Pronunciamento do presidente Lula durante inauguração do novo edifício do Campus Osasco da Unifesp
Companheiros e companheiras de Osasco, companheiros e companheiras estudantes, companheiras e companheiros professores, companheiras e companheiros trabalhadores da educação da cidade de Osasco.
Hoje é daqueles dias em que você se sente contemplado com um presente que durante muito tempo você sonhou, que de vez em quando parecia que não iria mais chegar, e finalmente chegou o meu presente. Foi em 2008, como disse a nossa reitora, que nós começamos a pensar nisso aqui. Foi em 2008 que a gente resolveu comprar um terreno. A gente não precisava ter comprado, porque o terreno era da União, porque era das Forças Armadas, mas a gente resolveu comprar para fazer uma coisa muito saudável e atender também naquele tempo o Exército que precisava de um dinheirinho.
Nós compramos. Eu imaginava que essa universidade seria inaugurada ainda quando eu fosse o presidente, até dia 31 de dezembro de 2010. Não foi possível, porque um pouco é a burocracia, um pouco é alguma coisa. Tem muito a ver também com a vontade de trabalhar do reitor, do ministro da Educação, do presidente da República e de muita gente.
As coisas nem sempre acontecem como a gente quer. E eu fui ficando frustrado e toda vez, prefeito, que eu encontrava o Emílio, eu falava: "Emílio, cadê a nossa universidade?" Eu dizia: Porra, não é possível que a gente não inaugure aquela universidade". Bom, passou o tempo e nós agora estamos aqui inaugurando a universidade.
Eu estou alegre e estou triste porque o pé de jequitibá que eu plantei morreu. Foi um pé de jequitibá natimorto. Ou seja, obviamente que faltou alguém para jogar água, faltou alguém para cuidar. E, agora, quando o Camilo [Santana, ministro da Educação] estava falando, eu estava pensando: vocês aqui de Osasco, vocês estudantes dessa universidade, sabem fazer a diferença do que é o ministro da Educação do meu governo, do que foi o Fernando Haddad [ministro da Fazenda], do que foi o ministro da Educação do outro governo, que era dessa universidade e era professor aqui. Vocês sabem a diferença. Vocês sabem a diferença. Não só santo de casa não faz milagre, como o santo de casa, da qualidade dele, atrapalha e presta um desserviço ao país em se tratando de educação.
Veja, eu sou uma pessoa que tem uma relação com Osasco muito grande. Eu venho a Osasco antes de criar o PT, Emílio. Eu vim a Osasco fazer porta de fábrica. Quando o Emídio era oposição sindical aqui, quando o Zé Pedro era oposição sindical, depois eu tive uma relação extraordinária com o Sindicato dos Metalúrgicos, no tempo do companheiro Enio Zamorina, que ajudou a criar o PT.
Estou aqui com o Ratinho, atual presidente do Sindicato, com o Jorginho, que é vice-presidente, porque a gente teve uma relação: em 1986, eu fui candidato a deputado federal e fui o deputado federal mais votado em Osasco. Fui o mais votado em São Bernardo, em Santo André, em Santos, em Campinas, em Guarulhos, em todas as cidades operárias desse país, eu fui o deputado federal mais votado. Mas a minha relação é com porta de fábrica. A minha relação era chegar aqui cinco horas da manhã para fazer porta de fábrica, para brigar pela tentativa de melhorar a vida do povo trabalhador metalúrgico aqui, como eu fazia lá em São Bernardo quando era presidente do sindicato. Então a minha relação não é uma relação de alguém que vem de vez em quando. Eu venho aqui de vez em sempre.
Venho de vez em sempre. E estava ansioso, faz tempo que eu tô querendo vir aqui. Desde que tomei posse eu tô cobrando. Vamos terminar a universidade. Porra, não é possível. Vamos terminar a universidade. E hoje, graças a Deus, ela está pronta com alguma coisa faltando.
Eu, quando vejo os alunos levantando as plaquinhas deles aqui, eu fico imaginando o seguinte. Em 1980, eu fiz uma greve de fome. Nós fomos presos por conta da greve de 41 dias. Em abril de 2017, não, de 2007, não. Em 1990 e pouco, nós fomos presos.
Aí nós ficamos, em 1980, nós ficamos 31 dias. Seis dias de greve de fome. Seis dias. Eu aguentei seis dias, cara. Não podia, Ratinho, nem chupar uma bala paulistinha. Eu tentei chupar uma escondida, o pessoal descobriu, tirou minha bala e deu descarga. Porque a gente estava em 13 pessoas numa cela. Em 13 companheiros numa cela. E, seis dias de greve de fome, eu vou te contar, não é fácil, não. Você imagina a gente que fica 34 dias de greve de fome, 20 dias. São todos heróis essa gente.
Mas aí, quando a gente resolveu parar a greve de fome, porque tinha um pedido de muita gente. Teotônio Vilela foi na cadeia pedir. Dom Paulo Evaristo Arns foi na cadeia pedir. Dom Cláudio Hummes foi na cadeia pedir. Os advogados do sindicato iam pedir. Airton Soares, companheiro (inaudível), iam pedir. E eu dizia: não para a greve de fome, não para a greve de fome. Quando foi um dia, o Dom Cláudio Hummes colocou em votação na Assembleia se a gente deveria ou não acabar com a greve de fome. E graças a Deus, os trabalhadores aprovaram acabar com a greve de fome. E eu então voltei a sonhar em comer.
Agora, o que aconteceu? Quando eu recebi a notícia que os trabalhadores estavam aprovando um pedido para que nós parássemos a guerra de fome, o que aconteceu? Nós ficamos pensando em comer.
E aí, eu vou contar para vocês um sonho. Eu sonhava acordado, imaginando aqueles frangos que são assados na frente da padaria, que o cachorrinho fica olhando o tempo inteiro, aquele frango rodando lá, e eu imaginava o frango daquele todinho na minha mão, e eu comendo, pegando na coxa, na asa, no pescoço. E é isso que eu queria. Quando o Tuma, que era o delegado responsável pela nossa prisão, entrou na cela para nos comunicar, nós logo pedimos comida.
E aí, um pediu macarrão, outro pediu feijão com arroz, eu queria o frango. Aí, o Tuma fez o pedido das coisas que a gente queria. Meia hora depois, veio uma ordem médica: “Vocês têm que voltar a comer de pouquinho. Vocês não podem comer tudo que vocês querem”.
E mandou para a gente um copo de suco de laranja. Foi o que nós comemos. Por que eu estou contando essa história? Porque a gente costuma, no governo, quando o movimento social faz uma reivindicação, eu vou dar um exemplo: a Marcha das Margaridas, que é uma marcha que envolve 100 mil mulheres, 80 mil, reivindicando coisas para as mulheres do campo.
Quando a gente recebe a pauta, a gente distribui em todos os ministérios, dá um prazo para os ministros estudarem o que vão atender, o que não vão atender. Depois a gente recolhe, chama o movimento para discutir. Então, é o seguinte: às vezes, os caras reivindicam 100 coisas. Nós atendemos 99. E aí quando a gente vai no ato público para anunciar, ao invés do companheiro dirigente sindical, Ratinho, começar o discurso agradecendo as 99, ele vai reclamar de uma que não foi atendida. É inacreditável. É inacreditável. É lógico que vocês têm o direito de fazer reivindicações, porque se vocês não fizerem, a coisa não melhora. E todo dia tem que cobrar. O governo só funciona assim. Há pessoas cobrando do prefeito, cobrando do governador, cobrando do presidente da República.
Mas é importante lembrar que isso aqui ficou parado muitos anos. Muitos anos, por falta de responsabilidade de governantes, por falta de responsabilidade de ministros da Educação, por falta de vontade. Porque nesse país é importante você ter em conta. Por que a USP foi criada em 1932? O Haddad é professor da USP. Acho que deve ter outros professores da USP. O que aconteceu com a USP? Por que aqui não tinha a Universidade Federal, reitora? Por que aqui não tinha? Aqui não tem nem a Universidade Federal e não tem nem uma avenida com o nome de Getúlio Vargas, que foi o presidente que tirou os trabalhadores da semiescravidão e deu o direito aos trabalhadores. Não tem uma rua com o nome de Getúlio Vargas.
Sabe por quê? Porque quando São Paulo perdeu, o que eles chamam de Revolução de 1932, perdeu para o Governo Federal. São Paulo resolveu tomar uma decisão. A elite paulista decidiu o seguinte: nós perdemos a política, mas nós vamos continuar mandando no Brasil, porque nós vamos investir na inteligência. E criaram a USP, que é a mais importante universidade do Brasil. E a USP formou grande parte da inteligência brasileira que governou esse país até agora.
E qual era a minha obsessão? Eu sou de São Bernardo, morei lá há muito tempo, fui presidente do sindicato, frequentava Santo André, Osasco, Guarulhos, Sorocaba, e eu ficava pensando: nenhuma cidade tem nenhuma faculdade federal? Não é possível. Não é possível. E resolvi fazer. E fizemos São Bernardo, Santo André, Guarulhos, Osasco, agora estou fazendo Instituto em Mauá, Diadema, Santos, e vamos fazer quantas forem necessárias, porque nós queremos nos transformar num país exportador de inteligência, exportador de commodities, isso sim tem valor agregado nas coisas que a gente quer fazer.
Obviamente que nós sabemos que tem que continuar a construção. Nós temos que pensar na moradia, temos que pensar na bolsa, temos que pensar na comida, temos que pensar no restaurante. Tudo isso está pensado. Tudo isso está pensado.
Mas é importante lembrar que a galinha bota um ovo de cada vez. Ela não bota muitos ovos de uma única vez. O que é importante é que pela primeira vez vocês têm na Presidência da República desse país o único presidente da República que não tem diploma universitário e é o presidente que mais fez universidade na história desse país. É o que mais fez ensino técnico nesse país.
Vocês sabem o que isso representa. E por que eu tenho obsessão pela educação? É porque eu não tenho um curso universitário. Como eu não pude fazer um curso universitário, eu carrego dentro de mim uma obsessão de que o filho do povo trabalhador tem que ter o mesmo direito de todo e qualquer cidadão de estudar na universidade.
Então, companheiros, eu tenho consciência do atraso deste país. Eu acho extraordinário a gente compreender o que aconteceu nesse país. Esse país nunca acreditou na educação do seu povo. Por isso é que o Brasil é o último país da América do Sul a ter uma universidade federal. O último país da América do Sul.
Tem gente que não gosta que essas coisas aconteçam. Tem gente que não gosta. Porque esse país achava que pobre trabalhador tem que trabalhar. Quem tem que estudar são os filhos do rico que vão pra Londres, pra Chicago, para Paris, para Madrid, para Coimbra. E nós queremos é que uma filha de uma empregada doméstica possa ser médica, possa ser dentista, possa ser engenheira. É isso que nós queremos.
Nós não queremos uma sociedade dividida pelo berço que a pessoa nasceu. O papel do Estado é garantir a todos, independentemente da religião, independente da raça, independente do time de futebol, independente da condição financeira. Nós queremos garantir a todos a mesma oportunidade: que sentem numa sala de aula, a filha da doutora com a filha da empregada doméstica. Que estudem e disputem a vaga. É esse país que eu quero criar e vou criar. É esse país que nós já criamos.
Porque eu sei, eu sei, de experiência própria, o que é um trabalhador formado e o que é um cara não formado. Eu sei quanto ganha um peão de fábrica que não tem profissão e sei quanto ganha um peão de fábrica que tem profissão. Eu sei o que um peão que não tem profissão tem dentro da sua casa. E sei o que um peão formado tem dentro da sua casa. Eu sei a dignidade que um trabalhador dá para os seus filhos quando ele consegue escapar e ganhar mais do que o salário mínimo. E sei a situação dos trabalhadores que ganham menos nesse país.
Porque é preciso acabar com esse conceito escravagista de que pobre não gosta de coisa boa. "Pobre quer ir no fim da feira para pegar as coisas amassadas e mais baratas. Pobre gosta de comer mal. Pobre só gosta de carne de segunda. Pobre só gosta de se vestir mal". É mentira! A gente gosta de tudo que é bom nesse país.
Esse país tem que mudar se a gente quiser ser um país, sabe, respeitado no mundo. A gente pode construir esse país. Imagina vocês, neste país, toda vez que se tenta fazer política social, aparece alguém dizendo: "gasta demais". E eu fico me perguntando quanto custou a esse país não ter feito reforma agrária na década de 50. Quanto custou a esse país não ter feito universidade há 300 anos atrás? Por que o Peru conseguiu fazer em 1554 e o Brasil só em 1920?
E a Universidade Brasil, que foi criada juntando várias faculdades, não era para atender o povo. Era para dar um título de doutor honoris causa ao rei da Bélgica que ia visitar o Brasil. Tem gente da elite brasileira que não gosta que eu fale isso. Tem gente que fala: "gente, não pode falar, eles e nós, nós somos todos iguais". Não, mas é verdade, nós não somos todos iguais. Tem gente que come 10 vezes por dia e tem gente que passa 10 dias sem comer. Esse é um país que nós queremos consertar.
E é por isso que a educação é investimento. Podem não gostar, mas nós vamos investir na formação de meninas e meninos desse país. Nós queremos os mais pobres, nós queremos a classe média, queremos os mais ricos, sendo tratados em igualdade de condições. Que vençam o melhor, mas todo mundo partirá do mesmo lugar. Não tem privilégio, não tem quebra-galho, tem oportunidade, oportunidade. Eu sei que tem gente que fala: "é, mas o Lula fala como se fosse ele que fizesse". Falo, porque eu me comparo com os outros, eu me comparo com os outros.
É muito estranho, é muito estranho, do ponto de vista intelectual, que seja um presidente da República, que não tem diploma universitário, que fez mais universidade, mais extensão universitária, mais Instituto Federal e que acredita piamente que a educação é a arma mais importante para colocar o Brasil no patamar mais elevado de competitividade.
Eu cheguei aqui, peguei a nossa reitora e falei: "reitora, eu vi escrito os cursos que a gente faz aqui". Eu acho maravilhoso. Qualquer curso pra mim é maravilhoso. Mas nós estamos mudando algumas coisas. Nas escolas técnicas agora, nós queremos curso profissional. Eu quero que o pessoal do curso técnico saia com uma profissão. Porque quando você tem uma profissão, você vai procurar emprego, o cara pode dizer que não tem vaga, mas ele pega o teu currículo. Quando você não tem profissão, o cara nem olha o teu pedido, nem olha a tua carteira.
E eu tenho consciência de quanto a educação é importante pra mulher. Se as mulheres estiverem bem formadas, se as mulheres tiverem profissão, elas não vão aceitar um homem dentro de casa, ofendendo elas, agredindo elas, por conta de um prato de comida. Porque ela vai ganhar o seu próprio sustento.
Tudo isso, companheiros, é experiência de vida. Lamentavelmente, eu não consegui fazer um curso, mas eu consegui aprender. E muitas das coisas que eu sei é aprender junto com o povo. Quatro e meia da manhã na porta de fábrica, uma e meia da manhã na porta de fábrica, aprender com as enchentes. Porque eu tive cinco enchentes na minha vida, de um metro de água dentro de casa. Levantar dez horas da noite disputando espaço na sala com rato, com barata, com fezes. Eu sei o que é isso.
Eu sei o que é morar num quarto e cozinha com treze pessoas. Eu sei o que é morar numa casa de 33 metros quadrados. E eu morei com uma mulher, três filhos, dois cachorros e uma sogra. E sou feliz. Nunca reclamei. Portanto, eu tô aqui pra dizer pra vocês: essa universidade vai ser motivo de orgulho. Não para Osasco, prefeito. Não para Osasco, Emílio. Essa universidade vai ser motivo de orgulho para o Brasil. E, sobretudo, para os pais e mães de vocês. Vocês não sabem, mas eu sei o que os pais de vocês querem pra vocês. Não pensem que os pais de vocês pensam em deixar herança para vocês. A herança que eles querem deixar é educação. Quando vocês estiverem numa sala de aula, levem em conta isso. O que esse povo, o que o pai e a mãe querem é que o filho seja bem formado. Que a filha tenha uma profissão. Porque quando o marido chega em casa querendo encher o saco: "cadê a camisa?", fala: "vai gritar com o outro, comigo, não". Eu aqui, eu cuido do meu nariz.
Então, companheiros, eu vou terminar. E quero ser convidado aqui, reitora, pra plantar o meu pé de jequitibá. Magnífica reitora, não escapa. Vai ter que me contar, eu venho pra São Paulo um dia só pra plantar meu pé de jequitibá. E vou sortear um aluno para irrigar ele. Porque também se plantar e ninguém cuidar, não dá certo.
Por fim, companheiros, eu queria dizer pra vocês o seguinte: eu já governei esse país por oito anos, eu tenho consciência que foi um dos melhores momentos do Brasil. Vocês se lembram quando houve a crise de 2008? A famosa crise do subprime americano? Vocês se lembram que eu disse: "a crise no Brasil vai ser uma marolinha". Muita gente zombou. E o que aconteceu? O Brasil foi o último país a entrar na crise e o primeiro a sair.
E quando eu deixei a presidência, eu vou dar só o número pra vocês. Quando eu deixei a presidência, a indústria automobilística brasileira produzia 3 milhões e 800 mil carros. Quando eu voltei, 15 anos depois, a indústria automobilística só produz 1 milhão e 800 mil carros. Metade do que aquilo que a gente vendia há 15 anos atrás.
E assim foi tudo nesse país. Muita gente fala: "pô, esse Lula, em vez de estar enchendo o saco, falando com esse povo, ele poderia estar junto com nós, jogando golfe, treinando golfe; poderia estar junto com nós em um barco tomando vodka em alto mar". Eles ficam incomodados que eu venho aqui. É só você ver os comentaristas políticos, eles ficam incomodados. "O Lula fala demais".
Ah, que bom que eu falo demais, porque houve um tempo que eu não falava. Quando resolvi criar um partido político, Camilo, o nosso lema era o seguinte: eu quero criar um partido político para dar vez e voz aos trabalhadores brasileiros que nunca tiveram nem vez e nem voz. E estou aqui. E não adianta tentar criar caso comigo.
Não adianta falar de responsabilidade fiscal, porque se tem uma coisa que eu aprendi que a Dona Lindu, foi responsabilidade fiscal. Cuidar do meu pagamento, cuidar do meu salário, cuidar da minha família. E hoje a minha família é o Brasil. São 213 milhões de filhos que nós temos que cuidar. E só vai dar certo se a economia estiver arrumada. Só vai dar certo se a economia estiver arrumada. Se a gente fizer como aquela pessoa que joga dinheiro fora no cartão de crédito, a economia vai quebrar e no meu governo não vai quebrar, porque nós temos responsabilidade de cuidar desse país.
No final, companheiro, eu quero terminar dizendo para vocês o seguinte: as pessoas que não gostam de mim, as pessoas que acham que esse Lula está demais... Esses dias eu estou vendo vários artigos. Estou vendo vários artigos de colunista dizendo que eu estou cansado. "O Lula está cansado", por causa do Biden nos Estados Unidos. “O Lula tá cansado". Então, eu queria falar duas coisas. Primeiro, todos que acham que eu tô cansado, eu convido a fazer uma agenda comigo durante o meu mandato. Se ele aguentar, se ele aguentar levantar 5 horas da manhã e dormir meia noite todo dia, aí ele pode dizer que eu tô cansado.
Eu quero ver quem fala que eu tô cansado, que tá sentado com a bunda na cadeira escrevendo, se tem coragem de levantar e ir pra rua para andar. Eu tô andando nesse país desde quinta-feira. Eu já fui a Minas Gerais, já fui a Belo Horizonte, a Contagem, já fui a Juiz de Fora, já fui ao Rio de Janeiro inaugurar casa, já fui a Pernambuco, já fui, sabe, à Bahia e agora tô aqui em Osasco. Ontem eu fui a Campinas. E amanhã, domingo à noite, eu viajo pra Bolívia para participar do Mercosul. Vou lá, primeiro no Paraguai e depois.
Então, quem achar que o Lulinha tá cansado, pergunte para Janja. Pergunte para Janja. Ela é testemunha ocular. Quando eu falo que eu tenho 70 anos de idade, energia de 30 e tesão de 20, eu tô falando com conhecimento de causa.
E, portanto, não adianta tentar atrapalhar a minha vida. Não adianta tentar prejudicar o Haddad e prejudicar o Camilo. Sabe por quê? Porque eu tenho consciência que eu não sou eu. Eu sou vocês. Eu sou vocês. Então, é isso que dá força pra gente consertar esse país.
Estejam certo: nós vamos consertar o país. O Haddad foi o melhor ministro da Educação do meu país. Agora, o Camilo tem que ser melhor do que ele. O Paulo Teixeira [ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar] tem que ser o melhor ministro. Porque nós temos que trabalhar. Temos que trabalhar e temos que trabalhar.
E a todos vocês, por favor, não parem de reivindicar. Não parem de levantar o cartaz de vocês, porque isso é oxigênio pra quem é honesto e trabalha por esse país. Um abraço, gente. Felicidade a Osasco e ao povo de Osasco.