Pronunciamento do presidente Lula em cerimônia após visita às obras do Ramal do Apodi (RN)
Queridos, queridos companheiros e queridas companheiras. Querida companheira Fátima [Fátima Bezerra], governadora desse estado. Companheiros deputados, companheiros prefeitos e prefeitas, companheiras deputadas.
Eu não vou fazer a nominata porque assim eu falo um pouco mais com vocês, e eu tenho um problema de voo, porque o helicóptero não consegue levantar voo à noite, então, eu tenho que sair enquanto tiver sol. Por isso, que eu tô olhando pra ele ali, pro bicho não sumir antes de eu terminar de falar.
Companheiros, há uma, há uma razão pra que a gente esteja aqui no Rio Grande do Norte, aqui na cidade de Luís Gomes, e eu quero agradecer a participação de todos os prefeitos e prefeitas das cidades vizinhas e de todos vocês que vieram de Luís Gomes e de outras cidades.
Eu sempre achei que existe uma parte de gente, que governou esse país durante muito tempo, que nunca teve nenhum interesse pelo povo pobre, pelo povo trabalhador, pelo sertanejo, por aqueles que, realmente, são os que fazem este país crescer.
A nossa educação, ela sempre foi tardia para o Nordeste brasileiro. Quando eu tomei posse, em 2003, eu dizia: "Não é possível que o Nordeste brasileiro apareça na imprensa como a região que tem mais mortalidade infantil, como a região que tem mais desnutrição, como a região que tem mais analfabeto, como a região que tem mais evasão escolar, como a região que tem menos laboratório de pesquisa, como a região que tem menos universidade, como a região que tem menos mestres e doutores". Eu dizia: "não é possível! Não é possível que o Nordeste esteja castigado por alguém. Que o desenvolvimento chega até perto do Nordeste, mas não entra no Nordeste.”
Eu tinha saído do Nordeste com sete anos de idade. Quando eu falo da água, eu, com sete anos, ia no açude pegar uma água barrenta. Quem não sabe o que é isso, não sabe porque que, muitas vezes, muitos nordestinos têm uma doença chamada esquistossomose. A barriga fica bem grande, as pernas bem fininhas, porque o cara toma água sem tratar. Tem caramujo, tem fezes de animais. Não tem como filtrar aquela água, as pessoas perdem os dentes, caem os dentes, ou seja, você vê gente nova, com 19 anos, já sem dente, com cáries que não tem recuperação. E eu ficava pensando: "não é possível que esse país que foi descoberto pelo Nordeste, que durante muito tempo, até 1808, era a região que mandava nesse país, ou seja, tenha ficado tão pobre". E resolvi dedicar um pouco dos meus mandatos para tentar, sem tirar nada de nenhum outro estado – não tirei nada de nenhum outro estado –, mas era preciso dar alguma coisa a mais para o Nordeste brasileiro.
E é por isso que eu pensei na transposição das águas do rio São Francisco. Esse é um projeto que desde 1846, ele é discutido no Brasil. Muitos presidentes da República prometiam água aqui no Rio Grande do Norte, prometiam água quando estava no Ceará, prometiam água quando estava na Paraíba, mas quando chegava na Bahia, quando chegava em Alagoas, quando chegava em Sergipe, ele não prometia água, porque os governadores eram contra. As pessoas tratavam o rio São Francisco como se fosse da Bahia, como se fosse de Sergipe, como se fosse de Alagoas.
Finalmente, a Bahia elegeu governador o governador Jaques Wagner. Finalmente, os outros estados elegeram gente mais progressista e eu pensei: o rio São Francisco não é de ninguém, ele é do Brasil, ele é do povo brasileiro, ele nasce em Minas Gerais e ele deságua lá na região do Nordeste. Nós temos que fazer com que essa água, antes de chegar ao mar, seja repartida com 12 milhões de almas que moram, sabe, no, no setor mais seco do nosso país. E assim tomei a decisão de fazer. Não pense que foi fácil, foi muito difícil fazer.
Então, quando eu venho a uma cidade como Luís Gomes e vou visitar um buraco que vai ter seis quilômetros de comprimento, que vai passar um pouco da água para levar para 54 cidades, eu fico realizado. Porque é um sonho realizado ver o povo nordestino tomar água tratada, ter água pra cuidar, sabe, da sua cabrinha, do seu cavalo, do seu jumento, do seu bode, pras crianças beber, tomarem banho com água limpa. A gente não pode ficar dependendo de carro pipa, que quando o governo tá com bom humor, manda; quando tá de mau humor, não manda, e o povo que se dane. Então, eu resolvi fazer essa obra. É um canal que – a obra original tem 640 e poucos quilômetros – ninguém imaginava que a gente pudesse fazer e a gente, então, conseguiu fazer.
Outro dia encontrei com a Fátima e ela... Outro dia não, já faz tempo. "É, presidente, porque tem não sei o que lá na minha região, que tem uma região que tem 54 cidades que não tem água, e a adutora tá perto não sei do que. Era preciso que leve água". Falei com o companheiro Rui Costa, que é o chefe da Casa Civil, e o cara que coordena o PAC: "Vamos cuidar de levar a água para o Rio Grande do Norte. Vamos pegar a última região que não tiver acesso à água e vamos levar para que a pessoa possa ter o prazer de ter uma torneira dentro de casa para beber água, para lavar; água para dar banho, para ter um chuveiro para poder dar banho no filho, para não ficar dando banho na beira do rio, lavando roupa na beira de rio, sabe. É preciso dar civilidade a este país". E começamos a tratar do Nordeste.
Eu tenho orgulho porque eu sou o presidente da República que mais fiz universidade na história desse país, mais fiz escolas técnicas na história desse país e vamos continuar fazendo. E por que que nós vamos continuar fazendo? Porque cada menina que eu estou vendo aqui, cada jovem, menina ou menino, que está aqui, o que que eu quero que eles sejam na vida?
Primeiro, eu quero cumprir aquele que é o maior desejo de um pai ou de uma mãe: é que o filho tenha um diploma, que o filho tenha uma profissão, que o filho possa ser independente. Porque, quando tiver uma profissão, quando tiver um curso, a pessoa pode sair de casa e falar: "pai, eu vou pra tal estado, eu vou trabalhar". "Mãe, eu vou trabalhar, eu tenho profissão, eu vou ganhar bem e vou viver e mando uma ajudinha pra você e, de vez em quando, eu venho ver vocês".
É esse país que a gente quer, que a nossa juventude não esteja perdida, sem possibilidade de ver um futuro. Nós queremos que a nossa juventude saiba que nós queremos fazer muito mais universidade, muito mais institutos federais, muito mais escolas técnicas com curso profissional, porque a gente precisa colocar a nossa juventude nesse mundo digitalizado para que a gente possa ter emprego de qualidade e a gente possa ser competitivo com outros países do mundo.
Vocês viram que agora eu fui para a África do Sul fazer uma reunião com os BRICS. Os BRICS é um conjunto de países que envolve a China, a Índia, a Rússia, a África do Sul e o Brasil. Nós, agora, trouxemos para perto de nós a Arábia Saudita, os Emirados Árabes, a Etiópia, a Argentina, o Egito e o Irã. E logo, logo, vai vir mais gente porque, hoje, nós somos mais fortes economicamente. Nós representamos quase 50% da população mundial e nós não queremos ser tratado por ninguém como se nós fôssemos inferior. Nós não somos inferior a ninguém, o povo brasileiro não é inferior. A gente quer ser respeitado da mesma forma que a gente respeita.
Agora mesmo… Agora mesmo, eu vou, dia 7, fazer outra viagem, outra viagem importante pro Brasil, eu vou para a Índia. Vou participar de um encontro chamado o encontro do G20. São as 20 economias mais ricas do mundo. Vai tá lá os americanos, vai tá lá os europeus, vai tá a China outra vez, e vai tá o Brasil. Eu vou lá pra discutir com eles uma coisa que me incomoda. Eu quero discutir com eles a desigualdade. A desigualdade de gênero, a desigualdade racial, a desigualdade no tratamento da saúde, a desigualdade no salário, a desigualdade de uma pessoa que come 20 vezes por dia e outro que passa 20 dias sem comer um bocado de coisa, a desigualdade de uma criança que pode ter acesso a tudo o que é bom no mundo e a outra que mal consegue tomar o leite do peito da mãe porque a mãe está enfraquecida também.
É preciso que este mundo seja mais justo. É preciso que as pessoas pobres, sabe, tenham o direito de trabalhar, ter um salário, almoçar, jantar, tomar café, viajar, ter acesso à cultura, comer bem, se vestir bem e morar bem. É isso que a gente quer pra este país. A gente não quer tirar nada de ninguém. A gente apenas quer aquilo que é da gente. A gente mora num país que tem uma Constituição que diz que todos nós temos que ter direito e alguém tá negando o nosso direito. Então, o que eu quero é isso. Eu não trabalho pra ninguém ser pobre, porque eu não quero que ninguém seja pobre e porque ninguém gosta de ser pobre. A gente gosta é de ser bem de vida, a gente quer morar bem, quer estudar bem, quer ganhar bem.
Quem é que pensa que pobre gosta de comer em cocho? Quem é que pensa que a gente gosta de andar mal vestido e de chinelo, arregaçando a barrada com arame? Quem é que disse que a gente gosta de beber água com caramujo, com fezes de vaca, de gado, de cavalo, de cabra? Quem é que disse que a gente quer beber água com caramujo? Ora, se nós somos brasileiros e moramos dentre desses 8,5 milhões de quilômetro quadrado e temos uma Constituição, nós apenas queremos repartir, mais adequadamente, a riqueza que nós produzimos. É por isso que no meu outro mandato nós aumentamos o salário mínimo em 77%, e agora, outra vez, vamos aumentar o salário mínimo todo ano, para que as pessoas possam viver um pouco melhor nesse mundo.
E aí entra a questão do que eu uso muito a palavra cuidar. A gente não tem nem que utilizar a palavra governar, é cuidar. Governar é como se fosse uma mãe. Governar é como se fosse uma mãe. Uma mãe, que eu acho a coisa que tem o coração mais humano e mais justo é uma mãe, ela consegue depois da dor do parto, depois de carregar, sabe, o rabugento por nove meses na barriga, ela consegue dar um padrão de qualidade de tratamento que só a mãe dá. Então, sua mãe tem cinco filhos, estão em cinco em volta de uma mesa na hora da janta, ela vai tratar todo mundo igual, ninguém é melhor do que ninguém. Ninguém vai comer dois ovos e o outro só vai comer um. Ninguém vai comer dois bifes e outro só vai comer um. Se tiver um pezinho de bode para comer, todo mundo tem que comer, não tem ninguém melhor do que ninguém. É isso que eu quero que aconteça no Brasil.
Eu quero que as pessoas de baixo possam ter as coisas melhores. É por isso, Fátima, que nós vamos continuar investindo em escola. Não tem nenhuma experiência no mundo, de algum país que se desenvolveu sem antes investir na educação. É preciso investir em educação. Nós vamos completar esse projeto do Água para Todos. Vamos acabar com essa história de gente querer ficar rica com caminhão pipa levando água para as pessoas. Quem tem que levar água é o Estado. Por isso, eu tô aqui com você. Vou vir inaugurar o Oiticica [reservatório de água], vou vir inaugurar e vou vir aqui mais vezes, porque eu conheço esta companheira. Há 40 anos eu venho no Rio Grande do Norte. Há 40 anos, a gente tá junto. Há 40 anos, a gente já perdeu muitas eleições, mas quando a gente ganha, a gente tem que provar que a gente é melhor do que aqueles que nos derrotaram.
E eu, eu tenho um compromisso de vida. Eu tenho um compromisso de vida. Eu sei o que é passar fome. Eu sei o que é uma mãe colocar oito filhos dentro de um quarto, sem ter comido nada à noite. Eu fui conhecer pão na minha vida com sete anos de idade, em São Paulo. Até então, o meu café da manhã era uma quenga. Sabe o que que é quenga? Um coco partido no meio. Era. A gente pegava metade de um coco, a gente colocar farinha de mandioca e colocar café preto, quando tinha. Era esse mingau que a gente tomava até os sete anos de idade.
Quando chovia na minha casa, a gente corria, os oito filhos da minha mãe, para fazer uma barragem de terra pra juntar aquela água totalmente barrenta, colocar num pote, esperar ela assentar, ela assentava, tirava com a caneca, colocava noutro pote, deixava assentar outra vez, mas quando a gente bebia ainda tinha milhões, milhões, milhões e milhões de verme, de tudo o que não prestava naquela água, porque a gente não tinha nem a educação de ferver a água. Não tinha. Ou seja, a gente vivia sem ter ninguém que cuidasse da gente. É por isso que eu resolvi a transposição, é por isso que eu resolvi a universidade, é por isso que eu resolvi a escola técnica, é por isso que a minha obsessão agora é o emprego. Eu, agora, quero garantir que o povo brasileiro tenha emprego. Emprego.
Porque é o emprego que garante a dignidade da pessoa, ninguém quer viver de favor. A gente pode viver de favor por algum tempo, mas no fundo no fundo, o orgulho de um homem, de uma mulher é trabalhar, vender a sua inteligência e no final do mês chegar para casa, pegar a família, levar pra um restaurante para comer, levar pra conhecer outro estado, levar pra comprar um presente no final de ano pro filho, dar um agrado pro filho no dia do aniversário. Todos nós temos o direito de fazer isso. E por que que a gente não pode fazer?
Ô Fátima, eu fui ganhar meu primeiro presente com 17 anos de idade porque eu comprei. Eu mesmo comprei; comprei uma bicicleta velha que a corrente caia. Eu mais arrumava a corrente do que pedalava. E eu, e eu, é muito importante essa história, eu não sabia andar de bicicleta com uma mão só. E eu saia da fábrica dez horas da noite, eu comprava um sorvete e ia pedalando, e eu não conseguia tirar a mão do guidão, o sorvete derretia todinho na minha mão e eu não conseguia chupar meu sorvete.
Então, se tem uma coisa que eu quero é que o povo brasileiro viva bem, se tem uma coisa que eu quero é que vocês sonhem e a gente tem que sonhar grande, porque somente sonhando grande a gente consegue realizar esse sonho. Esse PAC agora, a gente vai investir R$ 1,7 trilhão. É muito dinheiro, mas ainda é pouco diante da grandeza do Brasil. E a gente vai investir.
Só na questão da saúde, no nosso orçamento vai ter 40 bilhões a mais esse ano, porque nós precisamos garantir que as pessoas pobres do interior, que vai numa UPA [Unidade de Pronto Atendimento], que vai num posto; é atendido. Aí, precisa passar num especialista. "Olha, a senhora tá com problema de sopro no coração, tem que procurar o oftalmologista”. Aí vai marcar uma consulta, é nove mês, dez mês, 11 mês; não tem. E nós queremos que o povo pobre tenha direito a especialista. Direito a especialista pra ninguém morrer por falta de médico ou morrer por falta de remédio.
Ninguém quer ir no médico pra pegar uma receita, a gente vai no médico atrás da cura, e quando ele dá o remédio, a gente precisa, ou ganhar do Estado ou a gente poder, sabe, comprar com o nosso salário. Por isso eu vim aqui, gente. O sol tá sumindo, me espera que eu vou correndo aí.
Eu queria dizer, Fátima, pode ter certeza, eu sei o que a elite desse estado faz com você porque já fizeram comigo. Eu sei quantas vezes essas pessoas te atacam. Você nunca abaixe a cabeça, nunca abaixa a cabeça. Uma mulher que nasceu como você nasceu, de onde você veio, que tem a garra que você tem, pode cair, mas não se curva. Não se curva nunca pra ninguém, porque nós temos um compromisso.
Eu tenho, eu tenho um compromisso com este país, eu tenho um compromisso com vocês e eu tenho uma causa. A minha causa é a causa de recuperar a dignidade do povo brasileiro de garantir emprego, moradia, água, educação, sabe, direito de vocês poderem viajar até pro exterior de férias. Não é pra andar de busão não, é pra andar de avião.
Então, eu queria agradecer aos trabalhadores aqui e queria dizer pra vocês uma coisa. Olha, eu tô falando aqui, mas eu queria dizer uma coisa que todo mundo já sabe. Eu, desde o ano passado, desde o ano passado eu tenho um problema na cabeça do fêmur. Desde o ano passado, eu tô sendo instigado pra fazer uma cirurgia no quadril e eu não quis fazer. Primeiro, porque ganhei as eleições, tava em campanha, eu não ia fazer. Depois eu ganhei, falei: "bom, não posso parar agora e ir pro hospital, eu preciso governar esse país. Eu preciso recuperar tudo que eles destruíram”. E agora, eu não posso parar enquanto eu não viajar.
Minha última viagem esse ano, é que eu vou em Nova Iorque participar da ONU [Organização das Nações Unidas]; vou a Cuba, no encontro do G77; e aí, quando eu voltar, vou receber o presidente do Vietnã, dia 26. Aí, eu vou me preparar para fazer a tal da cirurgia. Eu vou parar, porque eu quero confessar pra você que essa dor dói de manhã, dói de dia, dói sentado, dói em pé, dói deitado e não tem remédio. O remédio é operar. Então, eu, muitas vezes, fico em pé, sabe Deus a dor que eu tô sentindo, desse lado direito, depois é aqui na frente, depois é aqui.
Eu tô me aguentando, mas agora, eu tô dizendo para vocês, quando eu voltar, no mês de setembro, da minha última viagem, aí eu vou cuidar da saúde, porque eu ainda quero correr muito esse Brasil, quero visitar muito o Brasil e tem muita coisa pra fazer. Gente, um beijo no coração de cada um de vocês. Um beijo em cada prefeito ou prefeita, os nossos deputados e deputadas, e Fátima, eu tenho certeza, se eu te conheço bem, esse estado nunca teve ninguém, já teve muito governador, porque ser governador é fácil, fazer um viaduto é fácil, fazer uma ponte é fácil. Todo mundo faz ponte, viaduto.
Eu quero saber é quem cuida do povo, eu quero saber quem é que tem sentimento com o povo. Eu quero saber quem que é capaz de estender à mão para uma pessoa que não tem o que comer, pra uma pessoa que está na sarjeta, que muitas vezes a gente passa e chama de vagabundo sem saber porque que a pessoa está naquela situação.
Nós precisamos ser mais solidário, ser mais humanista, ser mais fraterno. O ser humano nasceu pra viver em comunidade. Hoje, a sociedade tá raivosa, é todo mundo xingando todo mundo. É nego não cumprimentando mais pai, pai não cumprimenta mais filho, filho não cumprimenta mais mãe, ou seja, tudo brigando por causa de política. Deixa eu contar uma coisa pra vocês, eu tinha um irmão que participava de um partido diferente do meu, eu dizia pro meu irmão: “toda vez que a gente se encontrar na casa da minha mãe, a política fica pra fora do quintal.” Na família, eu quero harmonia; na família, eu quero, sabe, muita fraternidade e muito amor.
Que é este país que a gente vai fazer, ninguém consegue fazer nada com raiva. Ninguém consegue fazer nada com ódio. "Ah, mas o Lula vai voltar pra governar nervoso porque prenderam ele, não. Quem tá nervoso são eles, porque eles me prenderam para eu não chegar aqui e eu tô aqui outra vez. E tô aqui por uma coisa, eu tô aqui por causa do povo brasileiro. Eu tô aqui por causa de pessoas como vocês. Estou aqui por causa de muita gente que pensa como vocês. E o povo nordestino, mais do que qualquer outro povo, é extraordinário, porque aqui vocês enfrentaram um demônio, sabe, tentando destruir o Nordeste, não atendendo governador, não atendendo nada e estes governadores sobreviveram, criaram um consórcio e nós estamos aqui outra vez.
Estamos aqui, não para nos vingar; estamos aqui, não para ter raiva; estamos aqui para falar: esse país vai ser cuidado com muito amor, com muita fraternidade e com muita lealdade.
Um beijo no coração e até a próxima vez, se Deus quiser. Um abraço, gente.