Entrevista do presidente Lula antes da posse da primeira presidenta do México, Claudia Sheinbaum, na Cidade do México
Repórter: Bom dia, presidente. Vamos fazer um balanço aqui, presidente? A visita no México, como é que foi?
Presidente Lula: Nós estamos atrasados.
Repórter: O senhor prometeu. Só duas perguntinhas. Como foi a reunião? Com a [Claudia] Sheinbaum [primeira presidenta do México].
Presidente Lula: Não dá para conversar depois da posse?
Repórter: O senhor já vai decolar depois da posse. O senhor vai para o aeroporto. Como foi com a Sheinbaum?
Presidente Lula: Primeiro, a reunião com o López Obrador [ex-presidente do México] foi muito importante. Vocês sabem que eu tinha muita gratidão porque o presidente López Obrador me recebeu aqui quando eu não era presidente. Me deu uma atenção especial. Então, eu tinha um compromisso de vir aqui antes de terminar o mandato dele.
Segundo, o México começou um processo de abertura muito interessante para o Brasil. E nós chegamos a um fluxo comercial acima de 14 bilhões de dólares. E há a possibilidade de crescimento muito mais. E, depois, a segunda razão era por causa da posse da presidenta Claudia, com quem eu tive uma conversa ontem. E acho que o mundo vai se surpreender com a qualidade da presidenta do México.
Ela é uma mulher extremamente preparada, do ponto de vista político. Ela é uma mulher extremamente simpática. Ela é uma mulher que vai fazer com que as mulheres sintam orgulho de entrar na política.
Espero que ela, com o jeito dela fazer política, ela possa contribuir para que as mulheres do mundo inteiro percebam que está na hora das mulheres, que são maioria em todos os países do mundo, assumam definitivamente que a política é coisa de mulher.
Repórter: Repatriação no Líbano é importante, presidente?
Presidente Lula: Eu acho que é importante. Nós vamos fazer isso em todo o lugar que for preciso. Agora, o que eu lamento é o comportamento do governo de Israel. Sinceramente, é inexplicável que o Conselho da ONU não tenha autoridade moral e política de fazer com que Israel se sente numa mesa para conversar, ao invés de só saber matar.