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INDÚSTRIA NAVAL
ProSub: conheça os detalhes do Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha do Brasil
O "Tonelero” (S42) foi lançado ao mar nesta quarta-feira, dia 27 de março, em Itaguaí, no Rio de Janeiro - Foto: Ricardo Stuckert / PR
O terceiro Submarino Convencional com Propulsão Diesel-Elétrica (S-BR), totalmente construído no Brasil, foi batizado como "Tonelero" (S42) e lançado ao mar nesta quarta-feira, 27 de março, em Itaguaí, no Rio de Janeiro. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente da França, Emmanuel Macron, acompanharam a cerimônia, realizada no Complexo Naval de Itaguaí.
"O programa avança conforme planejado, representando não apenas uma conquista tecnológica, mas também um impulso econômico significativo para o Brasil"
Petronio Augusto Siqueira de Aguiar
Diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha
O ato dá início à fase dos testes de imersão, última etapa antes da entrada em operação da embarcação pela Marinha do Brasil. Dois outros submarinos construídos pelo Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub) — o Riachuelo (S40) e o Humaitá (S41) — já foram entregues e estão em operação.
O almirante de Esquadra Petronio Augusto Siqueira de Aguiar, diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, explica que o investimento no ProSub vai além da defesa, gerando mais de 20 mil empregos diretos e 40 mil empregos indiretos. "O programa avança conforme planejado, representando não apenas uma conquista tecnológica, mas também um impulso econômico significativo para o Brasil", afirma Aguiar.
Ao todo, cinco embarcações serão feitas pelo ProSub: quatro S-BR e um Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear (SCPN), o primeiro desse tipo construído no Brasil. O SCPN é o principal objetivo do ProSub, programa criado em 2008, fruto de uma parceria estratégica entre o Brasil e a França, para a transferência de tecnologia na fabricação de embarcações, cujo orçamento gira em torno de R$ 40 bilhões. Nesta quarta-feira serão apresentados registros dos avanços no desenvolvimento da planta de propulsão do SCPN brasileiro, denominado Álvaro Alberto.
Estruturado como um programa de desenvolvimento científico e tecnológico, o ProSub integra a capacitação de mão de obra especializada e o incentivo à indústria brasileira, porque prioriza a aquisição de componentes fabricados no país. Além da construção do primeiro SCPN, o programa envolve a edificação de uma infraestrutura industrial para apoiar a operação dos submarinos — a qual engloba estaleiros, a Base Naval e a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM).
É o maior investimento em curso na Marinha e um dos principais programas estratégicos de Defesa do país. O submarino com propulsão nuclear é um dispositivo naval que demanda o desenvolvimento de tecnologia para o projeto, a fabricação do seu reator e de toda a Planta Nuclear Embarcada (PNE). Para a PNE, existe o desenvolvimento de um protótipo em terra, denominado Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (Labgene).
Hoje, o Labgene está construindo a seção onde o reator nuclear vai operar: o “bloco 40”. Depois disso, o Laboratório será testado com vapor proveniente de uma caldeira tradicional (combustível fóssil) e, em seguida, será carregado o elemento combustível (nuclear), para que a PNE comece a produzir energia nuclear. Todo este processo deve ser concluído em 2027.
IMPULSO À ECONOMIA — O ProSub gera um impacto socioeconômico significativo ao criar empregos diretos e indiretos: engenheiros, técnicos, fornecedores e prestadores de serviços, milhares de profissionais são envolvidos em todas as etapas da construção. Estima-se que todo o Programa gere em torno de 24 mil empregos diretos e cerca de 40 mil indiretos, além de possibilitar o intercâmbio com cerca de 20 universidades e instituições de pesquisa.
Esse impulso à economia local e nacional é especialmente visível em regiões diretamente impactadas pela construção, estimulando comércio, infraestrutura e desenvolvimento urbano. O ProSub ainda capacita e fomenta o desenvolvimento de uma força de trabalho altamente qualificada e especializada, contribuindo para o crescimento de uma base industrial robusta bem como para a formação de profissionais altamente qualificados.
NOVO PAC — O Novo PAC, anunciado em agosto de 2023 pelo Governo Federal, prevê R$ 52,2 bilhões em investimentos para a área da Defesa. Deste total, R$ 20,6 bi estão destinados à pesquisa, desenvolvimento e aquisição de equipamentos de grande porte da Marinha. Entre os programas estratégicos contemplados no eixo Defesa do novo PAC estão o Programa Nuclear da Marinha (PMN) e o ProSub.
Os recursos destinados à Defesa também serão utilizados para equipar o país com tecnologias de ponta e aumentar a capacidade de defesa nacional, além de fortalecer a Base Industrial de Defesa (BID), gerando mais empregos e renda.
Atualmente, o setor representa cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) e gera 2,9 milhões de empregos, diretos e indiretos. O eixo Defesa do PAC abrange projetos estratégicos para as Forças Armadas, como equipamentos navais, terrestres, aéreos e sistemas integradores.
Marinha do Brasil — Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub)