Pronunciamento do presidente Lula durante ato em comemoração ao 1º de Maio
Companheiros e companheiras, trabalhadores e trabalhadoras do nosso querido Brasil. É muito gratificante para um presidente da República poder, no dia 1º de maio, participar de um ato, olhar na cara de cada trabalhador, de cada trabalhadora, de cada aposentado, de cada aposentada, de cada adolescente e poder dizer: esse país vai tratar com muito respeito 203 milhões de homens e mulheres que moram nesse país.
A economia brasileira já voltou a crescer, o salário já voltou a crescer. O imposto de renda, eu prometi para vocês que, até o final do meu mandato, até R$ 5 mil, as pessoas não pagarão imposto de renda. E estou dizendo para vocês: a palavra continua em pé. A partir de hoje, quem ganha R$ 2.864 paga zero de imposto de renda, e nós vamos chegar a R$ 5 mil.
O que é importante é que a inflação está caindo. O que é importante é que o aumento está acontecendo. O que é importante é que a indústria voltou a investir no Brasil. Só a indústria automobilística anunciou, para o Alckmin e para mim na Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), investimento de R$ 129 bilhões, o que não acontecia há mais de 40 anos nesse país. O que a gente percebe é o crescimento do emprego e emprego com carteira profissional assinada, com direito, que é o que as pessoas precisam, na verdade.
Mas aqueles que querem trabalhar como autônomos e querem direito também têm um projeto de lei no Congresso Nacional, que a gente não mexe com o direito de quem quer ser autônomo, mas se quiser ter Previdência, ele pode pagar Previdência porque no infortúnio ele vai precisar de ajuda do Estado brasileiro e da assistência social.
Eu estou aqui neste 1º de maio para dizer para vocês com muito orgulho, com muito orgulho. Eu dizia que a preocupação que eu tinha de voltar a governar esse país é porque eu tinha que competir com o meu primeiro mandato e com o meu segundo mandato. Hoje eu posso olhar na cara de vocês e dizer para vocês: nós vamos fazer um mandato melhor do que nós fizemos os outros dois.
Essa semana, o Alckmin (Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) e os ministros participaram comigo, nós anunciamos a maior política de crédito já feita nesse país, crédito para o grande, para o pequeno, para o médio, crédito para o grande, crédito para catador de material reciclável, crédito para empregada doméstica, crédito para trabalhadora rural. E o que é importante é que toda a nossa política, ela tem como ação preferencial a mulher, que é quem tem mais responsabilidade para cuidar da família nesse país.
Por isso, companheiros e companheiras, eu quero que vocês acompanhem cotidianamente o que está acontecendo nesse país. Vocês sabem que faz apenas um ano e cinco meses que nós governamos. Hoje, completa um ano e cinco meses que nós estamos no governo. Ainda faltam dois anos e meio. Se em um ano e meio a gente já fez o que a gente fez, pode ficar certo que no dia 1º de maio do ano que vem eu voltarei aqui para anunciar mais conquistas do povo trabalhador, dos aposentados, das mulheres e, sobretudo, dos pequenos e médios empreendedores. Porque quem quiser ser empreendedor, quem quiser trabalhar por conta, quem quiser fazer o negócio vai ter apoio do governo e vai ter crédito a juros baratos para que todas as pessoas possam crescer na vida.
Por isso, companheiros e companheiras, vocês sabem que eu sou justo nas minhas críticas e justo no meu reconhecimento. Se vocês acompanharem a imprensa todo dia, dá impressão que tem uma guerra entre o governo e o Congresso Nacional. Vocês sabem que a minha bancada, a chamada bancada progressista que me elegeu nas eleições, a gente não chega a 140 deputados de 513, mas eu quero fazer um reconhecimento, é que nós fizemos alianças políticas para governar e até hoje, preste atenção, até hoje todos os projetos que nós mandamos para o Congresso foram aprovados de acordo com os interesses de que o governo queria.
E isso por competência dos ministros, por competência dos deputados que aprenderam a conversar ao invés de se odiarem e é assim que a gente vai fazer, assim que a gente vai construir. Foi assim que nós fizemos pela primeira vez, no momento de democracia, a reforma tributária, em que a gente vai despenalizar as pessoas de classe média que pagam muito e fazer com que o muito rico pague imposto de renda nesse país porque é só o pobre é que paga.
Nessa proposta de imposto de renda, todo o alimento da cesta básica será desonerado e não terá imposto de renda sobre comida do povo trabalhador desse país. Agora, vocês viram, vocês viram que eu vetei o projeto de lei que desonerava 17 setores da economia brasileira. A gente faz desoneração quando o povo pobre ganha, quando o trabalhador ganha, mas fazer desoneração sem que eles sequer se comprometam a gerar emprego, sem que eles sequer se comprometem a dar garantia para quem está trabalhando, eu quero dizer: no nosso país não haverá desoneração para favorecer os mais ricos e sim para favorecer aqueles que trabalham e que vivem de salário.
Eu quero que vocês aprendam a lição. Pimenta (Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), vem aqui. Cadê o Pimenta? Eu quero que vocês aprendam uma lição. O Pimenta é o deputado que cuida da comunicação do governo. Ele criou um site chamado ComunicaBR. Se vocês entrarem no site ComunicaBR no celular de vocês, vocês podem escolher a cidade que vocês quiserem no Brasil. Podem escolher a cidade que vocês quiserem. Cidade que nem aparece no mapa! E você clica ComunicaBR, você vai descobrir cada centavo e cada obra que o governo está fazendo em cada uma das quase 6 mil cidades brasileiras.
Portanto, ninguém que votou na gente pode dizer que não tem informação, porque vocês têm celular, vocês “Comunica Brasil” e vocês vão saber cada coisa que está acontecendo nesse país, porque eu voltei mais uma vez para provar para a elite desse país que, outra vez, o metalúrgico vai consertar o país que eles quase estragaram.
Mas a política não termina aqui. Eu quero reconhecer, quero reconhecer na frente de vocês o trabalho extraordinário que o Alckmin faz como vice e como ministro da Indústria e Comércio. E quero reconhecer que ele tem prestado um trabalho extraordinário. Eu, de vez em quando, fico pensando que Deus é muito generoso comigo de colocar um companheiro como Alckmin para trabalhar junto comigo, porque ele tem experiência, tem decência e está comprometido com a nossa causa.
Eu quero dizer para vocês que esse homem aqui tem o cargo mais difícil do governo, que é o cargo de conversar com 513 deputados e 81 senadores, e todo dia vocês veem uma crítica a ele, mas a crítica é pelas coisas boas que ele faz para o governo, não é pelas coisas ruins. Então o Padilha (Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais) é um ministro muito especial na nossa vida.
Mas eu quero trazer aqui o companheiro Paulo Teixeira, que é o companheiro (ministro) do Desenvolvimento Agrário, ele apresentou pela primeira vez (a meu pedido) um banco de terra, um banco de terra, porque eu quero oferecer para o Sem Terra, quero oferecer para a Contag, quero oferecer para Fetraf, para todo mundo que quer reforma agrária, que não precisa mais invadir terra, porque nós temos uma prateleira de terra para que as pessoas possam escolher para ir trabalhar.
Quero avisar aqui. Quero apresentar o Silvio Almeida, que é o meu ministro dos Direitos Humanos. Ele, além de outras qualidades, ele é muito importante, porque ele é filho de um goleiro do nosso Corinthians, o Barbosinha, que jogou na década de 60, e está prestando um trabalho extraordinário.
Eu quero apresentar essa mulher aqui. Essa mulher que eu conheço desde 1980. Fazia muitos anos que eu não via a Cida (Gonçalves). De repente, na transição, a Cida aparece e ela é ministra das mulheres para que a gente garanta a respeitabilidade e direitos das mulheres brasileiras.
Queria apresentar aqui a Anielle (Franco), ela tem muitas qualidades pessoais, além de ser filha de quem ela é, ela tem uma irmã chamada Marielle, que foi assassinada injustamente. E ela é a minha ministra da Igualdade Racial, ela diz que foi jogadora de vôlei, mas eu não vi ela sacar nenhuma bola até agora. Vamos ver se ela joga mesmo.
Quem mais falta de ministro? O Márcio, o Márcio Macêdo é de Sergipe e é o ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. Ele é responsável pelo movimento social brasileiro. Não pensem que vai ficar assim, vocês sabem que ontem eu conversei com ele sobre esse ato e eu disse pra ele: “ô Márcio, o ato está mal convocado”. Nós não fizemos o esforço necessário para levar a quantidade de gente que era preciso levar. Mas, de qualquer forma, eu estou acostumado a falar com mil, com milhão, mas também, se for necessário, eu falo apenas com a senhora maravilhosa que está ali na minha frente para conversar.
A segunda coisa que eu quero apresentar é o companheiro Fufuca (André Fufuca, ministro do Esporte). Jovem, médico do Maranhão, que é ministro do Esporte e que vai levar a delegação brasileira para Paris para trazer muitas medalhas de ouro. É importante vocês saberem que grande parte dos atletas que ganham medalha de ouro recebem do governo uma coisa chamada Bolsa Atleta, que a gente paga desde o meu primeiro mandato. E tem um monte de atleta que não tem patrocínio. Se não é a bolsa do governo, nem tênis essas pessoas não podem comprar. Por isso, Fufuquinha vai nos representar. O Marinho (Luiz Marinho, ministro do Trabalho) eu não vou apresentar.
Agora eu quero apresentar um companheiro que não é ministro, mas que está aqui, o companheiro Boulos (Guilherme Boulos, deputado federal). Hoje é feriado, eu resolvi dedicar este tempo do feriado para vir a São Paulo, participar deste 1° de maio e dizer as boas novas para vocês.
Eu queria que vocês soubessem que nós vamos ter aqui no Brasil o G20. O G20 é um encontro de todas as economias, das 20 economias mais fortes do mundo. E nós vamos inovar. A nossa pauta vai ter uma pauta social.
Então, o Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral, tem a responsabilidade de, junto com as centrais sindicais, junto com as entidades de organização, junto com os estudantes, junto com as universidades, junto com os aposentados, têm a obrigação de a gente fazer a maior manifestação política social dizendo aos 20 presidentes do mundo inteiro o que que o povo deseja que a gente faça para melhorar a vida do povo.
Por último, eu queria dizer desse companheiro aqui. Eu só queria dizer para vocês o seguinte: esse rapaz, esse jovem, esse jovem, ele está disputando uma verdadeira guerra aqui em São Paulo. Ele está disputando com o nosso adversário nacional, ele está disputando contra o nosso adversário estadual, ele está disputando contra o nosso adversário municipal. Então, ele está enfrentando três adversários, e por isso eu quero dizer para vocês: ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. E eu vou fazer um apelo: cada pessoa que votou no Lula em 89, em 94, em 98, em 2006, em 2010, em 2022, tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo.
Por último, companheiros e companheiras, eu quero dizer para vocês que nós acabamos de anunciar mais 100 escolas técnicas nesse país, mais 100 institutos federais, vai ter um no Jardim Tiradentes, vai ter uma faculdade na Zona Leste, vai ter um em Mauá, vai ter em Diadema, vai ter um no Osasco, vai ter um em Carapicuíba, vai ter um em Cotia, e vai ter um no Jardim Ângela em São Paulo.
Porque a gente quer levar as escolas para perto do pobre. Mas eu queria contar uma coisa. Eu queria contar uma coisa que nós fizemos esses dias para os filhos de vocês e para os netos de vocês. Presta atenção que é uma coisa muito sagrada. Nós descobrimos, nós descobrimos que no ano passado quase 500 mil crianças, de 14 anos em diante, desistiram do ensino médio porque têm que fazer trabalho para ajudar o pai e a mãe. E nós então resolvemos tomar uma decisão. Um país que permite que jovens de 14 e 15 anos desistam do estudo porque têm que trabalhar, esse país nunca será um país desenvolvido.
Então nós tomamos a decisão de criar uma poupança para esse jovem. Uma poupança que no final dos três anos vai chegar a 9 mil reais. Nós vamos dar, nós vamos dar R$ 200 por mês durante 10 meses, se depois dos 10 meses ele tiver passado na prova e ele teve um comparecimento de 80% na escola, ele vai ganhar R$ 1 mil, na poupança. No ano seguinte, outra vez mais 10 prestações de R$ 200 e mais uma de R$ 1 mil. No terceiro ano, mais 10 prestações de R$ 200 e mais uma de R$ 1 mil. Quando ele terminar o ensino médio, ele vai estar com R$ 9 mil para ele seguir a vida dele.
Esse programa está atendendo quase 4 milhões de jovens. Quase 4 milhões de jovens. E por quê? Porque nós queremos que os filhos de vocês e que os netos de vocês não sejam como os pais, que eles sejam melhor, mais estudados, tenham profissão, porque nós queremos que as pessoas melhorem de vida.
E é por isso que eu quero dizer para vocês: acreditem. Acreditem com a fé que vocês têm em Deus. Porque eu vou ter o orgulho de, ao terminar o meu mandato, olhar na cara de vocês e dizer: obrigado, minha gente, por me apoiar para presidente da República, obrigado, minha gente, por me ajudar a governar esse país.
E eu quero entregar esse país respeitado no mundo inteiro, mas respeitado no Brasil. Por enquanto, gente, que Deus abençoe vocês. Voltem para casa tranquilos. E amanhã é dia de trabalho.
Um abraço, companheiros.