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COOPERATIVISMO
Em seminário, Alckmin destaca importância do cooperativismo
Evento marcou as comemorações do Dia Internacional do Cooperativismo - Foto: Cadu Gomes (PR)
Nesta segunda-feira (17/7), em participação no Seminário Internacional “Cooperativas pelo Desenvolvimento Sustentável”, o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, destacou a importância do cooperativismo para a união e crescimento dos pequenos produtores, como uma solução para agregar valor aos produtos e aumentar a renda.
Só tem um caminho para que o pequeno possa sobreviver, ter escala, competir, ter suporte de apoio, alcançar novos mercados, é através do associativismo e cooperativismo
GERALDO ALCKMIN
Presidente da República em exercício
Durante o evento, promovido em Brasília pela Organização das Nações Unidas (ONU), em parceria com o Sistema OCB, Alckmin abordou seu histórico de cooperado — uma vez como médico; outra vez como pequeno produtor de leite; ou mesmo como beneficiário de seguros. Além disso, um tio seu presidiu a Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) e a própria Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
Também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Alckmin falou sobre o futuro do cooperativismo. “Ele [o cooperativismo] é importantíssimo para hoje e para o futuro. Se ele já era importante há um século, hoje ele é muito mais importante. O que nós assistimos no mundo? Um mundo mais rico e um mundo mais desigual: essa é a realidade mundial”, sintetizou.
“Só tem um caminho para que o pequeno possa sobreviver, ter escala, competir, ter suporte de apoio, alcançar novos mercados, é através do associativismo e cooperativismo”, afirmou Alckmin. “Qual o problema do pequeno? É a renda baixa. Então, só tem um caminho: agregar valor e unir através das cooperativas”, completou.
ATO COOPERATIVO — O seminário faz parte das comemorações do Dia Internacional do Cooperativismo, celebrado anualmente no primeiro sábado de julho. De acordo com o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, o segmento também comemora a conquista da manutenção do “ato cooperativo” na Reforma Tributária, aprovada na Câmara dos Deputados no último dia 6/7.
As cooperativas brasileiras, segundo Lopes, estão crescendo em todas as áreas de atuação. “Já movimentamos, no ano passado, em torno de R$ 600 bilhões. Nós temos 19,3 milhões cooperados e geramos cerca de 600 mil empregos diretos”, contabilizou. O dirigente ressaltou o papel fundamental do relacionamento com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) para a busca de uma maior internacionalização das cooperativas brasileiras.
ERRADICAÇÃO DA POBREZA — Na atividade, Andrew Allimadi, ponto focal da ONU para o Cooperativismo, falou sobre o baixo engajamento em prol dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pelas Nações Unidas em 2015. “O objetivo principal relacionado ao desenvolvimento sustentável é a erradicação completa da pobreza extrema. O último relatório mostra que em 2030, quando as metas de desenvolvimento sustentável deveriam ser atingidas, 757 milhões de pessoas ao redor do mundo ainda sofrerão de extrema pobreza”, afirmou.
Allimadi pontuou a necessidade de mais ações para acelerar o ritmo de mudanças para o cumprimento dos ODS. Nesse sentido, ele considera que as cooperativas do Brasil podem ensinar muito ao mundo. O chamado da ONU é por uma “nova liderança compartilhada e comprometida”. “Nós o recebemos, mas queremos contar com o apoio e as medidas concretas dos governos e dos parlamentos”, disse a presidente da Aliança Cooperativa Internacional para as Américas, Graciela Fernández.
SUSTENTABILIDADE — Por sua vez, a ministra substituta Maria Laura da Rocha (Relações Exteriores) abordou as dificuldades para o atingimento dos ODS. Mas ressaltou que elas não tiram o compromisso do governo brasileiro com o desenvolvimento sustentável. “Os efeitos multissetoriais da pandemia dificultaram o avanço rumo aos objetivos e metas traçados, o que nos obriga a implementar ações urgentes para evitar atrasos ou retrocessos no cumprimento dos ODS”, sublinhou.
“O Brasil está totalmente comprometido com o desenvolvimento sustentável em suas três dimensões, bem como com a integralidade e indivisibilidade dos objetivos do desenvolvimento sustentável. O enfoque renovado na promoção do desenvolvimento sustentável pelo Brasil pode ser atestado pela formação de estruturas governamentais relacionadas ao tema”, completou Maria Laura.
Como prova deste compromisso do Governo Federal, a ministra substituta destacou a criação de uma área dedicada aos ODS na Secretaria-Geral da Presidência da República; a reativação da Comissão Nacional para os ODS; e o restabelecimento da Coordenação-Geral de Desenvolvimento Sustentável na sua pasta.
“Ministérios antes pouco engajados com a agenda 2030 estão seguindo na mesma direção, como é o caso do Ministério da Fazenda, que criou em janeiro a Subsecretária para o Desenvolvimento Sustentável”, concluiu Maria Laura.