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Em encontro com Joe Biden, Lula destaca potencial da transição energética no Brasil
Presidentes Lula e Joe Biden durante reunião bilateral nesta quarta, 20/9, em Nova York. Foto: Ricardo Stuckert / PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na tarde desta quarta-feira, 20/9, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O encontro, em Nova York, aconteceu à margem da Assembleia Geral da ONU, onde ambos discursaram na véspera, e logo antes do lançamento de uma iniciativa criada pelos governos brasileiro e norte-americano para a defesa do trabalho digno.
É muito importante que os Estados Unidos vejam o que está acontecendo no Brasil nesse momento histórico de transição ecológica, de mudança de matriz energética, do que o país tem de investimento em energia solar, eólica, biomassa, biodiesel, etanol, hidrogênio verde, ou seja, há uma perspectiva de trabalho em conjunto excepcional entre Brasil e Estados Unidos"
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
A reunião foi a segunda bilateral entre os dois presidentes em 2023. A primeira ocorreu na Casa Branca, em fevereiro, durante viagem oficial do presidente Lula a Washington. Nesta quarta, os dois líderes conversaram sobre o programa voltado para gerar mais empregos de qualidade, mas também falaram sobre democracia, transição energética e proteção ao meio ambiente.
» Fotos em alta resolução (Flickr)
“É muito importante que os Estados Unidos vejam o que está acontecendo no Brasil nesse momento histórico de transição ecológica, de mudança de matriz energética, do que o país tem de investimento em energia solar, eólica, biomassa, biodiesel, etanol, hidrogênio verde, ou seja, há uma perspectiva de trabalho em conjunto excepcional entre Brasil e Estados Unidos. É um novo tempo na relação entre Estados Unidos e Brasil, uma relação de iguais, soberana e de interesses comuns”, afirmou Lula.
Para o presidente brasileiro, é importante que lideranças de perfil democrático se unam neste momento. “Quando olhamos a geopolítica do mundo, percebemos que as oportunidades estão se fechando e as democracias correm perigo porque a negação da política tem feito com que setores extremistas tentem ocupar o espaço em função da negação da política no mundo inteiro”.
O presidente norte-americano, por sua vez, destacou a necessidade de que os dois países trabalhem juntos para preservar o meio ambiente e promover a democracia não só no Brasil, mas em todo o continente.
“Trabalharemos juntos para resolver a crise do clima, mobilizando centenas de milhões de dólares para preservar a Amazônia e os ecossistemas cruciais da América Latina. Trabalharemos juntos na parceria da cooperação atlântica, promovendo crescimento econômico. As duas maiores democracias do hemisfério ocidental estão defendendo direitos humanos no mundo, incluindo os direitos dos trabalhadores”, declarou Biden.
G20 – Durante a Cúpula do G20, na Índia, no início de setembro, os presidentes Lula e Biden participaram de dois anúncios em conjunto. O primeiro, para fortalecimento do Banco Mundial e do sistema global de financiamento ao desenvolvimento, ao lado dos presidentes da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
O segundo, o lançamento da Aliança Global pelos Biocombustíveis, também em conjunto com Modi. A iniciativa aposta no papel dos biocombustíveis e dos veículos flex na descarbonização do setor dos transportes. A intenção é fomentar a produção sustentável e o uso desses produtos, o que coloca o Brasil em uma vitrine de grande projeção, pelo histórico de produção, manejo e know how do etanol.
COMÉRCIO BILATERAL – Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil no mundo, atrás apenas da China. Somente em 2022, o comércio entre os dois países movimentou um total de US$ 88,7 bilhões, dos quais US$ 37 bilhões foram em exportações brasileiras e US$ 51,3 bilhões em importações vindas dos EUA.
Na visita do presidente Lula a Washington no início do ano, ele e o presidente Biden ressaltaram que o fortalecimento da democracia, a promoção do respeito aos direitos humanos e o enfrentamento da crise do clima figuram no centro da agenda bilateral. Decidiram também retomar as atividades do Grupo de Trabalho de Alto Nível Brasil-EUA sobre Mudança do Clima (GTMC) e revitalizar o Plano de Ação Conjunta Brasil-EUA para a Eliminação da Discriminação Étnico-Racial e Promoção da Igualdade.