Pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em videochamada com pioneiros da telessaúde na região amazônica
Eu quero primeiro dizer pra vocês da emoção de poder escutar depoimento de pessoas que estão transformando em realidade aquilo que alguns anos atrás parecia um sonho. Eu quero começar agradecendo ao nosso querido prefeito Bi Garcia, de Parintins, porque nós estivemos sexta-feira lançando, governador Helder [Barbalho, governador do Pará], a última ligação elétrica entre o Brasil e os seus estados. Nós vamos, estamos ligando agora, levando o linhão até, até Roraima, para o Brasil todo ficar conectado numa linha extraordinária. Inclusive, vamos tentar recuperar a linha da Venezuela, para dar mais energia pro Brasil. Obrigado pela festa e pela recepção, prefeito. Eu agradeço de coração o carinho do povo de Parintins.
O nosso querido prefeito Ferraz, de Irocuduba, de Iranduba. Eu quero agradecer a presença de vocês, do pessoal de Tumbira, do prefeito, de secretárias, professoras, agente de saúde; dos companheiros de Manaus, do Hospital Getúlio Vargas, da Universidade Federal de Manaus. Dizer pra vocês que quando se começou a falar de telemedicina, houve um tempo em que eu também tinha dúvida se ia dar certo ou não. Eu ficava imaginando, a gente fica prometendo levar pro povo, ribeirinho, pros indígenas, para as pessoas que moram nos lugares mais distantes do país, a gente vai levar os melhores médicos, os melhores cirurgiões, as melhores... Todo mundo que melhor para dar atendimento ao povo.
Eu falava “eu tenho muita dúvida se isso vai dar certo”. E agora eu estou aqui, sentado numa cadeira, na frente de pessoas que estão vivendo isso e estão provando que vai dar certo. O nosso sonho é conectar o Brasil inteiro, tanto na educação, quanto na saúde. É muito importante que a gente consiga fazer chegar ao nosso povo o que a gente tem de melhor na área da saúde, e aos nossos estudantes o que a gente tem de melhor na área da educação. E, graças a Deus, os avanços tecnológicos permitiram que a gente pudesse conectar o país inteiro. Nós, hoje, vamos participar da inauguração da Infovia Santarém–Manaus. É uma coisa extraordinária para a região Norte do país.
Nós vamos tentar fazer com que o Brasil inteiro possa se conversar, que as escolas possam se conversar, que os hospitais possam se conversar, que o SAMU, que melhor, que o SUS possa dar atendimento de primeiríssima qualidade a todos os brasileiros. Esse é um sonho que nós vamos tentar levar avante. A ministra Nísia [Nísia Trindade, ministra da Saúde] sabe da responsabilidade dela como ministra da Saúde. Ela sabe que nós temos um desejo de garantir que a pessoa que mora no lugar mais distante do Brasil possa receber, inclusive através da internet, uma assistência médica de primeiríssima qualidade. Que um médico possa ajudar um outro médico em outra localidade, em outra cidade, numa aldeia. Em qualquer lugar que as pessoas estiverem, a gente tem que dar o atendimento de qualidade.
Esse é um desejo meu, pessoal, é um desejo e um sonho do nosso governo e eu tenho certeza que nós vamos conseguir isso. Essa é a primeira, primeira, primeira vez que eu converso diretamente com gente que foi atendido, sabe, por telemedicina. E eu acho que a experiência será extremamente exitosa. Extremamente exitosa. E eu penso que, daqui pra frente, as coisas só tendem a melhorar. Porque o povo merece saúde de qualidade, educação de qualidade, emprego de qualidade, ou seja, tudo de qualidade, porque ninguém nasceu pra gostar de coisa ruim. A gente nasceu pra gostar de coisa boa. E ter um bom tratamento de saúde, ser atendido pelos melhores médicos e médicas do Brasil, é uma obrigação que o governo oferecer pra vocês.
Agora, obviamente, que nós precisamos contar com os prefeitos, precisamos contar com os agentes de saúde, nós precisamos contar com os médicos, com as enfermeiras, com as pessoas que estão ligadas diretamente na questão da saúde. Eu digo sempre que não é possível a gente governar o Brasil se a gente não levar em conta a existência das prefeituras. São os prefeitos os que têm contato primeiro com a pessoa que não tem dinheiro pra comprar remédio, que vai na prefeitura pedir remédio. É o prefeito que tem contato com a pessoa que vai pedir comida, que vai pedir dinheiro pra transporte. Ou seja, então, o Governo Federal tem que estar conectado. A gente não quer saber que time torce o prefeito. A gente quer saber se ele foi eleito, se ele tá fazendo um trabalho sério, se ele tá fazendo um trabalho competente. A gente vai ajudar, porque esse Brasil não pode mais ficar distribuindo ódio e rancor.
Nós temos que distribuir saúde de qualidade e distribuir educação de qualidade. Um abraço para todos vocês. Eu tô emocionado aqui no hospital Abaré. Eu tô aqui, eu vim ver um barco, na verdade eu tô vendo um hospital. E conectado com a nossa universidade aqui do Pará, com a Universidade Federal de Santarém, Amazonas, e eu penso que a gente pode fazer isso com muitas outras universidades no Brasil inteiro. E tentar criar hospital universitário. O ministro da Educação [Camilo Santana] tá aqui. Sabe que custa um pouco de dinheiro, mas esse dinheiro que a gente gasta, não é gasto. Esse dinheiro é investimento, porque ter um povo sadio é um dos grandes investimentos que o país pode oferecer.
Um beijo no coração de cada um de vocês e um abraço. Acaba de chegar aqui o nosso governador Helder, governador do estado do Pará. Nós vamos agora inaugurar a Infovia. Vamos terminar de fazer a visita aqui no Abaré e depois nós vamos inaugurar a Infovia, e vamos pra Belém, aonde nós estamos fazendo o primeiro grande encontro para discutir a questão do povo amazônida. A gente vai ficar dois dias em Belém e, quando chegar em 2025, a gente vai ter um grande, um grande debate sobre o clima no coração da Amazônia, na cidade de Belém, que o nosso governador, nosso prefeito, já estão se preparando.
Um abraço, gente. Um beijo no coração de todos vocês.