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Em fórum bilateral com Alckmin, premiê e empresários japoneses destacam potencial econômico do Brasil
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, durante evento com empresários em São Paulo: oportunidades - Foto: Cadu Gomes / VPR
O vice-presidente Geraldo Alckmin e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, participaram neste sábado, 4 de maio, do Fórum Econômico Brasil-Japão, em São Paulo. No evento, os dois líderes e empresários japoneses exaltaram o potencial econômico do Brasil em diversas áreas de negócios, bem como a importância da reforma tributária para a otimização de investimentos no Brasil.
O Japão terá no Brasil um grande parceiro para a descarbonização
GERALDO ALCKMIN
Vice-presidente da República
“O Japão terá no Brasil um grande parceiro para a descarbonização”, afirmou Alckmin, destacando que o governo brasileiro está empenhando em fortalecer a complementariedade econômica entre os dois países, lembrando que mais de 90% da matriz energética brasileira é renovável. O vice-presidente destacou a importância do avanço da reforma tributária, que “desonera completamente investimentos e exportação”.
Já o premiê japonês destacou o comprometimento do governo Lula com a neoindustrialização do Brasil, com ênfase em áreas como a de inteligência artificial e energia, citando o interesse japonês em hidrogênio, amônia e biomassa e destacando a aprovação “histórica” da reforma tributária como fator importante para fortalecer investimentos japoneses no Brasil.
“O governo japonês está comprometido com o fortalecimento econômico entre os dois países em áreas como a digital, economia verde, comércio exterior, investimentos e start ups”, afirmou Kishida, lembrando da força do Brasil em áreas como a de energia, alimentícia e a de mineração. Ele afirmou esperar que a visita e o fórum empresarial sejam um “ensejo para um intercâmbio cada vez mais intenso entre empresas brasileiras e japonesas”.
Kishida veio ao Brasil acompanhado de delegação de mais de 40 empresários e disse ter certeza de que “os executivos encontraram uma semente de negócio no país; desejo que tenham sucesso”.
OPORTUNIDADES - Tanto Alckmin quanto Kishida concordaram que a liderança brasileira em energias renováveis e a japonesa, em tecnologias de vanguarda, como a expertise em veículos híbridos, oferecem aos dois países muitas oportunidades de negócios.
Presente no fórum, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva, pediu que os governos brasileiro e japonês, e os membros do Mercosul, acelerem a conclusão do Economic Partnership Agreement (EPA), que considera fundamental para que as relações já estreitas entre os dois países se fortaleçam ainda mais.
Pouco antes do fórum, em bilateral com Alckmin, o primeiro-ministro do Japão havia afirmado que estudos por meio do diálogo Japão-Mercosul prosseguirão para buscar maneiras de fortalecimento das relações econômicas.
O vice-presidente da Federação Empresarial do Japão, Tatsuo Yasunaga, também ressaltou a complementaridade da relação econômica Brasil-Japão, e lembrou que o compromisso dos dois países com o meio ambiente demonstra o potencial de resolução de problemas sociais de escala global por meio da aceleração de negócios na área de economia verde.
RELAÇÃO - Em bilateral que mantiveram antes do fórum, Alckmin e Kishida lembraram da relação histórica de 130 anos entre Brasil e Japão, que deve crescer e se solidificar ainda mais com base no componente humano. O vice-presidente brincou que no Brasil, os japoneses falam português com sotaque italiano, em referência a duas das maiores colônias de origem estrangeira no país.
VISTOS - Ambos destacaram o acordo firmado no ano passado que acabou com a exigência de visto de curto prazo para brasileiros que vão ao Japão. “Depois da isenção de vistos, tenho certeza de que o intercâmbio entre Brasil e Japão crescerá”, afirmou Alckmin. Para o premiê japonês, “base para esse crescimento são as pessoas”.
VACINA - Ao citar três coisas que mudaram o mundo, “água tratada”, “antibióticos” e “vacina”, Alckmin lembrou que a Qdenga, primeira vacina polivalente contra a dengue, foi desenvolvida pelo Japão. O imunizante foi importado pelo Brasil, primeiro país do mundo a incorporar uma vacina contra a dengue no sistema público de saúde.