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Lula homenageia diplomata responsável pelo reconhecimento da independência de Angola pelo Brasil, em 1975
IGR-Luanda, patrimônio histórico angolano, tornou-se local de referência da atividade cultural no país - Foto: Ricardo Stuckert (PR)
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, cumpriu uma agenda extensa no Instituto Guimarães Rosa (IGR) em Luanda, o centro cultural brasileiro na capital de Angola, na manhã deste sábado (26/8). Foi o último compromisso da viagem oficial da delegação brasileira ao país africano.
O prédio que abriga o IGR-Luanda, patrimônio histórico angolano, encontra-se no local de onde partiam populações escravizadas em direção ao Brasil. Restaurado em 2015 por uma construtora brasileira, tornou-se local de referência da atividade cultural no país. Sua cessão ao Brasil ocorreu em reciprocidade à cessão de prédio similar em Salvador, na Bahia, para a instalação da Casa de Angola.
Ao chegar, o presidente Lula se reuniu com ex-alunos angolanos egressos do PEC-G, o Programa de Estudantes-Convênio de Graduação, pelo qual universidades brasileiras recebem estudantes estrangeiros, especialmente de países em desenvolvimento, e da UNILAB, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. A cooperação educacional brasileira tem bastante impacto em Angola, já que muitos dos participantes ganham posições de destaque na sociedade local.
Em seguida, ele participou da cerimônia de inauguração da galeria Ovídio de Melo, em homenagem ao diplomata brasileiro que atuou pelo reconhecimento da independência de Angola pelo Brasil, em 1975. Lula foi responsável por descerrar a placa. O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a emancipação angolana, um marco das relações bilaterais.
Por fim, Lula e os ministros que integraram a delegação brasileira foram convidados a acompanhar uma apresentação cultural, com música e dança típicas de Angola. Todos também confraternizaram com a equipe de funcionários do Instituto Guimarães Rosa para encerrar a visita. O Instituto é mantido pelo governo brasileiro – através do Ministério das Relações Exteriores (MRE) – contando com 23 unidades pelo mundo.
PERSPECTIVAS BRASILEIRAS – O PEC-G foi criado, oficialmente, em 1965. Oferece a estudantes estrangeiros a oportunidade de realizar seus estudos de graduação em Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras. Com isso, contribui para a internacionalização das instituições participantes e para a difusão da língua e das perspectivas brasileiras pelo mundo. O PEC-G é administrado pelo MRE e pelo Ministério da Educação (MEC), em parceria com Instituições de Ensino Superior em todo o Brasil. O programa conta com 71 países participantes, dos quais 29 estão no continente africano.
VISITA OFICIAL — O presidente Lula fez em Angola a primeira visita oficial ao continente africano de seu terceiro mandato. Na sexta-feira, ele foi recebido pelo presidente angolano João Lourenço, para uma reunião bilateral, participou de uma sessão solene na Assembleia Nacional de Angola e do encerramento de um fórum empresarial que teve a participação de cerca de 800 empresários dos dois países.
No início da semana, Lula participou da XV Cúpula do BRICS na África do Sul, em que o grupo de nações decidiu pela entrada de seis novos países-membros (Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã). Na ocasião, ele teve reuniões bilaterais com a primeira-ministra de Bangladesh e o presidente do Irã.
Amanhã (27), a delegação brasileira viaja para São Tomé e Príncipe, onde acontece a Conferência de chefes de Estado da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).