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Em bilateral, Lula e Maduro debatem contexto econômico e eleições
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o presidente Lula durante bilateral em São Vicente e Granadina. Foto: Ricardo Stuckert / PR
Contexto econômico, comércio bilateral, parcerias para frear o garimpo ilegal nas regiões fronteiriças e perspectivas de eleições presidenciais na Venezuela no segundo semestre. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu esses temas em reunião na tarde desta sexta-feira, 1º de março, com o presidente venezuelano Nicolás Maduro. O encontro ocorreu à margem da 8ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), em Kingstown, capital de São Vicente e Granadinas. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, também participou.
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Na conversa de pouco mais de uma hora, Lula e Maduro discutiram questões que envolvem tanto os dois países quanto as nações vizinhas. O presidente venezuelano relatou melhorias na economia de seu país, com queda da inflação e crescimento econômico, e os dois discutiram a dívida da Venezuela com o Brasil, em especial a busca de alternativas para equacionar a questão e ampliar as trocas comerciais bilaterais.
YANOMAMI - Outra questão regional abordada pelos presidentes foi o combate ao garimpo ilegal, especialmente nas terras indígenas Yanomami, que abrangem áreas dos dois países. A transnacionalidade é importante porque os criminosos frequentemente atravessam a fronteira para escapar de forças de policiamento. Desde 2023, o Brasil tem uma ação mais direta no estado de Roraima para levar ações de saúde e ampliar a segurança aos povos indígenas da região.
ELEIÇÕES - Maduro também afirmou ao presidente brasileiro que a Venezuela vai realizar eleições presidenciais no segundo semestre. O líder venezuelano disse ter articulado um amplo acordo com partidos de oposição na Assembleia Nacional de seu país e sustentou que haverá observadores internacionais e auditoria para garantir a lisura do pleito.
ESSEQUIBO - Segundo Lula, assim como ocorreu na véspera, na reunião bilateral com o presidente Irfaan Ali, da Guiana, a questão de Essequibo não foi debatida na bilateral com Maduro. A região é alvo de um contencioso territorial entre Venezuela e Guiana. O presidente brasileiro já havia expressado na quinta-feira que o tema pode ser debatido posteriormente, em fórum mais apropriado, e que o Brasil sempre estará disponível para contribuir na perspectiva de promoção e manutenção da paz no continente.
COOPERAÇÃO - Na saída do evento, em rápida conversa com jornalistas, Nicolás Maduro definiu a conversa com o presidente brasileiro como “muito boa”. Segundo ele, o diálogo serviu para “fortalecer a cooperação” entre as duas nações. Em 2023, o presidente Lula recebeu Maduro no Palácio do Planalto em visita oficial.
INTEGRAÇÃO — Mais cedo, em seu discurso na abertura da cúpula, o presidente Lula defendeu a integração entre os países latino-americanos e caribenhos para atingir objetivos em comum e dialogar com outras regiões do mundo. “Se falamos como região, temos mais chances de influenciar os grandes debates da atualidade. Se atuamos juntos, criamos sinergias que fortalecem nossos projetos individuais de desenvolvimento”, resumiu Lula. O assunto também foi o principal mote do discurso do presidente durante sua participação como convidado da cúpula da Comunidade do Caribe (CARICOM), na última quarta-feira, em Georgetown, capital da Guiana.