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Lula e Emir do Catar ajustam ampliação do comércio bilateral
Lula e o Emir do Catar, o Xeque Tamim bin Hamad al-Thani, durante encontro em Doha: parceria. Foto: Ricardo Stuckert / PR
Oportunidades de investimentos, ampliação do cardápio de comércio exterior, parceria na organização do G20 e um olhar para a geopolítica do Oriente Médio. Esses foram alguns dos assuntos tratados na reunião bilateral entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Emir do Catar, o Xeque Tamim bin Hamad al-Thani. Os dois se encontraram nesta quinta-feira (30/11) no Palácio Amiri Diwan, escritório administrativo do Emir em Doha.
“Encontrei o Emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani. Entre os assuntos, as relações comerciais e de investimento crescentes entre Brasil e Catar e a paz no mundo. Agradeci o Emir pelo seu grande esforço pelo cessar-fogo e libertação de reféns entre Israel e Hamas, e a ajuda dele na liberação dos brasileiros em Gaza”, postou o presidente Lula em seu perfil na rede social X.Mais cedo, o presidente brasileiro participou também de um fórum comercial com líderes e empresários dos dois países.
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Na conversa, o Emir afirmou ter interesse em ampliar os investimentos bilaterais, aceitou convite do presidente Lula para uma visita ao Brasil em 2024 e para auxiliar na Presidência brasileira do G20, que tem início nesta sexta-feira. O presidente Lula comentou sobre as oportunidades de diversificação da pauta comercial com a inclusão de produtos de maior valor agregado, como autopeças, produtos de defesa e aeronaves da Embraer.
"O Brasil voltou a participar da geopolítica mundial e o Catar é um parceiro importante, com potencial de investimentos sobretudo na questão de novas pesquisas, na exploração de petróleo, no reflorestamento, na manutenção de agricultura de baixo carbono. O Brasil está fazendo uma transição energética forte e acho que eles vão ter muito interesse", afirmou o presidente.
O Emir afirmou que há um déficit de líderes no mundo, e que os cataris ficaram muito felizes com a volta de Lula à Presidência da República, retorno visto como esperança tanto para o cenário das Américas quanto para o cenário internacional como um todo. O Emir transmitiu, ainda, uma saudação em nome do pai dele, Hamad bin Khalifa Al Thani.
Lula esteve acompanhado de uma comitiva de ministros, como Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Sílvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), além de representantes da Apex, da Petrobras e do BNDES.
HISTÓRICO - Os dois países completam 50 anos de relações diplomáticas em 2024. Uma história que remonta a 1974, três anos após a independência do Catar. O estreitamento dos vínculos bilaterais tem sido acompanhado pela realização periódica de reuniões de consultas políticas, a mais recente das quais —5ª edição — se realizou em outubro passado, em Brasília.
INVESTIMENTOS - O Catar tem uma carteira de investimentos diversificada no Brasil, com estoque de cerca de US$ 7 bilhões. No âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), o Catar é o 5º principal investidor, com previsão de investimentos de até US$ 10 bilhões. Há perspectiva de aumento da captação de investimentos catarianos para o Brasil. Nos primeiros nove meses de 2023, o comércio bilateral totalizou mais de US$ 762 milhões. A proteína animal concentra a maior parte das vendas brasileiras ao Catar. As carnes de aves representam neste ano 48% do total exportado pelo Brasil ao país do Oriente Médio.