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FOME NO MUNDO
Brasil apresenta conquistas no combate à fome e à pobreza para G20 e organismos internacionais
Para ministro Wellington Dias (MDS), estabelecimento da Aliança demanda aportes, ajustes e apoio dos países que integram o G20 - Foto: Roberta Aline / MDS
Com o desafio de construir a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza este ano, o Brasil apresentou aos países-membros e convidados do G20 e organismos internacionais as ações e programas de enfrentamento à insegurança alimentar e combate à pobreza desenvolvidas no país, mundialmente reconhecidas.
O estabelecimento da Aliança, na avaliação do ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), materializa a visão direta do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e demanda aportes, ajustes e apoio dos países que integram o Grupo dos 20. “Será um forte avanço no caminho para acelerar os esforços para eliminar a fome, a má nutrição e a pobreza extrema, reduzindo desigualdades e caminhando para uma transição justa e inclusiva rumo a um futuro sustentável”, afirmou Dias.
A convocação fez parte do evento Brasil Sem Fome, realizado no Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF) nesta quarta-feira, 20 de março. Foi a primeira reunião presencial da Força-Tarefa para construção da Aliança. Durante o encontro, a pasta traçou um histórico das políticas públicas e apresentou os principais impactos alcançados pelos programas.
A secretária nacional de Renda de Cidadania, Eliane Aquino, lembrou que o Bolsa Família, que contempla mais de 20 milhões de famílias em situação de vulnerabilidade social e econômica, acumula histórias de superação da pobreza e de inclusão pela educação ao longo dos seus mais de 20 anos de existência.
"Queremos mais do que apenas transferência de renda, queremos que famílias tenham acesso à educação, à saúde”, disse. "Queremos estreitar parcerias, trocar experiências e estamos à disposição para que consigamos realmente diminuir a pobreza, a fome e a desigualdade”, acrescentou Aquino.
BRASIL SEM FOME — Valéria Burity, secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome, apresentou o programa Brasil Sem Fome, que reúne ações de 24 ministérios para o combate à fome, redução da pobreza e garantia da segurança alimentar e nutricional. "A Aliança Global propõe uma cesta de experiências bem-sucedidas nessa área no mundo. Aqui, o Brasil Sem Fome é uma experiência que mostra que uma cesta de políticas públicas integradas é o que de fato pode tirar o país do mapa da fome e garantir a alimentação como um direito para uma população”, defendeu.
A ministra interina das Relações Exteriores, embaixadora Maria Laura da Rocha, ressaltou o combate à fome como ação prioritária do governo brasileiro e disse contar com o apoio das delegações presentes “para dar corpo à iniciativa e para tornar a Aliança um instrumento efetivo para implementar os ODS 1 e 2" — Objetivos do Desenvolvimento Sustentável que visam a erradicação da fome e da pobreza. "É essencial intensificar esforços coletivos por compromissos políticos e ações completas que possam transformar a realidade de milhões de pessoas ao redor do mundo, a Aliança é um chamado coletivo à mudança".
Guilherme Mello, representando o Ministério da Fazenda, enfatizou a necessidade de reinventar uma nova globalização com vistas a um futuro com desenvolvimento econômico, sustentável e social. "Precisamos agir de forma coordenada e o combate à fome é parte dessa nova globalização. Essa iniciativa tem significado não apenas histórico, mas também moral e filosófico", disse.
ALIANÇA GLOBAL – A proposta da Aliança, aberta a todos os países, vai no sentido de formar uma cesta com políticas públicas de combate à fome e à miséria que são exitosas no Brasil (e em diversas outras regiões do mundo). A iniciativa pretende estabelecer um mecanismo prático para mobilizar recursos financeiros e conhecimento e direcioná-los para os territórios onde são necessários, apoiando a implementação e a ampliação da escala de ações, políticas e programas no nível nacional.
Entre os objetivos, dois se destacam: evitar esforços duplicados e dar impulso político essencial à mobilização de fundos e soluções existentes. Além disso, caberá à articulação global melhor organizá-los em torno de dois princípios: a consistência na implementação das políticas nacionais e o foco nos mais pobres e vulneráveis.
A abordagem brasileira para a Aliança teve apoio unânime na primeira reunião técnica da Força-Tarefa, que reuniu cerca de 200 pessoas, entre representantes de países-membros do G20, convidados e organismos internacionais. Os trabalhos da Força-Tarefa terão continuidade ao longo do ano. A expectativa é que a Aliança seja lançada no fim do ano, durante a Cúpula do G20, no Rio de Janeiro.