Pronunciamento do presidente Lula na cerimônia de formatura do Instituto Rio Branco
TRANSMISSÃO | Pronunciamento do presidente Lula na formatura do Instituto Rio Branco
Meu querido companheiro Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, por meio de quem cumprimento os demais diplomatas que completaram 50 anos de serviço público. General Marcos Antônio Amaro, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, dom Giambattista Diquattro, núncio apostólico do Brasil, por meio de quem cumprimento os demais chefes de missão diplomática. Embaixadora Maria Laura da Rocha, secretária-geral do Itamaraty, embaixadora Glivânia Maria de Oliveira, diretora do Instituto Rio Branco e embaixadora Maria Elisa Teófilo de Luna, paraninfa da turma Mônica de Menezes Campos, formandos, e familiares, amigos e amigas.
Eu, por conta do discurso do Essi Rafael, resolvi deixar meu discurso lá e vim falar um pouco com vocês, não da história da fundação do Itamaraty, ou da história da nossa diplomacia, porque não fui tão longe como esse. Mas eu queria falar para jovens que estão adentrando essa carreira de diplomata que, nesses anos todos, eu aprendi a ter uma relação de muito respeito com o Itamaraty.
Muitas vezes, eu nem era presidente da República, nos anos oitenta, era apenas um dirigente sindical, e quase todas as vezes que eu viajava para o exterior eu tinha um assessor, um grande companheiro de muitos de vocês, chamado Marco Aurélio Garcia, que toda vez que eu ia viajar ele comunicava ao Itamaraty que a gente ia viajar. Não importa se o presidente fosse Figueiredo, fosse Geisel, fosse Sarney, quem quer que seja, a gente comunicava ao Itamaraty que a gente ia viajar ao exterior.
E muitas vezes, Mauro, muitas vezes mesmo, sempre tinha alguém do Itamaraty esperando a gente no aeroporto, e muitas vezes a gente era convidado até para almoçar ou para jantar na embaixada. Isso me fez aumentar o orgulho que eu já tinha do Itamaraty, porque muitas vezes nós somos acusados, e muita gente até merece essa acusação, de termos complexo de vira-lata, de não termos autoestima, de não defendermos as coisas que nós acreditamos, e muitas vezes dizem que a gente se subordina demais, às vezes, à vontade de países mais importantes que nós.
Eu não acho que seja assim. Eu acho que não é o Itamaraty que determina a política externa dele. O Itamaraty cumpre as estratégias determinadas por um governo. E se o governo tiver estratégia de política internacional, eu posso dizer pra vocês que o Itamaraty tem mulheres e homens altamente capacitados para exercer qualquer que seja a tarefa determinada pelo governo. E isso é motivo de orgulho pra vocês que estão entrando nessa carreira.
Não é uma carreira fácil. Dizem que a gente pensa de acordo com o chão que os nossos pés pisam, e aí a gente precisa sempre ter cuidado de fazer com que os embaixadores possam conhecer, desde o início, a diversidade da função. É muito importante que a gente faça com que o Brasil tenha uma política muito altiva e ativa na América do Sul e no Caribe, e na América Latina. É muito importante estrategicamente, para um país como o Brasil, ter uma aproximação muito forte com o continente africano.
Se não por outra razão, é porque nós temos origem naquele continente. É porque nós devemos parte da nossa cultura àquele continente. Porque nós devemos parte do que nós somos àquele continente. E porque eles precisam que a gente retribua, não com dinheiro porque também não temos, mas com transferência de tecnologia, sabe, tudo aquilo que a gente pode ajudá-los. É esse o papel de um país do tamanho do Brasil, que faz fronteira seca de quase 16.800 km na América do Sul, e que tem como fronteira marítima todo o continente africano. Vai de Cabo Verde à Cidade do Cabo, ou seja, que a gente tem que tratar isso com muito carinho, muito respeito e com muita diplomacia, sem o complexo da arrogância daquele que acha que alguém é inferior a nós.
Eu vivi muitas histórias aqui no Itamaraty. Muitas. E muitas alegrias, e poucas tristezas. Eu tive oportunidade de viver isso aqui quando a gente resolveu não permitir que a ALCA se implantasse na nossa querida América do Sul, e que a gente fortalecesse o Mercosul, que tinha sido criado pelo presidente Sarney e pelo presidente Alfonsin (ex-presidente da Argentina, Raúl Alfonsin). Eu lembro da importância que foi a gente criar a UNASUL. Nunca, em nenhum momento da história desse país, os países da América do Sul estiveram tão irmanados como nós tivemos durante um período de quase 16 anos.
E não era irmanado porque pensávamos politicamente a mesma coisa, porque pensávamos ideologicamente a mesma coisa. Não. Éramos irmanados porque, em determinado momento da nossa história, o povo elegeu um agrupamento de dirigentes que tinha noção de que era preciso que a gente construísse um grupo, um conjunto de países, que resolvesse se fortalecer para negociar com aqueles que eram mais fortes do que nós. Para negociar com os Estados Unidos, para negociar com a China, para negociar com a União Europeia, para negociar com o Japão. Ou seja, era preciso que a gente se fortalecesse e que tivesse decisões comuns em determinadas ações de políticas externas.
E nós conseguimos viver o melhor momento. Foi aqui no Itamaraty que nós decidimos fazer a primeira reunião da história entre países árabes e países da América do Sul. Em que os Estados Unidos ficaram assustados achando que nós estávamos fazendo um movimento contra Israel. E a gente não queria fazer um movimento contra Israel, a gente queria fazer o movimento pró-Brasil, pró-América do Sul, para que a gente pudesse adentrar nesse mundo árabe e tentar estabelecer negociações e relações políticas mais maduras.
Foi aqui também que nós tomamos a decisão de fazer a primeira reunião entre o continente africano e o continente sul-americano para que a gente pudesse permitir, sabe, que os pobres do mundo se conhecessem, e que pudessem estabelecer relações, e que a gente pudesse descobrir que, mesmo sendo pobre, muita gente tem muito a oferecer para nós e nós temos muito a oferecer para eles. É por isso que nós fizemos a maior investida de embaixadores que já teve na história da África. Foram 19 embaixadas novas criadas, foram 34 países visitados. Levamos para Gana a Embrapa. Levamos para Moçambique a Universidade aberta, levamos uma fábrica de remédios retrovirais. Ou seja, na perspectiva de que o Brasil tinha que cumprir um papel muito forte para não permitir que a África continuasse sendo refém dos colonizadores, ou refém de uma atuação muito forte da China, que estava procurando lugares para poder comprar os alimentos que tanto eles precisavam.
E foi assim que o Brasil foi conquistando respeito no mundo, e foi assim que o Brasil foi ficando importante, e foi assim que eu tenho muito orgulho de ter sido o único presidente do Brasil convidado para participar de todas as reuniões do G7, menos uma que foi em São Francisco que foi o segundo ano já no governo Bush. E aí tem coisas interessantes para contar: a primeira vez que eu participei, em junho de 2003, eu tinha apenas seis meses de governo, e eu fui convidado a participar do G7 em Evian. Cheguei em Evian, um metalúrgico recém-eleito presidente da República, olhei pra dentro de uma sala cercada por vidros blindados para tudo quanto é lado, estavam lá grandes figuras que eu só via lá na televisão. Estava lá o Bush, estava lá o Tony Blair, estava lá o primeiro ministro da Itália e estava lá o convidado rei da Arábia Saudita, estava lá o Koizumi, do Japão. E eu fiquei pensando: "o que que eu vou fazer dentro dessa reunião?". E mais: não podia entrar intérprete. Eu nem entendia e nem falava. E eu falei: "o que que eu vou fazer?". Aí eu fiquei lá fora, o Sérgio Ferreira, que está aqui até hoje, e eu falei: "Sérgio, que que eu vou fazer lá dentro? Eu não consigo nem falar bom dia em inglês". Em espanhol eu ainda consigo falar “hola, que tal? Buenos dias”. O que é que eu vou fazer lá dentro?
Aí me baixou uma coisa, que eu acho que é uma coisa que deve nortear vocês, que é não esquecer o que vocês são, é não esquecer o que vocês querem, porque a gente não compra nem honra nem caráter em shopping. A gente traz de família, a gente traz de berço. Eu lembro que ver aquela gente toda importante, que eu só via na televisão, porque é engraçado, a gente vê mais o presidente americano na televisão brasileira do que o brasileiro mesmo. É uma capacidade de comunicação extraordinária. E eu fiquei pensando: "bem, desses presidentes que estão aí, alguém já viveu desempregado? Alguém já trabalhou no chão de fábrica? Alguém já viveu num bairro que dava enchente? Alguém já acordou com rato, com barata, com um metro e meio de água dentro de casa? Alguém já passou fome? Alguém já morou na periferia de algum país?", e eu pensava “acho que não”. E eu me enchi de orgulho para falar, e sabe o que eu vou falar? Eu vou falar o que eu sei falar. E eles vão me entender porque o Sérgio ia interpretar cada palavra que eu falasse. E eu entrei. Nunca me senti tão à vontade na vida, porque eu tinha definido antes de qualquer coisa que eu não era inferior a eles. Que eu não era melhor, que eu representava não o Lula, não a quantidade de diploma, eu representava o Brasil, o povo brasileiro e que, portanto, eu tinha que ter orgulho. Isso fez com que a gente ganhasse a respeitabilidade que eu acredito que tenha sido o melhor momento da história desse país.
Eu posso dizer aos jovens diplomatas, e aos velhos também. Velhos, não, experientes. De que eu estou voltando agora, estou apenas há 10 meses no governo, eu acho que nós estamos em uma fase melhor do que a gente estava quando eu deixei a presidência. Se bem que nós estamos vivendo algumas confusão na América do Sul. Não é mais a mesma de 2002, 2004, 2006. Nós vamos ter problemas políticos e, ao invés de reclamar dos problemas políticos, a gente precisa ser inteligente e tentar resolvê-los. Tentar conversar. Tentar fazer com que as pessoas aprendam a viver democraticamente na diversidade. Eu não tenho que gostar do presidente do Chile, da Argentina, da Venezuela. Ele não tem que ser meu amigo. Ele tem que ser presidente do país dele e eu tenho que ser presidente do meu país. Nós temos que ter políticas de Estado brasileiro e ele política do estado dele. Nós temos que sentar na mesa, cada um defendendo os seus interesses, como não pode ter supremacia de um sobre o outro, a gente tem que chegar num acordo. Essa é a arte da democracia, a gente ter que chegar a um acordo.
E aí é preciso ter capacidade de negociação, ter capacidade de convencimento, ter capacidade de ceder. É por isso que historicamente eu comparo democracia a um casamento. Nada é parecido com a democracia do que um casamento. Porque no casamento, na hora que você casa, na hora que você tem uma companheira, ou a companheira tem um companheiro, e você tem filhos, todo dia a gente faz concessão. É a gente que faz concessão pra mulher, é mulher que faz concessão pra gente, é a gente que faz concessão pra filho, é filho que faz concessão pra gente. Porque se não for assim, acaba o casamento.
E se não for assim, acaba a grandiosidade de uma coisa chamada diplomacia brasileira, que quer queira ou não é uma das mais respeitadas e mais elogiadas no mundo inteiro. Se tem uma coisa que a gente tem que ter orgulho, é da diplomacia brasileira. Eu posso não gostar de um diplomata, mas se o Brasil tiver política correta, esse diplomata vai exercer a sua função como funcionário do Estado brasileiro, e a gente vai ter orgulho do trabalho que ele prestou.
Eu lembro, Mauro, você já estava no Itamaraty, eu lembro quando começou a briga com Estados Unidos e Iraque. Eu lembro que o nosso representante na agência de armas químicas, me parece, ou armas atômicas, era o embaixador Bustani. E eu lembro que o embaixador Bustani disse publicamente, várias vezes, que não tinha armas químicas no Iraque. Disse isso com todo o poder da voz que ele tinha. Mas como os americanos precisavam prestar contas ao seu povo, de que era preciso derrotar alguém ligado ao terrorismo, era preciso consagrar a mentira de que o Iraque tinha armas químicas. E esse caso é fantástico porque mentiu Saddam Hussein pro seu povo, passando a ideia que tinha, e mentiu os Estados Unidos dizendo que tinha. Aí eu lembro que foi sacado do cargo o nosso companheiro Bustani, e eu fui conversar com um amigo embaixador. Não vou dizer nem aonde e nem quando, e ele me dizia assim: "Presidente, tá correto tirar o Bustani. O Brasil não tem que estar naquela agência, o Brasil não põe dinheiro lá". Eu achei uma atitude tão pequena, eu achei uma atitude tão subserviente, porque não se trata do Brasil colocar dinheiro ou não, se trata de um Brasil que faz parte de um conjunto de países que compõem a ONU. E que, portanto, o Brasil tem o direito de participar e tentar ocupar o cargo. Senão, fica uma coisa estranha.
Quando eu tomei posse em 2003, em setembro eu fui fazer meu discurso e o Brasil estava devendo todas as instituições. Todas. Pense no que que é um presidente chegar para falar e eu fiquei vendo a hora de o Kofi Annan falar: "ô baixinho, para de falar grosso e paga o que você deve, pô". Porque é vergonhoso, é vergonhoso você participar de uma série de coisas e não pagar. Você perde a autoridade moral. E durante todo o meu período de governo, sabe, quem foi diplomata no meu tempo, a gente fazia questão de pagar para que a gente tivesse autoridade de interferir em qualquer espaço que a gente estivesse.
Agora me parece que estava atrasado outra vez. Nós vamos ter que colocar em dia. Porque a gente tem que chegar nos lugares e andar de cabeça erguida. Porque se não você chega, vai sentar, e o cara fala: "o baixinho, você não pagou, fica de pé". E não é possível, assim a gente perde o respeito internamente entre nós.
Então eu queria dizer pra vocês que estão se formando, que a gente vai tentar fazer com que o Brasil tenha uma política externa mais ativa e mais altiva. Obviamente que a gente tem debilidades financeiras, nem sempre a gente tem a quantidade de dinheiro que a gente gostaria de ter, mas, por exemplo, eu tinha visitado, nos meus dois primeiros mandatos, todos os países da América do Sul e do Caribe. Não ficou um que eu não visitasse. E alguns mais de uma vez. A gente, pra manter uma boa relação com a Venezuela, a gente tinha quatro reuniões por ano com a Venezuela. Eram duas lá e duas cá. Era quase um bolero.
A gente fazia muita reunião com a Argentina, porque a Argentina é um país parceiro, o Brasil tem uma relação extraordinária com a Argentina. Foi o primeiro país que eu visitei para dar uma demonstração, em 2003, de que a gente ia ter uma forte política para a América do Sul. Porque quando eu não era ainda candidato, eu já percebia que, durante muito tempo, o Brasil olhava para os Estados Unidos e para União Europeia de costas viradas para a América do Sul. Isso aqui não tinha importância, isso aqui era problema. Pra que cuidar do Uruguai, do Paraguai, da Bolívia? É tudo problema. Não, gente. Se a gente não cuida de quem está perto da gente, muito menos a gente cuida de quem está longe. A gente olhava pro continente europeu e não via a África. Se bem que foi no regime militar, que foi no governo Geisel que a gente foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola.
É essa diplomacia que nós temos que levar em conta. É vocês saberem que vocês estão sendo respeitados por aquilo que vocês fazem. Pelo trabalho, e é preciso que o governo tenha a política, porque se alguém chegar pra vocês e falar "o embaixador não faz nada", não acreditem. O que falta é orientação política. Se o governo tiver orientação política e o Itamaraty receber a orientação política correta, todos os diplomatas serão competentes e irão executar essa política. Portanto, é esse presidente que vai, nesses próximos quatro anos, se relacionar com vocês.
A gente vai voltar a ter orgulho de ter orgulho. A gente vai voltar a ter orgulho de ser respeitado. A gente vai voltar a ser um país que não se sente menor do que ninguém, e nem queremos ser maiores. Queremos apenas compartilhar com os nossos irmãos aquilo que a gente pode fazer em conjunto. Mesmo na questão do desenvolvimento, eu sempre imaginava que o Brasil não pode crescer sozinho. Um país que tem uma fronteira que tem o Brasil, o Brasil precisa compartilhar muitas de suas políticas de desenvolvimento com outros países. Se a gente produz um avião, que alguém produza a asa, que alguém produza a hélice. Se a gente produz um barco, que alguém produza alguma parte do navio para que a gente possa gerar oportunidade pra todo mundo.
Eu não quero que o Brasil seja uma nação rica cercada de pobre por todos os lados. Eu não quero repetir o padrão América do Norte. Não é comum que a gente não tenha na América do Norte aquele monte de país do Caribe vizinho dos EUA, nenhum país ficou rico ao longo de 500 anos. É porque não tem política de compartilhamento. Vocês veem todo dia na televisão se construindo um muro para evitar que latino-americano vá para os Estados Unidos. A melhor forma de evitar, e mais barata, é fazer com que tenha desenvolvimento nos países da América Latina e do Caribe.
As pessoas viram nômade porque as pessoas querem viver, porque as pessoas querem comer. Essa é a origem da espécie humana. A gente vivia atrás de comida, as pessoas querem comer, as pessoas querem emprego. E se nos seus países não oferecem, as pessoas tentam buscar onde tem. É com essa ideia que eu gostaria de terminar meu discurso dizendo para vocês: vocês já faziam parte da história desse país, agora vocês escolheram uma função que vocês vão representar o Brasil. Não importa a grandiosidade da função, até porque ninguém nasce grande e ninguém começa grande. Ninguém. Mas vocês podem crescer na carreira, e vocês podem não só ter orgulho da função de vocês, como nós, brasileiros, poderemos ter orgulho de vocês.
Eu acho que no nosso governo, Mauro, o Itamaraty tem que receber orientação: qualquer autoridade brasileira que chegar no exterior e precisar do Itamaraty, o Itamaraty tem que atendê-lo sem saber quem é, se ele gosta do governo, se não gosta, se gosta do Lula, se não gosta, até porque ninguém é obrigado a gostar de ninguém. Nós somos obrigados a conviver de forma civilizada, democrática e respeitosa entre os seres humanos. É esse o mundo que nós poderemos construir. E é esse mundo que está agora começando na mão de vocês. Uma evolução, muitas meninas, ainda menos do que a gente precisa, vários estados estão aqui, não está mais apenas no Rio e em São Paulo. E aos poucos a gente vai fazendo com que... a gente já fez com que as universidades ficassem a cara do Brasil.
Outro dia eu fui na USP, e era um ato público, e na hora da fotografia a reitora falou assim pra mim: "Ô presidente, dá uma olhada na foto como mudou a cara da universidade". Antes, era só uma cor, era só um tipo de gente, e agora é uma coisa muito diversa. E o Itamaraty, Mauro, também tem que ser assim. O Itamaraty não tem que ter problema de gênero, o Itamaraty não tem que ter preconceito. O Itamaraty, e é por isso que vamos continuar investindo na educação, o Itamaraty tem que ser a cara do Brasil. Portanto, parabéns a vocês. Que Deus possa dar a vocês a sabedoria que o Brasil precisa desses novos representantes. E parabéns às famílias de vocês. Um abraço e boa sorte na carreira de vocês.