Pronunciamento do presidente Lula no evento de promulgação da Reforma Tributária no Congresso Nacional
Meu caro presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco, meu caro presidente da Câmara, Arthur Lira, meu caro vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, excelentíssimo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Barroso, meu caro Fernando Haddad, que teve a inteligência de fazer a proposta ao Congresso Nacional de uma Reforma Tributária quando pouca gente acreditava que fosse impossível passar. Meu caro senador Eduardo Braga, do PMDB, relator, meu caro deputado Baleia Rossi, signatário, meu caro deputado Agnaldo Ribeiro, relator.
Deputados e deputadas, senadores, senadoras, amigos e amigas.
O dia de hoje é um dia extremamente importante. Eu queria lembrar vocês que, em 23 de setembro deste ano, estivemos em Nova York, o presidente da Câmara, Arthur Lira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o ministro Fernando Haddad. E quando nós fomos fazer uma palestra para os empresários, o Rodrigo Pacheco, o Arthur, Haddad e eu, terminou a reunião, os empresários vieram perguntar para mim qual era o milagre que tinha sido feito, que a gente conseguia juntar numa mesma mesa o presidente da Câmara, o presidente do Senado e o presidente da República.
Porque dizia ele, para mim, que nos Estados Unidos era humanamente impossível imaginar que os Republicanos e os Democratas conseguissem tirar uma foto com o presidente da República.
Eu comecei dizendo isso, porque não sei se todos ou todas vocês têm noção da fotografia do dia de hoje. É importante que vocês guardem na memória de vocês o 20 de dezembro de 2023. Porque todo mundo sabe que todos nós começamos o ano com muita incerteza. Incerteza da inflação, do crescimento.
Eu lembro, presidente Pacheco, que eu estava em Hiroshima participando do G7, quando a diretora-geral do FMI veio conversar comigo e dizer pra mim: “Presidente, queria lhe informar que o Brasil só vai crescer 0,8%”. Eu disse: “A senhora está enganada, vocês precisam parar de fazer previsão de longe do Brasil. Porque nós conhecemos o Brasil e o Brasil vai crescer”.
E hoje, nesse dia 20 de dezembro, eu estou extremamente feliz. Feliz porque a economia cresceu mais do que todo e qualquer economista imaginava, feliz porque a inflação está caindo, feliz porque o juro está diminuindo, feliz porque o emprego está crescendo, feliz porque o salário mínimo está aumentando, feliz porque o crédito para a agricultura e agronegócio cresceu muito, feliz porque eu tenho certeza de que o povo está feliz.
Mas o que me deixa mais feliz é essa fotografia. Guardem, não precisa gostar do governo, gostar do Lula, guardem essa foto e se lembrem que, contra ou a favor, vocês contribuíram para que este país, na primeira vez no regime democrático, aprovou uma Reforma Tributária a contento da nação brasileira. Ela certamente não vai resolver todos os problemas, certamente ela não vai resolver todos os problemas. Mas ela foi a demonstração de que esse Congresso Nacional, e eu já vivi aqui dentro, independentemente da postura política de cada um, independentemente do partido de cada um, esse Congresso Nacional, toda vez que teve que mostrar compromisso com o povo brasileiro, ele mostrou.
Quando ele foi desafiado, ele mostrou. E é esse Congresso, com direita ou esquerda, com centro ou qualquer outra coisa, mulheres e homens, negros e brancos, esse Congresso, quer goste ou não o presidente, é a cara da sociedade brasileira que votou nas eleições de 2022.
Eu quero terminar, Arthur, quero terminar, Pacheco, agradecendo a vocês dois. Porque eu não conhecia o Arthur, conhecia de fama. E começamos a estabelecer conversa e eu sempre disse para o Arthur e para o Pacheco: eu nunca exigi que um deputado ou que um senador concordasse com a proposta que o governo manda pra cá. Não é obrigação de vocês concordarem com propostas.
A obrigação de vocês é estudar, é debater, é votar contra ou a favor, mas sempre tendo em conta que o resultado final da nossa ação é fazer com que o povo brasileiro viva melhor. Eu tenho certeza de que nós temos que agradecer a Deus, Benedita da Silva, a Deus, porque somente o Todo Poderoso é capaz de fazer com que um Congresso tão adverso como esse vote pela primeira vez uma política tributária para começar a resolver o problema do povo pobre desse país. Parabéns, Pacheco. Parabéns, Lira.
Parabéns aos deputados e às deputadas.