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RODOVIAS
Em Santa Catarina, presidente Lula entrega megaobra viária aguardada pela população há uma década
Foto: Divulgação / Arteris Litoral Sul
Nesta sexta-feira, 9 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Renan Filho (Transportes) entregam em Santa Catarina o empreendimento que é considerado a maior obra rodoviária recente do país, aguardada há pelo menos 10 anos pela população catarinense: o Contorno Viário da Grande Florianópolis se destaca pela sua magnitude e impacto. A obra recebeu investimento de R$ 3,9 bilhões.
Exemplo de engenharia e inovação, a rodovia é projetada para melhorar a mobilidade urbana e fomentar o desenvolvimento econômico e social da região. Com 50 km de pistas duplas, seis acessos por trevos, sete pontes e quatro túneis duplos, a via irá desviar o tráfego de longa distância da região metropolitana da capital, proporcionando uma alternativa eficiente e segura ao tráfego da BR-101.
O Contorno terá velocidade operacional de 100 quilômetros por hora (km/h) e está sendo construída de forma a não ter aclives ou declives acentuados, sendo mais plana e tendo somente curvas suaves — evitando a necessidade de reduções de velocidade e garantindo a característica de corredor expresso. Também atenderá cerca de 18 mil caminhoneiros por dia, reduzindo o percurso para 40 minutos e economizando 50% no tempo no horário de pico.
“Isso aí já vem há muito tempo, é um sonho, muitos de nós achávamos que nem ia mais sair do papel. De dois anos para cá que a gente começou a ver as obras chegarem próximo à Rodovia”, lembra o caminhoneiro Everson Serafim, 46 anos, sobre o Contorno Viário da Grande Florianópolis. Mais de 1,1 milhão de pessoas que residem ou trabalham no seu entorno serão impactadas pela rodovia, melhorando a qualidade de vida e gerando mais oportunidades de emprego.
FLUXO DE CAMINHÕES — Com a conclusão do Contorno Viário, cerca de 18 mil caminhões por dia irão usar a rodovia e deixarão de circular na BR-101 entre os trechos de Biguaçu e Palhoça. Já o motorista que usar o Contorno fará a travessia da Grande Florianópolis em aproximadamente 38 minutos, o que garante cerca de 1 hora e 22 minutos de ganho no tempo de viagem nos horários de pico.
Os quatro túneis do Contorno Viário da Grande Florianópolis têm os mais modernos equipamentos de tecnologia e segurança existentes no mercado, integrados em um sistema engloba iluminação, circuito fechado de televisão (CFTV), sistema de detecção e de combate a incêndio, sinalização com painéis de mensagens variáveis e balizadores de faixa, telefonia de emergência e ventilação, entre outros itens. Cada túnel terá uma subestação, onde será feito todo o controle automatizado dos sistemas, que serão conectados à central de operações em São José dos Pinhais (PR).
MEIO AMBIENTE — Durante a construção, foram implementados 13 programas ambientais para a proteção dos ecossistemas da região. Reunidos no Plano Básico Ambiental (PBA), o conjunto de ações foi destinado a monitorar, controlar e reduzir possíveis impactos ambientais. Fazem parte do PBA, por exemplo, os programas de salvamento de fauna, preservação da cultura indígena, resgate de flora e plantio compensatório.
Mais de 14 mil mudas foram plantadas para garantir a conservação da biodiversidade local, com diferentes espécies nativas. Também foram removidos cerca 56 mil exemplares de espécies exóticas, contribuindo para a regeneração da restinga. Somente de pinus, mais de 30 mil unidades foram retiradas.
A Baixada do Maciambu, no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, em Palhoça (SC), teve 166 hectares reflorestados com mudas nativas, volume superior à condicionante prevista no plano (de 39 hectares). Considerada a maior unidade de conservação de proteção integral de Santa Catarina, o local também foi dimensionado para garantir o crescimento das espécies até o tamanho ideal exigido no plantio.
Foram identificados mais de uma dezena de sítios arqueológicos e 7.990 artefatos foram resgatados e preservados em instituições de guarda. O IPHAN acompanhou o trabalho arqueológico da obra.
Na Grande Florianópolis há dez comunidades indígenas Guarani, próximas às obras do Contorno. Com efeito, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento considerou a situação social e histórica das comunidades, elaborando medidas de redução de impacto que foram realizadas de forma participativa.