Pronunciamento do presidente Lula na cerimônia de assinatura da ordem de serviço de duplicação da BR-423/PE
Meu caro companheiro Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil; meu caro Renan Filho, ministro dos Transportes; Silvio Costa Filho, ministro dos Portos e Aeroportos, e já tava me dizendo ali no ouvido que vai fazer o lançamento do aeroporto de Caruaru, lá em Caruaru (PE). Eu espero que ele marque isso perto de uma festa de São João, para a gente poder dançar um forró, já que o forró foi ontem aprovado uma lei que transformou o forró em uma coisa muito importante deste país.
Nossa querida Luciana Santos, ministra da Ciência e Tecnologia. Aliás, tem pessoas que estão me dizendo que a Luciana, ela só governa para Pernambuco. Diz que a cada dez atos que ela faz, nove são para Pernambuco. Meu querido André de Paula, ministro da Pesca e da Aquicultura; companheiro Jorge Messias; querida governadora Raquel Lyra; senadores Humberto Costa, Teresa Leitão e Fernando Dueire; deputado Carlos Veras, nosso coordenador da bancada; deputados federais Augusto Coutinho, Eriberto Medeiros, Felipe Carreiras, Fernando Monteiro, Guilherme Uchoa, Iza Arruda, Luciano Bivar, Maria Arraes, Pedro Campos, Renildo Calheiros, Waldemar de Oliveira; está quase toda a bancada de Pernambuco aqui.
Companheiro Fabrício, diretor-geral do DNIT, e Sivaldo, prefeito de Garanhuns (PE), por meio de quem eu quero cumprimentar os prefeitos e prefeitas aqui presentes.
Eu, na verdade, nem precisava fazer uso da palavra no evento que está anunciando o começo de uma obra que era importante desde que eu fui presidente da outra vez. E eu queria falar sobre o meu primeiro encontro com a governadora Raquel Lyra. Eu, quando encontrei a Raquel a primeira vez, eu notava na Raquel uma jovem que parecia nervosa, não sabia com quem estava conversando. Ou se soubesse, possivelmente, pensasse que estava conversando com um inimigo político. Ela tinha ganho eleições em que muita gente não acreditava que ela fosse capaz de ganhar aquelas eleições. Nós fomos para um ato público um pouco adverso e eu tive a oportunidade de dizer para a governadora que ela podia ficar muito tranquila porque durante o meu governo nenhum governador ou governadora seria tratado de forma diferente. E que Pernambuco seria tratado como se o governador fosse do meu próprio partido ou de qualquer outro.
Porque é assim que deve se comportar um presidente da República em relação aos estados e aos municípios. Um governador em relação aos municípios. E os municípios, um prefeito, em relação aos bairros. Um prefeito não vai preferenciar um bairro porque ele teve mais votos em detrimento a outro em que não teve voto. E eu acho que essa relação de respeito que eu consegui introduzir neste país, desde que eu ganhei as eleições em 2003, é uma demonstração da importância do exercício da democracia neste país.
Eu lembro que o doutor Arraes era governador do estado de Pernambuco e por divergência política com a presidência, não importa dizer quem era o presidente, Pernambuco ficou muito tempo sem receber nenhum investimento. Porque de vez em quando aparece gente para ocupar um cargo na presidência que acha que não pode fazer tal obra em tal estado porque o governador é de oposição. Na minha formação democrática, isso não vai acontecer nunca. Nunca.
É muita gente que acha que a gente quando está no governo, a gente cuida somente das pessoas com quem a gente tem relação da filiação partidária. E eu sempre digo que eu duvido que tenha um governador no Brasil, tanto meu período de oito anos, de 2003 a 2011, e duvido que vá ter no final deste mandato meu, prefeito ou governador que diga: “O Lula não fez tal coisa na minha cidade porque eu sou de oposição a ele”. Não existe essa hipótese.
O que eu tenho dito às pessoas é que não me venham aqui apenas fazer discurso de que precisam de recursos. O que eu tenho dito é que o que faz o direito acontecer é a clareza do projeto, a importância do projeto e a seriedade de viabilidade econômica e social de uma obra. E há muito tempo essa obra é cobrada de mim, desde o meu primeiro mandato ela é cobrada de mim. Tá? E por isso que eu fiz questão de vir nesse ato, de dar início às obras, que depois a gente vai ver as máquinas trabalhando, porque na outra eu quero estar lá em Garanhuns para a gente ver a ordem de serviço.
Eu tenho dito aos companheiros ministros que eu esse ano dediquei muito o meu primeiro mandato a três coisas. O primeiro: reconstruir. Não sei se vocês sabem o que que significa reconstrução. Tem muita gente que quando começa a fazer uma reforma na sua casa, ele se arrepende e fala: “Por que que eu não comprei uma casa nova? Ficaria muito mais barato”. Se algum de vocês for fazer reforma na casa de vocês, pensem bem, que sempre é melhor comprar uma nova do que fazer reforma. Porque o custo que você faz para fazer uma reforma, sempre duplica.
E nós encontramos este país semidestruído. Praticamente todos os ministérios tiveram que ser reconstruídos. Todos os ministérios. Quase todos os ministérios a gente teve que reconstruir porque o que fizeram neste país não foi pouca coisa. Neste país, senadores, deputados, se envolveu quase 300 bilhões de reais para ver se ganhava as eleições e mesmo assim o povo teve a coragem de rejeitar.
Porque o que foi feito com a economia brasileira foi um crime que, quem sabe um dia, o Ministério Público faça uma denúncia e quem sabe um dia essas coisas sejam julgadas. Porque não é possível governar um país com tanta irresponsabilidade. Eu não sei se vocês atentaram para uma coisa que disse o ministro Renan. Nós, só este ano, no primeiro ano em que o Congresso Nacional fez uma coisa que não estava prevista nem na Constituição, que foi aprovar uma PEC da transição para que nós pudéssemos governar. Foi pela primeira vez na história que o Congresso, eu sou muito grato a isso, aprovou uma decisão para colocar 168 bilhões para que a gente pudesse governar esse país. Porque senão o dinheiro tinha acabado em agosto deste ano.
E nesse momento em que a gente está no primeiro mandato, só o ministro do Transporte, vai investir na área de transportes 23 bilhões. O que é mais do que os quatro anos de investimento na área de transporte no governo passado. Se vocês não acreditam nisso, quando chegar em alguma cidade, algum estado, pergunte se alguém lembra de uma obra de infraestrutura feita no governo passado. Perdia-se o tempo de governança no gabinete do ódio contando mentiras, fazendo fake news e falando mal dos outros.
Por isso que eu estou aqui neste ato. É porque eu disse aos meus ministros que a gente teve que fazer esse processo de reconstrução. Ainda não terminamos porque tem ministério que hoje tem metade dos funcionários que tinha há 15 anos atrás quando eu governei esse país. E se a gente quiser que o ministério funcione corretamente, a gente vai ter que fazer concurso e a gente vai ter que colocar mais gente para trabalhar. Se a gente quiser melhorar a educação, a gente vai ter que contratar mais gente. A saúde a mesma coisa.
E eu tenho dito para os ministros: “Olha, eu passei muito tempo para reconstruir este país”. Depois eu tive que me dedicar à reconstrução da imagem do Brasil no exterior. Este país não era recebido por ninguém e ninguém queria vir neste país. Era como se tivesse tido um apagão em política internacional e o Brasil não era esperado por nenhum país e também nenhum país pedia para vir aqui. Ou seja, um país que já chegou a ser a sexta economia do mundo, estava praticamente fora do mapa das suas relações internacionais e da sua relação comercial. Fora.
Nós resolvemos, então, recolocar o país no cenário mundial e o país voltou e voltou com muita credibilidade. Eu já fui presidente duas vezes e posso dizer para vocês que nunca antes na história do país, em nenhum momento da história deste país, este país gerou a expectativa positiva da volta da democracia como ele gerou agora. Nós nunca fomos vistos com tanta importância e com tanta necessidade e com tanta vontade de gente investir aqui. Embora tenha caído o investimento externo, o Brasil é hoje o segundo país em opção de investimento externo, só perdendo para os Estados Unidos. E isso porque a gente ainda não fez a demonstração que a gente tem que fazer no mundo inteiro.
O significado dos investimentos nas obras de infraestrutura deste país e do que vai significar a revolução da transição energética verde que a gente vai fazer neste país. Não tem no planeta Terra nenhum país capaz de competir com o Brasil na produção de energia limpa, renovável. Seja na área de eletricidade, seja na área de combustíveis.
E o Brasil está se preparando para fazer uma verdadeira revolução energética neste país. Porque o mundo desenvolvido que está preocupado com a questão climática e sabe que o ser humano é o único animal capaz de destruir o seu habitat natural, sabe que vai precisar de energia limpa e renovável. Ele sabe que vai ter que produzir carro verde, sabe que vai ter que produzir aço verde, sabe que vai ter que produzir tudo que depender de energia com energia renovável, para que a gente possa descarbonizar esse planeta. Isso é o que está acontecendo. Isso é que eu digo que o Brasil é a bola da vez.
Então, nós conseguimos recuperar este país. A última reunião importante foi o G20 que nós fizemos, depois do meu discurso na ONU. Agora eu vou ao Catar, vou aos Emirados Árabes, Arábia Saudita e Alemanha. E vou levar o Rui Costa comigo, para que ele leve o Haddad também, para que a gente possa levar os projetos que nós temos e que nós queremos construir parceria com quem quiser investir neste país. E eu tenho dito para os ministros: a partir de janeiro — eu não posso fazer voo de avião até dia 25 ou 26 por causa da operação no quadril.
Eu passei quatro anos sentindo dor. Durante a campanha, eu mais gemia do que sorria, e o médico me disse: “Olha, Lula, você só vai operar quando você estiver com uma dor insuportável”. Até que chegou dia 29 de setembro, eu já não conseguia mais dormir, não tinha posição para dormir, não tinha posição para sentar e não tinha posição para andar. Eu falei: “Chegou a hora de entrar na faca”. E eu tinha muito medo de anestesia e posso dizer para vocês que a anestesia hoje também evoluiu muito, já não é preciso ninguém ter medo da anestesia. E eu fiquei muito feliz porque três dias depois da cirurgia eu já conseguia andar e consegui subir oito degraus de escada, em uma demonstração de que é uma revolução na ciência brasileira essa operação. Se alguém estiver sentindo dor no quadril, por favor, não sinta dor.
Bom, e eu tenho dito para o pessoal o seguinte: “Se eu tive que viajar para que a gente pudesse reconstruir o país, se eu tive que viajar para que a gente pudesse recuperar a imagem do Brasil no exterior, eu, a partir dessa última viagem, que é a questão climática nos Emirados Árabes, a busca de investimento no Catar e na Arabia Saudita e o encontro com os empresários na Alemanha, eu quero que vocês saibam que eu vou me dedicar a viajar esse país. A viajar cada estado, a visitar cada obra que a gente tenha feito”.
Eu quero dizer para vocês que vai ter muito investimento em educação neste país. Vai ter muito investimento em saúde neste país. E vai ter muito investimento em todas as áreas, porque nós sabemos que o que vai fazer este país ficar feliz é quando a gente tiver gerando emprego, a massa salarial estiver crescendo, o preço da comida estiver baixando e o povo puder, inclusive, fazer uma viagem de avião para visitar os seus parentes de outros estados.
Eu tenho dito o seguinte: se for inaugurar uma fábrica de cabeça de palito de fósforo, eu lá estarei. Lá estarei para passar para a sociedade brasileira a ideia do crescimento econômico. A ideia da necessidade da geração de empregos e a ideia de conquistar cidadania para o povo brasileiro. E cada obra que a gente fizer para o Nordeste, veja, eu sempre digo o seguinte: eu não quero tirar nada de nenhuma região. Eu não quero tirar nada do Sul, não quero tirar nada do Sudeste, do Centro-Oeste, do Norte. Nada. Absolutamente nada. Mas eu acho que nós temos que ter consciência que, durante muitas e muitas décadas, o nosso querido Nordeste foi esquecido pelo poder central.
Me doía o coração quando a gente lia nos jornais que o maior índice de analfabetismo era no Nordeste. E o maior índice de mortalidade infantil era no Nordeste. Que o maior índice de analfabetismo era no Nordeste. Que o maior índice de desistência da escola era no Nordeste. Que o menor índice de professores universitários era no Nordeste. Que o menor de médicos e doutores era no Nordeste. E eu ficava pensando: 'Será possível que quando Deus fez o mundo e fez o Brasil, do jeito que é, e deu ao Nordeste tanta grandeza na época da descoberta' – porque, antes do Rei Dom João VI fazer a capital no Rio de Janeiro, o Nordeste tinha regiões que eram riquíssimas, era a jóia da coroa. E depois a gente foi um pouco esquecido. Então, eu não quero tirar nada de ninguém. Eu quero apenas repor aquilo que nunca deveriam ter tirado do Nordeste, que é o direito de criar os seus filhos com muita decência.
Nós não estamos exigindo nada que a gente não tenha direito. A gente quer apenas ser apenas igual. A gente não quer nem ser melhor, mas a gente também não quer ser pior. E, portanto, a gente tomou a decisão de fazer, nós vamos retomar a Transnordestina. É uma estrada que, além da importância do ponto de vista econômico, tem para mim um valor muito simbólico. Que foi na campanha de 2003, saindo de Crato no Ceará e indo para Recife, um pedido do Dr. Arraes, pedindo para mim: "Não esqueça de fazer a Transnordestina". E aí nós começamos a trabalhar o projeto, teve muitos problemas, mas muito mais problemas dos próprios donos da ferrovia. Nós vamos agora recuperar, vamos fazer até Pecém, fazer até Suape, passando por São Martinho, no Piauí.
É por isso que nós tomamos a decisão de fazer a transposição do São Francisco. Vocês pensam que era fácil fazer? Muitos, depois de Dom Pedro, tentaram fazer. Dom Pedro, em 1846, já queria fazer a transposição. Um mapa que a gente escolheu, Humberto Costa, para tirar a primeira água do São Francisco para Pernambuco, o mapa foi o mesmo local que o engenheiro alemão, no século XVIII, fez. No século XIX, ele chegou naquele lugar. Nós, com toda a modernidade de engenharia, ao fazer o estudo, chegamos no mesmo lugar que Dom Pedro tinha chegado. E muita gente era contra.
Ah, eu lembro que Alagoas era contra. Eu lembro que o Lessa era contra. Eu lembro. Eu lembro que o Sergipe era contra. O meu compadre, Marcelo Déda, eu fui fazer um comício em Aracaju e ele pediu para mim: "Ô, Lula, eu posso falar contra a transposição?". "E por quê, Déda?". "Ah, porque o João Marcos, no meu aniversário, ele está muito na televisão batendo que você vai esvaziar o Rio São Francisco". Eu falei: “Pode falar, Déda. Fale contra que eu vou falar por último e eu falo a favor.”
Eu lembro que tinha presidente que chegava no Ceará, fazia discurso de fazer a transposição. No Rio Grande do Norte, fazia discurso de fazer a transposição. Na Paraíba, fazia discurso de fazer a transposição. Quando chegava em Sergipe, Alagoas e na Bahia era contra. Porque o Antônio Carlos Magalhães era contra. Graças a Deus a gente elegeu o companheiro Jaques Wagner, governador da Bahia. Ele falou: "Olha, eu não sou contra, porque não é possível negar um copo de água para os nossos irmãos do Nordeste. E já que o rio não é da Bahia, o rio é um rio nacional". Então, nós fizemos essa obra, que ainda não está 100% concluída, tem coisas a serem feitas, mas eu acho que, certamente, será uma das grandes obras do século XXI acontecida no mundo.
E assim a gente vai levando este país. A única coisa que eu peço para vocês é o seguinte: esse é um governo em que vocês não precisam falar bem dele o tempo inteiro. De vez em quando, pode nos criticar, que a gente acha bom umas críticas. Pensa que está certo. Mas eu queria, aproveitando a presença da Raquel, que tem sido uma parceira. Ela tem sido tratada com muito respeito e muita dignidade por todos os ministros. Como é tratado o Caiado, como é tratado o governador de São Paulo, como é tratado o governador de qualquer estado.
Veio para Brasília para conversar com um ministério do meu governo, ou para conversar comigo, ninguém quer saber se você é católico, evangélico ou ateu. Ninguém quer saber se você torce para o Sport, para o Santa Cruz, para o Náutico, para o Corinthians ou para o Palmeiras, para o Vasco, para o Flamengo, para o Cruzeiro. Isso não me importa. Não quero saber se o cara falou bem de mim ou fala mal de mim. Eu quero saber o seguinte: o que você deseja nesta Casa é útil e de interesse para o povo do seu estado? Se for, entre que você será bem tratado. É assim que a gente vai governar este país. Por isso, ô Raquel, eu já conversei com o Rui sobre o metrô e ele está preocupado, ele vai tentar lhe ajudar a encontrar uma solução para o metrô.
E eu estou dizendo para você o que eu falo para todos os 27 governadores. Não tenham receio, não tragam apenas pedido. Tragam projetos. Se tiver projeto pronto, fica muito mais fácil a gente arrumar dinheiro, do que se for apenas discurso. E aí, eu acho, companheiros, que nós vamos discutir com a bancada de deputados e senadores. É importante, Rui, que na hora da gente discutir determinadas emendas de parlamentares, que os ministros nossos procurem os parlamentares, mostrem a importância do projeto, mostrem o que é importante. Porque a gente também não pode fazer emenda fazendo obra que não interessa a todo mundo.
Às vezes, quando a gente joga dinheiro fora, a gente precisa concentrar os esforços para que a gente faça obras de envergadura para cada estado. E nós queremos transformar este país. Primeiro, a economia voltar a crescer. Se nós já fomos a sexta economia do mundo, a gente pode voltar a ser. Segundo, a massa salarial tem que crescer. Porque se o povo estiver ganhando bem, ele vira consumidor. Se ele virar consumidor, vai ter mais indústria, vai ter mais comércio e todo mundo vai ganhar com isso. Nós queremos investir em escolas, porque, sem educação, não há exemplo de país desenvolvido no mundo.
Por isso, nós vamos criar bolsas para garantir que os estudantes do ensino médio não desistam da escola, que estudem e que o ensino médio seja profissionalizante. Por isso, tomamos a decisão da Escola em Tempo Integral. Não é apenas para melhorar a qualidade da educação e diversificar o que o menino vai fazer na escola. É também por uma questão de segurança. Tem muita bala sem vergonha perdida neste país. E nós não queremos que nenhuma bala perdida vá atingir as crianças, como está atingindo quase quatro mil crianças na Faixa de Gaza. Nós queremos este país de muita paz, sem ódio, sem mentira, sem provocação. A mim, vocês vão perceber que eu vou terminar quatro anos sem falar uma vírgula do outro governo. Porque, para mim, ele não existiu. Eu vou falar do futuro, porque é o futuro que vai garantir ao povo aquilo que ele sonha e aquilo que ele pensa todo dia e espera de nós.
Por isso, Raquel, parabéns. Você já percebeu que Renan Filho é alagoano, mas ele sabe que, um dia, Alagoas foi de Pernambuco. Ele sabe. Ele sabe. Então, é por isso que, espertamente, ele mandou o tio mais esperto ir morar em Pernambuco. Porque pense em um cabra esperto esse Renan. Então eu quero agradecer a vocês. Agradecer aos deputados, aos senadores. Aliás, dar os parabéns pela votação de ontem na comissão da CCJ. Eu espero que a gente tenha a aprovação da reforma tributária hoje. No plenário, amanhã. Depois, votou a questão da indústria automobilística de Pernambuco. Eu acho que a Câmara vai ajudar a aprovar isso. E é o que eu tenho dito na minha relação com os deputados.
Eu sempre respeito deputado, porque o deputado não é obrigado a votar naquilo que eu quero, tal como eu mandei. Da mesma forma que eu penso em um projeto de lei e eu mando para o Congresso Nacional, é normal que um deputado, ao ler o projeto de lei, fale: "Olhe, eu não concordo com tudo isso aí, eu acho que tem que mudar um artigo". Olha, se essa mudança é para corroborar, se é para ajudar a melhorar o projeto, por que não acatar? Então, é assim que a gente quer governar este país. Com o exercício da democracia plena.
Vocês viram que os prefeitos, agora, a gente mandou a lei garantindo que nessa crise de arrecadação que a gente está tendo, porque é uma crise engraçada. A economia está crescendo e a arrecadação está caindo. A gente não vai permitir que nenhum prefeito receba menos do que recebeu em 2022. Da mesma forma que nós estamos repondo aos estados brasileiros aquilo que foi tirado do ICMS eleitoral sobre a campanha política. A gente vai repor para que os governadores também possam governar.
E assim, Raquel, parabéns. Se Pernambuco continuar no ritmo que está, a Bahia vai sair do pedestal. Mas, ontem, a ministra Simone Tebet foi discutir comigo uns projetos e olhou no mapa do PAC e ela achou, Rui, que o Rio Grande do Sul está levando vantagem, porque está ganhando mais obra do que todos os outros estados. Eu não quis crer, porque achei que era o meu Pernambuco. Depois me disseram que era a Bahia. Mas ela provou para mim que é o Rio Grande do Sul.
Então, companheiros, a gente está vivendo um outro período. Um outro tempo. O que a gente precisa é saber o seguinte: 200 milhões de brasileiros estão esperançosos de que a gente seja respeitosos com eles. Que a gente tire o ódio da mesa. Que a gente tire a mentira das nossas palavras e que a gente seja mais verdadeiro com esse povo. Porque o povo precisa acreditar na política, a política precisa fazer por merecer e, se isso acontecer, quem vai ganhar é o povo brasileiro, que vai parar de sofrer.
Um abraço! Parabéns a Pernambuco e parabéns ao ministro dos Transportes.