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ACOLHIMENTO
Repatriados de Gaza foram encaminhados para SP, em mais um passo da Operação Voltando em Paz
As irmãs Shams e Shahd Albanna embarcaram para São Paulo tal qual a chegada ao Brasil na segunda (13): abraçadas e com a bandeira brasileira - Foto: GOVBR e FAB
Em nova etapa da Operação Voltando em Paz, na manhã desta quarta-feira, 15 de novembro, a aeronave VC-2 (Embraer 190), da Força Aérea Brasileira (FAB), deixou a Base Aérea de Brasília, às 10h, em direção à Base Aérea de São Paulo, em Guarulhos. O avião aterrissou às 11h20 em São Paulo. A bordo, estavam 26 dos passageiros repatriados da Faixa de Gaza que voltaram ao Brasil em razão dos conflitos no Oriente Médio.
Desse total, 17 passageiros foram deslocados para um abrigo, no interior paulista. Os outros nove foram encaminhados para suas famílias, que moram na própria capital. Essa ação interministerial do governo brasileiro está sendo coordenada pela Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senajus/MJSP).
Uma equipe de assistência acompanhou os repatriados no voo de Brasília para Guarulhos e nos ônibus da cidade até o abrigo, com escolta da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Entre eles, representantes dos ministérios da Saúde (MS) e do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), além do MJSP. Os repatriados tiveram atendimento médico e alimentação completa durante o voo.
No abrigo, os repatriados terão acompanhamento psicossocial de 15 a 30 dias e contarão com o apoio de equipes da pasta da Saúde. Em uma ação intersetorial do Sistema Único de Saúde (SUS), uma articulação com as equipes locais, secretarias estaduais e municipais de Saúde também será feita.
O abrigo disponibilizado é um espaço com quartos individuais, cozinha comum e refeitório. Lá os abrigados terão acesso a alimentação, cursos de português, atividades socioeducativas e acompanhamento psicossocial da equipe do Sistema Único de Assistência Social (Suas).
DOCUMENTOS — Os repatriados que deixaram a Faixa de Gaza e chegaram, na noite de segunda-feira (13), receberam atendimento psicológico e médico. Também tiveram a oportunidade de regularização migratória de documentos ao longo da terça-feira (14), no hotel da Base Aérea de Brasília. No total, chegaram ao Brasil 32 pessoas, sendo que 28 ficaram hospedadas no hotel, e quatro foram encaminhadas aos familiares que vivem na capital federal.
A força-tarefa envolve vários ministérios e não há prazo limite fixado. Durante o período em Brasília, os repatriados participaram de reuniões e receberam explicações sobre o trâmite da regularização migratória e sobre o abrigo. “Houve a necessidade de obtenção de documentos como a segunda via de RG e de certidão de nascimento. Também foram emitidos dez CPFs para que as pessoas possam pleitear benefícios sociais que o governo federal vai oferecer a eles”, explicou o secretário Nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho.
A repatriação de brasileiros é um acolhimento humanitário e envolve uma equipe multidisciplinar que conta com profissionais do MJSP, MS, MDS, FAB, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, bem como do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC). Além dos órgãos de governo, agências da ONU — Nações Unidas para Refugiados (Acnur) e Nações Unidas para as Migrações (OIM) — atuam junto às equipes, que seguem protocolos de recepção de pessoas em zona de conflito.