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Presidente conversa com diretora do FMI sobre reforma do sistema financeiro global
Kristalina Georgieva e o presidente Lula durante reunião no Planalto: necessidade de olhar mais sensível para a dívida de países em desenvolvimento. Foto: Ricardo Stuckert / PR
O presidente Luiz Inacio Lula da Silva recebeu, na manhã desta segunda-feira (4), a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, e a presidenta do New Development Bank (NDB), Dilma Rousseff. A audiência no Palácio do Planalto foi acompanhada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A conversa foi pautada pela necessidade de mudanças nos mecanismos internacionais de financiamento, incluindo propostas como a conversão de dívidas de nações mais pobres em investimento em infraestrutura, e o engajamento da comunidade internacional nas prioridades colocadas pelo Brasil na presidência do G20 em 2024, como a redução da pobreza e das desigualdades.
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O presidente Lula lembrou das décadas em que se iniciou na política, marcadas por missões sucessivas do FMI ao Brasil para “inspecionar as contas do país”, momentos em que “os técnicos sequer ouviam o ministro da Fazenda”. Segundo ele, a história felizmente mudou muito, mas ainda há espaço para adequar o FMI e outras instituições financeiras internacionais à nova realidade geopolítica e particularmente às necessidades de países em desenvolvimento.
O presidente ressaltou reuniões multilaterais de que participou nas últimas semanas, nas cúpulas da União Africana, da Comunidade do Caribe (Caricom) e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC). Em todas, o tema do endividamento excessivo veio à tona, uma evidência da necessidade de equacionar o assunto para permitir que nações tenham chance de promover avanços sociais, econômicos e de infraestrutura.
Segundo Lula, é exatamente com essa preocupação que a presidência brasileira do G20 tem colocado em evidência tanto a busca de propostas para redução desse endividamento quanto para reformas de instituições como o FMI e o Banco Mundial.
Georgieva ressaltou que sua gestão à frente do FMI tem sido permeável e sensível às necessidades dos países em desenvolvimento. Cumprimentou o presidente Lula e o ministro Haddad pela “excelente condução das reuniões do G20".
Búlgara de nascimento, Georgieva ressaltou que ela é a primeira diretora-geral do FMI que vem de um país emergente, o que lhe permitiria uma consciência adicional da importância de trazer ao centro das discussões as necessidades do mundo em desenvolvimento.
“Temos emprestado aos países em desenvolvimento em uma escala sem precedentes, incluindo empréstimos concessionais para mais de 40 países durante meu mandato”, afirmou, sublinhando que houve cinco vezes mais empréstimos para países de baixa renda e que o FMI promoveu o alívio da dívida a 29 países mais pobres durante a pandemia da Covid-19.
A diretora do FMI expressou, ainda, a necessidade de que diferentes bancos nacionais e regionais de fomento se adaptem aos novos tempos, e apontou para a relevância do papel da ex-presidenta brasileira Dilma Rousseff à frente do Banco do BRICS.