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HABITAÇÃO
Minha Casa, Minha Vida muda perspectivas, trajetórias e horizontes
Unidades do Minha Casa, Minha Vida. Erismeuda e Filomeno com a família em Fortaleza (CE). Ketully Costa com a chave de sua unidade em Recife (PE) e Edijane Barros com a filha Gabryelle Barros de Jesus em Santo Amaro (BA). Fotos: Min Cidades e Arquivo Familiar
A cearense Maria Erismeuda, de 55 anos, comprou liquidificador, panelas e pratos com o 13º antecipado do INSS. Daqui a pouco vai ser possível sentir da porta da unidade dela no Residencial Cidade Jardim, em Fortaleza, o cheirinho da canjica que é sua especialidade. Com os três filhos já criados e três netinhos para curtir, Erismeuda vive com o marido, Filomeno. Eles receberam na semana passada as chaves da casinha. Uma das 880 no condomínio na capital cearense. Um CEP novo e, pela primeira vez, um cantinho próprio. “Estava ansiosa por esse momento de estrear tudo”, disse.
Ao longo da vida, uma condição de saúde tirou gradativamente a visão de Erismeuda. Ela foi aposentada por invalidez pelo INSS. Recebe salário mínimo mensal. Filomeno trabalha como diarista num lava-a-jato de uma empresa de ônibus. E mal consegue conter a alegria pela realização via Minha Casa, Minha Vida. “Já deu certo. É um sonho realizado. Eu sempre digo que é Deus no comando. Ele sabe os caminhos para todos nós”, disse.
É um orgulho, uma felicidade enorme entrar pela primeira vez e botar os pés na residência. Não tem preço ver a felicidade de minha filha. Quando a gente morava de aluguel, ela ficava: ‘Mãe, quando a gente vai ter nossa casa para eu ter meu quarto, minha privacidade?’"
Edijane da Cruz Barros, de Santo Amaro (BA)
O Minha Casa, Minha Vida é o maior programa de habitação popular já executado no Brasil. Criado em 2009, já entregou mais de 6 milhões de unidades habitacionais. Até 2026, a meta do Governo Federal com a retomada do programa é contratar mais 2 milhões de moradias.
No primeiro semestre de 2023, até 3 de julho, o programa entregou 10.094 unidades habitacionais em 14 estados. As residências entregues somam um investimento total de R$ 1,17 bilhão. Nos próximos seis meses, a previsão é de entrega de mais oito mil unidades habitacionais e a retomada de 21,6 mil obras.
O novo programa, sancionado nesta quinta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reduz taxas de juros, traz de volta o protagonismo da Faixa 1, para pessoas com menor renda, amplia o valor dos imóveis financiados para até R$ 350 mil e inclui a classe média, com possibilidades de financiamento para famílias com renda de até R$ 8 mil mensais.
TUDO MUDOU - Em Santo Amaro, no Recôncavo Baiano, a sensação de conforto e qualidade de vida veio há duas semanas para Edijane da Cruz Barros, que vive com a filha de 11 anos, Gabryelle Barros de Jesus. “É um orgulho, uma felicidade enorme entrar pela primeira vez e botar os pés na residência. Não tem preço ver a felicidade de minha filha. Quando a gente morava de aluguel, ela ficava: ‘Mãe, quando a gente vai ter nossa casa para eu ter meu quarto, minha privacidade’", recorda.
Para ela, a nova moradia é, também, símbolo de um cotidiano mais tranquilo. A família teve perdas materiais com as fortes chuvas que causaram o aumento no nível do rio Subaé e resultaram em enchentes na região em 2010, 2015 e 2020. Hoje, ela está bem longe de uma área de risco.
“Até receber essa casa, a gente passou por várias situações. Mas, graças a Deus, agora, com a chave nas mãos, a história é outra. Saí do aluguel e de outras despesas. Minha filha está super alegre por ter o quartinho dela. Tudo mudou desde o recebimento dessa casa”, resumiu.
Foi em Santo Amaro, na Bahia, que o presidente Lula retomou simbolicamente o Minha Casa, Minha Vida, em fevereiro. À época, foram entregues 2.745 unidades habitacionais.
DIGNIDADE – Mãe solo de três filhos, a pernambucana Ketully Costa Leal Machado literalmente “virou a chave” da vida em abril deste ano. Ao receber uma das 336 unidades habitacionais entregues no Condomínio Ruy Frazão, em Recife, ela colocou os pés num novo patamar de qualidade de vida, de dignidade, de segurança e de perspectiva.
“Foi a realização de um sonho que, aos meus olhos, parecia impossível. Por muito tempo busquei alternativas de ter um lar confortável que abrigasse minha família. Hoje sinto que tenho dignidade de falar para os meus filhos que temos um lar”, disse. “Toda a luta valeu a pena”, resume Ketully.