Pronunciamento do presidente Lula durante entrega de lotes do BRT Campinas e anúncios de macrodrenagem
Primeiro, eu quero dizer pra vocês da alegria de voltar a Campinas. Essa cidade, ela tem muito a ver com a minha trajetória política. E aqui em Campinas, eu vivi momentos extraordinários na política. Eu participei ativamente da eleição do Jacó Bittar para prefeito, da eleição do Toninho para prefeito. E, lamentavelmente, eles não estão mais aqui pra participar conosco dessa festa.
Aqui eu vim muitas vezes na Unicamp, muitas vezes na PUC. Aqui eu conheci muita gente extraordinariamente boa que me ajudou a ser o que eu sou. E eu vim hoje aqui para ter uma conversa com vocês. Uma conversa de um presidente da República que volta a governar o país depois de ficar afastado por 15 anos. E a gente, quando volta, a gente pensa que vai encontrar um país melhor do que a gente deixou.
E eu queria dizer para vocês com muita tristeza. Esse ministro das Cidades, ele encontrou o Brasil com 87 mil casas do Minha Casa, Minha Vida totalmente paralisadas. Casas que começaram a ser feitas em 2011, 2012, 2013. Na semana passada, eu fui a Fortaleza inaugurar um conjunto habitacional que era para ter sido inaugurado em 2018. Nós encontramos no Ministério da Educação, entre creches, escolas e UBS na saúde e UPA, a gente encontrou mais de 6 mil obras paradas. Paradas.
E muitas delas nós tivemos que refazer contrato para que a gente pudesse retomar as obras, porque nem a empresa existia e a gente nem sabia se a casa tinha estrutura para a gente consertar. Mas o mais grave, que eu quero que vocês saibam como é que nós encontramos o Brasil. Quando eu deixei a Presidência da República dia 31 de dezembro de 2010, a economia desse país crescia 7,5%. A indústria automobilística vendia 3,8 milhões de carros por ano. E a inflação estava totalmente controlada e a gente tinha feito uma reserva internacional muito importante.
O que aconteceu? Quando eu voltei à Presidência da República, ao invés da indústria automobilística estar produzindo 5 milhões de carros, 6 milhões de carros, a indústria automobilística, que produzia 3,8 milhões de carros, só começou a produzir, quando eu cheguei, 1,8 milhão de carros. Ou seja, 15 anos depois, a gente estava produzindo metade do que a gente produzia em 2010.
Na indústria naval, aconteceu a mesma coisa. Nós tínhamos uma indústria naval que gerava 86.000 empregos nesse país. Simplesmente eles desmontaram a indústria naval e nós agora estamos tentando reconstruir a indústria naval brasileira. O Minha Casa, Minha Vida, eles acabaram com o Minha Casa, Minha Vida. Eles inventaram uma coisa chamada Casa Verde Amarela. E eu não vi uma Casa Verde Amarela nesse país até agora.
Tudo para eles era verde e amarelo. Carteira profissional verde e amarela. Só que essa carteira profissional era invisível, porque ela não gerou empregos, e não tem trabalhador com carteira verde e amarela.
Quando nós voltamos, nós tínhamos um compromisso com o Brasil. É preciso recuperar esse país. A gente tinha acabado com a fome do Brasil em 2014, reconhecida pelas Nações Unidas. A fome tinha saído do mapa desse país. Quando eu volto, o Brasil tinha 33 milhões de pessoas passando fome. Ou seja, eu fico me perguntando o que que aconteceu nesse país. Por que que as coisas não foram para frente? Por que que o povo não melhorou de vida? Por que que o povo não usufruiu daquilo que o Estado tem que oferecer para o povo? Só para vocês terem uma ideia, além de começar a reconstruir as 87 mil casas, nós já anunciamos que vamos fazer mais 2 milhões de casas até o final do meu mandato.
Vocês conhecem alguma universidade, algum instituto federal feito no governo passado? Vocês tiveram notícia de alguma faculdade que foi feita? Não. Pois eu vou dizer para vocês. Eu voltei e já anunciei 100 novas escolas técnicas nesse país. E 12 é para o estado de São Paulo. Doze. Capivari vai receber uma? É isso? Não, é Sumaré que vai receber uma. Cotia vai receber outra. Carapicuíba vai receber outra. Osasco vai receber outra. Diadema vai receber. Mauá vai receber. A cidade do Kiko.
E também nós vamos fazer, em Ribeirão Preto, uma universidade. Então, companheiros, por que que nós estamos fazendo isso? É porque é preciso garantir que, uma vez na vida, esse país permita que a meninada que tem 8, 9, 10 anos possa ter perspectiva de futuro. E, quando tiver no ensino médio, possa aprender uma profissão e possa cuidar da sua vida decentemente. Afinal de contas, cuidar deste país é cuidar da família, é cuidar da mãe, é cuidar do pai, é cuidar dos filhos, porque é assim que se governa um país. É cuidando das pessoas e não contando mentiras, não fazendo fake news e não inventando coisas absurdas contra os outros.
Eu fui inaugurar o começo de uma obra na Cidade Tiradentes, em São Paulo, que é uma das regiões mais pobres na Zona Leste. E eu fui anunciar uma universidade também na Zona Leste. Eu fui anunciar o Instituto Federal no Jardim ngela, que era o lugar mais violento de São Paulo. Nós fomos lá. Aquele povo que mora num lugar que não tem cinema, não tem teatro, não tem shopping, aquele povo abandonado. Porque é assim que os governantes desse país fazem. Na hora de ganhar as eleições, todo mundo fica paparicando o povo pobre. Mas na hora que ganha, o povo pobre que se dane, porque eles querem governar é para as pessoas que têm dinheiro nesse país.
Esses dias, nós descobrimos uma coisa grave. Nós descobrimos uma coisa muito grave. 480 mil crianças do ensino médio desistiam da escola para poder ajudar no orçamento familiar. 480, ou seja, meio milhão de meninas e meninos com 14, 15 anos deixavam de estudar para poder ir trabalhar, para ajudar no orçamento familiar.
E nós tomamos uma decisão. Uma decisão que é única na história do Brasil. Nós resolvemos criar uma poupança para os estudantes do ensino médio desse país. Então, cada menina e cada menino vão receber uma poupança. Nós vamos dar no primeiro ano, todo mês, 200 reais durante 10 meses. Se, no final dos 10 meses, ele tiver comparecido 80% das aulas e ele passar de ano, a gente vai depositar mais mil na conta dele.
No segundo ano, a mesma coisa. No segundo ano, a gente vai fazer a mesma coisa. A gente vai dar 10 prestações de 200 para cada menino e para cada menina. E no final do ano, se ele passar, a gente vai dar mais mil reais. Já são seis mil reais. No terceiro ano, a gente vai fazer a mesma coisa. Vai dar 10 de 200 e, no final do ano, se ele passar, vai dar mais mil reais. Quando ele terminar o ensino médio, ele está com nove mil reais na poupança dele, para ele poder cuidar da sua vida e pensar alguma coisa.
Por que que isso não foi feito antes? Por que que as pessoas não se preocuparam antes? Porque, neste país, muita gente que governou historicamente nunca pensou em garantir educação para o povo? O que é grave, meus companheiros deputados e prefeitos, o que é grave é que eu sou o único presidente da República que não tem diploma universitário.
E o que é motivo de orgulho pra mim. Eu não tinha e o meu vice, José de Alencar, também não tinha. E nós dois passamos para a história como o presidente que mais fez universidade na história do país. Que mais colocou estudante na universidade. Em 100 anos, em 100 anos, a elite brasileira fez 140 escolas técnicas. Em 100 anos, de 1909 a 2003. Pois bem, eu vou terminar o meu mandato fazendo 782 escolas técnicas.
E sabe por que que eu acredito na educação? Primeiro, porque não existe país no mundo que evoluiu sem antes investir na educação. Todo mundo sabe o que a Unicamp significou no desenvolvimento de Campinas. Todo mundo sabe o que a PUC significou no desenvolvimento de Campinas e outras universidades particulares. Porque aonde chega uma universidade, chega desenvolvimento, chega profissional qualificado, chega ciência e tecnologia e as pessoas começam a subir de padrão.
Eu, eu sei o que é um trabalhador sem profissão. E sei o que é um trabalhador com profissão. Quando você não tem profissão, você sai para procurar emprego, você anda o dia inteiro, o dia inteiro com a carteira profissional no bolso da bunda e todo lugar que você vai, não tem vaga, não preciso, não tem vaga, não preciso. Se você tiver uma profissão, pode não ter vaga, mas a pessoa vai pedir para você deixar um currículo porque quando tiver vaga, vai chamar você.
E é por isso que eu, eu sou o primeiro filho, eu sou o primeiro filho de uma mulher que teve oito filhos. Eu sou o primeiro filho da minha mãe a ter um diploma primário. Eu sou o primeiro filho da minha mãe a ter um curso técnico. Eu fui o primeiro a escapar do salário mínimo. Eu fui o primeiro a ter uma televisão. Eu fui o primeiro a ter uma geladeira. Eu fui o primeiro a ter um carro. Fui o primeiro a ter uma casa. E fui o único a ser presidente da República por conta de vocês.
Então, uma profissão, uma profissão, ela dá cidadania. Porque aqui ó, aqui, todo mundo estudou. Aqui o cara quis ser arquiteto, foi ser arquiteto. O cara quis ser engenheiro, foi ser engenheiro. O cara quis ser jornalista, foi ser jornalista. O cara quis ser economiário, foi estudar na Caixa Econômica Federal. Cada um aprendeu… O Aloizio Mercadante é professor de economia na Unicamp. O Márcio é professor não sei das quantas.
Então é o seguinte, todo mundo escolhe uma profissão. Por que que a gente não tem profissão? Porque a gente não pode, todo mundo queria ter uma profissão. Quem é que não quer ser médico? Quem é que não quer ter dinheiro? Quem é que não quer ser advogado? Quem é que não quer sua filha formada na universidade?
Todo mundo quer, e é por isso que nós temos que criar oportunidade para as pessoas estudarem. Uma mulher que tem a profissão, ela anda de cabeça erguida, e se ela chegar em casa, o marido falar bobagem, ela fala: “Você não fala bobagem, que eu não dependo de você. Não fala bobagem”.
E o homem com a profissão, ele vai cuidar melhor do seu filho. Não tem nada mais gostoso do que a gente, no final do mês, receber o salário da gente, poder comprar umas coisinhas para os nossos filhos, poder fazer um agrado para a nossa mulher, uma vez por mês ir no restaurante comer, mesmo que seja um macarrãozinho com frango, não tem problema. Não tem nada mais gostoso do que a gente receber o salário e poder fazer um churrasquinho, assar uma carnezinha com os companheiros. É tudo isso que nós queremos, é tudo isso que nós precisamos, e é tudo isso que nunca fizeram com a gente.
Gente, eu ganhei o meu primeiro presente na vida com 17 anos porque eu comprei. Eu comprei uma bicicleta velha. E eu não conhecia a bicicleta, comprei uma bicicleta que estava com a corrente quebrada. Eu passava mais tempo consertando a corrente do que andando de bicicleta. Eu nunca tive uma desgraçada de uma bola, e eu quero que o filho do trabalhador tenha bola, tenha bicicleta, tenha escola, tenha universidade e tenha respeito.
Eu, companheiros, quando eu falo com essas pessoas, eu não estou falando como um cara de cima falando com essas pessoas. Eu estou contando agora para todo mundo. Quando eu cheguei de Pernambuco, aqui em São Paulo, com a minha mãe e oito filhos, nós fomos morar num quarto e cozinha, com o banheiro fora de casa. O banheiro atendia os fregueses do bar, e morava eu e minha mãe. A gente ficava em treze pessoas dentro de um quarto e cozinha. Treze pessoas! Não tinha chuveiro para tomar banho, não tinha descarga no banheiro, e muito menos papel higiênico. E a gente vivia ali. A gente vivia ali. Depois, quando eu melhorei de vida, eu comprei minha primeira casa em 1975. Uma casa de trinta e três metros quadrados. Trinta e três metros quadrados.
Eu quase morri de vergonha quando o senador Jarbas Vasconcelos era deputado de Pernambuco e ele foi na minha casa me visitar. O sofá estava todo rasgado. E a gente cobria com cobertor pra ninguém ver. E quando ele foi na minha casa, a primeira coisa que apareceu na frente dele foi uma barata desse tamanho.
Ele, sabe, sem que eu visse, ele meteu o pé em cima da barata e ficou lá, abafando a coitadinha da barata. A gente estava em greve na Villares, e o Carlos Villares foi negociar lá em casa. O meu patrão, dono da Villares, foi negociar. Quando ele estava negociando, a gente ia colocar no cobertor do sofá pra não aparecer os furos do sofá. Ele se mexeu de muito, caiu o pano. O meu sofá estava ali. Eu acho que isso sensibilizou ele, porque ele deu um aumento de salário naquela greve, e eu pude trocar meu sofá.
Mas eu morava num quarto e cozinha, com a Marisa. Eu morava com três filhos, morava com a minha sogra e ainda cuidava de dois cachorros. E era feliz. Eu não ficava lamentando, eu não ficava reclamando. Eu acreditava que um dia a gente ia mudar. Eu acreditava que era possível mudar. E nós mudamos. É por isso que eu tenho orgulho. O único presidente da República que não tem diploma universitário é o que mais colocou estudantes nas universidades desse país.
Nunca na vida ninguém fez um programa habitacional como nós fizemos. O Minha Casa, Minha Vida é uma revolução. E ele estava pronto antes de eu chegar na Presidência, porque ele foi construído pelo movimento popular por habitação. E a gente já construiu 7 milhões e 800 mil casas. E vamos construir mais 2 milhões. E vamos construir muito mais. Porque o povo precisa de casa.
E o que é importante é que as casas que a gente está construindo aqui, para as pessoas da faixa 1 que recebem Bolsa Família ou BPC, as pessoas estão ganhando a casa de graça. Não precisa pagar a prestação. Porque está na Constituição. Está na Constituição. Todo mundo tem direito a ter uma moradia. Todo mundo tem direito a ter um transporte decente. Todo mundo tem que ter direito a uma escola. Todo mundo tem que ter direito a respeitar. É verdade, o povo não conhece a Constituição. Mas a classe política que dirige esse país conhece. E se elas conhecem, nós temos que cuidar do povo com decência, com dignidade e com respeito.
Porque uma criança, por mais pobre que ela seja, ela tem o direito de tomar o café com pão de manhã, tem direito de almoçar, de jantar e dormir com a barriguinha cheia. Esse mundo é possível a gente fazer. Eu já provei uma vez e vamos provar outra vez. Eu estou apenas com um ano e seis meses na presidência. Apenas um ano e seis meses. Eu não conheço o prefeito. Mas eu conheço outros políticos aqui.
E eu falo para vocês, eu duvido que este país, nos últimos 30 anos, teve um presidente da República que colocasse mais recursos em Campinas do que eu coloquei no meu mandato. Duvido. E por que que a gente coloca dinheiro, prefeito? Não é porque eu gosto do prefeito ou não gosto do prefeito. Para mim, eu digo sempre o seguinte. Se o prefeito tiver um projeto, e esse projeto for factível, se esse projeto tiver pé e cabeça, me apresenta o projeto que o dinheiro aparece. Com o discurso, o dinheiro não aparece, mas com o projeto aparece.
Por isso eu falei para o prefeito de Jaguariúna. Você tem projeto na rodoviária, me apresenta o projeto. Não faça discurso, não, me dê o projeto que o dinheiro aparece. Porque quando a coisa é séria, aparece. Eu queria dizer pra vocês que eu vim aqui, eu vim aqui. Eu estou viajando desde quinta-feira. Eu fui a Minas Gerais, a Belo Horizonte, a Contagem, a Juiz de Fora. No domingo eu fui no Rio de Janeiro. Na segunda-feira eu fui a Salvador. No dia dois eu participei do dia dois de julho em Salvador. Depois eu fui pra Recife. E agora eu tô aqui em São Paulo. Eu vou descansar. Amanhã eu tenho Osasco. Amanhã eu vou inaugurar uma universidade que eu criei em 2008, que só tá pronta agora. E eu vou inaugurar a Universidade de Osasco. E o prefeito está convidado. Eu não conheço o prefeito, mas ele está convidado porque ele é uma autoridade local. E em todo lugar que eu vou, eu faço questão de convidar as autoridades locais.
É uma questão de respeito. Respeito é uma coisa que eu quero dar e quero receber. Mas eu vou dizer para vocês por que que eu vim aqui, além de encontrar com vocês. Eu vim aqui pelo seguinte. Quando o Serra (José Serra) era o governador de São Paulo, eu era amigo do Serra. Mas o Serra ficava chateado. “Porra, Lula, você vem a São Paulo participar de solenidade de dinheiro emprestado? Eu estou pagando esse dinheiro. Esse dinheiro não é do governo. Esse dinheiro eu estou pagando”. Eu falava: “Tudo bem. Você tá pagando. Você tá pagando. Mas sabe quem decidiu emprestar? É o governo. É o governo que decidiu emprestar”.
Porque o Mário Covas era governador de São Paulo, e o Mário Covas implorava por empréstimo e não tinha. O BNDES, no último governo deste país, quando eu era presidente em 2010, que veio a crise de 2008, nós repassamos quase R$ 500 bilhões pro BNDES salvar as empresas brasileiras. No governo passado, sabe o que eles fizeram? Retiraram R$ 600 bilhões do BNDES para gastar em outras coisas. E não deixaram o BNDES investir em indústria.
O BNB, o Banco Nordestino, estava proibido de emprestar dinheiro para prefeito e para o Estado. E eu tomei a decisão. Prefeito e governador são gente. E se tiver projeto, tem que ter dinheiro para emprestar, para fazer as coisas. Se não, esse país não vai para frente. O que que eu quero, na verdade? Qual é a minha exigência? Hoje eu fui tirar fotografia com a minha ministra da Saúde de 250 ambulâncias do SAMU. O SAMU também foi criado no meu governo. Também foi criado no meu governo. E eu fui... Eu lembro que de vez em quando a gente dava ambulância para o estado, o governador queria mudar de cor, porque ele não queria que fosse do governo.
Eu já cansei de viajar esse país, você chegava em ponte que foi financiada pelo governo, não tinha sequer o nome do governo numa placa. Eu ia em outros estados, o cara colocava uma placa minha, outra dele. Quando eu saía, ele tirava a minha e ficava só a dele. Eu não quero isso. Eu não quero desonestidade. Eu quero que as pessoas falem: “Olha, essa obra aqui, ela foi feita, a prefeitura deu tanto, o Governo Federal deu tanto, o governo estadual deu tanto”. Eu só quero apenas que se diga a verdade. Eu só quero que mostre aquilo que aconteceu.
Eu duvido que o governador de São Paulo tivesse conseguido aprovar R$ 12 bilhões no BNDES com outro governo. Duvido. Ele conquistou esse empréstimo por minha causa. Porque eu sou republicano. Porque eu não persigo ninguém. Porque eu respeito todo mundo. E se o governador não gosta de mim, não tem problema. Eu não quero casar com o governador. Eu já estou casado. Eu só quero que tenha uma relação de respeito. Uma relação civilizada.
É por isso que eu vim aqui. Para o povo de Campinas saber que essas coisas que foram anunciadas hoje têm dinheiro do Governo Federal, tem dinheiro da Caixa, tem dinheiro do BNDES. E vai ter mais, prefeito. Pode ficar certo que vai ter mais. Na hora que tiver projeto contundente, pode saber que o Governo Federal virá aqui como virá em qualquer outra cidade. Porque eu, sinceramente, ou a gente conserta esse país, ou a gente faz esse país andar para frente, ou a gente não vai para lugar nenhum, gente.
Graças a Deus, a inflação está controlada. Graças a Deus, a massa salarial está crescendo. Graças a Deus, o salário mínimo já aumentou duas vezes. Graças a Deus, o desemprego é o menor desde 2014. E nós vamos gerar mais emprego. Nós vamos gerar mais emprego, porque o emprego é que dá dignidade a nós, homens e mulheres que trabalham.
Quando a gente trabalha, que a gente leva para casa a comida com o suor do nosso sangue, a gente sente muito prazer e muito orgulho, e a gente pode andar de cabeça erguida na rua desse país.
Portanto, meus queridos companheiros e companheiras de Campinas, pode ter certeza, pode ter certeza, o Lula não faltará ao povo de Campinas, e o Lula não faltará a Campinas, como não faltará a Sumaré com o instituto federal. A cidade que vai ter é Franco da Rocha, que nós vamos levar o instituto federal. São 12 aqui em São Paulo. Porque eu quero que a molecada tenha o que eu não tive. Eu não pude estudar, mas eu quero que os filhos dos trabalhadores estudem, que eles estudem, que eles tenham diploma, que eles ganhem bem para eles cuidarem da sua família.
É esse país que eu quero. E é esse país que eu vou construir. Por isso, companheiros e companheiras, ontem eu fui lançar o programa pro agronegócio. Estavam lá todos os bambambãs do agronegócio. E eu fui lá falar. E eu fiz questão de dizer o seguinte: “Olha, vocês não gostam do PT, porque vocês acham que o PT gosta dos sem terra que invade a terra de vocês”. Aí eu falei para os empresários: “Vamos fazer um levantamento pra ver o seguinte. Quem é que está tomando terra de fazendeiro hoje nesse país?” “Sabe quem eles são, presidente? Os banqueiros”.
Todos os proprietários de terra que têm dívida agrária, os bancos estão tomando a terra deles. Não é mais o João Pedro Stédile. São os presidentes dos bancos que estão tomando terra. E nós fizemos pela segunda vez o maior Plano Safra da história do Brasil. Eu até disse para os proprietários, Aloizio, você pode analisar desde o Marechal Deodoro da Fonseca, ou melhor, pega Dom Pedro. Pega Dom Pedro. Pode analisar desde lá. Pega todos os presidentes da República. Pega Getúlio Vargas. Pega Juscelino. Pega Sarney. Pega Fernando Henrique Cardoso. Pega Collor. Pega Bolsonaro. Eu duvido que eles tenham feito o Plano Safra como nós fizemos nesses anos que a gente governou esse país.
Então, companheiros e companheiras, eu tenho mais dois anos e meio na presidência. Pode ficar certo que eu voltarei a Campinas. E o Brasil pode ter certeza que a gente vai melhorar a vida do nosso povo.
Um abraço, gente, e até a próxima, se Deus quiser.