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Em pronunciamento na TV, Bolsonaro diz que não há motivo para pânico sobre o coronavírus
- Foto: Carolina Antunes/PR
Em pronunciamento na TV na noite desta sexta-feira (6), o presidente Jair Bolsonaro pediu união e tranquilidade à população brasileira diante do desafio de enfrentar a situação de vigilância epidemiológica imposta pelo novo coronavírus. No Brasil, já são 13 casos confirmados. "O momento é de união. Ainda que o problema possa se agravar, não é motivo para pânico. Seguir rigorosamente as recomendações dos especialistas é a melhor medida de prevenção", disse o presidente.
Bolsonaro ressaltou que o Governo Federal reforçou seus sistemas de vigilância em portos, aeroportos e unidades de saúde e foi o primeiro país da América do Sul a lidar com a enfermidade.
Também anunciou medidas para reforçar a assistência hospitalar no enfrentamento ao coronavírus no Brasil. "Determinei ações que implicam o funcionamento dos postos de saúde, bem como reforço a nossos hospitais e laboratórios. Convoco a população brasileira, em especial os profissionais de saúde, para que trabalhemos unidos e superemos juntos essa situação.", afirmou em pronunciamento.
Medidas
O Ministério da Saúde detalhou as medidas para ampliar o atendimento à população. Os primeiros reforços serão na Atenção Primária, a porta de entrada para receber os pacientes no SUS, para evitar que as pessoas procurem os hospitais em um cenário de grande circulação do coronavírus. O programa Saúde na Hora será ampliado nos municípios, aumentando as unidades de saúde que ficam abertas até às 22h ou aos finais de semana para atender à população.
Também estão entre as ações o chamamento de médicos para o programa Mais Médicos como reforço no atendimento nas Unidades de Saúde da Família (USF); a organização da rotina de pacientes com doenças crônicas; a disponibilização da telemedicina no auxílio ao atendimento de doentes graves pelo COVID-19; e a ampliação de leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).
“Essas medidas são típicas da organização do nosso sistema de saúde pública. Temos um país continental e precisamos nos preparar para todas as possibilidades que esse vírus possa nos trazer”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, durante coletiva de imprensa, na tarde esta sexta-feira (6).
Assistência
O Ministério da Saúde prepara chamamento de médicos para o programa Mais Médicos. Os profissionais de saúde poderão atuar nas USFs dos municípios de perfis de 1 a 8. A novidade é que serão atendidos os perfis de 1 a 3, que são capitais e grandes centros urbanos, locais com maior concentração de pessoas e onde o vírus pode ter maior transmissibilidade. As localidades de 4 a 8, que contemplam as regiões mais vulneráveis, também serão beneficiadas.
Ainda na Atenção Primária, o Ministério da Saúde irá orientar os estados e municípios, sobretudo as cidades mais distantes dos grandes centros, no manejo dos pacientes portadores de doenças crônicas. A ideia é antecipar exames e procedimentos para evitar que essas pessoas tenham de ir à unidade de saúde em um cenário de grande circulação do coronavírus.
A telemedicina também será disponibilizada à Atenção Primária, além da Especializada, para que os profissionais de saúde possam trocar informações e impressões Brasil a fora sobre a evolução da condição do paciente com coronavírus, sobretudo os mais graves.
Na rede hospitalar, o Ministério da Saúde vai atender de imediato todas as solicitações de habilitação de leitos de UTI para que o sistema amplie a capacidade de auto-organização. “Embora tenhamos habilitado todas as solicitações de leitos de UTI no Brasil no ano passado – mais de mil -, já temos pedidos este ano. São 100 leitos que serão habilitados imediatamente. Também estamos conversando com os estados para saber a possibilidade de abrir mais leitos de UTI”, garantiu Mandetta.