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Presidente ressalta importância de agendas internacionais para país retomar protagonismo
O presidente Lula durante entrevista ao jornalista Marcos Uchôa no programa Conversa com o Presidente. Foto: Ricardo Stuckert / PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a importância das viagens internacionais e dos compromissos com líderes estrangeiros que cumpriu nos primeiros seis meses de mandato, durante entrevista na manhã desta terça, 13/6, para o repórter Marcos Uchôa, da TV Brasil.
Eu tenho combinado viagens aqui dentro com viagens para o exterior, porque é importante recuperar a capacidade do mercado interno brasileiro e o Brasil estava alijado da política internacional”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
“Eu tenho combinado viagens aqui dentro com viagens para o exterior, porque é importante recuperar a capacidade do mercado interno brasileiro e o Brasil estava alijado da política internacional”, explicou o presidente.
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Lula antecipou que na semana que vem fará uma viagem para a França e a Itália, para participar do encerramento de um fórum econômico e para uma reunião com o Papa Francisco, com quem recentemente teve uma conversa por telefone. Na ocasião, o presidente agradeceu a atuação do Papa pela paz na Ucrânia e pelo combate à pobreza, e ressaltou a atuação da Igreja Católica no Brasil pela preservação da Amazônia, contra as forças que atacam a floresta, e as menções e solidariedade do Papa com o Brasil ao longo dos últimos anos. O pontífice se recupera de uma cirurgia a que foi submetido na última semana.
Lula afirmou que quer aproveitar para se encontrar também com o presidente italiano, Sergio Mattarella, como forma de reforçar as ligações históricas entre os dois países. “Sabe há quantos anos não vem um governante italiano ao Brasil? Muitos anos, décadas. Nós temos 30 milhões de italianos e descendentes aqui no Brasil, é a maior colônia fora da Itália. Então o cara não vem aqui por quê? Ou porque não é convidado ou porque não se sente bem vindo aqui. Eu vou tomar a iniciativa, quero não apenas encontrar com o Papa, quero encontrar com o presidente da Itália”, relatou.
O presidente explicou que deve pedir ao vice-presidente Geraldo Alckmin para representá-lo na cúpula entre a Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e a União Europeia, que está marcada para os dias 17 e 18 de julho em Bruxelas, na Bélgica. “Quero viajar mais pelo Brasil”, explicou Lula.
ECONOMIA - Lula contou que, durante sua viagem para Hiroshima, no Japão, para participar da cúpula estendida do G7 em maio, teve um encontro com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, e defendeu que o Brasil terá em 2023 um desempenho econômico acima do que foi previsto pelo órgão.
“Eu disse a ela: ‘Vou te avisar uma coisa, a previsão do FMI sobre o crescimento do Brasil está equivocada. Quando chegar no final do ano, eu vou encontrar com a senhora no G20 e vou provar que a economia brasileira cresceu mais do que aquilo que o FMI está dizendo agora’. Ela deu uma risada e falou: ‘Tomara que você esteja certo’”, relatou.
UNIÃO EUROPEIA - O presidente reforçou que, em sua conversa com a presidente da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen, nesta segunda-feira em Brasília, fez uma ressalva importante sobre o texto atual da proposta de acordo entre Mercosul e União Europeia.
“Eu disse para ela que nós temos um problema, que nós não aceitamos colocar compras governamentais no acordo, porque senão a gente mata a pequena e média empresa brasileira. Ela disse para mim: ‘Presidente, o que é importante é vocês colocarem no papel o que vocês querem, nós colocamos no papel e vamos ver se até o fim do ano a gente faz o acordo’. Eu quero fazer o acordo e se Deus quiser até o final do ano”, contou.