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LUZ PARA TODOS
“Vamos levar energia a todos os lares brasileiros”, diz Lula ao retomar o Luz Para Todos
Durante o evento de retomada do Programa Luz Para Todos, nesta sexta-feira (4/8), em Parintins (AM), o presidente Lula ressaltou em seu pronunciamento que voltou para cuidar da Amazônia, sobretudo do povo amazônico.
Nós vamos levar energia para milhares de pessoas. Só é contra o Luz para Todos quem não sabe o que é trabalhar com candeeiro, quem não sentiu a fumaça de querosene no nariz"
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
"Nós já recuperamos 40 políticas públicas de inclusão e eu voltei para dizer: a gente vai cuidar da Amazônia. Nós vamos levar energia para milhares de pessoas. Só é contra o Luz para Todos quem não sabe o que é trabalhar com candeeiro, quem não sentiu a fumaça de querosene no nariz. O povo quer luz e a coisa mais bonita é que muitas vezes os turistas vão a Paris ver a cidade luz. A partir de agora a cidade luz chama-se Parintins", disse o presidente, que durante o evento assistiu a apresentações culturais dos bois Garantido e Caprichoso, característicos do Festival Folclórico de Parintins.
O Luz Para Todos leva energia elétrica à população rural, em especial no Norte do país e em regiões remotas da Amazônia Legal. A iniciativa, que vai beneficiar até 500 mil famílias até 2026, tem como objetivo garantir a erradicação da pobreza energética e o desenvolvimento social e econômico, e se pauta por valorização e respeito à cultura de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais.
Mais de 3,6 milhões de famílias foram atendidas com acesso ao serviço público de distribuição de energia elétrica desde o lançamento do programa, em 2003. Nessa nova etapa, o desafio é construir políticas de universalização do acesso e uso da energia elétrica ainda mais justas e inclusivas.
Às vésperas da Cúpula da Amazônia, que vai reunir líderes de países amazônicos para chegar a uma postura única para apresentar em fóruns internacionais sobre meio ambiente e mudanças climáticas, o presidente enfatizou que cuidar da Amazônia é ter uma perspectiva ampla em torno do tema.
“A gente não quer transformar a Amazônia em um santuário. A gente quer cuidar de cada animal, igarapé, de cada flor, mas sobretudo quero cuidar do povo amazônico. Nós vamos fazer o que precisa ser feito. Não aceitaremos garimpo ilegal em terras públicas, não aceitaremos madereiro ilegal. Ninguém é dono de uma árvore de mogno que tem 300 anos, ela é um patrimônio da humanidade”, disse.
LINHÃO DE TUCURUÍ - Ainda durante a solenidade, o presidente oficalizou a ligação de Parintins e Itacoatiara, no Amazonas, e de Juruti, no Pará, ao Sistema Interligado Nacional (SIN), o que proporciona o acesso à energia elétrica por fontes limpas e renováveis.
É energia limpa e renovável para a nossa Amazônia. Cerca de R$ 1 bilhão investidos, 2.250 empregos gerados, meio bilhão de reais economizados em diesel por ano. É redução de custos na conta de luz, é descarbonização da Amazônia"
Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia
Antes da interligação de Parintins ao Linhão de Tucuruí, a cidade dependia de uma usina termelétrica movida a diesel, que consumia cerca de 45 milhões de litros do combustível anualmente. Além dos impactos ambientais, a geração de energia por meio dessa matriz causava poluição sonora e lançava fuligem no ar.
"É energia limpa e renovável para a nossa Amazônia. Cerca de R$ 1 bilhão investidos, 2.250 empregos gerados, meio bilhão de reais economizados em diesel por ano. É redução de custos na conta de luz, é descarbonização da Amazônia, é uma Amazônia mais limpa e renovável para todas as brasileiras e brasileiros", disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Atualmente, a região amazônica conta com 211 sistemas isolados, que precisam gerar a própria energia a partir de combustíveis fósseis. Estima-se que aproximadamente 3 milhões de pessoas vivem nessas localidades e que, ao substituir a matriz térmica por opções mais sustentáveis 1,5 milhão de toneladas de carbono deixarão de ser lançadas na atmosfera.
PARCERIAS - O Presidente Lula também assinou decreto que amplia as possibilidades de intercâmbio de energia elétrica com países que fazem fronteira com o Brasil. Atualmente, o Brasil realiza intercâmbios internacionais com Argentina e Uruguai, além do Paraguai, por meio da Usina Hidrelétrica Binacional Itaipu.
O texto prevê a possibilidade de importação de energia para atendimento aos sistemas isolados, com o objetivo de reduzir os dispêndios da Conta de Consumo de Combustível (CCC), orçada em R$ 12 bilhões para 2023. Ela representa quase 35% da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). A gradativa substituição do sistema acarreta redução nos custos da CCC – pago por todos os consumidores de energia elétrica, o que beneficia todos os brasileiros.
"A Amazônia, o pulmão do mundo, exemplo para o planeta, será uma região cada vez mais limpa e sustentável. Nessa relação com países industrializados, o presidente Lula é o único líder capaz de fazer com que haja um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e social e a sustentabilidade", pontuou o ministro Alexandre.
RORAIMA A CAMINHO – O presidente também assinou uma ordem de serviço para conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Serão investidos R$ 2,6 bilhões nas obras, que vão substituir usinas termelétricas e garantir energia confiável, limpa e renovável. Roraima é o único estado isolado do sistema nacional. Os moradores de Boa Vista e cidades próximas dependem de usinas termelétricas movidas a óleo diesel, gás natural, biomassa e uma pequena central hidrelétrica. A expectativa é de mais de 11 mil empregos diretos e indiretos com as obras, com previsão de serem concluídas em setembro de 2025.