Pronunciamento do presidente Lula em anúncio de investimentos na refinaria Abreu e Lima
TRANSMISSÃO | Lula anuncia retomada de investimentos na refinaria Abreu e Lima / Fonte: Canal Gov
Queridas companheiras e queridos companheiros. Meu querido companheiro Jean Paul Prates, presidente da Petrobras. Nossa querida governadora Raquel Lyra, governadora do estado de Pernambuco. Também nosso querido prefeito de Recife, nosso companheiro João Campos. Companheiros deputados federais aqui presentes. Companheiras deputadas aqui presentes. Companheiros funcionários da Petrobras, diretores da Petrobras. Companheiros deputados estaduais. Companheiras e companheiros vereadores. Trabalhadores e trabalhadoras. A nominata é muito grande e eu vou dispensar um pouco a nominata e falar cumprimentando todos os políticos, falar o nome da nossa querida Teresa Leitão, nossa vereadora, que em nome dela eu cumprimento todas as pessoas aqui presentes.
Eu não vou ler discurso. Pessoal que trabalha comigo às vezes fica preocupado, porque eu passo a semana inteira pedindo discurso e, quando chega na hora de ler o discurso, me dá vontade de falar. E eu não me sentirei bem falar olhando para o papel, ao invés de falar olhando para a cara de vocês.
Esse dia é muito importante. Ele é muito importante para o Brasil, ele é muito importante para a Petrobras, ele é muito importante para Pernambuco, ele é muito importante para o povo trabalhador brasileiro, ele é muito importante, pessoalmente, para mim.
Essa história de fazer essa refinaria aqui é uma história que talvez pouca gente conheça. A primeira vez que eu discuti essa refinaria aqui, o Eduardo Campos não era governador de Pernambuco, era governador o Jarbas Vasconcelos. E eu tinha uma reunião com o Jarbas Vasconcelos e ele me falou, então, da refinaria. E ele me falou o seguinte: "o país ou a empresa que quiser funcionar ou financiar, eu aceito. Ou quiser fazer parceria". O Tasso Jereissati também queria uma no Ceará e ele me levou para jantar comigo, no Itamaraty, o diretor da grande empresa de petróleo da Arábia Saudita. E eu só dizia o seguinte: quem colocar dinheiro vai ganhar. Não era licitação, não. Era quem colocasse dinheiro ia ganhar parceria.
Acontece que depois que eu tive a conversa com o Jarbas Vasconcelos, o Chavez veio para o encontro comigo para discutir política industrial em Pernambuco, parceria. E, na conversa com o Chavez, eu disse para ele se ele não tinha interesse em construir uma parceria conosco para construir uma refinaria em Pernambuco. O Chavez, vocês não conheceram, era uma das pessoas mais entusiastas do mundo que eu conhecia. Ele nunca dizia não, tudo para ele era sim, mesmo que no dia seguinte ele não fizesse o que ele comprometeu. Bem, e porque que eu queria fazer uma parceria com a Venezuela? Era porque o Brasil tinha uma superávit comercial com a Venezuela de quase 4 bilhões de dólares. E relação comercial entre dois países é bom quando você vende, mas você tem que comprar. É como se fosse uma avenida de duas mãos. Você compra e você vende. Você tem um comércio equilibrado, você não tem uma diferença de prejuízo para um país todo ano, como a Venezuela tinha com o Brasil. E como a Venezuela não oferecia nada para a gente comprar, eu, então, tive a ideia de que, por exemplo, a Venezuela é detentora, possivelmente, da maior quantidade de petróleo dos países do mundo inteiro. Eu falei: "então, nós vamos comprar petróleo seu para poder fazer a refinaria". Fizemos o acordo.
Acontece que a Petrobras e a PDVSA eram duas noivas bonitas, muito grandes, e nunca concordaram com a nossa ideia. Chegou um dia, numa reunião, que eu e Chávez, com Gabriele e com o presidente da PDVSA, a gente ameaçou mandar os dois embora. Nós vamos mandar embora, porque a gente decide e vocês não cumprem. E não cumprem porque cada um tinha que defender os interesses de suas empresas, o interesse de sua diretoria e o interesse de seus países. O dado concreto é que quando o Chávez concordou, a gente resolveu começar essa refinaria. Mas nunca o Chávez colocou um centavo aqui.
Chegou um dia, Jean Paul, que eu, conversando com o José Sérgio Gabrielli [ex-presidente da Petrobras] eu falei: "Sergio, a gente não vai esperar o Chávez, vamos fazer a nossa refinaria". E a Venezuela tem um petróleo, para quem conhece, 8API. É um petróleo muito pesado. É um petróleo muito pesado. E para a fazer a refinaria com a Venezuela, a gente tinha que quase fazer duas refinarias, porque a gente tinha que fazer a nossa e tinha que fazer o reparador, para preparar o petróleo dele para entrar na nossa. Então, nós terminamos fazendo sozinho a nossa refinaria e eu posso dizer que, graças a Deus, a gente tá fazendo ela sozinha, porque a gente vai fazer com os nossos erros e os nossos acertos.
Eu queria só lembrar vocês que, quando eu deixei a Presidência da República, eu tive as contas dos meus oito anos de governo aprovada por unanimidade no Tribunal de Contas e aprovada pelo Congresso Nacional. Somente cinco anos depois, cinco anos depois, começou o processo de denúncia contra a Petrobras. E, na verdade, não era contra a Petrobras, porque se você quisesse, de fato, apurar corrupção, se apura. Você apura corrupção, se pegar o Jean Paul, se o Jean Paul roubou, manda ele embora e manda ele para a cadeia. O que não pode é punir a soberania de um país como o Brasil e de sua empresa mais importante, que é a Petrobras.
A história ainda vai ser contada, porque vocês sabem que, muitas vezes, a história leva anos, décadas e até séculos para a gente saber a verdade. Mas eu vou dizer uma coisa como presidente da República deste país: tudo que aconteceu nesse país foi uma mancomunação entre alguns juízes desse país, alguns procuradores desse país, subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que queria e nunca aceitaram o Brasil ter uma empresa como a Petrobras. Eles não queriam que a gente tivesse a Petrobras em 1953. Essa linha editorial do jornal O Estado de São Paulo, daquela época, vão dizer que o Brasil não precisava de petróleo, que o Brasil tinha que importar, que ficava mais barato. Porque, lamentavelmente, este país, que foi descoberto há 524 anos atrás, foi colonizado por muito tempo. Foi o último país a ter independência, o último a acabar com a escravidão, o último a ter voto da mulher. O último, na verdade, a fazer com que a gente tivesse uma universidade. Uma elite com complexo de vira-lata, subordinada aos interesses dos outros e com pouco interesse nesse país.
Por isso eu estou orgulhoso de estar aqui. Vocês não tem noção, não tem noção da alegria que eu estou de estar aqui, vestindo essa camisa amarela (essa camisa abóbora). Esse menino aqui, eu cansei de dizer pro Denis que eu tinha dó dos camisa laranja da Petrobras. Porque, quantas vezes, companheiros entraram em restaurantes para comer e, porque estava com essa camisa, eram chamados de ladrões. Quantas vezes? E por que que isso acontece? Porque toda vez que você quer ganhar uma disputa, você, primeiro, destrói moralmente a pessoa. Você inventa uma mentira. Você conta qualquer cara. Você inventa qualquer história e você martela aquela mentira até ela se tornar uma verdade na cabeça do povo.
E, muita gente, como Getúlio Vargas, que governou esse país por 15 anos, de 1930 a 1945, depois voltou, em 1950, eleito pelo povo e em 1953 criou a Petrobras, ele não aguentou os quatro anos de democracia e com uma denúncia contra ele. Ele se matou. E eu acho que eles imaginavam que poderiam fazer o mesmo comigo. Eu poderia ter voltado a ser presidente da República em 2014. Poderia, tranquilamente. Eu tenho certeza que seria eleito. Mas eu achava que era um direito da companheira Dilma Rousseff ter a sua reeleição, se ela quisesse ser candidata. E aí começou o processo de destruição de tudo aquilo que a gente tinha feito no Brasil. De tudo aquilo que a gente tinha feito no Brasil. Começou o processo.
Eu nem deveria estar contando essas coisas aqui, porque já se passou muito tempo e o povo já me colocou de volta. As pessoas que me acusaram estão apodrecendo, porque sabem que mentiram e sabem que o inferno os aguarda por tanta mentira que eles contaram. Eles sabem, os pastores que mentiram a meu respeito sabem que não estão falando em nome de uma religião séria ou em nome de Deus. Sabem que estão mentindo e eles sabem que Deus está vendo. Eles sabem que Deus sabe. Entretanto, faz parte de um jogo sórdido, de um jogo, talvez o pior que eu já vi.
Ô, gente, eu tive 59 capas de revista me chamando de ladrão. Eu tive 13 horas de Jornal Nacional me chamando de ladrão. Eu tive 680 primeiras capas de jornal me chamando de ladrão. E eu poderia ter entrado numa sala e ter dado um tiro na cabeça e escrever uma carta falando "acabou". Mas eu aprendi com a minha mãe que dignidade a gente não compra em shopping. A gente não compra em "free shop". Dignidade a gente adquire é no berço, com a educação que a gente recebe. E eu fui educado por uma mulher que nasceu aqui em Caetés, morreu em São Paulo, analfabeta e, quando ela morreu, eu estava preso, preso por causa da greve de 1980. E, na época, que era uma ditadura, tinha um delegado melhor do que alguns juízes agora, que não me deixaram eu ir na morte do meu irmão. Na época, me soltaram da cadeia com dois delegados acompanhando para ir no enterro da minha mãe.
E eu ficava imaginando o que eu deveria fazer. A minha mãe dizia: "meu filho, só tem uma coisa que você não pode fazer, que é abaixar a cabeça. Não abaixe a cabeça nunca, porque, se você abaixar a cabeça, os caras colocam uma cangalha no seu pescoço e nunca mais você consegue levantar a cabeça". Essa história é importante contar para vocês, porque já houve duas burrices feitas com relação a mim. Em 1980, eu tinha uma greve que estava acabando. A greve já estava com 17 dias, lá nos metalúrgicos do ABC. Estava totalmente paralisada e, aí, os militares que governavam o Brasil naquela época acharam que me prendendo acabariam com a greve. O que aconteceu: a greve que estava só com 41 [17] dias, durou 41 dias. E, muitas vezes, advogados foram na cadeia, Dom Paulo Evaristo Arns foi na cadeia. Advogados... Antônio Vilela foi na cadeia me visitar e falava: "Lula, para com essa greve para você sair da cadeia. Para com a greve". Eu dizia: "Não paro com a greve, só paro com a greve se eles atenderem a pauta de reivindicação que foi aprovada em assembleia, senão, pra que que eu sou dirigente sindical?". Bem, depois de 41 dias eles me liberaram e aí, depois, a greve já tinha acabado, porque eles prometeram mandar trabalhador embora sem direito e sem justa causa. Com 30 dias de greve.
E agora aconteceu a mesma coisa. Eles me prenderam achando que vão prender esse bundão aí e ele vai fazer que nem os outros, ele vai chorar na cadeia, ele vai pedir água, ele vai pedir para ir pra casa. Ele vai dizer que tem filho. Eles se esqueceram que minha mulher morreu por causa deles. Eles se esqueceram. Olha, eu estava muito tranquilo e chegaram para mim e fizeram uma proposta de acordo. "ô, Lula, se você aceitar, a gente tira você daqui. Você vai para a casa com uma tornozeleira e você fica livre". E eu falei: "duas coisas você tem que aprender: eu não troco a minha dignidade pela minha liberdade. Segunda coisa: eu não sou pombo correio e minha canela não aceita tornozeleira. E a terceira coisa é que a minha casa não é prisão". Então, seguinte: quem me prendeu arque com as consequências de que um dia vai ter que rever a posição. E a posição foi revista e eu estou aqui, o único brasileiro eleito presidente da República por três mandatos.
E nós estamos apenas recomeçando. O ano passado, nosso primeiro ano de mandato, foi um ano de recuperação das coisas. Sabe quando você chega no seu roçado e está cheio de carrapicho, cheio de cupim, e você precisa retirar tudo aquilo, você precisa fazer o manejo da terra. Você tem que arar essa terra, tem que adubar essa terra. E, depois que você aduba, você pega e joga a semente. Depois da semente você pega e joga a terra por cima. E começa a jogar água, porque Deus também ajuda a gente. E, aí, três meses, seis meses, quatro meses, dependendo da cultura que se plantar, você está colhendo as coisas. Então, primeiro ano, foi um ano de limpar o terreno e de plantar coisas novas. Este ano é o ano da colheita. E a primeira árvore frondosa que nós estamos colhendo é a operação da RNest. É preciso saber, é preciso saber quanto dinheiro esse país perdeu nesses dez anos de atraso dessa empresa. Quantos salários deixaram de ser pagos. Quanto que esse país perdeu na sua competitividade internacional? Até chegar o ponto da gente eleger um psicopata para ser presidente desse país. Alguém que vive da mentira, alguém que vive da maldade, alguém que vive de ofender os outros. E é fácil, porque, para ele, todo mundo aqui é ladrão. Para ele, todo mundo aqui é comunista. Para ele, todo mundo aqui defende aborto. Para ele, todo mundo aqui faz isso e faz aquilo. Como se ele e seus filhos fossem exemplo de família nesse país. Então eu quero que vocês saibam que estou agora aqui na reinauguração da parte dois dessa refinaria. Vocês não se esqueçam do que disse o Jean Paul: essa refinaria, quando ela estiver funcionando totalmente, ela vai faturar 100 bilhões de dólares por ano. Cem.
Eu acho que o João Campos ficou triste porque a prefeita de Ipojuca vai ganhar muito dinheiro, o governo do Estado vai ganhar dinheiro, mas o João tem que saber que Recife, como é a capital, é a cidade mais importante, o povo ganha dinheiro aqui e vai gastar lá. E eu quero dizer para vocês: eu ainda vou vir aqui dar início a construção de navios no estaleiro Atlântico Sul. Vou em Porto Alegre, junto com o Jean Paul, acho que no mês que vem, porque vamos recuperar o estaleiro. Esse país é muito grande, não pode ficar subordinado à pequenez, de umas pessoas que agora, Jean Paul, estão brigando para que a gente faça a desoneração das horas extras. Das ações de salário, vão deixar de pagar imposto da folha de salário. Por acaso os empresários que fazem essa proposta estão oferecendo para nós alguma contrapartida? Eles querem que a gente desonere a folha de pagamento, por que que eles não garantem estabilidade para os trabalhadores durante todo o período? Por que que não garante? Por que que não garante uma parte do que vai lucrar com a desoneração distribuindo em forma de salário para os trabalhadores. Não, só eles querem, só eles desejam. E esse país tem que mudar, precisa mudar, senão a gente vai continuar, mais uma vez, no século 21, sendo o país que teve chance de crescer e não cresceu. Que o povo teve chance de melhorar e não melhorou. Será que esse país teve que esperar quatrocentos e setenta anos para um analfabeto metalúrgico vir a ser o presidente que mais fez universidade nesse país? Que mais fez instituto federal nesse país, que mais fez escola técnica nesse país. Será que essa gente não tem vergonha na cara? Com tanto estudo, não sabe como tratar o povo? Não sabe como respeitar o povo? Não sabe o sofrimento das pessoas? Como é que a gente vai construir uma nação grande com tanta gente perambulando pela rua? Com tanta gente pedindo esmola? Com a juventude sem perspectiva de vida.
Nós agora aprovamos, essa semana, uma poupança, uma poupança, uma poupança de 200 reais por mês, para o ensino médio. Todo adolescente que estiver fazendo o ensino médio vai ter uma poupança de 200 reais por mês, durante os três anos ele pode acumular R$ 9 mil. Ele pode até tirar um pedacinho, mas só vai tirar o total quando ele terminar o curso técnico. E o curso técnico tem que ser profissionalizante, para que as pessoas tenham uma profissão. Vocês sabem o que é sair procurando emprego e a pessoa pergunta: "o que você sabe fazer?". "Nada". "Você tem experiência?". "Não". "O que você sabe fazer?". "De tudo um pouco". Quem fala que sabe de tudo um pouco não sabe nada. É que nem jogador de bola: quando a gente tá na várzea, que a gente pergunta para um cara: "Você sabe jogar? Em que posição?". "Em todas". Mentira. Não sabe jogar em nenhuma. Não sabe jogar em nenhuma. Isso é que nem escolher presidente da República, é escolher um cara que tem compromisso com esse país.
E eu, logo na posse da Raquel, eu vim a Pernambuco e eu falei para a Raquel: "Raquel, não se importe porque você não é do meu partido e nem porque você não esteve na minha base na campanha. Não se importe. A minha relação com você será a relação de um presidente da República do Brasil com a governadora do Estado. E, além de respeitar a sua vitória, eu respeito o desejo do povo de Pernambuco, que escolheu você para ser governadora. Que você não vai ter problema durante a gestão". Certeza que ela tem orgulho, seria bom que ela governasse na época do Bolsonaro. Seria bom. Pergunte para qualquer governador da Bahia, pergunte para qualquer governador do Nordeste qual foi o inferno deles. Era o inferno. Era como se fosse o capeta negando pão para as pessoas que precisavam. Pisando pão. E eu quero dizer para vocês: eu voltei, voltei porque vocês quiseram que eu voltasse. Voltei porque vocês me colocaram aqui. E voltei para fazer a gente ter orgulho outra vez. A gente vai voltar a aumentar o salário mínimo, a folha do salário das pessoas, voltar a gerar emprego de qualidade, a gente vai fazer mais de 100 institutos federais nesse país e mais universidades.
Daqui até amanhã eu vou na Bahia. Já fui na Bahia lançar o Instituto Tecnológico Aeroespacial, que é uma coisa extraordinária, um terreno doado pela nossa Aeronáutica. Amanhã, depois de participar com a Raquel aqui do ato da nossa escola de Sargento, eu vou ao Ceará, vou a Fortaleza, levar o ITA, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica, que é um centro de excelência desse país, que forma parte dos melhores engenheiros da história desse país. Nós vamos levar para o Ceará. Por que o Ceará? Porque nós queremos premiar o Ceará, que é o estado que tem a melhor qualidade de ensino fundamental desse país. E porque 40% dos jovens que fazem vestibular para ir pro ITA são cearenses. Então, nós vamos levar o ITA, mas não vamos parar por aí. Se prepare, porque com essa história de hidrogênio verde, com essa história de transição energética, de transição ecológica, de transição climática, fiquem com a certeza de que não há, na face da Terra, nenhum país que possa chegar perto da competitividade do Brasil. Nenhum país.
E nós, Jean Paul, vamos utilizar esse momento histórico da humanidade e vamos dizer o seguinte: esse país não quer ser exportador de hidrogênio verde. Quando você tiver produzindo hidrogênio verde em Pernambuco, quando tiver na Bahia, sabe quem vai comprar? A Petrobras. Porque ela vai ser uma grande consumidora de energia limpa e verde nesse país. A siderúrgica quer produzir aço verde? Venha para o Brasil. Quem quer produzir em fábrica limpa, venha para o Brasil. A gente está aberto para receber, com coração de brasileiro, que é o povo mais alegre, mais extraordinário do mundo, mesmo com essa praga solta por aí. Mas a gente sabe, então, companheiros e companheiras, é o seguinte: eu estava muito emocionado. Eu acho que não chorei porque chorei antes, porque eu sei o que vocês passaram. Eu sei. Eu sei o que eu passei. E eu sei o que você passou, Dênis. Eu sei o que o Sindicato dos Petroleiros e a FUP passaram. Eu sei.
Veja. E, Jean Paul, uma coisa que você tem que fazer, cara. Uma coisa que você tem que fazer: tem que descobrir cada funcionário que foi mandado embora daqui e traga ele de volta pra cá. O nosso lema é "ninguém solta a mão de ninguém". E ninguém deixa um companheiro para trás. Esse é o lema para a gente poder ter sucesso nesse país. Eu quero terminar não falando de petróleo, eu quero terminar dizendo de Brasil. Pode ter certeza. Eu tenho mais três anos de mandato e vai acontecer muita coisa boa nesse país, pode ficar certo. Eu não voltei para fazer o mesmo, eu voltei para fazer mais.
Eu quero dizer para vocês que eu voltei um pouco mais velho, vocês estão percebendo. Naquela apresentação eu estava de cabelo preto. Mas eu quero dizer para vocês que eu estou com 78 anos de idade, a energia é de 30 e o tesão político é de 20. Eu estou aqui para fazer essa revolução nesse país.
Um abraço, gente, que Deus abençoe vocês. Parabéns, Petrobras. Parabéns, Jean Paul. Parabéns, diretoria. E parabéns, Pernambuco.