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CONVERSA COM O PRESIDENTE
Lula: conectar escolas é caminho para sociedade mais humanista e solidária
O presidente Lula durante o programa Conversa com o Presidente desta terça, 26/9: aposta na conectividade como forma de gerar oportunidades e inclusão. Foto: Ricardo Stuckert / PR
Uma sociedade mais justa, mais humanista e mais solidária. Essa tríade de qualidades está presente no potencial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enxerga no Plano Nacional de Escolas Conectadas. A iniciativa lançada nesta terça-feira, 26/9, pretende garantir que 100% das escolas públicas da educação básica tenham internet de qualidade até o fim de 2026.
Depois desse lançamento, posso afirmar ao povo brasileiro que a partir de 2026 a gente vai ter outro país. Um país mais bem informado, mais conectado, com as pessoas recebendo conteúdo em mais quantidade e mais qualidade. Estou jogando muitas fichas nesse projeto"
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
» Fotos em alta resolução (Flickr)
“Depois desse lançamento, posso afirmar ao povo brasileiro que a partir de 2026 a gente vai ter outro país. Um país mais bem informado, mais conectado, com as pessoas recebendo conteúdo em mais quantidade e mais qualidade”, disse o presidente, durante o programa Conversa com o Presidente, em que esteve presente também o ministro da Educação, Camilo Santana.
Segundo Lula, além de ajudar na construção de uma sociedade mais humanista, o projeto ajudará na luta contra a desinformação e as fake news. “A gente quer combater a mentira, as fake news, quer que as pessoas sejam tomadas pelo simbolismo de uma sociedade verdadeira, de uma sociedade que pensa com o coração, que seja mais solidária. Estou jogando muitas fichas nesse projeto de escolas conectadas”, afirmou.
QUALIDADE - O ministro da Educação, Camilo Santana, reforçou que a intenção não é apenas garantir a conectividade, mas levar qualidade de conectividade e permitir usos pedagógicos e de pesquisa. “Não é só ter a internetzinha lá, com baixa velocidade. É que tenha equipamento. Que pelo menos tenha um laboratório de informática, tablet, wi-fi na escola”.
O ponto de partida para o programa foi um levantamento da situação de conectividade em todas as escolas no país. O Governo Federal analisou a situação de 138,4 mil escolas públicas da educação básica para saber quais tinham internet, se a qualidade da conexão atendia necessidades pedagógicas e o tipo de infraestrutura disponível.
“Foi identificado que 4.600 escolas não têm sequer energia. Ou então ainda são aqueles geradores. Há uma desigualdade grande no Brasil. A Região Norte tem a metade da conectividade da Região Sul nas escolas públicas. Quase um terço das escolas não têm banda larga suficiente para fins pedagógicos”, listou o ministro. Existem 40,1 mil escolas sem acesso adequado à banda larga fixa e 8.400 não têm qualquer conectividade.
Segundo o ministro, mais da metade das escolas brasileiras também não têm wi-fi. “E tem escola que tem conectividade, mas só na sala do diretor da escola. Não tem acesso para o professor e para o aluno. O objetivo da internet é o professor poder passar um vídeo. Às vezes a qualidade da internet não permite baixar um vídeo para passar para os alunos”, ressaltou Camilo Santana.
O programa se dará por adesão de estados e municípios. “Até porque esse é um regime de colaboração entre os entes federados, municípios, estado e União. Como foi com na alfabetização, como foi no tempo integral, os municípios agora vão aderir, através do sistema Simec, do MEC”.
CIDADANIA DIGITAL – Outro ponto destacado pelo ministro da Educação foi o que definiu como Cidadania Digital. “Estamos trabalhando a cidadania digital. É importante que o aluno e que as pessoas saibam usar a internet, as plataformas digitais, com fins para o bem, não para o mal como a gente vê tanto nesse submundo da internet”. Os recursos para financiamento, da ordem de R$ 8,8 bilhões, virão do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) e do Leilão do 5G.
Estamos trabalhando a cidadania digital. É importante que o aluno e que as pessoas saibam usar a internet, as plataformas digitais, com fins para o bem, não para o mal como a gente vê tanto nesse submundo da internet”
Camilo Santana, ministro da Educação
Camilo Santana também lembrou que a conectividade fortalecerá outros dois projetos lançados pelo Governo Federal: o Programa Escola em Tempo Integral e a Política de Alfabetização na Idade Certa.
MUDANÇA CLIMÁTICA – Outro ponto destacado pelo presidente Lula durante a conversa foi a necessidade de a questão climática estar presente no dia a dia das escolas. “Precisamos colocar no currículo escolar a questão do clima. Se na nossa idade a gente não aprendeu a cuidar do clima, é importante que através da escola a gente prepare as crianças e adolescentes para educar os pais. Se a criança não aprender essas coisas, quando estiver na minha idade vai ser quase que um analfabeto climático, um analfabeto na questão ambiental. E via internet é mais fácil a gente fazer um currículo desses”.
Camilo Santana adiantou que o tema já está sendo debatido em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente. “Tenho discutido isso com a ministra Marina Silva, para a gente chegar ao melhor modelo pedagógico e o formato disso nas escolas brasileiras. Esse é um tema fundamental para o planeta, para o Brasil e o Brasil precisa despertar e fortalecer essa questão do meio ambiente”.