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Pronunciamento
"Eu tenho um Brasil a zelar", afirma presidente Bolsonaro
Pronunciamento do Presidente da República, Jair Bolsonaro. - Foto: Alan Santos/PR
Acompanhado por ministros, o presidente da República, Jair Bolsonaro, fez um pronunciamento, no Palácio do Planalto, nesta sexta-feira (24), sobre a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em seu discurso, destacou o trabalho da Polícia Federal e a autonomia da instituição nas investigações.
“Não existe possiblidade de interferência na Polícia Federal. Sua própria estrutura e seus profissionais garantem autonomia de suas investigações. Essa autonomia é inerente à instituição, independente de governos”, disse.
“E o que eu quero, o que nós queremos, da Polícia Federal? Que ela seja usada em sua plenitude, que as suas operações sejam, no mínimo, mantidas, no que depender de mim, potencializadas, que é com o trabalho dela que nós damos esperança, num primeiro momento, à população brasileira. O combate à corrupção, o combate ao crime organizado”, destacou.
O presidente se mostrou decepcionado com o posicionamento de Moro em sua saída do governo. “Estou decepcionado e surpreso com seu comportamento. Não se dignou a me procurar e preferiu uma coletiva de imprensa para comunicar sua decisão”.
“Meu compromisso é com a verdade, sem distorções. Não são verdadeiras as insinuações de que eu gostaria de saber sobre investigações em andamento”, afirmou.
A saída de Moro ocorreu após Bolsonaro ter exonerado o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. O presidente esclareceu que, ao convidar Moro para o cargo, informou que os ministros teriam autonomia na condução dos ministérios, porém Bolsonaro deveria estar de acordo com a nomeação de cargos-chave.
“Autonomia não é sinal de soberania. A todos os ministros, e a ele também, falei do meu poder de veto. Os cargos-chave teriam que passar pelas minhas mãos, e eu daria sinal verde ou não", afirmou.
E lembrou que, apesar de ter a prerrogativa legal de indicar e exonerar a direção da Polícia Federal, deixou a escolha a cargo de Moro. “Apesar de a lei de 2014 dizer que a indicação para esse cargo e a nomeação é exclusiva do presidente da República, abri mão disso porque confiava no senhor Sérgio Moro".
Bolsonaro ainda relatou que conversou com o ex-diretor da Polícia Federal nesta quinta-feira (23). “A exoneração ocorreu após uma conversa minha com o ministro da Justiça pela manhã de ontem. À noite, eu e o doutor Valeixo conversamos por telefone e ele concordou com a exoneração a pedido”.
O presidente destacou que tem um país a zelar e que continuará empenhado em entregar um país melhor à população. “Continuarei fiel a todos os brasileiros, seguirei no combate à corrupção, às organizações criminosas, e no trabalho para a redução da criminalidade. O governo continua, o governo não pode perder a autoridade por questões pessoais de alguém que se antecipa a projetos outros”, disse.
E completou: “Travo o bom combate. A minha preocupação é entregar o Brasil para quem vier me suceder no futuro, bem melhor do que recebi em janeiro do ano passado”.