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ENTREVISTA
Lula: novo PAC vai mostrar a cara do Brasil que queremos entregar
Lula: "Em 2026, a gente vai ter o Brasil tranquilo, a economia crescendo, as pessoas comendo mais". Foto: Ricardo Stuckert / PR
Um pacote para levar a infraestrutura nacional a um novo patamar. Uma lista de obras e investimentos que envolve portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, saneamento básico e habitação. Um conjunto de iniciativas para induzir o crescimento da economia e gerar emprego e renda. Em resumo, um novo Programa de Aceleração do Crescimento, com mais conteúdo e mais obras.
Queremos mostrar qual é a cara do Brasil que queremos entregar. Qual é a cara do Brasil que a gente quer que o povo veja acontecer. Um país de trabalho, de muita paz, de muita harmonia”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
Essa foi uma das perspectivas abordadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista à jornalista Renata Varandas, da TV Record, nesta quinta-feira, 13/7. “Queremos mostrar qual é a cara do Brasil que queremos entregar. Qual é a cara do Brasil que a gente quer que o povo veja acontecer. Um país de trabalho, de muita paz, de muita harmonia”, afirmou o presidente.
No bate-papo de pouco mais de meia hora, Lula falou sobre o retorno do Brasil ao protagonismo no cenário internacional, abordou a transição de matriz energética que precisa ser implementada e citou o Desenrola Brasil, programa que vai proporcionar a negociação de dívidas a mais de 70 milhões de brasileiros inadimplentes.
O presidente comentou ainda sobre a retomada da tranquilidade nas decisões do governo e nas relações entre os três Poderes e fez projeções de um país em crescimento para o último ano de seu mandato. “Em 2026, a gente vai ter o Brasil tranquilo, a economia crescendo, o salário crescendo, a escola melhorando, as pessoas comendo mais, o alimento baixando, os juros baixando”, disse.
PRINCIPAIS PONTOS DA ENTREVISTA
EXPECTATIVA DA POPULAÇÃO – O que as pessoas que estão nos assistindo esperam do Brasil? Que o Brasil volte a melhorar, que o Brasil volte a crescer, que os preços voltem a cair, que volte a comida na mesa do povo, que a gente viva em paz, que cada um crie sua família da forma mais decente possível. É isso que o Brasil quer, e é isso que eu quero fazer. Nós estamos, outra vez, colocando o pobre no orçamento da União. É preciso que o dinheiro circule, é preciso que as pessoas pobres tenham salário, tenham o que comprar, possam consumir. É necessário. O ideal, para nós, é que todo mundo tenha emprego e não precise do Bolsa Família. Esse é o ideal. Mas, enquanto a gente não chega a esse ideal, o Estado tem que fazer políticas públicas de responsabilidade.
DESENROLA – É por isso que vamos lançar na próxima semana o Desenrola: nós vamos assumir a responsabilidade de tentar negociar com os bancos, negociar com as empresas para que as pessoas que devem até R$ 5 mil possam sair do Serasa, limpar o seu nome e voltarem a ser cidadãos, cidadãs de respeito, podendo consumir. Não tem nada mais gostoso do que um cidadão saber que não está devendo.
PROTAGONISMO INTERNACIONAL – O Brasil voltou a ser respeitado, o Brasil voltou à geopolítica internacional, o Brasil voltou a ser protagonista internacional. Nós vamos agora, em agosto, é o mais importante encontro que o mundo já viu sobre a Amazônia, nós vamos ter esse encontro na cidade Belém com os oito países amazônicos.
TRANSIÇÃO ENERGÉTICA – A transição energética que precisamos fazer vai ser uma revolução. Nenhum país do mundo tem a capacidade de colocar em prática uma transição energética como o Brasil tem. Uma transição climática. Só para você ter ideia, Renata, o Brasil tem 87% da sua energia elétrica renovável, o mundo tem 28%. O Brasil tem 50% de todo conjunto de sua energia renovável; o mundo só tem 15%. E o Brasil pode ter etanol, o Brasil pode ter biodiesel, o Brasil pode ter eólica, o Brasil pode ter solar, o Brasil pode ter hidrogênio verde. (...) E nós vamos lançar agora, no mês de julho, um grande programa, envolvendo inclusive a questão energética, da transição climática, para que o mundo saiba o que que o Brasil pretende fazer. O Brasil não perderá sua oportunidade de crescer, e crescer fazendo as coisas corretamente.
NOVO PAC – É um pacote que vai discutir infraestrutura total, infraestrutura de portos, aeroportos. Vai discutir rodovia, ferrovia, saneamento básico, vai discutir Minha Casa, Minha Vida. É um Novo PAC, com muito mais coisa, mais conteúdo, mais obras. Queremos mostrar qual é a cara do Brasil que queremos entregar. Qual é a cara do Brasil que a gente quer que o povo veja acontecer. Um país de trabalho, de muita paz, de muita harmonia.
MINHA CASA, MINHA VIDA – Só no nosso governo, construímos 4 milhões de casas. Foi o maior programa habitacional desse país. Agora, estamos lançando mais 2 milhões de casas nesses próximos três anos, e já começamos a reconstruir 186 mil casas que encontramos paralisadas. Porque, Renata, nós encontramos no Brasil 14 mil obras paradas, 4 mil obras eram de escolas, dentre essas 4 mil obras, 1.600 eram creches. Então, a gente está reconstruindo esse país.
CRESCIMENTO DA ECONOMIA – Esse país precisa crescer porque somente o crescimento vai fazer com que as pessoas tenham distribuição de riqueza e melhoria da qualidade de vida. Mas nada mais, nada menos do que aquilo que já fizemos. Eu, quando deixei a Presidência, em 2010, a economia crescia a 7,5% ao ano, o varejo chegou a crescer 13%. É esse país que nós queremos, onde todo mundo possa trabalhar e todo mundo possa participar da roda gigante da economia desse país.
TRANQUILIDADE INSTITUCIONAL – A sociedade começa a perceber que há um certo ar de tranquilidade, uma certa volta da esperança, uma certa calma nas decisões do governo. A gente não fica fazendo fake news, não fica mentindo, não fica provocando, não fica desrespeitando governador, prefeito, Suprema Corte. Temos que aprender a conviver pacificamente, democraticamente na diversidade. É esse o Brasil que eu quero construir junto com a sociedade brasileira.
RELAÇÕES COM O CONGRESSO – No momento certo, vamos conversar, da forma mais tranquila possível. Eu não quero conversa escondida, não quero conversa secreta. A hora que voltar o Congresso Nacional, que for juntar os líderes dos partidos que vou conversar, toda a imprensa vai ficar sabendo o que conversei com cada um, o que foi ofertado para participação no governo e o que o governo quer estabelecer de relação com o Congresso até o fim do mandato. É melhor ter uma relação à luz do dia, civilizada, aberta.
FUTURO PRÓSPERO – Em 2026, a gente vai ter o Brasil tranquilo, a economia crescendo, o salário crescendo, a escola melhorando, as pessoas comendo mais, o alimento baixando, os juros baixando. Isso vai acontecer normalmente sem nenhuma guerra, sem nenhuma briga, porque essa é a coisa que todos nós queremos.
HARMONIA – Eu quero um país de paz, um país normal. Os Três Poderes têm que funcionar em harmonia: Congresso Nacional, Poder Judiciário e Poder Executivo. É isso que a democracia exige, é isso que a sociedade exige, e é isso que vai acontecer.