Notícias
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Presidente sanciona lei que inclui Dorina Nowill no livro de heróis e heroínas da Pátria
Foi publicado no Diário Oficial da União desta segunda-feira, 8 de janeiro, a Lei nº 14.796/2024, que inscreve o nome de Dorina de Gouvêa Nowill no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, que fica guardado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília (DF).
Ao sancionar a lei, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconhece a relação direta entre a trajetória de Dorina Nowill e os avanços nacionais e internacionais que o ativismo e dedicação dela trouxeram para a educação, acessibilidade e para a inclusão de pessoas com deficiência visual.
Nascida em 28 de maio de 1919, em São Paulo, Dorina ficou cega aos 17 anos, em decorrência de doença não diagnosticada. Mesmo após a perda da visão e todas as limitações do ensino na época, ela ingressou e concluiu o curso regular de preparação de professoras, em 1943, tendo sido a primeira estudante cega a frequentar um curso regular no país.
Motivada por sua experiência, ela utilizou das dificuldades de sua vivência para elaborar meios de superar as dificuldades das dinâmicas não inclusivas, em especial para as pessoas portadoras de deficiência visual. A causa-raiz de seu método de ensino, de sua própria autoria, foi a educação de crianças cegas, iniciativa que teve a aprovação do Departamento de Educação do Estado de São Paulo e que, ao fim, resultou na implantação do 1º Curso de Especialização de Educação de Cegos na América Latina.
Já em 1945, Dorina Nowill iniciou especialização em educação para cegos na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, onde recebeu da Kellogg Foundation e da American Foundation for Overseas Blind uma imprensa de braile completa. A ferramenta foi essencial para a concretização da "Fundação para o Livro do Cego no Brasil", que, a partir de 1991, passou a ser chamado de "Fundação Dorina Nowill". Constituída como organização sem fins lucrativos, a entidade foi responsável pela produção de mais de 6 mil livros adaptados, 2,7 mil audiolivros e 900 títulos digitais em prol da inclusão educativa de pessoas com deficiência visual.
Internacionalmente, Dorina Nowill discursou na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1981, defendendo a criação da "Década da Pessoa com Deficiência". Além disso, propôs na Conferência da Organização Internacional do Trabalho, em Genebra, também em 1981, que a reabilitação profissional de pessoas cegas fosse incluída nas agendas formais dos Estados e Governos, tendo sua história contada no documentário "Dorina: olhar para o mundo", dirigido pela cineasta Lina Chamie.