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RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS
Lula recebe Klaus Werner Iohannis, presidente da Romênia, em Brasília
Presidentes trataram de questões estratégicas, como o comércio bilateral e a preservação do meio ambiente - Foto: Ricardo Stuckert (PR)
Dois dias após voltar de viagem oficial à China e aos Emirados Árabes Unidos (EUA), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu em Brasília (DF), nesta terça-feira (18/4), a visita do presidente da Romênia, Klaus Werner Iohannis. O encontro faz parte das comemorações dos 95 anos de relações diplomáticas entre os dois países.
Após conhecer pontos turísticos da capital federal, como o Memorial JK e a Catedral de Brasília, o presidente romeno chegou, no início da tarde, ao Palácio do Itamaraty, onde ocorreu a cerimônia oficial de recepção.
Em seguida, durante uma reunião no gabinete do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, os dois presidentes trataram de questões estratégicas, como o comércio entre os dois países, a preservação do meio ambiente e as mudanças climáticas, além da importância de fechar o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE).
Durante a conversa, o presidente Lula agradeceu a visita e disse que as trocas comerciais e políticas entre os dois países poderiam ser maiores. O presidente também recebeu de Iohannis um convite para visitar a Romênia. O mandatário romeno também comentou a guerra na Ucrânia, que faz fronteira com seu país, e agradeceu os esforços brasileiros por um acordo de paz.
AMPLIAÇÃO DE PARCERIAS – Em seguida, antes de um almoço com Iohannis no Itamaraty, o presidente Lula fez um rápido pronunciamento, falando sobre a importância histórica da visita, com o 95º aniversário das relações entre os dois países.
"Hoje discutimos um mapa para ampliar as relações bilaterais nos próximos anos. O Brasil é o maior fornecedor não-europeu de alimentos para a Romênia que, por sua vez, também tem uma enorme importância na agricultura da Europa. São promissoras as possibilidades de uma parceria da Embrapa com a Academia de Ciências Agrícolas e Florestais da Romênia”, adiantou o presidente.
Lula também destacou a importância ambiental do país europeu, que detém as maiores reservas florestais nativas do continente. Segundo ele, a Romênia “compartilha da urgência de resolver a questão ambiental”.
Sobre o acordo comercial entre Mercosul e UE, o presidente brasileiro disse que ambos os países têm intenção de fechar a negociação em breve, "para impulsionar a reindustrialização do Brasil".
"Ouvi com muito interesse as considerações do presidente Iohannis sobre a Guerra na Ucrânia, país com o qual a Romênia partilha mais de 600 km de fronteira. Ao mesmo tempo que meu governo condena a violação da integridade territorial da Ucrânia, defendemos uma solução política negociada. Falei da nossa preocupação com os efeitos da guerra que extrapolam o continente europeu e as consequências globais desse conflito, em matéria de segurança alimentar e energética, especialmente nas regiões mais pobres do planeta", declarou.
Por sua vez, o presidente da Romênia disse estar "contente por estar no Brasil nesse contexto de 95 anos de relações entre nossos países" e ratificou a declaração comum assinada com o presidente Lula, visando a ampliação e revitalização das relações entre os dois países, não apenas nas áreas tradicionais, mas visando novos setores – como o da pesquisa agrícola e da comunicação digital. "É necessário fazermos esforços conjuntos para empresários de ambos os países se interessarem em investir", ressaltou.
No contexto sobre a guerra da Ucrânia, Iohannis lembrou que a Romênia tem a maior fronteira de um país-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) com o território ucraniano e que a violação desse território também afeta a segurança de seu país. "Também conversamos sobre as consequências desta guerra, como a questão dos refugiados e a crise energética e alimentícia. Brasil e Romênia se tornaram importantes para manter a segurança alimentar do planeta", disse.
O presidente romeno ainda lembrou a cúpula entre a UE e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que será realizada em julho, em Bruxelas (Bélgica). Segundo ele, será uma oportunidade importante para ampliar as relações entre os blocos.