Live do presidente durante visita à comunidade de Campo Novo, em Tefé (AM)
Estamos na cidade de Alvarenga, no estado do Amazonas. Nós viemos aqui para saber o que está acontecendo com esses rios caudalosos, que a gente sempre teve a impressão, em São Paulo e no Brasil, de que jamais esses rios secariam do jeito que estão secando. E me parece que ele baixou quase tudo o que tinha direito de baixar. Então, nós viemos aqui, eu vim aqui com vários ministros.
Eu estou aqui com o Moisés, que é o presidente da comunidade. Eu estou aqui com o Erenilson, que é do Conselho Fiscal, e estou aqui com a esposa dele que vai falar também. Mas, junto comigo, está a Marina Silva (ministra do Meio Ambiente); está a Sônia Guajajara (ministra do Povos Indígenas); está o presidente da ICMBio (Mauro Pires); está o presidente do Ibama (Rodrigo Agostinho); está o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, nosso companheiro Waldez Góes; está aqui o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, o Silvio Costa (ministro de Portos e Aeroportos), que veio assumir o compromisso de fazer dragagem nos rios que podem fazer dragagem.
Está aqui também o companheiro Rui Costa (ministro da Casa Civil), que veio aqui para anotar tudo e depois arrumar dinheiro para a gente cuidar desse povo. Está aqui a companheira, a ministra Nísia (Trindade), ministra da Saúde, que ela vai ouvir bons relatos de como está a saúde nessas comunidades distantes. Falta alguém para eu apresentar?
Está aqui o governador Wilson (Lima, governador do Amazonas); está aqui o nosso ministro Wellignton (Dias), que é o ministro de Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Está o governador do estado do Amazonas, está o senador Eduardo Braga, está o senador Omar Aziz. Estão os prefeitos, tanto de Tefé quanto o prefeito de Alvarenga. Eles não podem nem aparecer porque eles são candidatos para a reeleição, então, se aparecer vão ser cassados, então nem apareçam. Saíam daqui!
Bem, o ideal aqui... Ah, e meu querido ministro José Múcio, que é o ministro da Defesa. Junto com ele está o comandante do exército (Richard Nunes), que veio aqui, arrumou esses aviões para a gente fazer essa vinda aqui, porque foi difícil vir aqui, cara. Eu pensei que tinha ônibus, não tinha. Pensei que tinha táxi, não tinha. Pensei que tinha aeroporto, não tinha. Como é que a gente vinha aqui? Eu queria vir de barco, porque como eu sou um bom pescador, se eu venho de barco com molinete, eu venho pegando peixe, mas também não podia vir de barco.
Então, o que eu quero é saber como é que estão as crianças de vocês na escola, como é que está a questão da saúde e outras coisas que vocês quiserem falar.
Então, com vocês, da Rádio Lula, o companheiro Moisés.
Moisés: Então, o que eu queria falar é que nossa situação aqui, presidente, está muito complicada para gente, né? Principalmente na seca. Seca de dois anos atrás, ela foi muito ruim pra gente, né? Ficou bastante. As condições eram poucas para gente chegar até a cidade, ficou muito difícil, né? Então, no momento também do nosso trabalho aqui, da nossa cultura de mandiocas. Hoje, nós não podemos trabalhar, não podemos fazer farinha porque os poços de igarapés também secaram. Então, nós não temos mais condições de fazer.
Presidente: Não, explica para o povo que não tá aqui entender. Vocês plantam mandioca num pequeno terreno de vocês. Aí, vocês precisam que os igarapés estejam cheios d'água para vocês poderem transportar a farinha que vocês produzem. Como os igarapés, o rio secou. Os igarapés secaram, vocês não têm como tirar a produção de vocês.
Moisés: É verdade, não temos como tirar porque secou, os igarapés secaram, não podemos mais fazer a farinha, que a nossa produção tirava de lá, a nossa produção, né? Devido à seca que muito grande, nós não temos mais essas condições para nós tirar, né? Precisamos de ajuda para nós melhorarmos o nosso trabalho. Nós precisamos fazer para nós mantermos a nossa comunidade, né?
Lula: E me diga uma coisa: como é que tá a educação aqui na comunidade?
Moisés: A educação aqui não tá assim 10%, possamos dizer. Porque nós estamos, temos poucas, não temos escola, justamente, o prefeito já falou para gente que vai, tá com material já pra fazer escola só para o ano, né? Então, a situação aqui da escola, da educação, está muito difícil, né? Temos professor só do primeiro ao quinto ano, né? E o pré, né? O terceiro, o quarto, o quinto lá para frente, o oitavo, até o oitavo não temos lá na nossa comunidade. É uma coisa que precisamos melhorar também.
Lula: E me diga uma coisa: e a saúde? Veio médico aqui?
Moisés: Veio. Médico no começo do ano, o prefeito trouxe uma equipe de médicos aqui pra gente no começo do ano.
Lula: É só pra você lembrar, nós estamos no meio de setembro, você tá falando do começo do ano, isso significa nove meses.
Moisés: Foi o que? Foi em fevereiro, né? Foi em fevereiro.
Lula: E de lá pra cá não veio mais médico?
Moisés: Não, não veio mais.
Lula: Nem pediatra, nem médico pra cuidar das mulheres que estão grávidas?
Moisés: Não veio.
Lula: E enfermeiro, veio?
Moisés: Não veio.
Lula: Nem técnico de saúde?
Moisés: Veio aqui, eu técnico lá...
Lula: Eu tô perguntando para você porque a ministra da Saúde tá aqui. Ela está aqui. Ela é a mulher que comanda a saúde no Brasil. Então, é a segunda comunidade que eu vejo que o médico deve vir aqui. Vem muito pouco aqui. Então, é preciso que o Governo Federal, junto com o governo estadual, junto com a prefeitura encontre um jeito de criar condições. Pode ter uma lancha, sabe, fazendo o papel de ambulância, pode ter... Eu lembro que quando o Eduardo Braga era governador, nós fizemos várias lanchas, sabe, para levar a criança na escola quando a gente criou, sabe, o ProUni, quando a gente começou a investir. O Haddad era ministro da educação.
Nísia: Nós temos, presidente, as unidades viagens de saúde. Mas não aqui.
Lula: Mas não aqui,
Nísia: Não está passando aqui, provavelmente.
Lula: Então, é preciso a gente ver como é que a gente vai fazer, tá? E deixa eu falar: como é que vocês levam para cidade a mandioca que vocês plantam?
Moisés: Aqui nós arranca a mandioca, colocamos de molho e põe uma farinha. Aí, justamente a gente leva de canoa, de barco, quando está cheio.
Lula: Mas de barco demora muito, de canoa demora muito.
Moisés: Demora muito.
Lula: Quando vai de barco a motor, uma voadeira, quanto tempo demora?
Moisés: Quando tá cheio o rio, a gente gasta três horas de viagem.
Lula: Três horas? E quando não tem voadeira, é canoinha?
Moisés: É canoinha.
Lula: Quanto tempo demora?
Moisés: Quando tá cheio, é seis horas.
Lula: E quando tá vazio assim?
Moisés: E quando tá vazio assim, 10 horas de viagem.
Marina Silva: Quantos metros você acha que baixou o rio aqui?
Moisés: Não tem uma base, não, mas baixou bastante, né? Pela medida que tem aí...
Lula: Moisés, deixa eu fazer outra pergunta pra você. E a energia elétrica? Aqui tem Luz para Todos?
Moisés. Tem, mas a gente usa pouco. Não está sendo uma luz de qualidade.
Lula: Não tá?
Moacir: Não tá.
Lula: Olha aqui, companheiro. Alexandre Silveira, não está de qualidade Luz para Todos aqui. É bom que eu vou mandar esse vídeo pra você assistir. Quem está dizendo é o Moisés, que é presidente da comunidade e quem tá dizendo é o Erenilson, que é o Conselho Fiscal. Eles tão dizendo que a Luz para Todos aqui não está a contento. Precisa que a gente dê uma olhada o que falta fazer aqui.
Além do Luz para Todos, você tem água potável?
Erenilson: A água potável a gente usa o poço artesiano. A água potável a gente não tem.
Lula: Mas daí vem na bomba?
Erenilson: Isso. A gente teve um problema aqui com a água. Há duas semanas, a nossa bomba queimou e a gente ficou duas semanas sem água. A gente começou a utilizar a água do igarapé e a água só começou a prejudicar. Várias pessoas começaram a adoecer, com vômito, diarreia.
Lula: Aqui está o Ministro da Integração Nacional. Aquele moço ali, que é do Amapá, Portanto, ele conhece bem a Amazônia. E ele vai ter que vir aqui para ver como é que a gente cuida para que vocês não tenham problema de água potável. E nós trouxemos agora de São Paulo uma quantidade de purificador de água que, certamente, o governador vai nos ajudar a trazer das comunidades junto com os prefeitos. Que dá pra você pegar aquela água do rio do jeito que tá, colocar no purificador, e ela vai purificar 5 mil litros d'água por hora para você poder beber na beira do rio.
Você vai ver a água entrar suja e você vai tomar ela limpa. Tá? Nós trouxemos 150. Vamos ver como é que a gente faz a distribuição aqui. A ministra Nísia vai ver esse negócio da saúde. A nossa Sônia Guajajara vai cuidar para ver como é que está a comunidade indígena aqui. E os nossos companheiros do ICMBio vão cuidar para que a floresta fique em pé e vocês só desmatem aquilo que vocês plantam para comer.
Agora vocês precisam... Aqui já veio a Embrapa?
Erenilson: Não.
Lula: Aqui já veio o ministro do Desenvolvimento Agrário (Paulo Teixeira)? O pequeno e médio... O ministro que cuida da agricultura familiar. Porque sabe o que eu estou estranhando? Eu estou estranhando que vocês poderiam plantar um pouquinho de feijão. Feijão dá em 90 dias, cara. Você planta um pouquinho, você vai colher três sacos de feijão. Dá para comer um ano. E plantar um pouquinho de milho também. Eu vou falar com o ministro para ele dar uma caminhada para aqui, porque o pessoal gosta muito de São Paulo, do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte.
Mas vir aqui, sabe, na comunidade Campo Novo é mais difícil. É mais difícil. Mas nós vamos vir. Vamos vir e vamos tentar ver se a gente dá condições para vocês produzirem mais alimento para vocês comerem. Não pode ser só mandioca. Não pode ser só mandioca.
Técnica Renata: De forma de reaproveitar o solo onde já teve a plantação de mandioca. Porque a tendência deles é abrir uma nova área.
Lula: Ah, não. Aí tem que fazer o manejo da terra cada vez. Você plantou mandioca hoje, depois você plantou outra coisa. Sabe? Nós vamos tentar ajudar vocês.
Eu tô assumindo um compromisso de que o ministro do Desenvolvimento Agrário, junto com o técnico do ministério, vão vir aqui conhecer a comunidade de Campo Novo e outras comunidades que têm só plantação de mandioca. Não é possível. Não é possível.
Você tem que plantar mais coisa. Você planta um pé de fruta aqui?
Erenilson: Plantamos.
Lula: O que?
Erenilson: O cacau, o caju, a banana.
Lula: Manga dá aqui?
Erenilson: Manga, plantamos.
Lula: Tá boa?
Erenilson: Abacaxi, cará.
Lula: Abacaxi é bom.
Erenilson: Macaxeira.
Lula: Inhame? Inhame também você planta?
Erenilson: Não. Só o cará.
Lula: Companheiro, você disse que a sua mulher vai falar. A Jaqueline. Jaqueline, conta aqui. Como é a vida de uma mulher aqui em Campo Novo?
Jaqueline: A vida de uma mulher aqui em Campo Novo é uma vida, bem dizer, igual a dos homens. As mulheres vão junto dos homens para a roça. Quando chega da roça, que não tem água lá nos seus tanques, a mulher pega a sua bacia e vai para a beira depois de ter passado o dia.
Lula: Para a beira do rio?
Jaqueline: Para a beira do rio.
Lula: O que? Mas agora que a água está suja, como é que você vai lavar a roupa?
Jaqueline: A gente lava assim mesmo.
Lula: Mas aí não suja a roupa, não limpa.
Jaqueline: Não limpa, mas dá para usar.
Lula: Deixa eu ver essa sua camisa aqui. Foi lavada na beira do rio?
Erenilson: Foi.
Lula: Ela que lava?
Erenilson: Ela que lava.
Lula: E por que você não lava?
Erenilson: Porque eu me ocupo de outras coisas, e ela se ocupa de outras coisas.
Lula: Mas ela disse que vai para a roça trabalhar com você.
Jaqueline: Porque, tipo, as mulheres trabalham mais que os homens. Trabalham muito mais.
Lula: Esse é um problema. É que as mulheres já aprenderam a ir para o campo trabalhar com os homens. Mas os homens não aprenderam a ir para a cozinha trabalhar com as mulheres.
Erenilson: Mas eu vou para a cozinha nessa parte.
Lula: Você faz o quê?
Erenilson: Eu faço almoço, eu faço janta.
Lula: Você sabe cozinhar?
Erenilson: Um pouco.
Lula: Você não sabe nem fritar ovo, cara.
Nísia: Não convenceu o presidente.
Lula: Marina (ministra do Meio Ambiente), quer falar um pouco, Marina?
Marina: Quero sim, senhor. Aqui é a mesma coisa, presidente. É dentro da Flona (Floresta Nacional). Essa comunidade tem aproximadamente 20 famílias e elas estão vivendo aqui numa situação de muita penúria. Primeiro porque o rio baixou de uma forma assustadora. Se a gente olhar do leito do rio até próximo da varanda dessa casa, quantos metros nós não temos de baixa do rio? A cada ano, a gente está perdendo a quantidade de peixes do rio e, a cada ano, eles vão perdendo cada vez mais a mobilidade. Isso é um processo duplo. A mudança do clima, baixa quantidade de chuva e muita evapotranspiração da água. O rio baixa muito rapidamente. A gente tem que trabalhar em várias frentes aqui. A frente da assistência social, da emergência, a frente do combate ao desmatamento, enfrentamento da mudança do clima e muita parceria com a comunidade.
Inclusive, a gente usando as tecnologias da Embrapa para fazer o aproveitamento das áreas que foram abertas para que não tenha que, a cada ano, abrir novas áreas e fazer mais desmatamento na floresta.
Planta mandioca, a gente pode trabalhar o consórcio, presidente. Você fazer um consórcio, sistemas agroflorestais, aonde você planta o cupuaçu. Você pode plantar a pupunha, você pode plantar o açaí e um pouco de mandioca, um pouco de milho, um pouco de feijão, um pouco de melancia, um pouco de jerimum. Isso é o que a gente chama de um sistema consorciado de produção. Então, aqui, o ICMBio está trabalhando muito.
Essa Flona sofreu uma pressão muito grande de desmatamento, como você viu. Desde a década de 1980 que ela foi criada e, agora, todo esse pessoal que está aqui, junto com a comunidade, em parceria com as autoridades locais e estaduais, tentando fazer um processo de recuperação. Foram quatro anos de abandono também das políticas do ICMBio.
Lula: Vamos ver se a ministra Nísia... Moisés, agora vai falar a nossa ministra da Saúde. Ela ouviu o que você falou que o último médico que veio aqui foi em fevereiro. Portanto, nós estamos no mês de setembro, Nísia. Então, era importante que você depois conversasse com o prefeito, com o governador, para ver como é que a gente vai resolver isso.
Nísia: Com certeza. Presidente, todas as vagas do Mais Médicos foram tratadas com as prefeituras. Então, vamos tratar com os prefeitos para reforçar essa presença de médicos e também de enfermeiros, técnicos de enfermagem que são muito importantes. Então, acho que temos que fazer isso mesmo, presidente.
Tem um problema que a gente tem em algumas áreas, a dificuldade dos profissionais de saúde me relataram, que eu falei com o senhor, que é um problema de insegurança, de pirataria. Isso está mais nas áreas indígenas. Então, temos que garantir essa segurança também, mas vamos trabalhar para ter mais médicos.
Eu acho importante dizer que a alimentação escolar está chegando aqui. Então, eles não estão com problemas, as crianças, de alimentação escolar, o que já é uma coisa boa. Mas a água, agora, eu acho que tem que ser prioridade mesmo, total. E, claro, que assistência à saúde que a gente vai cuidar junto com o prefeito.
Lula: Muito bem. Erenilson, mais alguma coisa? Você disse que é do Conselho Fiscal. Como é que você junta dinheiro na comunidade aqui, na associação? Quem paga?
Erenilson: Quem paga, a renda aqui é pouca, por exemplo.
Lula: E para que é que precisa do Conselho Fiscal?
Erenilson: O Conselho Fiscal, por exemplo, a gente faz uma cooperação na comunidade, aí, aquele dinheirinho que entra, por exemplo, aqui a gente tem uma renda de, o Sr. Lucenildo dele faz uma doação para a gente de 150 litros de diesel por mês. Aí, aqui a gente reúne o povo da comunidade para comprar mais de 50 reais de cada casa para a gente inteirar aquele dinheiro para inteirar o dízimo.
Lula: É você o Banco Central aqui?
Erenilson: E a gente recebe esse dinheiro. É o único dinheiro que a gente recebe.
Lula: E você é o presidente do Banco Central?
Erenilson: Sim.
Lula: Então, deixa eu falar. Aqui tem Bolsa Família?
Erenilson: Tem, sim.
Lula: Toda a comunidade recebe?
Erenilson: Toda a comunidade.
Lula: Aqui tem o Bolsa Verde?
Erenilson: Não.
Lula: Porque nós criamos agora um fundo para que as pessoas que estão preservando a nossa floresta recebam ajuda? Não chegou ainda você?
Erenilson: Ainda não.
Lula: Você já foi cadastrado?
Erenilson: Ainda não.
Técnico: Essa semana começou o trabalho de cadastramento de todas as famílias da Floresta Nacional do Rio.
Lula: Logo você vai receber mais dinheiro. É isso. Bem, gente, nós vamos terminar. Nós vamos terminar porque eu já estou com duas horas de atraso. Eu agora tenho que ir para Suframa, tenho que ouvir os prefeitos reclamarem, tenho que fazer os prefeitos fazerem a reivindicação. Olha o tamanho do prefeito de Tefé. Se ele ficar bravo, eu saio correndo daqui do estado do Amazonas, cara.
Então, eu queria dizer para você que, para mim, foi uma alegria extraordinária poder conhecer essa comunidade de Campo Novo. Foi um prazer extraordinário conhecer uma menininha que me chamou de vovô aqui. Eu nem sabia que eu tinha uma neta aqui. Acabei de arrumar a neta. Aqui, eu encontrei uma menina que quer ser prefeita de Manaus. E aqui eu encontrei uma comunidade feliz.
É bom saber... É bom saber... É bom saber que, mesmo em uma situação adversa, vocês não perdem o otimismo, tá? Eu te confesso que eu não precisaria vir aqui para saber dessas coisas que vocês contaram. Eu poderia falar com o governador, falar com o prefeito, falar com os senadores.
Mas eu vim aqui para poder olhar na sua cara. Para poder olhar na cara do Moisés. Para poder ver a cara das mulheres, das crianças. Porque aquilo que os olhos não veem, o coração não sente. E eu vim aqui para sentir o drama de vocês. E pode ficar certo que nós vamos ser sócios de vocês para encontrar a solução.
Moisés, toca aqui na minha mão, querido.
Erenilson: E para a gente... E para a gente foi um privilégio muito grande receber o senhor aqui na nossa comunidade. E o senhor está realizando o sonho desde criança.
Lula: Você imaginava que eu vinha aqui?
Erenilson: Nunca imaginaria. Nunca imaginaria. A gente soube da notícia anteontem. Quando a gente soube era nove horas da noite, que o senhor estava vindo para cá. Quando a gente espalhou na comunidade, o pessoal, muitos não acreditaram. “O presidente vai vir para cá?” A gente falou: “Sim, vai.”
Aí, do nada, me mandaram mensagem de lá falando para me organizar o pessoal aqui. Eu comecei a entrar em ação. E hoje está aqui, olha, se tornando realidade um sonho que a gente teve desde criança. Hoje, a gente está aqui de frente com o senhor.
Para nós, é uma honra muito grande. E a gente fica muito feliz com a sua visita na nossa comunidade e sempre que o senhor quiser vir, a gente está de braços abertos para receber o senhor. Muito obrigado.
Lula: Muito bem querido. Um abraço.
Moisés: Tem uma coisa aqui. Tá vendo essas casas aqui? Essas casas são da sua época. Essas casas foram feitas aqui. E, hoje, estão preparando a reforma dessas casas. Era tudo da época que o senhor era presidente...
Lula: No outro mandato meu?
Moisés: Foi. Foi subindo. Eu vou botar a situação aí. Agora também vai virar para o senhor.
Lula: Vou falar com o ministro das Cidades (Jader Filho) como é que a gente vai ajudar vocês.
Um abraço, gente. Um abraço. E até outro dia, se Deus quiser.
Estamos deixando a comunidade de Campo Novo. Estamos indo agora para Tefé, de Tefé para Manaus. De Manaus para a Suframa. Da Suframa para Brasília.
Um beijo no coração de vocês.