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Lula exalta papel de ônibus elétricos para futuro sustentável da mobilidade no país
Presidente Lula com uma miniatura de um ônibus elétrico em fábrica em São Bernardo do Campo: tecnologia nacional. Foto: Ricardo Stuckert / PR
Com uma mensagem em que reafirma o compromisso de atuar para fazer a indústria voltar a crescer, conclama trabalhadores a seguirem estudando para terem mais oportunidades e exalta o papel das mulheres na “neoindustrialização”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta sexta-feira (2/6), em São Bernado do Campo (SP), da inauguração do novo prédio da Eletra, maior empresa de ônibus elétricos da América Latina.
No início, um ônibus elétrico é muito mais caro do que um ônibus normal. Mas, no funcionamento dele, quando começa a operar, custa 73% a menos do que o ônibus normal a diesel. Por isso é que a gente tem que apostar numa empresa brasileira. É aí que entra a importância do Estado”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
Ele ressaltou o papel que os ônibus elétricos desempenham nesta nova economia verde em curso no país e no mundo e disse que cabe ao Estado atuar para fortalecer empresas como a Eletra.
“No início, um ônibus elétrico é muito mais caro do que um ônibus normal. Mas, no funcionamento dele, quando começa a operar, custa 73% a menos do que o ônibus normal a diesel. Por isso é que a gente tem que apostar numa empresa brasileira. É aí que entra a importância do Estado”, afirmou Lula.
O presidente citou que há a necessidade de, por exemplo, renovar a frota de ônibus que hoje faz o transporte escolar nos municípios e que esse pode ser um caminho para apoiar a produção nacional de ônibus elétricos.
“Cabe ao Estado garantir a sobrevivência da indústria brasileira, para que a gente possa um dia ser competitivo com o exterior. Se temos que comprar alguma coisa, temos que valorizar aquele produto brasileiro que gera emprego no Brasil, que gera renda no Brasil e que melhora a qualidade de vida das pessoas”, frisou o presidente.
“Não podemos abdicar das compras governamentais, que são a oportunidade das pequenas e médias empresas sobreviverem. Eu adoro que o Brasil participe do comércio mundial. Os chineses são nosso maior parceiro e agradeço sempre. Mas, em se tratando de negócio, prefiro fazer com brasileiros para fortalecer a indústria nacional”, disse, referindo-se à venda de ônibus elétricos chineses para o Brasil, que competem com os desenvolvidos no país.
CRESCIMENTO - O evento contou com a presença do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e de vários outros ministros, entre eles Luiz Marinho, do Trabalho e Emprego; e Renan Filho, dos Transportes. Prefeitos de municípios paulistas e parlamentares, funcionários, colaboradores e clientes da empresa também acompanharam a cerimônia.
“Aqui está a neoindustrialização: inovação, pesquisa, desenvolvimento, engenharia nacional”, destacou Geraldo Alckmin, que ressaltou o crescimento de 1,9% do PIB brasileiro no primeiro trimestre deste ano e lembrou que o BNDES anunciou, no mês passado, a menor taxa para crédito para inovação e digitalização ao anunciar que disponibilizará R$ 20 bilhões para o mercado neste e nos próximos anos .
Luiz Marinho mencionou dados divulgados pelo Novo Caged, de que o Brasil abriu 180 mil novos postos formais de emprego em abril e que, no acumulado do ano já criou 705 mil empregos com carteira assinada . “Tenho certeza de que podemos projetar para este ano mais de dois milhões de empregos formais no Brasil, chegando à projeção de 2,2 milhões ou 2,5 milhões. Essa é a aposta”, afirmou.
Lula e a presidente da Eletra, Milena Romano: sustentabilidade na mobilidade. Foto: Ricardo Stuckert / PR |
ORGULHO – Ao se dirigir a Maria Beatriz Setti Braga, fundadora da Eletra, e a Milena Braga Romano, presidente da empresa, Lula não escondeu a admiração por ver duas mulheres no comando da empresa. A Eletra é 100% brasileira, desenvolvida por engenheiros e técnicos brasileiros, e fez parte de um grupo de empresas que produziu o primeiro ônibus 100% elétrico fabricado no Brasil. De sua linha de produção saiu a maioria dos 376 ônibus elétricos em circulação hoje no país. As novas instalações permitirão a produção de 150 ônibus elétricos por mês ou até 1.800 por ano.
“Eu já fui presidente duas vezes, estou pela terceira vez, e nunca entrei numa empresa presidida por mulheres. Dessa vez fui acompanhado por mãe e filha, criadora e dirigente dessa empresa”, exaltou Lula. O presidente lembrou a aprovação, nesta quinta-feira, pelo Senado, do Projeto de Lei 1.085/2023, que prevê a igualdade salarial entre homens e mulheres que desempenham a mesma função .
“A cadeia produtiva do ônibus elétrico pode gerar 10 mil empregos nos próximos três anos, podendo aumentar isso para 30 mil”, afirmou Milena Braga Romano. “A Eletra está se preparando para ser não apenas a maior e mais versátil montadora de ônibus elétrico da América Latina, mas líder global em transporte público sustentável”, concluiu a empresária, dirigindo-se ao presidente.
EDUCAÇÃO – Antes de evento na Eletra, Lula participou, também em São Bernardo do Campo, da inauguração de uma nova estrutura da Universidade Federal do ABC (UFABC) . Com isso, fez questão mandar um recado aos trabalhadores da Eletra. “É importante vocês, mesmo estando trabalhando, não pararem de estudar. As pessoas que não estudam têm pouca chance. Quando a gente estuda a gente ganha mais salário e tem menos chance de ser despedido”, aconselhou.