Pronunciamento do presidente Lula durante a posse da presidenta da Petrobras
Eu quero dizer para vocês que eu estou extremamente feliz de estar aqui neste Cenpes que eu tive a oportunidade de visitar várias vezes. Neste Cenpes que a gente teve a oportunidade de sonhar com pesquisas muito importantes para que o Brasil se transformasse no rei da produção de energia limpa nesse país.
Mas eu estou mais feliz, porque eu vou falar o nome de alguns companheiros e eu não quero falar agora para não me emocionar.
Eu quero cumprimentar a minha querida companheira Janja. Quero cumprimentar a querida companheira Magda Chambriard [presidente da Petrobras]. Quero cumprimentar meus companheiros ministros Rui Costa, [ministro] da Casa Civil; Fernando Haddad, da Fazenda, Margareth Menezes, da Cultura; Alexandre Silveira, de Minas e Energia; Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovação; Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência da República. E o nosso querido companheiro jornalista Laércio Portela [ministro interino da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República], que está assumindo o lugar do companheiro Pimenta [Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul], que está cuidando do Rio Grande do Sul neste momento de desastre climático muito forte. Quero cumprimentar a querida companheira Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande do Norte. Cumprimentar deputadas e deputados federais Aliel Machado, Benedita da Silva, Dimas Gadelha, Hugo Leal. Quero cumprimentar o companheiro Eduardo Paes, prefeito da cidade maravilhosa.
E quero dizer do meu orgulho de estar aqui com uma parte daquilo que eu considero patrimônio desse país. E orgulho desse país. Eu estou aqui com a Petrobras, estou aqui com o BNDES, estou aqui com o Banco do Brasil e estou aqui com a Caixa Econômica, que são instrumentos que têm ajudado o Brasil a se desenvolver.
E dizer mais para vocês: se não fossem esses bancos públicos e se não fosse uma empresa como a Petrobras, a gente teria quebrado como muitos outros países na crise de 2008 e 2009. Foi graças à operação junto com os bancos públicos e uma empresa do porte da Petrobras que a gente foi o último a entrar na crise e o primeiro a sair. E terminamos o nosso mandato crescendo a 7,5% no PIB, com o comércio varejista a 13%. Apenas em uma demonstração de que a gente poderia estar melhor ainda, a gente poderia ter aqui do nosso lado a Eletrobras, que era a maior empresa de energia desse país. A gente poderia ter do nosso lado a Vale, que foi privatizada e foi rifada por 899 mil pequenos fundos em que você não tem um dono para você conversar, você não tem alguém para você discutir. E quando eu digo que você não tem um dono para conversar é porque, desde Mariana e Brumadinho, com o desastre das barragens, até hoje, não foi paga a indenização daquele povo que está esperando uma casa e o ressarcimento do estrago. Porque a gente precisa saber que uma empresa boa e grande tem que ter alguém responsável por ela, para que as coisas possam funcionar corretamente. Minha mãe dizia que cachorro de muito dono morre de fome, porque todo mundo pensa que deu comida e, no final, ninguém deu comida para o cachorro. Então, uma empresa com muito dono e que ninguém manda, ou seja, muitas vezes não cumpre aquele papel social que é importante cumprir de atendimento às necessidades soberanas de um país.
Então, queridos companheiros e companheiras. Eu vou começar minha fala parabenizando a nossa nova presidenta Magda Chambriard. E dizer que é sempre uma grande alegria voltar à Petrobras e ver essa empresa pujante, resistente a tantas tentativas de desmonte e dilapidação de seu patrimônio. Ao longo dos seus 71 anos, a Petrobras sofreu acirrados ataques da elite política e econômica deste país. Sem nenhum compromisso com a soberania do Brasil e a melhoria de vida do nosso povo.
Tentaram destruir a Petrobras antes mesmo da sua criação. A história jamais esquecerá os editoriais de grandes veículos de comunicação que preferiam ver o petróleo brasileiro entregue de mão beijada a empresas estrangeiras. Décadas depois, quiseram privatizá-la, ensaiaram uma mudança de nome, em uma tentativa de negar sua origem 100% brasileira. Não conseguiram. Foram obrigados a recuar diante da resistência do povo brasileiro.
Quando assumimos o governo pela primeira vez, em 2003, patrocinamos o maior ciclo de investimentos da companhia em produção de óleo e gás natural, em refino e distribuição, da construção de sondas, plataformas e gasodutos. Não pensem que foi fácil. Companheiro Estrella [Guilherme Estrella, diretor de Exploração e Produção da Petrobras] se lembra. Não pensem que foi fácil quando a gente resolveu fazer navio, quando a gente resolveu fazer sonda, quando a gente resolveu fazer plataforma. Sempre aparecia aquele que dizia que é muito mais barato comprar fora. E eu dizia: "mas comprar fora não vai criar emprego, comprar fora não vai gerar tecnologia, comprar fora não vai gerar salário e não vai gerar imposto". Esse é um país grande, é um país de mais de 200 milhões de habitantes. É um país com imenso territorial. É um país com quase 5 milhões de quilômetros quadrados de água sob a nossa responsabilidade. A gente não pode brincar de governar um país desse tamanho, achando que qualquer um pode chegar aqui e dar palpite que quiser e dizer que as coisas brasileiras não servem.
Então, eu digo para vocês: é com muito orgulho que eu fui candidato em 1989 defendendo a Petrobras. Fui candidato, em 1994, defendendo a Petrobras. Fui candidato, em 1998, defendendo a Petrobras. Fui eleito presidente, em 2002, defendendo a Petrobras. Me candidatei, em 2006, à reeleição defendendo a Petrobras. Elegemos a Dilma, em 2010, acreditando na Petrobras. E, mais ainda, o Haddad foi candidato, em 2018, defendendo a Petrobras e eu voltei a ganhar as eleições, em 2022, defendendo a Petrobras.
Conquistamos a autossuficiência da produção de petróleo. Impulsionamos a indústria naval, que gerou empregos como nunca, para atender a demanda intensa de um período de ouro. Pode ser que algumas pessoas não valorizem, mas a gente não tinha mais que 3 mil trabalhadores na indústria naval e chegamos a 86 mil trabalhadores na indústria naval. A 86 mil trabalhadores.
Com robustos investimentos e o extraordinário trabalho desse complexo de pesquisa, que é o Cenpes, fizemos o que diziam ser impossível. Descobrimos e passamos a explorar o Pré-Sal, redesenhamos a geopolítica mundial do petróleo. Companheiro Estrella se lembra quando, em 2007, ele e o José Sergio Gabrielli [presidente da Petrobras 2005-2012], mais ou menos às 7 horas da noite chegaram no meu gabinete, com um monte de papel na mão, para me comunicar: "Presidente, nós descobrimos uma coisa extraordinária. Nós descobrimos petróleo a quase 5 mil metros de profundidade". E é o nosso querido Pré-Sal. Abaixo do sal. Tem a água, tem a terra, tem o sal e tem o nosso petróleo. E aí eu lembro que a alegria que eles me contaram, eu fui para a casa e nem consegui dormir direito, imaginando o que era o Pré-Sal. E eles me contaram: "Presidente, deve ter muito no Brasil e deve ter na África, porque o mundo foi dividido há 160 milhões de anos atrás, então o continente se separou. Ora, se tem petróleo aqui, deve ter petróleo também na África". É verdade, tem petróleo na costa africana igual tem na costa brasileira. E eu acho que a África merece que esse petróleo seja explorado para a riqueza de seu povo. Nós ficamos muito felizes.
Eu lembro que eu fui em uma reunião do Mercosul, da Unasul, e a primeira coisa que o presidente Chávez me chamou de "marechal do petróleo". "Agora o Lula vai estar na OPEP, porque o Lula agora vai ser um sheik do petróleo". E nós tivemos o cuidado, com muita tranquilidade, discutimos com a Agência Nacional de Petróleo o não leilão dos poços novos que a gente tinha descoberto. A gente tem um grau de conhecimento do que a gente tinha embaixo da terra. E vocês não sabem o sufoco que a gente ficava, porque muitos "chamados especialistas" diziam: "É, descobriram o Pré-Sal, mas não vão conseguir produzir, porque vai ser muito caro, porque vai ser muito difícil, porque vai custar muito dinheiro". E, hoje, um barril de petróleo colocado em terra é quase o mesmo preço de um barril de petróleo da Arábia Saudita, tirado à luz da terra. Em uma demonstração de que essa empresa chamada Petrobras não tem medo de desafios e, quando se trata de tecnologia, ela é a empresa mais extraordinária que nós temos no mundo.
A Dilma tinha passado a ser a minha chefe da Casa Civil. E a primeira coisa que nós discutimos foi aprovar um novo marco regulatório. Era preciso tomar conta daquela riqueza. E nós aprovamos e criamos um regime de partilha da produção. Vocês se lembram que nós fizemos a maior capitalização da história da companhia, estabelecemos o fundo social do Pré-Sal, com investimento direcionado às áreas prioritárias como a saúde, educação e tecnologia. Não me sai da memória, não me sai da memória, o nosso discurso de dizer que o Pré-Sal era o passaporte do futuro desse país, porque nós tínhamos que criar um fundo para garantir aos 200 milhões de brasileiros o direito de usufruir de uma riqueza produzida pelo solo e abaixo do solo brasileiro. Nós ainda não conseguimos fazer as coisas com a força que a gente queria fazer, porque teve um terremoto nesse país. Teve uma praga de gafanhoto que veio para tentar destruir aquilo que era a realização de um sonho do povo brasileiro.
E nós tínhamos certeza que nós precisávamos criar uma forma de compartilhar a riqueza do petróleo com quem, de fato, ele pertence, que é o povo brasileiro. Tudo isso, mais uma vez, tudo isso veio abaixo mais uma vez com a ganância da elite. Com o falso argumento de combater a corrupção, a operação lava jato mirava, na verdade, o desmonte e a privatização da Petrobras. Seu objetivo fosse, de fato, combater a corrupção, que se punisse os corruptos, deixando intacto o patrimônio do nosso povo. Mas o que foi feito não foi isso. O que foi feito foi uma tentativa de destruir a imagem da empresa, a imagem. Porque uma imagem vale um preço tanto quanto o produto que a empresa produz. E eu quero dizer para vocês, companheiros, embora nunca fui petroleiro, eu, muitas vezes, chorei de ver, pela imprensa, vocês, camisas amarelas da Petrobras, sendo chamados de corruptos em restaurantes aqui no Rio de Janeiro por aqueles que achavam que a Petrobras tinha sido um antro de corrupção. E aí se dizia: "não, porque o remédio está caro por causa da corrupção da Petrobras. A gasolina está cara por causa da corrupção da Petrobras. A saúde não funciona por causa da corrupção da Petrobras". Tudo isso não com o objetivo de combater a corrupção, mas destruir uma empresa que tem, no coração do povo brasileiro, o símbolo maior de soberania do nosso país. O que queriam eles mesmo era entregar esse extraordinário patrimônio nas mãos de petrolíferas estrangeiras. Era o que estava por trás de tudo isso. Era tentar o desmonte, era tentar desfazer. Quando eles não conseguiram, eles começaram a vender fatias da Petrobras. "Vamos privatizar uma refinaria, porque refinaria não dá lucro mesmo. Vamos privatizar a refinaria. Ah, vamos vender uma parte da BR, porque não dá lucro. Vamos vender empresa de fertilizante, porque o Brasil não precisa de fertilizante". Ou seja, foi se criando uma empresa de negativismo para que a gente fosse aceitando a ideia de destruir a Petrobras.
Tem país que tem petróleo e manda refinar nos Estados Unidos e pega gasolina exportada. Aqueles que defendiam o fim da Petrobras são os mesmos que abriram 400 empresas de importação de gasolina para o Brasil, quando o Brasil era autossuficiente na produção de gasolina. O Brasil não precisava importar gasolina. Eram os mesmos que ficam defendendo que o preço da gasolina brasileira seja cobrado a preço internacional, quando o petróleo é nosso e, portanto, eles não têm o direito do frete que nós pagamos para ele chegar aqui no Brasil. E tudo isso nós precisamos discutir. Porque é preciso que prevaleça a verdade para o povo brasileiro. Ninguém quer que nenhum acionista tenha um centavo de prejuízo. Se investiu, tem direito a ter o seu retorno do investimento. Ninguém quer isso. Ninguém quer que a Petrobras seja uma empresa deficitária e que ela perca dinheiro. Não. Eu quero a Petrobras uma empresa lucrativa. Quanto mais lucro, mais investimento e mais imposto vai pagar. E mais o Haddad vai ficar feliz com o dinheiro para poder o Tesouro ajudar os prefeitos e estados.
Meus companheiros e companheiras, os que quiseram destruir a Petrobras jamais conseguirão. Mesmo quando o petróleo não for mais motivo da existência da Petrobras, ela será uma empresa de energia. Ela vai refinar o nosso biodiesel. Ela pode produzir hidrogênio verde. Ela pode produzir uma série de outras coisas e, agora, pode ajudar o país a enfrentar essa guerra da Rússia com a Ucrânia, ajudando a gente a recuperar a fábrica de fertilizantes que a gente tanto precisa para recuperar esse país.
Aqueles que tentaram destruir não conseguirão. A Petrobras tem o DNA do povo brasileiro. Resiste e insiste. E, de novo, caminha para se posicionar como uma das maiores empresas de energia do mundo.
Vocês não imaginam. O Estrella estava presente. O orgulho que eu tive quando, em 2010, não na bolsa de valores de Nova York, não na bolsa de valores de Tóquio. Não na bolsa de valores de Frankfurt ou de Londres, mas na bolsa de valores de São Paulo. Nós conseguimos fazer com a Petrobras a maior capitalização já feita no mundo no regime capitalista. Nunca, em nenhum país do mundo, foi feita a capitalização que nós fizemos com a Petrobras. Isso certamente deixou muita gente irritada com o Brasil. Deixou muita gente irritada com a Petrobras e deixou muita gente tentada de que é preciso destruir essa coisa maluca que pode ser esse Pré-Sal, porque o Brasil nasceu para ser pobre. Eles querem que o Brasil seja pobre, eles querem que o Brasil seja pequeno, eles querem que o Brasil não possa tratar de seu povo. E nós queremos o Brasil exatamente ao contrário. Um Brasil grande, um Brasil rico e um país capaz de cuidar do seu povo com a dignidade que cada ser humano merece. E é por isso que nós amamos a Petrobras, fortalecemos a Petrobras e acreditamos na Petrobras. E é por isso que, agora, não tem mais uma mulher, têm três mulheres dirigindo a Petrobras agora. Três mulheres. Quatro mulheres, quatro mulheres. Ou seja, então veja que coisa extraordinária. Uma mulher é pouco, duas é demais, três é mais de mais ainda. E quatro é mais que mais ainda. E eu acho que a Petrobras merecia essa oportunidade nesse primeiro quarto do século 21.
A farsa que sustentou a Lava Jato foi desmontada. E aqui estamos, de volta, para reconstruir a Petrobras e o Brasil. Aqui estamos de volta para reafirmar o papel fundamental da Petrobras para o crescimento do país e para nossa soberania. Uma empresa que produz óleo, gás e energia, mas também investe em pesquisa, inovação e transição energética. Uma empresa que investe em cultura, que produz conhecimento e inovação, não se constrói uma empresa da magnitude da Petrobras, nem o maior centro de pesquisa da América Latina, sem as mãos e a mente de cada um de vocês. E quando eu vejo o que vocês fazem aqui na Petrobras, a inteligência humana, eu fico imaginando um país como o Brasil, quem sabe, não precise de inteligência artificial, porque a nossa humana é muito competente e ela pode dar conta do recado. Se a inteligência artificial vier para melhorar a nossa condição de trabalho, para aumentar a densidade de ganho de dinheiro da Petrobras, se a inteligência artificial vier para ajudar o ser humano a ser mais humano, que seja bem-vinda. Mas, se não fizer isso, nós ficamos com a nossa inteligência. Eu não troco vocês todos por uma inteligência artificial que eu ainda não conheço. E vocês eu já conheço bem.
A força de trabalho, o capital intelectual de vocês, petroleiros e petroleiras, talvez seja a principal riqueza da maior empresa pública do Brasil, cujo valor de mercado, em fevereiro desse ano, atingiu o recorde histórico de R$ 569 bilhões.
Queridas amigas e queridos amigos,
Desde o primeiro dia de governo, trabalhamos por uma Petrobras mais integrada, com investimentos em refino, em produção de gás e fertilizante. E pesquisa para a transição energética. E, para a retomada do papel da companhia como indutora do desenvolvimento nacional, fundamental para o nosso projeto de fazer do Brasil um país mais desenvolvido e mais justo. Aos que não entenderam o seu papel estratégico e tentaram dilapidar o seu patrimônio, a Petrobras responde com mais investimento em retomada de projetos cruciais para a nossa soberania e segurança energética. Não por acaso o planejamento estratégico 2024-2028, o primeiro feito na nossa nova gestão, prevê investimento de 102 bilhões de dólares, 31% superior ao período anterior. Investimento que, dentre tantas escolhas estratégicas, retoma a produção de gás natural. Os mais velhos se lembram da nossa briga por gás, os mais velhos se lembram da nossa briga, companheira Magda, para criar um programa de gás que não tornasse o Brasil tão dependente da Bolívia. Quem é que não lembra a briga que nós fizemos. Eu lembro que uma vez eu convidei o Conselho Nacional de Política Energética para que a gente pudesse discutir se o Brasil era dono de gás, se podia explorar o seu gás, porque, na época, diziam: "Não, mas o gás do Pré-Sal tem muito enxofre, então tem que devolver para a água". Sabe? Eu não sei qual era a ojeriza de não gostar de gás, sendo que o gás pode ajudar a energia brasileira, a indústria brasileira, e esse país ser muito mais rico e dar muito mais qualidade de vida para o seu povo.
Interromperam o investimento em gás natural e fertilizantes, assim como venderam a nossa refinaria foi um dos grandes retrocessos dos que governaram o país, entre o golpe que destituiu a presidenta Dilma Rousseff e o nosso retorno ao governo. Voltamos a investir em ambos, no refino e na produção de gás natural, visando, inclusive, a integração gasífera da nossa querida América do Sul. Criamos o Programa Gás para empregar, ciente de que produzir gás natural é investir não só na segurança energética, mas também na segurança alimentar, já que se trata de um insumo básico para a produção de fertilizantes. Por sua vez, fundamental para a nossa tão poderosa e respeitada agricultura.
Os investimentos em pesquisa tão bem conduzidos pelo Cenpes certamente levarão a Petrobras a manter seu protagonismo como empresa de energia, em um futuro de economia verde, quando o Brasil não mais depender de combustíveis fósseis. Mas, enquanto dependemos, a companhia desenvolve as melhores tecnologias para produzir petróleo e gás, de forma sustentável e menos danosa à nossa natureza.
A nova presidenta da Petrobras, segunda mulher a presidir a companhia, tem competência e todas as credenciais para tocar os desafios da empresa nesse contexto global de crise climática e urgência de transição energética.
Eu quero, antes de terminar, dizer para vocês que eu lamento profundamente o que aconteceu nessa empresa, na tentativa do desmonte dessa empresa. A quantidade de engenheiros que, por pressão, teve que se afastar. A quantidade de mentiras que se contou sobre essa empresa. A quantidade de inverdades que o Brasil recebia, 24 horas por dia, e o que é grave nessas coisas é que não tem volta. Ô, gente, o Vargas morreu porque fizeram uma denúncia de corrupção contra Getúlio Vargas. Depois que ele se matou, nunca provaram a corrupção que ele tinha feito. Nunca. O Juscelino Kubitschek foi acusado de ter um apartamento aqui em Copacabana, ou seja, o Juscelino deixou de ser presidente em 1961. E nunca se provou o apartamento do Juscelino.
Vocês estão lembrados de quando nós começamos a fazer a Copa do Mundo, a quantidade de denúncias de corrupção nos estádios da Copa do Mundo. E muita gente inventou, da direita mesmo, tudo tem que ser padrão FIFA, porque o Brasil tem que dar saúde padrão FIFA, tem que dar não sei o que lá padrão FIFA. Tentativa de desmoralizar a Copa do Mundo. E Deus é justo. Nós tomamos de 7 a 1 naquela Copa do Mundo da Alemanha. Já que é para castigar, vamos castigar. E o que aconteceu de verdade nesse país? Veja, eu lembro, companheiro Haddad, você era o meu ministro da Educação. Depois você ficou um pouquinho com a Dilma e saiu. Eu lembro que eu estava em um instituto e chamei um membro do Tribunal de Contas, chamado Valmir Campelo, ele era ministro do Tribunal de Contas e tinha sido designado para acompanhar, em nome do Tribunal de Contas, a construção de todos os estádios brasileiros. Chamei ele para perguntar: "Valmir, pelo amor de Deus, se teve corrupção, diga quem foi. Diga". Porque o corrupto, se ele não for denunciado, ele não é atingido. Então tem que dizer quem foi. O que ele me disse: "Presidente, o Tribunal de Contas terminou a sua investigação, o relatório final está terminado e está lá no Tribunal de Contas. Não houve prova de nenhuma corrupção em nenhum estado da Federação. Houve uma tentativa de erro aqui no Maracanã, que foi corrigido antes de concluir o Maracanã". Essa é a verdade que está lá no relatório do Tribunal de Contas. Por que as pessoas não publicam isso? É porque, eu vou contar para vocês, é porque a desgraça da primeira mentira é que você passa o resto da vida mentindo para poder justificar as mentiras. E quem fez toda a leviandade das denúncias contra a Petrobras, toda a leviandade contra muita gente nesse país, inclusive pessoas importantes da Petrobras, não tem agora a coragem de pedir desculpa pelo engano cometido. Não espere, porque o pedido de desculpa é uma demonstração de grandeza e os acusadores não têm grandeza para pedir desculpa pelos erros que cometeram.
Por isso, eu sinto orgulho de ter entrado naquele laboratório hoje, que eu inaugurei em outubro de 2010. Eu sinto orgulho da quantidade de visitas que eu fiz à Petrobras. Eu sinto orgulho da quantidade de orgulho que a Petrobras colocou neste peito aqui. E eu sinto orgulho do quanto era importante falar da Petrobras em todos os países do mundo. Como Deus existe, eu estou aqui. Estou de volta, como está de volta a Petrobras para o povo brasileiro e, por isso, eu quero desejar à nossa querida companheira Magda Chambriard e a cada um de vocês, a cada uma de vocês que estão aqui. Empresários acionistas, engenheiros, diretores, as pessoas que compõem o quadro dessa empresa, eu quero desejar a vocês toda sorte do mundo, porque, para mim, tem uma certeza na minha cabeça. Se a Petrobras der certo, o Brasil dá certo. Se a Petrobras dar errado, significa que o Brasil também vai dar errado. E eu torço, luto e morro para que o Brasil dê certo.
Muito obrigado e parabéns, companheira Magda, pelo seu trabalho.