Notícias
DEFESA
Em Itajaí (SC), presidente Lula participa do lançamento da primeira embarcação do Programa Fragatas Classe Tamandaré
A modernização da esquadra é resultado da necessidade de renovação dos meios navais. Serão construídos quatro navios de alta complexidade tecnológica, capazes de operar em todos os ambientes de guerra: superfície, aéreo e submarino - Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, durante o lançamento do navio Tamandaré, nesta sexta-feira, 9 de agosto, em Itajaí (SC), que o projeto é mais um passo do Brasil rumo à modernização tecnológica das Forças Armadas e ao fortalecimento da Base Industrial de Defesa do país. O navio é o primeiro de quatro embarcações previstas no Programa Fragatas Classe Tamandaré.
"Desde o nosso primeiro governo, buscamos sempre ampliar a capacidade de escolha por tecnologias que melhor atendam às demandas estratégicas, estimulem diferentes setores da economia e garantam as melhores oportunidades de formação dos profissionais brasileiros", ressaltou o presidente.
Lula destacou ainda que o poder de compra do Estado deve ser utilizado para fortalecer a estrutura produtiva e estimular a geração de novas tecnologias e empregos. "A construção das quatro fragatas contratadas ocorre em um estaleiro no Brasil, com grande participação da indústria nacional. Ela também envolve transferência de tecnologia, geração de oito mil empregos diretos e indiretos, aumento da arrecadação fiscal nas três esferas e fortalecimento do núcleo do Poder Naval para missões de defesa da pátria", pontuou.
FRAGATA TAMANDARÉ — A embarcação deverá ser incorporada à Marinha do Brasil em 2025 e ficará sediada no Rio de Janeiro (RJ) para monitoramento e proteção da extensa área marítima brasileira, além de operações de busca e salvamento, monitoramento e combate às ações de poluição, pirataria e pesca ilegal e atendimento a compromissos internacionais. Vera Brennand, esposa do ministro da Defesa, José Múcio, batizou oficialmente o navio nesta sexta-feira.
A fragata Tamandaré tem 107 metros de comprimento e autonomia de 5.500 milhas náuticas a uma velocidade de aproximadamente 47 km/h. A tripulação do navio será composta por cerca de 130 militares. Eles já estão em treinamento especializado, para operar a embarcação com segurança e eficiência.
O Programa Fragatas Classe Tamandaré é uma parceria entre a Marinha do Brasil e a SPE Águas Azuis, formada pela thyssenkrup Marine Systems, Embraer Defesa e Segurança e Atech, e gerenciado pela Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron). Somente em relação ao programa de fragatas, o valor total previsto é de R$ 13,2 bilhões.
A modernização da esquadra é resultado da necessidade de renovação dos meios navais. Serão construídos quatro navios de alta complexidade tecnológica, capazes de operar em todos os ambientes de guerra: superfície, aéreo e submarino. Com a missão de fortalecer a capacidade de defesa do Brasil e monitoramento e proteção da Amazônia Azul, que possui 5,7 mil km², as fragatas serão indispensáveis para o controle de Área Marítima, defesa das Ilhas Oceânicas, proteção das Infraestruturas Críticas Marítimas e proteção das Linhas de Comunicações Marítimas, considerando que mais de 90% do comércio exterior brasileiro é realizado pelo mar.
"É inadiável a renovação da nossa esquadra e essa exigência de tornar a Marinha mais apta a defender os interesses do Brasil no mar. Coincide com a confirmação do imenso volume de riquezas a serem protegidas para o povo brasileiro na nossa Amazônia Azul", explicou o ministro da Defesa, José Múcio.
TECNOLOGIA — As fragatas são dotadas de convoo, hangar para helicóptero, radares, sensores e armamentos de última geração. Construídas em território brasileiro, com altos índices de conteúdo local e transferência de tecnologia, que incrementam a construção naval nacional e fomentam a Base Industrial de Defesa (BID).
Além disso, o Programa Fragatas Classe Tamandaré prevê a transferência de tecnologia de manuseio e fabricação dos navios a partir de chapas de aço com baixa espessura, além da produção em blocos, para serem edificados posteriormente. Desse modo, é possível instalar acessórios e fundações de forma antecipada, além de facilitar a colocação de equipamentos a bordo e possibilitar trabalhos em diversos estágios de maneira segregada em cada unidade. O processo também aumenta a segurança dos colaboradores, por manter espaços abertos por mais tempo durante a construção.
O PFCT trabalha ainda com tecnologia "Paperless", inédita na América do Sul, onde é possível substituir o uso de desenho em papel por uso de arquivos digitais, garantindo segurança e sustentabilidade no processo de construção das fragatas.
"O lançamento do Tamandaré é essencial para contribuir com a proteção das rotas marítimas, a defesa de recursos vitais e estratégicos para o progresso do país e prosperidade do povo brasileiro, e o pronto emprego em ações recorrentes de apoio ao Estado", finalizou o almirante Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha.
Uma notícia muito triste. Toda minha solidariedade aos familiares e amigos das vítimas. pic.twitter.com/eb47itDbe8
— Lula (@LulaOficial) August 9, 2024
MINUTO DE SILÊNCIO – Durante a cerimônia, o presidente Lula pediu que os participantes fizessem um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do acidente aéreo ocorrido nesta sexta-feira em São Paulo. “Eu tenho que ser portador de uma notícia muito ruim. E eu queria que todos se colocassem de pé para que a gente fizesse um minuto de silêncio, porque acaba de cair um avião na cidade de Vinhedo, em São Paulo. E eu queria pedir um minuto de silêncio para as vítimas. Muito obrigado”, disse Lula.
A aeronave turbohélice ATR 72, da companhia aérea Voepass, partiu de Cascavel (PR) com destino ao Aeroporto internacional de Guarulhos (SP), mas caiu por volta das 13h30, pouco antes de chegar ao destino final. A própria Voepass, antiga Passaredo, confirmou que 57 passageiros e 4 tripulantes viajavam na aeronave que fazia o voo 2283. Ainda não se sabe a causa do acidente. Também por meio de nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que foi acionada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) para atuar na ocorrência da queda da aeronave.