Pronunciamento do presidente Lula durante inauguração do Contorno Viário de Florianópolis
Queridos companheiros e queridas companheiras, empresários, trabalhadores, trabalhadoras, companheiros que estão prestigiando essa inauguração.
Eu quero primeiro agradecer ao nosso ministro Renan Filho [ministro dos Transportes], ao companheiro Rui Costa [ministro da Casa Civil], ao ministro Silvio Filho [ministro de Portos e Aeroportos] e à companheira Esther Dweck [ministra de Gestão e da Inovação em Serviços Públicos], que são quatro ministros que têm me acompanhado e têm permitido a gente poder fazer as coisas que estamos fazendo. Vocês sabem que não é fácil governar se você não tiver um projeto definido. E esses meninos ajudaram a definir um projeto que garantiu tudo aquilo que a gente quer fazer até o dia 31 de dezembro de 2026, quando termina o mandato.
Se a gente não fizesse isso, cada ministro teria que inventar uma obra dele. Como no estado, cada secretário tenta inventar uma obra. Se você não tiver um projeto que você amarre todo o governo — e todo mundo tem que fazer aquilo que já está planejado – as coisas não acontecem.
É por isso que no Brasil, muitas vezes, entra governo e sai governo e você não vê uma obra realizada. E esse estado aqui é um exemplo. Quem veio fazer, quem veio dar início à obra, dar ordem de serviço da BR-101, em 2008 ou 2009, fui eu quando presidente da República. Essa obra começou em 2008 e teve vários problemas. E eu, graças a Deus, depois de 15 anos fora do governo, estou aqui para dizer, meu caro Renan, não faz dois anos, faz apenas um ano e oito meses que nós estamos no governo. Então, o que nós temos que dizer é que em apenas 18 meses, a gente fez quase que metade dessa obra aqui, em uma demonstração de que eu gosto de trabalhar e não gosto de jet-ski. Eu gosto de trabalhar e não gosto de motociata.
Bem, eu quero cumprimentar e agradecer a presença aqui da vice-governadora do estado Santa Catarina [Marilisa Boehm] . Eu quero dizer para vocês que é muito importante, governadora, e eu quero lhe parabenizar, porque em todos os estados que eu viajo, em todas as cidades, eu faço questão de convidar o governador, de convidar os prefeitos e de convidar os deputados. E as pessoas vêm, porque não é todo dia que se inaugura uma obra dessa qualidade. Não é. Esse governador que está aqui, eu não o conheço, portanto não posso falar mal dele, mas ele perdeu a oportunidade de participar da inauguração da obra mais importante do estado Santa Catarina. Eu não consigo entender. A governadora está vendo. Se viesse aqui, seria tratado com respeito. Seria tratado com respeito. Ia fazer o discurso que ele quisesse fazer. Ninguém ia pedir e controlar o que ele fosse falar. E o prefeito, a mesma coisa. Lamentavelmente, tem gente que pensa pequeno, tem gente que age pequeno e não enxerga a necessidade do povo brasileiro.
Quero agradecer ao deputado federal, Valdir Cobalchini. Quero agradecer aos deputados estaduais: estão aqui o Fabiano da Luz e o Padre Pedro Baldissera. Quero cumprimentar os representantes das concessionárias Arteris, Sérgio Garcia, diretor-presidente; Marco Almeida, Wagner Magalhães. Quero cumprimentar o companheiro juiz João Márcio Duque do Poder Judiciário de Santa Catarina. O Rafael Vitale Rodrigues, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes. Cumprimentar o Alberto Raposo, diretor-executivo da Polícia Rodoviária Federal. O Jorge Luiz Macedo Bastos, diretor-presidente da Infra S.A.; o companheiro Décio Lima, presidente do Sebrae. A companheira Ideli Salvatti, ex-ministra, ex-companheira senadora, ex-ministra e companheira que ajudou muito, não apenas a mim, mas ajudou muito a companheira Dilma Rousseff. Quero agradecer a presença aqui e a alegria de estar presente aqui, o companheiro Altemir Gregolin, que foi ministro da Pesca; e o companheiro José Fritsch, que foi também ministro da Pesca e o Gregolin o substituiu.
Quero cumprimentar a nossa querida companheira Luciana Aparecida, diretora de infraestrutura do BNDES, a quem temos que agradecer, porque ela tem contribuído muito para que as obras aconteçam nesse país.
No mais, queridos companheiros e companheiras, eu queria agradecer aos funcionários que me receberam com muito carinho, aos funcionários da Arteris: a Rita de Cassia Santana Foz Leal, a Silvânia Santos da Silva Oliveira, Cristiano Santos Garcia e Tupinazan Bezerra Samico, que é um indígena de Pernambuco que está trabalhando nessa obra.
Bem, eu estou feliz de estar em Santa Catarina. Eu já vim muitas vezes a este estado, já comi muita sequência na Lagoa da Conceição, no tempo em que o Décio era mais pobre, não era do Sebrae, me convidava e pagava a sequência. Hoje, ele não me convida mais, então eu não posso ir comer uma sequência na Lagoa da Conceição, que era um lugar extraordinário. Mas aqui, eu consegui fazer uma relação de amizade e a primeira vez que eu vim a Santa Catarina na minha vida foi em 1979, eu fui convidado pelo então prefeito de Joinville, Luiz Henrique, que me convidou para fazer uma palestra em Joinville.
De lá para cá, eu estabeleci uma relação muito forte com esse estado aqui. E eu fico, às vezes, triste. Eu fico triste porque este estado aqui ele poderia ter evoluído muito mais, ele poderia ter crescido muito mais se houvesse da parte do Governo Federal a ideia que o papel do governo não é fazer fake news, o papel do governo não é falar bobagem, é governar e fazer as coisas acontecerem no país. E é por isso que eu tenho muito orgulho de estar aqui inaugurando uma obra que nós começamos em 2008.
Estou com muito orgulho, Renan, e quero te dar os parabéns, porque, em apenas 18 meses, a gente conseguiu fazer 40% de tudo o que foi feito nessa obra. Porque eu adotei no meu governo o lema da reconstrução e da união. E por que reconstrução? É porque nós encontramos o país numa situação calamitosa.
Só para vocês terem ideia: 87 mil casas do Minha Casa, Minha Vida estavam paralisadas. Eu fui a Cuiabá, sexta-feira passada, no estado do Mato Grosso, inaugurar um conjunto habitacional que tinha começado a ser feito em 2012 e estava paralisado. Eu fui ao Rio de Janeiro inaugurar o conjunto habitacional de 2013. Além de 87 mil casas, nós encontramos praticamente 6 mil obras de escola paralisadas, a grande maioria creche. E nós tivemos que refazer projeto, fazer uma nova licitação, para que a gente começasse a construir essas obras que estavam paradas. E quem entende de obra sabe que, às vezes, é muito mais cara a gente retomar porque tem que fazer aditivo, tem que fazer uma série de coisas, quando seria mais barato ter entregue às casas no tempo certo.
Mas nós estamos entregando hospital que estava parado, hospital universitário, laboratório na faculdade. Nós decidimos fazer mais 100 Institutos Federais neste país para dar ao povo brasileiro a dignidade e a cidadania que nós precisamos. Então, quando a gente vem inaugurar uma obra dessa, eu volto para casa muito orgulhoso porque governar é a gente tornar os sonhos realidade.
E eu sei da importância dessa obra para Santa Catarina. Eu sei da importância dessa obra. Eu queria até dizer para o Sérgio que, durante um bom tempo, essa obra aqui vai ser um ponto turístico, porque não tem no estado uma obra dessa qualidade e os túneis bonitos que dá até para visitar os túneis. E muita gente vai vir para tirar fotografia no túnel aqui. Muita gente.
Então, companheiros, eu ontem fiz uma reunião ministerial e queria dizer para vocês que eu me considero o presidente da República mais otimista que se possa imaginar que um país tenha. E por que eu sou otimista? Eu sou otimista primeiro porque a economia está bem. Eu sou otimista porque os investimentos estão bem. Eu sou otimista porque a massa salarial está crescendo. Eu sou otimista porque a inflação está caindo. Eu sou otimista porque, em apenas 18 meses, nós geramos 2.730.000 empregos formais com carteira assinada nesse país. Eu estou feliz porque a gente já cumpriu uma parte dos meus compromissos de campanha de isentar de pagamento de imposto de renda quem ganha até dois salários mínimos. E vamos chegar a R$ 5 mil. Eu estou feliz porque, nesses dois anos, nós já aumentamos o salário mínimo em 11%. E tem gente que acha que eu não deveria aumentar o mínimo, porque atrapalha a previdência. E eu vou continuar aumentando o mínimo, porque quem ganha o salário mínimo tem que ser respeitado e tem que trabalhar para comer.
Está aqui a nossa companheira ali fazendo positivo. Por que que eu vou tirar o direito do aposentado receber um aumento no salário mínimo? Por que eu vou tirar? Ora, como é que funciona o aumento que nós damos? Primeiro, a inflação; nós somos obrigados a repor a inflação para manter o poder aquisitivo das pessoas. Depois a gente pega a média do crescimento da economia brasileira de dois anos e dá de aumento. Por que a gente dá isso? Ora, porque, se a economia cresceu 3%, não foi o presidente da República que fez ela crescer, foram vocês que trabalharam que fizeram a economia crescer. Então esse crescimento tem que ser repartido para que todo mundo tenha um pedaço desse crescimento. Senão fica apenas na mão de um ou de meia dúzia.
E por isso que eu tenho dito, presta atenção numa frase: muito dinheiro na mão de poucos significa miséria, significa pobreza, significa analfabetismo. Agora pouco dinheiro na mão de muitos significa crescimento econômico, distribuição de renda, significa emprego, significa salário, significa melhorar a qualidade da vida das pessoas.
E eu estou feliz, porque ontem na apresentação não foi apenas os ministros que eu ouvi. Ontem eu ouvi o presidente do BNDES, ouvi o presidente do Banco do Brasil, ouvi a presidenta da Caixa falar, ouvi o presidente do BNB, do Banco do Nordeste, falar. Ouvi o presidente do Banco da Amazônia falar, ouvi a presidenta da Petrobras falar, ouvi o presidente do Correio falar. Ou seja, eram 45 pessoas e eu ouvi pacientemente, porque, no mundo, o presidente não gosta de ouvir, gosta de falar. E eu gosto de ouvir, porque cada vez que eu ouço, tanto eu aprendo como eu posso fazer correções de coisa que eu entendo que possa entender. E eu estou feliz pela quantidade de crédito que está sendo disponibilizado neste país. Foi o maior Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar] da história desse país para ajudar os pequenos e médios produtores rurais.
Foi o maior investimento em infraestrutura e em obras que já foi feita nesse país. O PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] é um trilhão e setecentos bilhões de reais e nós queremos fazer desse país um país desenvolvido. Não é apenas inaugurar uma estrada dessa, é inaugurar dezenas de estradas dessas, porque o Brasil precisa para escoar aquilo que ele produz, para baratear o custo da coisa que nós produzimos e para que a gente possa também receber as coisas que nós compramos de fora.
Então, governar é cuidar das pessoas. Governar não é você ficar em Brasília achando que você pode tomar decisões e elas serão cumpridas. Governar é a gente estar preocupado olhando para o conjunto da sociedade brasileira, porque pobre nunca foi enxergado nesse país. Pobre só é lembrado em época de campanha eleitoral. Em época de campanha eleitoral, todo mundo xinga banqueiro, todo mundo xinga os grandes empresários e todo mundo fala bem de pobre e de trabalhador. Agora, depois que ganha as eleições, os pobres caem no esquecimento e o rico volta a ser lembrado.
E eu digo para si: eu sei de onde eu vim e eu sei para onde eu vou. Eu sei que são meus amigos eternos e sei que são os amigos eventuais. Eu sei, com a canseira e o desastre do que fizeram comigo nesses últimos anos, das denúncias, das falsificações, das mentiras, e eu sei quem estava do meu lado: era a classe trabalhadora brasileira que estava do meu lado e é para ela e em benefício dela que nós temos que governar esse país.
Porque tem gente que não precisa do governo. Tem gente que ganha bem, tem gente que o filho já estuda numa escola boa, tem gente que já mora bem, tem gente que tem casa de praia, casa de campo, casa na cidade, casa de aluguel. Tem gente que tem até casa no exterior, mas está cheio de gente aqui no Brasil que não tem uma casinha de 40 m² para morar e que nós temos a obrigação de garantir que eles morem. É por isso que eu tenho orgulho de dizer que nós já fizemos 7 milhões e 800 mil casas do Minha Casa, Minha Vida. Eles inventaram uma desgraça de uma Casa Verde Amarela, que não entregaram nenhuma. E eu voltei para fazer mais 2 milhões de casas do Minha Casa, Minha Vida para que as pessoas possam morar decentemente.
O Rui Costa falou: “criamos a Escola de Tempo Integral”. Já matriculamos mais de 1 milhão de alunos nessa escola. E o que é uma Escola de Tempo Integral? Não é só o aluno aprender mais, é dar tranquilidade para a família, sabendo que suas crianças estão bem cuidadas numa escola.
Além disso, nós fizemos mais. Nós fizemos um pacto com 27 governadores e com 6 mil prefeitos para que a gente, até 2030, consiga fazer com que as crianças sejam alfabetizadas até o segundo ano escolar do ensino fundamental, porque se ela for alfabetizada no tempo certo, essa criança tem chance de progredir muito. Se ela não for, ela pode regredir.
Também descobrimos que 480 mil jovens do ensino médio brasileiro desistem do ensino médio porque tem que ajudar no orçamento familiar, porque tem que ajudar no trabalho. Nós então resolvemos investir numa poupança para os estudantes do ensino médio, os mais pobres. Estamos atendendo 4 milhões de jovens, nós estamos dando uma poupança de R$ 200 por mês, depositado na conta dele pela Caixa Econômica Federal. Durante 10 meses, ele vai receber R$ 2 mil, chegar no fim dos 10 meses e ele tiver 80% de comparecimento na escola e ele passar no final do ano, ele vai receber mais R$ 1 mil. Aí vai ficar com R$ 3 mil na poupança. No ano seguinte, a mesma coisa. E, no final, ele vai ter R$ 9 mil na poupança para ele começar a vida. Tem gente que fala: “mas o Lula está gastando dinheiro desnecessário”. Quem pensa isso tem um filho estudando no estrangeiro. Quem pensa isso manda seus filhos para Londres, manda para Paris, manda para Boston, manda para Washington, manda para Nova York. Agora os nossos estão aqui. Ou a gente investe na educação ou a gente vai gastar dinheiro depois construindo prisão. É isso que vai acontecer nesse país se a gente não cuidar da nossa juventude.
É por isso que nós vamos atender, só aqui em Santa Catarina, deve ser mais de 30 mil estudantes que vão receber essa poupança. E se o governador quiser colaborar, ele pode pegar aqueles que estão acima da linha de corte e dar também uma poupança, como nós damos.
Então, companheiros, eu sou muito agradecido a vocês. Sou agradecido ao povo brasileiro, aos indígenas brasileiros, que a gente espera resolver logo esse negócio do Marco Temporal para poder demarcar as terras que tem demarcada. Quero dizer aos quilombolas que nós vamos legalizar os quilombolas, o Incra está autorizado para legalizar. E aí, quando estiver pronto, eu assinarei quantos decretos forem necessários, porque a minha volta à presidência da República é para provar, outra vez, que o operário metalúrgico tem mais competência para governar do que a elite tacanha e conservadora que nós tivemos governando esse país.
Eu sempre gosto de fazer comparação e, em todo estado que eu chego, sem nenhuma provocação, ou em toda cidade que eu chego ou todo estado, eu desafio alguém comparar quem trouxe mais dinheiro para o estado. Se foram os outros ou foi Lula e Dilma que trouxeram dinheiro para os estados. Eu posso ir no Rio Grande do Sul e fazer essa pergunta. Nem do Getúlio Vargas. Eu duvido que algum presidente da República colocou metade do dinheiro que nós colocamos no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná, em São Paulo. O governador de São Paulo é adversário político meu. Nós vamos fazer investimento de R$ 14 bilhões financiado pelo BNDES. E vamos fazer não é por causa do governador, vamos fazer porque o povo de São Paulo merece, porque o povo de Santa Catarina merece e a gente não olha a cara do governador, a gente olha a necessidade do povo.
E eu quero provar outra vez. Em apenas 18 meses, vocês estão lembrados, em 2014, a gente tinha acabado com a fome nesse país. Reconhecido pela ONU, o Brasil saiu do Mapa da Fome. Aí depois fizeram o impeachment da Dilma. Alguém pensou que o país ia melhorar. E quando eu voltei, 15 anos depois, o que aconteceu? Nós tínhamos 33 milhões de pessoas passando fome e posso olhar para a cara de vocês e dizer que, em 18 meses, já tiramos 24 milhões e 500 mil pessoas da fome. E vamos acabar com a fome outra vez no meu mandato. Vamos acabar com a fome, vamos melhorar o salário, melhorar o emprego, porque é assim que a gente constrói uma nação. A gente constrói uma nação cuidando das pessoas que mais precisam, atendendo as pessoas corretamente.
É por isso que nós aumentamos o Farmácia Popular, que eles tinham acabado, e colocamos mais remédio. É por isso que nós encontramos o Brasil com 12 mil médicos e nós colocamos mais de 26 mil médicos atendendo o interior desse país, porque o que nós queremos é que as pessoas vivam bem e dignamente.
Por isso eu fiz questão de vir inaugurar esse entorno. Por isso que eu fiz questão de vir inaugurar. E eu mandei convidar o governador, porque eu gostaria que ele estivesse aqui em qualquer lugar. Por quê? Porque nós precisamos trazer o Brasil de volta à civilidade. O Brasil precisa voltar a ser um país. O Brasil é um país muito fraterno, o povo é muito generoso. Esse país não pode ser alimentado pela mentira, pelo ódio, pela fake news, pelos descalabros que a gente vê nesse país. Esse país não precisa de arma, esse país precisa de livro, precisa de computador, precisa de escola. É isso que esse país precisa. As nossas crianças precisam ter oportunidade e é esse país que eu vou construir.
Por isso, gente, eu quero dizer pra vocês, do fundo do coração: estejam certos que, ao terminar o meu mandato, a gente vai estar vivendo num país melhor, mais democrático, num país mais generoso, num país em que as pessoas estejam vivendo com muito mais dignidade. E eu não conseguiria fazer isso se não fosse o meu time aqui – e mais gente que não está aqui –, porque todo mundo tem que trabalhar. Não tem outra conversa. Trabalhar. Nós temos que cumprir o PAC, temos que cumprir a educação, temos que cumprir a saúde. Nunca se investiu tanto em educação. Nunca. É o maior orçamento de educação da história do Brasil e é o maior orçamento da saúde também do Brasil. Porque a gente quer reparar os danos que os outros cometeram. Porque este país já teve muitos governantes que governaram este país e, quando terminava o mandato, vocês ficavam perguntando: “que obra ele fez? O que ele trouxe?”. Nenhuma. E eu quero ser lembrado por vocês não por causa desse viaduto, eu quero ser lembrado por vocês por conta da qualidade da educação dos filhos de vocês, por conta da qualidade da saúde que vocês vão receber e por conta de permitir que os filhos do pobre possam ser doutores nesse país, fazendo universidade, fazendo ProUni, fazendo ReUni, fazendo FIES. Ou seja, o que nós queremos é que as pessoas tenham oportunidade.
Hoje, quando eu cheguei aqui, tinha uma menina aqui. É uma menina da obra. O que ela me falou, quase ela me coloca para chorar. Então eu queria que você contasse o que você falou para mim.
Você veja: não tem pessoa mais inteligente do que outra. Tem pessoa que tem oportunidade e pessoa que não tem oportunidade. Na hora que a gente dá oportunidade, o Paulo Freire dizia o seguinte: “quando uma criança come, ela fica inteligente. Quando ela passa fome, não tem como ela ser inteligente”. Então, as pessoas mais humildes, o que precisam ter? Oportunidade. O governo não faz milagre, a gente apenas abre as portas para as pessoas passarem. E vocês não sabem o orgulho que eu tenho, porque em todo estado que eu visito, em todo ato que eu participo, meninas e meninos vêm dizer para mim: “Lula, obrigado pelo ProUni, eu virei doutor”. “Eu virei engenheiro”. “Eu virei médico”. “Eu virei não sei das quantas”. É este país que nós vamos construir. É este país harmonioso, generoso, um país solidário, um país em que a família seja bem tratada, que a família vive em harmonia. Este país nós estamos construindo e quero dizer para vocês que terei muito orgulho de, ao terminar o meu mandato, poder viajar o Brasil, de cabeça erguida, visitando a qualidade de vida das nossas pessoas.
Um abraço, um beijo no coração. Sérgio, obrigado. Obrigado. Quero agradecer aos empresários aqui presentes e dizer para vocês: nós iremos, outra vez, à Santa Catarina. Se prepare que nós voltaremos, outra vez, à Santa Catarina.
Um abraço, gente.