Notícias
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
“Quero cientista para produzir conhecimento para todos”, diz Lula na abertura da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
Lula defendeu o papel da educação e da ciência para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa - Foto: Ricardo Stuckert/Secom-PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da abertura da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), nesta terça-feira, 5 de novembro, em Brasília (DF). Realizada pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a semana é o principal evento de divulgação científica do país e, neste ano, tem como tema “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”.
A oportunidade torna as pessoas iguais e prova que ninguém é mais inteligente do que ninguém. Ela prova que, se todos tiverem acesso aos mesmos livros e aos mesmos professores, vão se desenvolver por si só, independentemente da origem social"
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
“Esse país tem que investir mais em pesquisa. Eu quero cientista para produzir conhecimento para todos os 210 milhões de brasileiros, para o mundo inteiro. Por isso, eu quero dizer para vocês: enquanto eu for presidente da República, a educação será tratada com respeito, com dignidade e com muito amor, porque a educação é a base da garantia da nossa soberania”, ressaltou Lula, durante a cerimônia de abertura do evento, após visitar estandes e conversar com estudantes e expositores no hall do Pavilhão da SNCT.
Lula defendeu o papel da educação e da ciência para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa. “A oportunidade torna as pessoas iguais e prova que ninguém é mais inteligente do que ninguém. Ela prova que, se todos tiverem a mesma oportunidade, tiverem acesso aos mesmos livros e aos mesmos professores, elas vão se desenvolver por si só, independentemente da origem social. O que elas precisam é ter aquele braço que o Estado tem que ter para ajudar aqueles menos favorecidos”, argumentou.
Ainda em seu discurso, Lula lembrou de seus esforços em mandatos anteriores à frente da presidência da República para promover olimpíadas de conhecimentos nas escolas públicas. “O resultado foi extraordinário, porque, dentre outras coisas, a gente motiva as meninas e os meninos a quererem ir para a escola, a quererem estudar e participar”, avaliou.
R$ 740 MILHÕES — Na cerimônia, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, anunciou uma série de novas iniciativas. “Juntamos MCTI, Finep, CNPq, Capes, Unicef, Secom e MEC para apresentar um verdadeiro pacote de investimentos e parcerias, que totalizam um aporte de R$ 740 milhões em ações de popularização da ciência”, declarou. O pacote inclui uma chamada pública para ampliar as feiras de ciências e outra voltada às olimpíadas do conhecimento. “São R$ 20 milhões para espalhar as feiras de ciências em território nacional. Também teremos R$ 20 milhões para as olimpíadas de matemática, astronomia, de ciências e outras áreas do conhecimento”, detalhou. Ela apontou ainda que o Governo Federal pretende aplicar R$ 200 milhões no Programa Mais Ciência na Escola e investir R$ 500 milhões em museus de ciência e cultura, para digitalização de acervos e democratização do acesso dos brasileiros aos bens científicos.
Presidente Lula participa da abertura da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia https://t.co/eAWho4s6sr
— Lula (@LulaOficial) November 5, 2024
ENSINO — Durante a abertura do evento, o ministro da Educação, Camilo Santana, assinou um acordo de cooperação técnica com a ministra Luciana Santos para a implementação dos programas Mais Ciência na Escola, Pop Ciência, Escola de Tempo Integral, Política de Inovação e Educação Conectada e o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial. Os ministérios se comprometeram a unificar políticas e ações programáticas para melhorar a qualidade da educação básica e o letramento científico da sociedade, promovendo oportunidades de inclusão para a juventude por meio da ciência e fomentando novos talentos para as carreiras científicas e tecnológicas.
“Estamos promovendo um clube de ciência em laboratórios makers [espaços de prototipagem e inovação, onde jovens podem dar vida às suas ideias e projetos] e fortalecendo o ensino em escola de tempo integral. Essa parceria prevê a criação de duas mil bolsas para professores e 20 mil bolsas para estudantes da educação básica, garantindo que nossos jovens tenham acesso aos recursos necessários para explorar a ciência desde cedo”, compartilhou Camilo Santana. O ministro também ressaltou que o Governo Federal tem ampliado os investimentos em laboratórios e em iniciativas que utilizem inteligência artificial na educação, com o objetivo de preparar os jovens para o mercado de trabalho, cada vez mais digital e competitivo.
INFÂNCIA — Luciana Santos também assinou, com a chefe de Educação do Unicef Brasil, Mônica Pinto, um memorando de entendimento com o intuito de implementar ações articuladas para a promoção do acesso à ciência como direito das crianças e adolescentes. “A iniciativa é para que os municípios brasileiros possam ter o selo Prefeito Amigo da Criança. Precisamos estimular que os prefeitos sigam esse caminho para, desde cedo, fazer feiras de ciências”, defendeu a ministra.
BIODIVERSIDADE — O tema da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia reflete a urgência em reconhecer, valorizar e proteger a riqueza de biodiversidade nos diversos biomas brasileiros – Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, além do Sistema Costeiro-Marinho – e a riqueza de conhecimentos tradicionais das comunidades que neles habitam. “Essa é uma pauta essencial em um país como o nosso, que precisa usar sua diversidade como força motriz de inovação e sustentabilidade”, comentou Camilo Santana.
TECNOLOGIAS SOCIAIS — A pauta deste ano destaca ainda a importância do papel transformador das tecnologias sociais, desenvolvidas a partir desses saberes e voltadas para soluções sustentáveis e inclusivas, juntamente com a contribuição de projetos inovadores e de iniciativas que fazem parte do sistema de ciência, tecnologia e inovação.
PROGRAMAÇÃO — Palestras, seminários, visitas guiadas, oficinas, hackathons de combate à desinformação, lançamento de publicações, editais, documentários e entrega de medalhas para vencedoras de olimpíadas do conhecimento integram o cardápio do evento. Os interessados podem participar de forma remota, por meio de atividades cadastradas, e/ou presencialmente, na área em torno do Museu Nacional de Brasília, no centro da capital federal. As atividades ocorrem até o dia 10.
O QUE É — A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é o principal evento de divulgação científica do Brasil, criado em 2004 por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É realizado anualmente pelo Governo Federal. O evento ocorre em diversas cidades do país, abrangendo todas as cinco regiões, com atividades em locais públicos, escolas, universidades e unidades de pesquisa. A organização também conta com a participação de governos estaduais e municipais, de instituições de ensino e pesquisa e de entidades ligadas à ciência e tecnologia.