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CÚPULA DA AMAZÔNIA
Amazônia é incubadora de conhecimento e tecnologia, diz Lula
Presidente Lula durante a abertura da Cúpula da Amazônia - Foto: Ricardo Stuckert/PR
Em discurso de abertura na segunda parte da reunião da Cúpula da Amazônia, na qual os representantes dos países convidados expuseram seus posicionamentos sobre a região, na manhã desta terça-feira (8/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância da participação de todos na construção da nova Amazônia que se deseja. Segundo ele, a região é uma grande incubadora de conhecimento e tecnologia e pode guardar soluções para inúmeros problemas da humanidade, da cura de doenças ao comércio mais sustentável.
É preciso valorizar o papel dos prefeitos, governadores e parlamentares. Não se faz política pública eficaz sem participação de quem conhece o território. Espero que cada pessoa, cada cidade, cada rio e cada árvore da nossa vasta floresta encontre seu lugar nessa visão de uma nova Amazônia que nasce a partir desta Cúpula"
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Presidente da República
Lula definiu como extraordinária a experiência de participação social dos Diálogos Amazônicos, que reuniu diferentes interessados para discutir os rumos da floresta, e disse esperar que a experiência seja um marco na retomada da interação entre as sociedades e os governos da região.
“É preciso valorizar o papel dos prefeitos, governadores e parlamentares. Não se faz política pública eficaz sem participação de quem conhece o território. Espero que cada pessoa, cada cidade, cada rio e cada árvore da nossa vasta floresta encontre seu lugar nessa visão de uma nova Amazônia que nasce a partir desta Cúpula”, disse o presidente.
Segundo Lula, o cuidado com a Amazônia deixará um legado de bem-estar, prosperidade e justiça social aos países que buscam alternativas para o desenvolvimento sustentável da região, com cidades mais verdes, ar mais puro, rios sem mercúrio e floresta em pé.
“A Amazônia será o que nós quisermos que ela seja. Uma Amazônia com comida na mesa, trabalho digno e serviços públicos ao alcance de todos. Uma Amazônia com crianças mais saudáveis, migrantes bem acolhidos, indígenas respeitados e jovens mais esperançosos. Uma Amazônia que desperta e toma consciência de si mesma”, disse aos colegas sul-americanos que também detêm parte da maior floresta tropical do planeta, da qual o Brasil cobre 60%.
Os representantes dos demais países amazônicos também se posicionaram sobre a situação da floresta e a necessidade de conter as ameaças e preservar a biodiversidade da região. “Na história da Amazônia, nunca antes vivemos uma situação como a que estamos vivendo neste momento. As florestas, rios e a Amazônia como um todo estão enfrentando uma ameaça estrutural que ameaça a vida. E nunca antes como hoje foi tão preciso nos conscientizarmos dessa situação e trabalhar por isso”, disse Luis Arce, presidente da Bolívia.
Gustavo Petro, presidente da Colômbia, propôs a criação de um centro científico comum de pesquisa sobre a Amazônia para pensar e analisar os riscos e potencialidade da região, como o fortalecimento da bioeconomia. “A bioeconomia não vai surgir sem pesquisa. São coisas que já estão em processo, mas acredito que deveríamos dar um salto, justamente a partir do tratado dos países amazônicos, para que surja um forte centro de pesquisa científica em torno da floresta”.
TRANSMISSÃO | Presidente Lula participa da Cúpula da Amazônia
“Estamos aqui para propor abrir novos espaços de participação, por exemplo, uma rede de povos indígenas e comunidades locais, um fórum de diálogos para cidades amazônicas, bem como ações conjuntas para proteger as pessoas e as entidades defensoras dos direitos humanos e do meio ambiente”, afirmou Dina Boluarte, presidenta do Peru. Segundo ela, “a Amazônia, com rosto humano, significa que a região, um território soberano dos oito países, deve ser reconhecida como uma fonte de vida para toda a humanidade".
O chanceler do Suriname, Albert Ramdin, também destacou a importância de os países amazônicos unirem esforços para aumentar a cooperação científica e tecnológica. Mark Phillips, primeiro-ministro da Guiana, disse ser preciso que os países se unam para que os compromissos estabelecidos na Cúpula da Amazônia sejam cumpridos, em benefício de todos.