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VOLTANDO EM PAZ
Mãe e três filhos brasileiros-palestinos são autorizados a deixar Gaza
Família que recebeu autorização para cruzar a fronteira entre Gaza e o Egito. Foto: Arquivo pessoal.
Um bebê nascido na véspera do Natal de 2023, uma criança de dois anos, outra de quatro anos e a mãe deles, todos brasileiros-palestinos, foram autorizados a cruzar a fronteira entre Gaza e o Egito, em Rafah. Os quatro integram mais uma etapa da Operação Voltando em Paz, realizada pelo Governo Federal desde outubro para repatriar brasileiros da zona de conflito no Oriente Médio.
Eles já estavam em listas anteriores, mas a mãe não pôde viajar porque estava em estágio avançado da gravidez. Agora, o recém-nascido foi adicionado"
Alessandro Candeas, embaixador do Brasil na Palestina
A estimativa das autoridades é de que os quatro cruzem a fronteira nesta quinta-feira, 8 de fevereiro, sigam até o Cairo em veículo alugado pela embaixada brasileira no Egito (percurso de cerca de seis horas) e voltem ao Brasil em aeronave comercial com as despesas custeadas pelo Governo Brasileiro.
“Eles já estavam em listas anteriores, mas a mãe não pôde viajar porque estava em estágio avançado da gravidez. Agora, o recém-nascido foi adicionado", comentou o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas.
Os quatro estavam alojados em Rafah numa casa alugada pela representação brasileira em Ramala, com recursos para alimentos, água e remédios, recebendo toda a assistência enquanto aguardavam o momento de cruzar a fronteira.
Com os quatro novos repatriados, a Operação Voltando em Paz chegará a 1.559 pessoas resgatadas, entre brasileiros e parentes que estavam em Israel, em Gaza e na região da Cisjordânia. As escalas também trouxeram 53 animais domésticos.
GAZA - Esta é a quarta operação de repatriação específica com brasileiros que estavam no lado palestino do conflito, um processo que exige articulação mais complexa. Isso porque a única fronteira para a saída de civis da zona de guerra em Gaza é no sul do enclave, em Rafah, na divisa com o Egito. Cada lista precisa ser aprovada por autoridades de Israel, do Egito e da Palestina, em um trabalho protagonizado pelas equipes das embaixadas brasileiras em Tel Aviv e no Cairo e pela representação em Ramala. Somando as quatro operações, chega-se a 149 brasileiros e parentes próximos resgatados, 117 de Gaza (já contando os quatro de agora) e 32 da Cisjordânia.
RESPOSTA IMEDIATA – O mundo ainda assimilava o choque dos atentados cometidos contra Israel no sábado, 7 de outubro, quando o Governo do Brasil deu início à mobilização para estruturar a retirada de brasileiros da zona de conflito.
No mesmo dia dos ataques, foi montado um gabinete de crise e, uma vez acionadas, as embaixadas do Brasil em Tel Aviv (Israel), do Cairo (Egito) e o Escritório de Representação em Ramala (na Palestina) deram início à operação diplomática para identificar quem eram e onde estavam os brasileiros na região conflagrada. Em paralelo, a FAB era acionada para garantir que as aeronaves pudessem resgatar os cidadãos nacionais no mais breve prazo possível.
Por meio de formulário online, cerca de 2,7 mil manifestaram interesse em retornar ao Brasil de Israel. Aqueles que não conseguiram lugares em voos de companhias aéreas privadas passaram a ser atendidos pela Operação Voltando em Paz, seguindo requisitos de prioridade para brasileiros sem passagens, não residentes, gestantes, idosos, mulheres e crianças. Especialistas do Ministério da Agricultura foram envolvidos para garantir o repatriamento de animais domésticos. A operação também atuou para atender brasileiros na região da Cisjordânia e em Gaza.