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YANOMAMI
Profissionais da FN-SUS são capacitados para atuar no combate à malária e à desnutrição
Treinamento será realizado em Boa Vista (RR), ainda nesta segunda-feira (6) - Foto: Julia Prado (MS)
Para intensificar as ações de enfrentamento à situação de emergência em saúde pública que impacta os povos indígenas no território Yanomami, voluntários da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) serão capacitados para atuar em casos específicos de malária e desnutrição. A ação será realizada a partir de uma busca ativa de pacientes dentro da terra indígena, para evitar que indígenas cheguem ao estágio grave das doenças. O treinamento ocorrerá em Boa Vista (RR), ainda nesta segunda-feira (6/2).
Entre os profissionais estão médicos e enfermeiros, habilitados pelo Ministério da Saúde. No último domingo (5), a chegada de 40 novos voluntários da FN-SUS foi finalizada. Destes, 28 vão realizar a capacitação especializada, direcionados para alcançar três polos de atendimento sanitário dentro da território Yanomami: Auaris, Surucucu e Missão Catrimani. Os demais irão completar a equipe que realiza atendimentos na Casa de Saúde Indígena (Casai).
Na semana passada, o Ministério da Saúde enviou cerca de 10 mil testes rápidos de malária, para viabilizar o diagnóstico e o atendimento rápido dos pacientes indígenas. Nessa terça-feira (7), chegarão 15 agentes de Saúde Pública do Estado do Pará para compor a equipe do Distrito Sanitário Especial Indígena de Yanomami (DSEI-Y). O grupo apoiará na busca dos casos e no tratamento supervisionado da doença.
FORÇA NACIONAL DO SUS — Ao longo da última semana, mais de 33 mil profissionais de saúde se inscreveram para participar de forma voluntária da Força Nacional do SUS. A FN-SUS é um programa de cooperação, criado em novembro de 2011, voltado à execução de medidas de prevenção, assistência e repressão a situações epidemiológicas, de desastres ou de desassistência à população — quando é esgotada ou insuficiente a capacidade de resposta do estado ou do município.
DISTRITOS SANITÁRIOS ESPECIAIS INDÍGENAS — O Brasil conta com 34 DSEIs. Dentro deles funcionam os polos de saúde indígena, normalmente compostos por agentes de saúde indígena e unidades básicas de saúde indígena (UBSI). No DSEI Yanomami, em Roraima, deveriam funcionar 31 polos, com 37 UBSIs, abrangendo a população de 30 mil indígenas. Entretanto, com avanço da ocupação ilegal de garimpeiros nesses territórios e a desassistência em saúde, quatro polos foram fechados e os demais tiveram as estruturas e o funcionamento comprometidos.
ASSASSINATO DE INDÍGENAS — A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, chegou neste domingo (5) ao polo de Surucucu para acompanhar as ações promovidas pelo Governo Federal para levar assistência médica de emergência e suprimentos aos indígenas. A ministra recebeu a denúncia do assassinato de três indígenas por garimpeiros. A apuração inicial realizada pela equipe de segurança em campo, confirmou que os corpos estão rendidos na área dos garimpos ilegais, um na região de Hamoxi e os outros dois na região de Parima, na pista do garimpo Xiriana.
O Ministério dos Povos Indígenas e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) solicitaram ao Ministério da Justiça e Segurança Pública uma ação de retirada dos corpos, no intuito de assegurar que familiares possam realizar o ritual cultural de morte, conforme exigência dos Yanomami. A ministra também foi informada sobre a confirmação da morte de mais uma criança por desnutrição. A morte foi na comunidade de Haxiu, a qual não chegava assistência de saúde há mais de um ano.
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