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Presidente critica mortes de crianças, mulheres e idosos no Oriente Médio e renova apelo à paz
Presidente Lula participou do evento dos 20 anos do Bolsa Família remotamemente, do Palácio do Alvorada, onde se recupera de cirurgia no quadril. Foto: Audiovisual / PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a morte de mulheres, crianças e idosos no conflito no Oriente Médio. Durante o evento de celebração dos 20 anos do Bolsa Família, em Brasília, Lula comparou o tratamento digno que o programa de transferência de renda permite aos beneficiários, e contrapôs os efeitos benéficos das políticas sociais brasileiras ao momento de violência extrema vivido entre Israel e o território palestino.
Não é possível tanta irracionalidade, não é possível tanta insanidade, que as pessoas façam uma guerra tendo em conta de que as pessoas que estão morrendo são mulheres, são pessoas idosas, são crianças que não estão tendo sequer o direito de viver. Precisamos propor alto e bom som, em nome da vida das nossas crianças, a paz”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
“Eu queria aproveitar esse sentimento, em nome das crianças vivas do nosso país, graças aos programas de inclusão social, para prestar solidariedade às crianças que já morreram na guerra da Rússia e da Ucrânia e que estão morrendo agora nessa luta insana entre o Hamas e o Estado de Israel”, disse, citando a estimativa de que 1.500 crianças já tenham sido vítimas no conflito.
“Crianças que não pediram para o Hamas fazer o ato de loucura que fez, de terrorismo, atacando Israel. Mas crianças que não pediram também para que Israel reagisse de forma insana e matasse elas. Exatamente aqueles que não têm nada a ver com a guerra. Aqueles que só querem viver, brincar. Aqueles que não tiveram o direito de ser criança”, completou.
No dia 11, Lula já havia feito um apelo internacional em defesa das crianças palestinas e israelenses. Como presidente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas em outubro, o país também tem tentado atuar para mobilizar as principais nações para determinar a criação de corredores humanitários na região. Corredores que permitam tanto o envio de alimentos e insumos, como para garantir a saída de estrangeiros e proteção de civis.
Nesse período, Lula também tem se empenhado em conversar diretamente com alguns dos principais líderes da região e de países indiretamente envolvidos, tanto para facilitar a saída de um grupo de 26 brasileiros impedidos de cruzar a fronteira entre Gaza e o Egito, quanto para levantar bandeiras humanitárias e que conduzam com a rapidez possível ao diálogo. O país também estabeleceu uma rápida operação de repatriação de brasileiros, que nesta sexta-feira chegou ao patamar de 1.201 cidadãos resgatados da zona de conflito a partir de Israel.
Durante esse percurso, Lula conversou por telefone, em menos de dez dias, com o presidente de Israel (Isaac Herzog), com o presidente da Autoridade Palestina (Mahmoud Abbas), com o presidente do Egito (Abdel Fattah al-Sissi), com o presidente da Turquia (Recep Erdogan), com o presidente do Irã (Ebrahim Raisi), com o presidente do Conselho Europeu (Charles Michel) e com o presidente da França, Emmanuel Macron.
“Não é possível tanta irracionalidade, não é possível tanta insanidade, que as pessoas façam uma guerra tendo em conta de que as pessoas que estão morrendo são mulheres, são pessoas idosas, são crianças que não estão tendo sequer o direito de viver. Precisamos propor em alto e bom som, em nome da vida das nossas crianças, a paz”, disse.
“A gente propor a racionalidade de que o amor possa vencer o ódio. De que não resolve o problema com bala. Não resolve o problema com foguete. A gente resolve o problema com carinho, com afeto, com dedicação, com solidariedade”, completou o presidente, que participou remotamente do evento, pois ainda se recupera de uma cirurgia no quadril.
MAPA DA FOME - Lula ressaltou que o Bolsa Família é uma das principais ferramentas para que o Brasil consiga novamente sair do Mapa da Fome, ao garantir renda, frequência escolar e acompanhamento nutricional e de vacinas.
Ele enfatizou que a retomada de mais de 40 políticas de inclusão social casada com um plano de investimento em infraestrutura vai permitir que o país crie empregos, gere renda e faça com que os brasileiros possam ter garantido o mínimo de três refeições diárias.
“Acabar com a fome não é favor de governo. É obrigação. A coisa mais barata no orçamento da União é cuidar do povo pobre, melhorar o ensino fundamental, cuidar das crianças. Não tem que falar em gasto quando se trata de combater a fome, melhorar a educação, melhorar a saúde, investir no trabalho dos que cuidam desse país, das nossas crianças”, encerrou.