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RELAÇÕES EXTERIORES
Novas oportunidades de relações bilaterais com os EUA devem ser exploradas em visita presidencial
Presidente da República Jair Bolsonaro acompanhado da Primeira-Dama Michelle Bolsonaro, desembarcam no Aeroporto Internacional de Palm Beac - Foto: Isac Nóbrega/PR
Entre os dias 8 e 10 de março, o presidente da República, Jair Bolsonaro, participa de eventos com empresários e investidores nos Estados Unidos. O roteiro da viagem presidencial ainda inclui visita a uma unidade do Departamento de Defesa americano e à fábrica da Embraer na Flórida, estado que abriga expressiva comunidade brasileira e com o qual o Brasil já possui fortes vínculos econômicos e comerciais. Essa visita, a quarta do presidente aos Estados Unidos, é resultado de um convite do senador e ex-governador do estado Rick Scott.
A oportunidade poderá aproximar ainda mais Brasil e Estados Unidos, os dois maiores países do continente americano. Ambos possuem economias dinâmicas e diversificadas e grande convergência de valores e interesses. Os Estados Unidos são o principal destino das exportações brasileiras de produtos manufaturados, além de ser um investidor tradicional no Brasil: empresas atuam no mercado brasileiro há mais de cem anos.
As empresas brasileiras, por sua vez, têm investido cada vez mais nos EUA como forma de ganhar escala, absorver tecnologia e lançar-se ao mundo. As relações entre as respectivas sociedades também têm ganhado importância por meio do incremento de viagens de turismo e negócios, intercâmbio acadêmico e atividades culturais.
Comércio
O fluxo de comércio Brasil – EUA, de janeiro a novembro de 2019, foi de US$ 54,9 bilhões. Nesse período, as exportações brasileiras aos EUA (US$ 26,95 bilhões) aumentaram 2,78%, enquanto as importações de bens norte-americanos (US$ 27,96 bilhões) aumentaram 6,29% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
No ano passado, os principais bens exportados pelo Brasil foram óleo bruto de petróleo, semimanufaturados de ferro e aço e aviões, que representaram 26,3% do fluxo de bens vendidos aos EUA. Os principais produtos importados desse país foram óleos combustíveis, medicamentos para medicina humana e veterinária e gasolina, que representaram 19%, 3,8% e 4,6% das compras brasileiras dos EUA respectivamente.
Apesar da densidade das relações bilaterais entre esses países, há muitas e novas oportunidades que ainda podem ser exploradas nos mais diversos campos, com destaque para a integração de cadeias de valor, a melhoria do ambiente de negócios e o fomento dos investimentos, a facilitação e desburocratização do comércio, a ampliação das iniciativas conjuntas em ciência, tecnologia e inovação e o fortalecimento da cooperação em matéria defesa, segurança, energia, espaço exterior, educação e cultura.
Cooperação
A intensa interlocução entre os governos do Brasil e dos EUA ocorre por meio de mais de trinta mecanismos de cooperação. Entre os principais fóruns de coordenação bilateral, destacam-se:
• Diálogo de Parceria Global (conduzido pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil e o secretário de Estado dos Estados Unidos);
• Diálogo de Cooperação em Defesa (conduzido pelo ministro da Defesa do Brasil e o secretário de Defesa dos Estados Unidos);
• Fórum Permanente de Segurança Brasil-EUA;
• Fórum de Altos Executivos Brasil–Estados Unidos;
• Fórum de Energia Brasil-Estados Unidos;
• Diálogo Econômico-Financeiro;
• Diálogo Comercial;
• Comissão de Relações Econômicas e Comerciais (ATEC).
As recomendações e projetos que surgem no âmbito desses arranjos formais são submetidas à atenção dos presidentes de ambos os países.
Acordos firmados em 2019
Nos dias 18 e 19 de março de 2019, o presidente brasileiro realizou visita oficial aos EUA. Foi a primeira de caráter bilateral realizada por Jair Bolsonaro ao exterior e representou novo marco na relação entre os países.
Entre os resultados da visita, sobressaem os seguintes: a isenção de visto de visita para nacionais dos EUA que desejam viajar ao Brasil; a assinatura de Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, que permitirá lançamentos comerciais dos EUA a partir do Centro Espacial de Alcântara; a assinatura de acordo entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a NASA para o desenvolvimento de um pequeno satélite de monitoramento do clima espacial; declaração de apoio dos EUA para o ingresso do Brasil como membro pleno da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE); entre outros.
Com informações do Ministério das Relações Exteriores