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Brasil reforça compromissos pelo Jogo Limpo em reunião com a Agência Mundial Antidopagem
Banka, a ministra Ana Moser e o presidente Lula: parceria pelo Jogo Limpo. Foto: Ricardo Stuckert/ PR
Visto internacionalmente como uma das grandes potências olímpicas e paralímpicas, o Brasil tem grande potencial de contribuição regional e global para a disseminação de uma cultura de valores éticos no esporte. Essa perspectiva foi revelada pelo presidente da Agência Mundial Antidopagem (WADA na sigla em inglês), Wiltod Banka, após encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra do Esporte, Ana Moser, nesta terça (7/2), no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).
“O objetivo da minha visita foi debater o que podemos fazer mais, como podemos contribuir mais. O esporte tem o poder de unir as pessoas, de construir emoções positivas, mas apenas o esporte sem doping, sem corrupção. Nós sabemos que o Brasil tem um importante papel a desempenhar não apenas no continente, mas no mundo, nas ações contra a dopagem”, comentou Banka.
A WADA é uma organização independente, criada por iniciativa coletiva e liderada pelo Comité Olímpico Internacional (COI). Fundada em novembro de 1999, tem por objetivo liderar um movimento mundial colaborativo para o esporte livre da dopagem. Cobre 191 países e tem mais de 700 signatários, entre confederações esportivas, associações e entidades organizadoras de eventos. A governança e o financiamento são baseados em parceria igualitária entre o Movimento Esportivo e governos de todo o mundo.
“Hoje, o controle de dopagem é muito equipado. Somos capazes de sancionar países. Conseguimos acionar investigadores. Colaboramos com a Interpol e entidades similares em diferentes países. Nossa missão é achar o equilíbrio entre detectar o doping e punir os infratores e prevenir e educar para o Jogo Limpo. Por isso, precisamos desse suporte dos Governos, e tivemos uma ótima conversa”, disse Banka.
No Brasil, o movimento pela defesa do Jogo Limpo e pelas ações de disseminação de valores éticos no esporte é consolidado em torno de um tripé. A Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), ligada ao Ministério do Esporte, o Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD) e o Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD)
O LBCD passou por grande modernização com a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Na época, a estrutura localizada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) recebeu aporte de R$ 280 milhões do Governo Federal em equipamentos, estrutura e capacidade de coleta e análise de exames.
O LBCD atua na área da Ciência Antidopagem, realizando análises para diversas Autoridades de Testes e desenvolvendo pesquisas científicas de caráter multidisciplinar, que incluem as áreas de Química Analítica, Toxicologia Analítica, Química Clínica, estudo do metabolismo de agentes dopantes, entre outras. O LBCD é o único laboratório da América do Sul reconhecido pela WADA. Atualmente, há apenas 26 laboratórios credenciados em 23 países.
“Há uma expectativa da WADA de que o Brasil assuma cada vez mais a responsabilidade no Brasil, na América do Sul e no mundo nessa questão do Jogo Limpo e do controle de dopagem. O presidente Lula ressaltou no encontro a preocupação dele com a proteção dos atletas, das crianças, com a educação para a questão da ética e dos valores”, explicou Ana Moser.