elevação do patamar político internacional e a consolidação da confiança política mútua e de convergência entre os dois países sobre um leque variado de assuntos", explicou o embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, em conversa com jornalistas na manhã desta quarta-feira, 13 de novembro.
RELAÇÕES BRASIL X CHINA — Em 1993, Brasil e China estabeleceram uma "Parceria Estratégica" e, em 2004, foi criada a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN). Em 2012, as relações foram elevadas ao nível de "Parceria Estratégica Global". No mesmo ano, estabeleceu-se o Diálogo Estratégico Global (DEG) e firmou-se o Plano Decenal de Cooperação (2012-2021).
CONVERGÊNCIA - De acordo com o embaixador Saboia, um dos exemplos recentes da convergência de visões em relação à geopolítica internacional entre Brasil e China foram os entendimentos comuns sobre uma resolução política para a crise entre Ucrânia e Rússia. Na visão de Saboia, a visita servirá também para reiterar o esforço brasileiro em continuar a ampliar o comércio bilateral e diversificar a balança comercial com produtos brasileiros de maior valor agregado.
PRINCIPAL PARCEIRO - Atualmente, a China é o principal parceiro comercial do Brasil. De janeiro a outubro de 2024, o intercâmbio entre os países foi de US$ 136,3 bilhões. As exportações brasileiras alcançaram US$ 83,4 bilhões e as importações, US$ 52,9 bilhões, um superávit de US$ 30,4 bilhões. A pauta de importações brasileiras é baseada em válvulas e tubos termiônicos, veículos automotores e equipamentos de telecomunicações.
DEZESSETE VEZES - O Brasil exporta majoritariamente para a China soja, óleos brutos de petróleo e minério de ferro e seus concentrados. "Desde 2004, quando o presidente Lula visitou a China pela primeira vez, o comércio bilateral cresceu mais de 17 vezes. As exportações para a China foram superiores à soma das nossas vendas para os Estados Unidos e para a União Europeia. Existem negociações e protocolos para a exportação de mais produtos agrícolas para a China", disse Saboia.
VISITAS ANTERIORES — Em abril de 2023, o Presidente Lula realizou sua terceira visita de Estado à China. A visita resultou na mais abrangente declaração conjunta emitida por Brasil e China, tratando de cooperação em áreas variadas – desde assuntos econômico-comerciais, de segurança alimentar e de cooperação espacial até temas internacionais, como o conflito na Ucrânia -, demonstrando a multidimensionalidade dos interesses compartilhados.
MULTIPLICIDADE - Foram assinados 15 atos governamentais e anunciados 32 acordos empresariais, em áreas como energias renováveis, indústria automotiva, agronegócio, linhas de crédito verde, tecnologia da informação, saúde e infraestrutura. Outros nove instrumentos foram celebrados entre Estados da Federação e outras entidades ou empresas brasileiras e chinesas. No campo do meio ambiente, foi adotada Declaração Conjunta sobre o combate à mudança do clima e foi decidido criar-se, no âmbito da COSBAN, Subcomissão específica sobre a matéria. "O foco dessa vez será em finanças, infraestrutura, desenvolvimento de cadeias produtivas, transformação ecológica e tecnologia, que poderia beneficiar o Novo PAC, o Plano de Transição Ecológica e as Rotas de Integração Sul-Americana. É uma visita multidimensional. Haverá anúncio de atos bilaterais, memorandos de entendimento nas áreas de agricultura, comércio, investimentos, infraestrutura, indústria, finanças, ciência e tecnologia", listou Saboia.