Pronunciamento do presidente Lula durante assinatura de Ordem de Serviço de obras de prevenção de enchentes em Araraquara (SP)
Eu, depois de ouvir tantos companheiros bons de garganta, e depois de ouvir o nosso prefeito Edinho [Edinho Silva, prefeito de Araraquara], eu fico pensando o que falar para o povo de Araraquara. Esta cidade que eu conheci há muitos anos. Eu aqui passeava de trem quando uma namorada, que foi minha primeira mulher, morava em Bariri, e eu vinha de trem de São Paulo para essa região.
Aqui, o meu Corinthians contratou um grande jogador de futebol da ferroviária chamado Bazzani [Olivério Bazzani Filho]. E na mesma época o Palmeiras contratou o Dudu [Olegário Tolói de Oliveira]. Só que o Dudu deu certo e o Bazzani não deu tão certo no Corinthians.
Aqui tinha um jogador chamado Peixinho [Arnaldo Poffo Garcia], que eu lembro do Peixinho porque quando foi inaugurado o Morumbi ele foi chamado pelo São Paulo pra jogar naquele jogo da sede do Morumbi.
E aqui também eu conhecia como a Morada do Sol. A cidade de homens e mulheres bonitos do estado de São Paulo. E aqui também eu tive o meu primeiro impulso de raiva. Nós viemos aqui fazer um comício na campanha de 89. E quando eu cheguei aqui, tinha tanta gente na rua, tanta gente na rua, e tinha um caminhãozinho pequeno sem som pra gente fazer o comício. Porque quem ficou de organizar não acreditou que ia ter gente. E achou que não precisava de som. Eu, se tivesse que morrer de infarto, eu teria morrido de infarto naquele dia, em Araraquara.
E foi a partir daquele comício de Araraquara que eu tive a certeza que eu não estava disputando uma eleição com Ulysses Guimarães, com o Brizola, com o Maluf, com o Afif, com Mauro Covas, com Aureliano Chaves. Eu era o bagrinho daquela campanha.
E ali, em Araraquara, eu não sei em que praça, Edinho, mas, naquele movimento, eu tive consciência de que a minha campanha não era para marcar posição. Que eu tinha a chance de ganhar aquelas eleições.
Bem, nós não ganhamos as eleições. Nós não ganhamos as eleições. Todo mundo aqui se lembra, eu perdi as eleições pro Collor [Fernando Collor, senador da República]. Todo mundo sabe da manipulação dos meios de comunicação no último debate da Globo. Todo mundo sabe o que foi o governo Collor. Depois eu concorri mais uma vez e perdi outra vez.
E aí, algumas pessoas falavam: "Lula, você tem que parar, cara, você só perde. Você só perde". E eu tomei a decisão de concorrer mais uma vez. Perdi outra vez. Aí eu falei: "Não tem jeito. Eu tenho que parar de ser candidato, porque senão eu vou passar para a história como o maior perdedor de eleição desse país".
Mas aí, os companheiros do meu partido, como o deputado Arlindo Chinaglia, como o companheiro Edinho, como as nossas deputadas estaduais, resolveram dizer: "Não, você vai tentar mais uma vez. Agora você não pode ser o mesmo candidato da outra eleição. É preciso a gente criar um novo Lula".
E aí, inventaram pesquisas, um monte de coisa, eu não podia falar tal coisa, eu só podia falar as coisas que soavam bem. E eu lembro de uma coisa que marcou a minha vida. Eu, a vida inteira, fazia discurso dizendo assim: "Eu vou fazer reforma agrária ampla e radical sob o controle dos trabalhadores". Eu falava com tanta raiva que eu chegava a espumar o canto da boca.
E, um dia, eu tô no Rio de Janeiro, eu desço do palanque, uma senhora de cabelos brancos me espera na escada do palanque e fala assim pra mim: "Ô, Lula, você sabe que eu sou eleitora, mas do jeito que você tá falando, você me deixa com medo, você tá falando com muita raiva, você pode falar a mesma coisa com tranquilidade, você pode falar, eu vou fazer reforma agrária, não precisa fazer ampla e radical sob o controle dos trabalhadores — e nem precisa babar, você só fala devagar que eu acredito".
E aí, nós fizemos uma pesquisa para fazer a seguinte pergunta da pesquisa: se o povo queria que eu falasse reforma agrária, ampla e radical sob o controle dos trabalhadores, ou se eu deveria falar reforma agrária tranquila e pacífica? 93% foi reforma agrária tranquila e pacífica.
Eu tive que amoldar os meus discursos, não falar com tanta raiva, ser mais simpático, ser tão lembrado que nós criamos o Lulinha Paz e Amor, falar sempre melhor.
O dado concreto é que é verdade que nós perdemos três eleições. Mas veja o que aconteceu. Nas primeiras eleições que eu participei, eu fui o segundo colocado. Na segunda que eu participei, nós fomos o segundo colocado. Na terceira que nós participamos, eu fui o segundo colocado. Na quarta que nós participamos, eu fui o primeiro colocado. Na quinta, eu fui o primeiro colocado. Na sexta, foi a Dilma Rousseff, ex-presidenta da República e presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento] a primeira colocada. Na sétima, foi a Dilma a primeira colocada. Na oitava, o Haddad [Fernando Haddad, ministro da Fazenda], nós ficamos em segundo lugar. E, na décima, nós ganhamos em primeiro lugar outra vez.
Numa demonstração que nós construímos uma história nesse país. Não é por acaso. Vocês não tem noção de como eu viajo esse país. Eu viajei primeiro por conta das guerras de 78, que eu viajava o Brasil inteiro. Depois eu viajei por conta de criar o PT. Viajei o Brasil inteiro.
Renan [Renan Filho, ministro dos Transportes], eu era candidato a governador em São Paulo em 82. Eu fiz campanha para governador nos 27 estados da Federação. E ainda achava que eu ia ganhar aqui. Contra o Franco Montoro e o Reynaldo de Barros.
E eu fiquei muito, muito pê da vida, porque eu perdi até do Jânio Quadros. Eu fiquei em quarto lugar. Eu queria desistir. Eu queria desistir da política. Eu não vou fazer mais política. Perder até do Jânio. Aí quando foi em 85, eu fui a Cuba. E em Cuba eu estava conversando com o presidente Fidel Castro. E conversando sobre as eleições. Eu falei pro Fidel: "Fidel, sabe o que acontece? Eu acho que eu vou parar, porque eu fiquei em quarto lugar para governador, rapaz. Eu pensei que eu ia ganhar as eleições. Na porta de fábrica, onde eu era carregado nos braços todo dia de manhã, eu perdi as eleições pro Montoro”. Daí eu falei: “eu vou desistir”.
O Fidel falou: "Lula, pensa no seguinte. Nunca na história da classe trabalhadora mundial um operário teve um milhão duzentos e cinquenta e quatro mil votos." Nunca.
E aquilo me fez compreender que eu não tinha sido derrotado. Os trabalhadores das empresas não poderiam votar em mim, porque eles me tratavam como sindicalista, não me tratavam como político. Eu fui, então, fortalecendo essa minha posição de que era possível mudar o país.
Eu acreditava que era possível mudar o país. Vocês sabem que eu sou nordestino, e eu nunca aceitei, eu ficava doente quando ouvia as matérias nos jornais e na televisão. Onde é que morrem mais crianças de fome? É no Nordeste. Onde é que morrem mais crianças desnutridas? É no Nordeste. Onde tem mais crianças analfabetas? É no Nordeste. Onde tem mais crianças que desistem da escola? É no Nordeste. Onde é que tem menos médicos? É no Nordeste. Onde é que tem menos faculdade? É no Nordeste. Onde é que tem menos doutores e mestres? É no Nordeste.
Eu falei, não é possível, não é possível que Deus é contra o Nordeste. Não é possível. Aí eu tomei a decisão de que eu poderia perder quantas eleições eu pudesse perder. Mas um dia eu ia ganhar e eu ia provar que esse país poderia ser governado de forma diferente.
A elite brasileira não gosta quando eu falo algumas verdades. Esse país não foi apenas o último a abolir a escravidão. Esse país não foi apenas o último a garantir o direito de voto da mulher — que só foi conquistado na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, por uma mulher que teve coragem de ir para a justiça ganhar o direito de voto.
Esse país foi o último a ter independência. Nesse país, vocês perceberam que a gente não tem herói. Todo país tem um monte herói, esse não tem. Só tem Tiradentes. Então, vejam uma coisa absurda. Eu achava que era preciso mudar.
E, pois bem, nós ganhamos as eleições. Vocês se lembram do meu discurso. Se quando terminar o meu mandato, cada brasileiro tiver tomando café de manhã, almoçando ou jantando, eu já terei cumprido a missão da minha vida.
E, aí, a gente começou a tentar fazer coisas impossíveis de fazer. A gente começou a acreditar que esse país não poderia ir pra frente se as crianças brasileiras não tivessem oportunidade de estudar. Se o filho das pessoas mais humildes não tivesse chance de entrar numa faculdade. Se uma filha de uma empregada doméstica, de uma trabalhadora técnica, de uma trabalhadora balconista de uma loja, não tivesse o direito de ver seu filho estudando numa faculdade, fazendo uns cursos pra ser doutor.
Era preciso construir isso. E, aí, eu descobri, meu caro Edinho, outra insanidade desse país. Esse país só foi ter sua primeira universidade em 1920. Quando a Argentina já tinha feito sua primeira reforma universitária, a gente não tinha uma.
E a nossa primeira universidade foi criada. Um monte de faculdade de direito espalhada, de medicina, e foi criada a Universidade Brasil, não por nossa causa. Foi criada para garantir que o rei da Bélgica, que vinha fazer uma visita no Brasil, e o rei, quando visita, tinha que receber um título de doutor honoris causa.
Foi pra isso que criaram a primeira universidade. Não foi pra colocar gente pra estudar. Pois bem, eu resolvi provar que era necessário mudar, porque não tem na história da humanidade nenhum país que se desenvolveu sem antes investir na formação política, econômica, acadêmica, cultural e moral do seu povo.
E eu resolvi, resolvi que a gente... E o que é que eu tenho orgulho hoje, Edinho? O que é que eu tenho orgulho hoje? Eu e o Zé Alencar [José Alencar, ex-vice-presidente da República], o vice mais extraordinário que eu arrumei, um empresário muito rico, que também não tinha diploma universitário.
Então nós fomos a primeira dupla de analfabetos a governar esse país. Um empresário bem-sucedido e um metalúrgico também bem-sucedido. Pois bem, pois bem. Nós já passamos para a história como o governo que mais fez universidade na história desse país. Como o governo que mais fez extensões universitárias, são 178 campos avançados.
Nós pegamos esse país com 140 institutos federais. Nós vamos concluir 782 institutos federais nesse país. E, há pouco tempo atrás, a gente descobriu que 500 mil crianças de 14 e 15 anos não faziam o ensino médio, porque tinham que parar de estudar para ajudar no orçamento familiar.
Crianças que paravam de estudar, porque tinham que trabalhar para ajudar em casa. 500 mil. E eu fiquei pensando com o meu ministro da Educação, que país a gente vai ter no futuro se a gente não garante que uma criança possa estudar até se formar?
E criamos um programa chamado Pé-de-Meia. Nós vamos dar uma bolsa, uma poupança, de R$ 200 por mês, durante 10 meses. Se quando chegar no final de 10 meses, esse menino tiver comparecido em 80% das aulas e tiver passado de ano, ele vai receber mais R$ 1 mil. 10 de R$ 200 são R$ 2 mil. Mais uma de R$ 1 mil são R$ 3 mil.
No ano seguinte, a mesma coisa. Ele vai receber uma poupança de R$ 200 por mês. Se chegar no final de 10 meses, ele tiver 80% de comparecimento e ele passar de ano, ele ganha mais R$ 1 mil. Ele já vai ficar com R$ 6 mil na poupança. No terceiro ano, a mesma coisa. Ele vai receber 10 meses de R$ 200. E, se chegar no terceiro ano, ele tiver 80% de comparecimento e ele passou de ano, ele vai receber mais R$ 1 mil. Ou seja, ele vai terminar o ensino médio, ele vai ter a possibilidade de ter R$ 9 mil na conta dele pra ele poder seguir o destino dele.
Nós estamos atendendo por volta de 4 milhões e 800 mil alunos. Não é uma coisa fácil, é uma coisa que custa um pouco de dinheiro. Mas aí quando o pessoal do dinheiro falou: "Olha, presidente, isso é muito caro. Isso vai dar R$ 8 ou R$ 9 bilhões por ano. Isso é muito caro". Eu falo: "Não. Isso não é caro, não. Isso é barato. Caro é que se a gente não fizer agora, daqui a 10 anos, a gente vai ter que gastar o dinheiro em cadeia. Vai ter que gastar dinheiro para combater a violência da organização".
É preciso mudar o discurso. É preciso mudar o discurso. É preciso saber o que é gasto e o que é investimento. “Ah, o Governo Federal não pode dar aumento para os funcionários, porque é gasto”. Quando as empresas dão aumento para os funcionários, por que elas dão? Porque elas sabem que o funcionário precisa de aumento para trabalhar mais feliz. Então não é gasto, não. É investimento que ela está fazendo na melhoria da sua produção.
Por que que o governo, quando aumenta médico, quando aumenta dentista, quando aumenta os... é gasto? Não. Salário não é gasto. É investimento. Porque se a pessoa estiver trabalhando feliz e motivada, ela produz o dobro. Ela se dedica muito mais e ela vai cumprir com toda a sua tarefa.
Então, no nosso governo é proibido falar a palavra gasto em coisas que é investimento. “Ah, R$ 143 milhões para Araraquara é gasto. É uma cidade de 200 e poucos mil habitantes. Por que R$ 143 milhões?” Porque Araraquara é uma cidade que teve um desastre climático e Araraquara, igual qualquer outra cidade, merece R$ 143 milhões ou merece mais.
Além do que, Araraquara tem um prefeito que se você pegar os 5 mil e 700 mil prefeitos que tem nesse país, você não vai encontrar nenhum melhor que o companheiro Edinho. Nenhum. Mais qualificado, mais preparado.
Veja, Edinho, aconteceu uma coisa na história desse país que se a gente não contar, as pessoas não acreditam. Vocês sabiam que São Paulo foi um estado que tentou se revoltar contra a União, que foi a famosa Revolução de 1932. Depois que o Getúlio [Vargas, ex-presidente da República] chegou ao poder, a elite paulista se rebelou, a elite paulista tentou derrubar o governo. Aí perderam. Mas, ao perder, tiveram uma atitude inteligente.
O que os paulistas falaram? Bom, nós perdemos na política, mas nós vamos comandar esse país, porque nós vamos ganhar na inteligência. E criaram a USP, que é a mais importante universidade brasileira até hoje. E criaram a USP porque eles tinham na cabeça que era a partir da inteligência formada na USP que eles iam governar esse país – e assim foi feito.
Assim foi feito. São Paulo virou o maior estado do país de população, de economia, de infraestrutura, de escola técnica e tudo. São Paulo parecia um país fora do Brasil. E não tinha universidade em outros estados.
Não, não é possível. Não é possível. Nós temos que levar a faculdade para o interior. A molecada do interior não tem que ir para a capital para estudar. Tem que estudar na sua região. Vamos levar os professores do Centro-Sul para o Nordeste, para o Norte do país, para esse país ser mais igual. Para esse país ser mais justo. O nordestino não tem que vir para São Paulo como eu vim na década de 50: para não morrer de fome. O nordestino tem que vir aqui para fazer turismo, para aprender, para ensinar, como fazem os paulistas quando vão para as praias do nordeste.
É esse país civilizado que nós temos que construir. E esse país civilizado só vai acontecer na hora que a gente tiver igualdade de oportunidade para todos. Eu não quero tirar nada de ninguém. Está aqui meus amigos da Cutrale, que eu tinha uma relação extraordinária com o pai, e os filhos nasceram igual ou melhor do que o pai. Parabéns. Eu tenho uma relação muito civilizada com eles, o Edinho tem. São homens brasileiros, empresários, bem-sucedidos, muito ricos, mas que nunca deixaram de conversar conosco as políticas de interesse social.
Mas bem, eu não quero tirar nada deles. Eu não quero. A única coisa que eu quero é que o filho do trabalhador dele possa disputar a mesma vaga na universidade que o filho dele. A única coisa que eu quero é que ele tenha oportunidade. E isso, quem vai garantir, não é ele. Quem vai garantir é o Estado. Porque na hora que a gente dá oportunidade, a gente percebe que dinheiro não faz inteligência. Dinheiro faz você ter acesso a determinados privilégios.
A gente percebe que não tem esse negócio do rico é inteligente e o pobre não é. Não. O que o pobre precisa é ter oportunidade. É ter oportunidade. Oportunidade de comer bem. Oportunidade de se vestir bem. Oportunidade de ter uma profissão, de trabalhar, e poder ter uma casa, construir a sua família, ter seus filhos e seus netos, e viver em harmonia, que é isso que nós buscamos sempre construir nesse país.
E vocês sabem que eu voltei a concorrer às eleições porque esse país estava sendo destroçado pelo negacionismo, por pessoas que negavam, por pessoas que não acreditavam em vacina, que receitavam remédio. Esse país não poderia continuar assim.
Então eu voltei. Voltei. Voltei e vou consertar esse país com o apoio de vocês. Com o apoio dessa gente que está aqui. Dar civilidade para esse país, civilidade.
As pessoas aprenderam a se respeitar. As pessoas aprenderam a entender a outra do jeito que a outra é. Ninguém quer mudar ninguém. Cada um serve o que for. Mas cada um respeita o direito do outro. Respeita o pensamento do outro. Respeita a chance do outro. É esse país que nós queremos construir. Um país que vive em harmonia. Um país que tenha fraternidade. Um país que tenha solidariedade.
Como agora a nossa solidariedade do Brasil inteiro para o povo do Rio Grande do Sul, que está sofrendo a maior catástrofe climática da história daquele estado. É esse o país que nós queremos criar. Que uma cidade ajude a outra. Que um prefeito ajude o outro. Que um irmão ajude o outro.
Desde o tempo que eu estava dentro da fábrica, às vezes, a vida da gente é dura. Às vezes a gente fica desempregado, Edinho, às vezes a gente fica desempregado. A gente vai tentar encontrar com os amigos da gente, ninguém quer encontrar mais com a gente.
Porque quando você está desempregado, você vai pedir pro cara dar um cigarro pra você. Eu não fumo mais. Mas o cara vai pedir. Mas você vai tomar uma cachacinha, mas vai pedir para alguém pagar. Aí você vira um incômodo. Você que era um cara legal, amigo de todo mundo, quando você fica desempregado, até os parentes se afastam.
Vocês já perceberam que hoje, no mundo tá assim, mesmo nos nossos parentes, aqueles mais ricos não convocam os mais pobres para um aniversário, para um casamento. É um afastamento. Que mundo a gente vai criar?
Por isso que é muito gostoso falar com vocês e dizer pra vocês, em alto e bom som: a gente precisa de um país que tenha milhões de pessoas com a alma de um Edinho, com a inteligência de um Edinho, com a disposição de dar sem pedir as coisas, como faz o Edinho. Por isso é que eu tô aqui, orgulhosamente, dizendo pra vocês, nós vamos recuperar esse país, a economia vai crescer, vai gerar renda, vai gerar distribuição de riqueza, essa meninada vai ter o direito de ser doutor, vai ter o direito de tocar na orquestra municipal, onde quiser.
É esse país que nós temos que criar. E, por isso, eu estou aqui em Araraquara pra dizer pra vocês: Araraquara, eu amo vocês e parabéns ao prefeito que vocês têm.
Um abraço e um beijo no coração.