Entrevista concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Voz do Brasil
NARRAÇÃO: Atenção radialistas de todo o Brasil. É hora de noticiar os fatos que ajudam a construir um novo país. Direto dos estúdios da Empresa Brasil de Comunicação, em Brasília. Vem aí a Voz do Brasil.
LUCIANO SEIXAS: Em Brasília e 19 horas.
NARRAÇÃO: Está no ar a Voz do Brasil. As notícias do governo federal que movimentaram o país no dia de hoje.
MARIANA JUNGMANN: Boa noite.
LUCIANO SEIXAS: Boa noite para você que nos acompanha em todo o país.
MARIANA JUNGMANN: Segunda feira, 10 de abril de 2023.
LUCIANO SEIXAS: E vamos ao destaque do dia. Obras de infraestrutura para gerar empregos e retomar o crescimento da economia.
MARIANA JUNGMANN: A volta da negociação com outros países para atrair investimentos e exportar cada vez mais.
LUCIANO SEIXAS: Retomada de políticas sociais como o Bolsa Família, com o aumento de renda para quem mais precisa.
MARIANA JUNGMANN: Cuidado com indígenas, ações de igualdade racial e políticas para as mulheres.
LUCIANO SEIXAS: Para falar destas e outras ações dos primeiros 100 dias de governo, a Voz do Brasil entrevista com exclusividade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
MARIANA JUNGMANN: Hoje, na apresentação, eu, Mariana Jungmann e Luciano Seixas.
LUCIANO SEIXAS: E a sexta gente ao vivo pela internet. Acesso voz.gov.br.
MARIANA JUNGMANN: Ao receber a faixa presidencial no dia 1º de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a marca do seu terceiro mandato na presidência da República é a união e a reconstrução do país.
LUCIANO SEIXAS: Também assumiu o compromisso de combater todas as formas de desigualdade no Brasil.
MARIANA JUNGMANN: E destacou a vitória da democracia nas eleições ocorridas em outubro do ano passado.
LUCIANO SEIXAS: Agora, 100 dias depois de tomar posse, a Voz do Brasil conversa com exclusividade com o presidente, que vai explicar quais medidas estão sendo tomadas para desenvolver o país e garantir a inclusão de milhões de brasileiros a direitos básicos.
MARIANA JUNGMANN: Hoje, de forma especial, saímos do estúdio do programa para transmitir a Voz do Brasil do Poder Executivo diretamente aqui do Palácio do Planalto, em Brasília.
LUCIANO SEIXAS: Olá, Presidente! Obrigado por nos receber.
PRESIDENTE LULA: Olá, Luciano, é um prazer reencontrar o Luciano depois de tantos anos. Boa noite, Mariana.
LUCIANO SEIXAS: Presidente, o senhor está no terceiro mandato o único presidente da história com essa experiência. Qual é a principal diferença que o seu ver encontrando?
PRESIDENTE LULA: Ô Luciano, a experiência aqui, eu posso fazer mais coisas com mais rapidez, posso produzir mais do que nos outros mandatos, porque você tem um aprendizado de dois mandatos e eu estou convencido que nós vamos fazer em quatro anos, proporcionalmente, mais do que nós fizemos em oito anos. Porque primeiro eu tenho mais experiencia, segundo porque tem muitos ministros com experiência. E tem vários ministros que já foram governadores, já foram prefeitos, ou seja, todo mundo com muita capacidade de domínio da execução de políticas públicas.
E isso me faz otimista, porque nesses 100 dias nós já trabalhamos muito, muito, muito, muito. E eu estou muito otimista com o governo, pelo que a gente já conseguiu produzir nesses 100 dias, sabendo que a gente está apenas no começo. O que nós fizemos num primeiro momento foi a gente retomar todas as políticas sociais que nós tínhamos colocado em prática nos outros governos e que foram desmontadas nos últimos seis anos.
Então, nós recuperamos essa política. Ela ainda não está a 100%, a 100 quilômetros por hora, porque as coisas estão começando agora. Ou seja, as pessoas ainda têm um ano inteiro para gastar o orçamento para aplicar o recurso. Mas eu estou muito otimista e hoje eu fiz questão, além de ressaltar as boas coisas que nós retomamos. Eu fiz questão de dizer que a partir de agora nós temos um compromisso de reconstruir de verdade o Brasil, de fazer com que as políticas de construção de infraestrutura voltem a todo vapor, porque estavam paradas.
Você não conhece no governo anterior grandes obras de infraestrutura, de ferrovia, de rodovia, de ponte, de hidrelétrica. Não tinha e nós agora vamos retomar e retomar com muita força, porque se fazer política social nos primeiros três meses era importante, agora a obsessão é gerar empregos e gerar emprego significa fazer a economia crescer. Para que a economia cresça nós precisamos ter o dinheiro do orçamento ou precisamos ter financiamento. E aí nós temos que utilizar a capacidade de arrecadação do Estado, a capacidade de financiamento dos bancos públicos e a capacidade da construção de PPP para que empresários e governo possam, juntos, construir as grandes obras que faltam para o Brasil. É por isso que eu estou muito otimista no governo.
MARIANA JUNGMANN: Pois é, presidente, nesse sentido da geração de empregos, o Governo Federal vem mobilizando estados e municípios para retomar obras paradas e também realizar novas obras. Essa é a grande aposta nesse primeiro momento para aquecer a economia e fazer a rota da geração de emprego gerar?
PRESIDENTE LULA: Mariana, nós temos aproximadamente 14.000 obras paradas, obras que começaram no meu governo, que começaram no governo da Dilma e que ela teve uma paralisação depois do golpe contra Dilma. E essas obras não andaram no último período do Brasil. O que nós temos que fazer? A gente não pode começar obras novas deixando as obras velhas paralisadas. Nós temos obras que já está com 80% em andamento, 50%, 40%.
Obra que já tem o projeto definido, já tem licença ambiental definida. Ou seja, então essas obras que nós vamos começar retomando elas para que a gente possa fazer quase 4.000 creches que estavam esperando. Fazer muitas casas do Minha Vida que estava esperando, que ficaram paralisadas. Veja, eu fui inaugurar recentemente no Mato Grosso do Sul, ou melhor, no Mato Grosso casa que tinha sido começada no governo da Dilma e que ficou paralisada numa total irresponsabilidade.
Então nós vamos começar das obras que faltam pouco para acabar, até das obras que nós vamos começar do zero, porque nós fizemos uma reunião com 27 governadores e esses governadores nós pedimos a eles que elaborassem projetos de obras consideradas vitais para o Estado. Eles apresentaram, nós agora estamos na Casa Civil trabalhando essas obras e em maio a gente vai chamar os governadores outra vez para dizer para eles quais as obras que nós vamos tocar em cada estado.
LUCIANO SEIXAS: Presidente, essa mobilização com estados e municípios é fundamental. Nesse diálogo que o senhor vem tendo com prefeitos, com governadores, inclusive de oposição, trazem que tipo de benefício para a população na prática?
PRESIDENTE LULA: Olha, tem uma musiquinha que foi feita para o PT em 1985, na eleição da prefeitura das capitais, que a música dizia assim: uma cidade parece pequena se comparada a um país. Mas é na minha, é na tua, é na nossa cidade que se começa a ser feliz. Então veja, é na cidade que tem o problema da escola, é na cidade que tem o problema da saúde, é na cidade que tem o problema da enchente, que tem o problema do asfalto, que tem o problema da coleta de esgoto, na cidade que acontece o problema, não é no estado, não é na União. É na cidade.
Porque a União é um conjunto de centenas de cidades, o estado é um conjunto de dezenas de cidades. Então, manter uma reunião com o prefeito é muito importante, porque as coisas não são decididas apenas de cima para baixo. É muito importante que o prefeito tenha uma obra para ser feita por ele, uma obra da cidade dele, uma obra que ele pensou, uma obra que ele fez um projeto. Ou seja, é muito importante para a cidade que tenha uma obra da prefeitura.
Por isso é que nós então já fizemos o PAC assim em 2007. Ou seja, nós conversamos com os governadores, com os prefeitos, e eles definiram as obras importantes. E a gente teve no PAC o maior programa de investimento em infraestrutura da história desse país. Foram milhões de empregos gerados nesse país, milhões de obras que foram colocadas em andamento nesse país. E a gente obrigava ainda que a empresa que participasse do PAC contratasse o trabalhador da comunidade onde ele ia fazer a obra, pois gera emprego no local e distribui renda no local.
Nós vamos repetir isso, tentando convencer a boa política de fazer com que o trabalhador tenha um emprego perto de casa, que ele não tem que tomar dois, três, quatro ônibus para ir trabalhar. Se a empresa contratar na própria comunidade as pessoas para fazer o serviço, a gente vai facilitar a vida do trabalhador, a gente vai tornar a vida dele mais mais útil, menos sofrível, e a gente vai fazer com que a gente crie uma nova turma de profissionais, fazendo com que a cidade, a comunidade, a vila se desenvolva. É uma coisa importante e eu estou convencido que emprego é o que dá dignidade ao ser humano.
Não tem nada, não tem nada, não tem nada mais gostoso, Luciano, do que o cidadão trabalhar no final do mês com o seu salário levar comida para os filhos, pagar o aluguel, se tiver que morar de aluguel e comprar as coisas para seu filho. Isso dá muita dignidade. Muito respeito e honra muito a vida do ser humano. Por isso que o emprego para mim é uma obsessão. O povo precisa trabalhar e tratar de fazer com que ele tenha esse emprego.
MARIANA JUNGMANN: Presidente, vamos falar um pouquinho sobre a sua viagem para a China. O senhor embarca já essa semana. A China é o principal parceiro comercial do Brasil. O que a gente pode esperar que o Brasil vai trazer dessa viagem em termos de investimentos vindos de lá para cá ou de ganhos em política internacional? O que a gente pode esperar dessa viagem da China?
PRESIDENTE LULA: Política internacional é sempre como se fosse uma via de duas mãos. Ou seja, você não vai na China apenas querer saber o que os chineses vão fazer aqui ou que que os chineses vão comprar de nós. Nós também queremos tentar mostrar para os chineses que nós temos coisas para vender e que não é só vender também para cá. O que nós queremos é que oS chineses façam investimentos para gerar novos empregos e para gerar novos ativos produtivos no Brasil.
O Brasil tem uma belíssima relação com a China. O Brasil faz parte do BRICS junto com a China. A China é o nosso principal parceiro comercial. A China tem bons e grandes investimentos aqui no Brasil. Nós vamos tentar convencer os chineses a fazer mais investimentos aqui, mas nós também vamos tentar vender aviões da Embraer para eles. Vamos tentar vender mais soja, tentar vender mais milho, tentar vender mais carne, tentar vender mais carne de suíno, carne de gado. Ou seja, nós também vamos tentar vender as coisas que nós produzimos aqui. E eu acho que é extremamente importante, porque a China é um parceiro hoje essencial para o Brasil e para América Latina.
Então, nós queremos fortalecer essa relação. O Brasil tinha uma relação amortecida porque depois que nós deixamos a presidência e depois que houve um golpe um pouco aquelas relações ficaram amortecidas. O último presidente não entendia nada de política externa e não gostava de fazer política externa. E eu quero fazer uma forte política externa, porque o Brasil tem que voltar a ser protagonista internacional. O Brasil precisa ter muita representatividade junto aos Estados Unidos, junto à China, junto à Rússia, junto à União Europeia, mas sobretudo o Brasil tem que pensar que um mercado extraordinário para o Brasil é a nossa querida América do Sul e América Latina, onde a gente tem um mercado com quase praticamente 16.000 quilômetros de fronteira. Então é tudo mais fácil e é onde a gente exporta produtos com valor agregado, ou seja, coisas que valem mais.
Então, na China nós vamos consolidar nossa relação com a China. Nós vamos consolidar. Eu vou convidar o Xi Jinping para vir ao Brasil para uma reunião bilateral, para conhecer o Brasil, para mostrar os projetos que nós temos de interesse de investimento dos chineses. Então, eu só queria dizer que a gente não quer que os chineses comprem coisas nossa.
Lula: O que nós queremos é construir parceria com os chineses. O que nós queremos é fazer sociedade com os chineses, para que eles possam fazer investimentos em coisas que não existem. Em uma nova rodovia, uma nova ferrovia, em uma nova hidrelétrica, sabe, numa coisa qualquer., que signifique algo novo para o Brasil.
MARIANA JUNGMANN: Mercosul e Brics voltam a ser grandes apostas, então, da política externa brasileira?
LULA: O Mercosul é muito importante! Um dado importante, Mariana, que quando eu cheguei na presidência, em 2003, o fluxo comercial entre Brasil e Argentina era de apenas US$ 7 bilhões de dólares. Quando eu deixei, era US$ 39 bilhões de dólares. A relação do Brasil com o Mercosul era pouco menos que US$ 15 bilhões de dólares. Em dez anos, foi para US$ 50 bilhões de dólares. Só na Unasul, com a América do Sul, nós fomos para US$ 80 bilhões de dólares. Então, a gente precisa cuidar do nosso quintal, dos países vizinhos, que é muito importante.
Não interessa o Brasil querer ficar rico, com o vizinho pobre. Nós queremos que todo mundo cresça em igualdade de condições. Nós temos que olhar para o continente africano, não só porque nós temos uma dívida histórica que a gente não vai poder pagar em dinheiro, a gente vai poder pagar em diplomacia, vai poder pagar em transferência de tecnologia, vai poder ajudar, transferindo tecnologia para eles.
E tem, sabe, a Europa, que é um parceiro extraordinário, mas, a Europa compra coisa menos sofisticada do Brasil. Então, o Brasil tem o mundo a seus pés. E agora, com a questão climática importante, Mariana e Luciano, agora, com a questão climática, aumentou muito o potencial de negociação com o Brasil. Porque não só o Brasil tem a maior área de floresta tropical, mas o Brasil, junto com Colômbia, com o Peru, com Bolívia, com Venezuela e com o Equador, nós temos uma área extraordinária de floresta tropical.
Aí junta Brasil, a América do Sul, mas o Congo, sabe, e, mais a Indonésia, nós temos praticamente 80% das reservas florestais do planeta Terra. E aí se estas pessoas dizem que tem fundo para pagar, que tem dinheiro, vamos colocar a mão no bolso porque o Brasil está disposto a despoluir o planeta.
LUCIANO SEIXAS: Pois bem, presidente, nesse aspecto ambiental, que em contribuições o país pode dar com ações concretas, em que outras áreas também o Brasil pode participar?
LULA: Eu lembro que quando eu fui a Copenhague, em 2009, o Brasil já teve uma participação extraordinária, porque a gente já tinha assumido o compromisso de diminuir 80% de desmatamento da Amazônia, a gente já tinha assumido o compromisso e, cumprimos em lei, de reduzir em 36,9 a questão de gases de efeito de estufa. E o Brasil então, passou a ser uma espécie de referência para discutir o mundo a questão climática.
Ora, eu não quero transformar a Amazônia no Santuário da Humanidade, porque ali moram 28 milhões de pessoas que querem comer, que querem beber, que querem ter carro, que querem passear, querem ter acesso a bens materiais. E nós temos que permitir que eles tenham isso. Nós precisamos explorar cientificamente com a participação do mundo inteiro, a grandiosidade da nossa biodiversidade. O que é que a gente tem naquela no coração da Amazônia?
O que a gente pode produzir para a indústria farmacêutica? O que a gente pode produzir para a indústria, sabe, de cosméticos. Ou seja, tem muita coisa que a gente possa ver. Tem muita coisa. Então, o nosso trabalho é tentar convidar o mundo para participar disso. Embora o Brasil seja dono soberano do território da Amazônia. Mas, nós temos que abrir a Amazônia para a ciência do mundo inteiro, ajudar a pesquisar.
E, além disso, nós temos que dizer para nosso produtor rural: oh! gente, manter uma árvore em pé hoje, sabe, vale muito para o Brasil. Vale muito para o seu filho. Você não pode permitir que o cidadão, sabe, daqui de São Paulo, um cidadão do Rio de Janeiro, um cidadão de Minas Gerais, porque tem dinheiro, pega a motosserra, vai lá, corta uma árvore que tem 350 anos.
Essa árvore não é dele. A árvore é minha, a árvore é tua Luciano, a árvore é tua Mariana, a árvore é de todo mundo, a árvore é de quem mora no planeta Terra. E cidadão não tem o direito de cortar uma árvore de 350 anos, sem plantar outra no lugar. Então, nós temos que convencer as pessoas disso, da importância do que significa a questão climática hoje. Nós não temos outro planeta, até agora não temos conhecimento da existência de outro planeta que tenha a vida que nós temos aqui.
Então, para estragar o que nós temos, se é melhor e mais barato, preservá-lo? Não é pecado você querer explorar da forma mais inteligente possível, aquilo que você pode transformar em riqueza para o seu país. É assim que a gente vai tratar a questão da Amazônia nas nossas relações internacionais. Eu já tenho em junho, um compromisso com o Congo que está convidando o Brasil e a Indonésia para fazer um grande encontro dos três países que tem a maior floresta verde do mundo.
Obviamente que ele vai levar outros países africano, e, eu vou tentar convencer o Congo a convidar outros países da América do Sul, porque nós também temos que ter humildade e reconhecer que a Amazônia não é só nossa. A Amazônia tem vários outros países, sabe, que tem um potencial extraordinário, igual o Brasil e, que se a gente estiver junto, a gente é muito mais forte.
MARIANA: O senhor falou em combate a fome, vamos começar a falar um pouquinho dessa retomada dos programas sociais. O Bolsa Família foi relançado com um valor mais alto e também com alguns adicionais, para quem tem crianças abaixo de seis anos, para quem tem crianças até 18 anos, para as gestantes também. Quais são os impactos, presidente, que um programa reforçado de transferência de renda como esse, podem trazer no social e na própria economia do país?
LULA: O Bolsa Família tem duas coisas excepcionais, que é importante a gente ter vontade de enxergar. A primeira não é só a quantidade de dinheiro, sabe, que é muito importante. O que é importante são as condicionantes que tem o Bolsa Família. O que acontece? Você está preocupado com a educação. Por isso é que nós dissemos que se a pessoa que recebe o Bolsa Família, sabe, não colocar o filho na escola, vai perder o Bolsa Família. Se a pessoa que recebe o Bolsa Família, não levar os seus filhos em idade de vacinação a vacinar, vai perder o Bolsa Família.
Por isso é que não falamos, se a mulher que está gestante não fizer os exames que a medicina exige que ela faça, ela também perde. Aí isso é punição? Não! Isso é educação. Então, o Bolsa Família, ela agora vem com a novidade, que é o seguinte a gente, além dos R$ 600 para a mulher, e o cheque será dado para a mulher, o cartão será para a mulher, vai ter até seis anos de idade, crianças recebendo os R$ 150 e de sete anos até 18 anos, receberá R$ 50 por pessoas, o que é um auxílio muito importante para o Bolsa Família.
Mas, não é só o Bolsa Família que vai melhorar, porque nós temos vários outros programas. Eu te digo assim, o PNAE, o PAA, eu diria, a política de crédito, a política de crédito é uma coisa extraordinária, porque nós precisamos estabelecer crédito para pequenos e médios empreendedores, para cooperativas, porque o dinheiro tem que circular, esse dinheiro tem que gerar mais riqueza, gerando mais riqueza, ele tem que gerar mais emprego, gerando mais emprego, ele vai gerar mais salário, mais salário, significa mais renda, renda, significa mais consumo, mais consumo significa mais emprego. É essa coisa fácil, sabe, que todo mundo sabe mas não faz, que nós temos que fazer, fazer a roda gigante da economia voltar a girar.
LUCIANO SEIXAS: Presidente, Infelizmente, o tempo passa muito rápido, mas antes nós queremos falar de saúde, presidente. E se der para falar um pouquinho, sobre o Mais Médicos, programa que foi relançado aí, uma preocupação que move o seu governo, com a população mais vulnerável, que tenha algum atendimento de qualidade na saúde.
LULA: Luciano, o mais médico do que foi lançado pelo Padilha, foi um dos programas de saúde mais extraordinário. Por que veja, uma pessoa que mora aqui no Plano Piloto, em Brasília, uma pessoa que pode pagar um plano de saúde, essa pessoa não enfrenta a necessidade de falta de médico, porque tem um plano de saúde, ele pode pagar bem, ele vai ter o médico que ele quiser. Agora, uma pessoa, sabe, que mora no interior desse país, as vezes tem cidade que não tem nenhum médico.
As vezes as pessoas querem ir no médico e não tem. Não tem! As vezes a pessoa vai em benzedeira, sabe, não é normal. Então, o que é que nós fizemos? Nós vamos levar médico para todas as cidades, todas as cidades do Brasil têm que ter o médico. Esse médico vai atender as pessoas e vai cuidar das pessoas com carinho. E vai ter remédio de graça para estas pessoas tomar.
E eu disse a ministra hoje, sabe, 100 anos de que é preciso a gente cuidar dos especialistas. O que é o especialista? A tua mãe, Mariana, vai no médico. Aí ela está com dor nas costas e o médico fala pra ela: olha senhora, eu acho que a senhora tem tal problema, precisa procurar um ortopedista. Ortopedista é especialista, ela já não tem. Então é preciso que a gente faça um convênio para que as pessoas, ao constatar uma doença qualquer, essa pessoa possa procurar o especialista, e a gente fazer com que o SUS tenha arrecadação para pagar o atendimento dessas pessoas.
Ou seja, quando eu digo que não vamos tratar a saúde como investimento, é porque tem gente que fala: “é, gastar muito dinheiro com saúde”! Não é gastar. “A Gastar muito dinheiro com a educação”, não é gastar. Uma pessoa com saúde, ela produz muito mais para o país. Ela produz muito mais. Uma pessoa doente, não tem força para fazer nada.
É uma pessoa improdutiva, uma pessoa que termina custando muito ao país. Então, manter as pessoas boas e fazer medicina preventiva, eu digo sempre, fica mais barato eu evitar que você fique doente, do que depois cuidar de você quando você já está doente. É por isso que o Mais Médico vai voltar, vai voltar o ‘Farmácia Popular’, vai voltar ‘Aqui tem farmácia popular’, sabe, vai voltar muita coisa boa que esse povo estava com saudade e se Deus quiser, esse país vai voltar a sorrir muito, sorrir de alegria e sorrir de esperança, sobretudo para o povo que mora mais longe, o pessoal que mora na região Norte do país, sabe, do estado do Amazonas, no Acre, Rondônia, nas cidades do interior do Pará, sabe, é isto que a gente quer, tratar do povo brasileiro com carinho, e com muito respeito.
MARIANA: E a gente pretende ter o senhor em breve conosco de novo, para falar sobre os resultados de tudo isso.
LULA: Olha, eu estou à disposição. Estou a disposição, sabe, cada vez que vocês quiserem que eu fale ao povo brasileiro, é só me procurar.
LUCIANO: Muito obrigado a presidente Lula, por receber a Voz do Brasil aqui no Palácio do Planalto.
LULA: Obrigado, Luciano! Obrigado, Mariana!
MARIANA: Obrigada Presidente!