Pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento com empresários em Madri, na Espanha
Depois da fala da primeira vice-presidente e ministra de Assuntos Econômicos e Transformação Digital da Espanha, a ministra Nádia Calvino, eu tenho que tentar ser tão alegre e mais otimista do que ela com relação ao desenvolvimento do mundo e a relação Brasil Espanha. Eu quero cumprimentar o Senhor Artur Gomes Hernandes, ministro da Indústria Comércio e Turismo da Espanha; o embaixador brasileiro, Mauro Vieira, ministro de Relações Exteriores; a nossa ministra da Saúde, Nísia Trindade, uma companheira que está preocupada em fazer da Saúde um dos modelos de desenvolvimento do nosso país. Nossa querida companheira Luciana Santos ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação. O Senador Renan Calheiros, que tinha pedido para fazer uso da palavra não quis falar. Márcio Elias Rosa, já falou aqui com vocês, nosso Secretário Executivo do Ministério da Indústria e Comércio. O companheiro, o embaixador Orlando Leite Ribeiro embaixador do Brasil na Espanha. A embaixadora Vera Lúcia Alvarez, cônsul geral do Brasil em Madri. O companheiro Jorge Viana, presidente da Apex, que já falou também aqui neste ato. Cristiana Mendes Bertholo Secretária de Estado do Ministério da Indústria Comércio e Turismo da Espanha. Embaixador Enrique Ojeda Vila, Diretor da Casa da América, José Luis Bonet presidente da Câmara de Comércio da Espanha, Antônio Garamendi, presidente da confederação espanhola de organizações empresariais.
Meus amigos e minhas amigas, A última vez em que estive nesta Casa da América, em novembro de 2021, foi para falar sobre o programa de recuperação global após a Pandemia de 2019. Na ocasião, externei o desejo de toda a humanidade de voltar à normalidade, e lancei a pergunta para qual normal a humanidade deseja voltar, porque a verdade é que muito antes do primeiro caso da Covid 19, o mundo já estava doente, vítima de outros vírus igualmente nefastos: a desigualdade e o extremismo.
Hoje, um ano e meio depois, o Brasil voltou a ser protagonista no enfrentamento desses males. A democracia venceu no Brasil, e o povo brasileiro me confiou a tarefa de unir e reconstruir o nosso país. Tenho plena consciência de que essa é uma empreitada, não é uma empreitada de um presidente só. Não podemos fazer sozinhos. É importante que a gente tenha um compromisso com toda a sociedade brasileira e aqui é que o setor privado desempenha um papel decisivo. Há pouco, ouvimos o relato de casos de sucesso de empresas espanholas no Brasil nos mais diversos setores: financeiro, comunicação, energético, infraestrutura e turismo. E esse sucesso, não é só medido pelos resultados financeiros dessas companhias ou pelos lucros que trazem aos seus acionistas. É medido sobretudo, pelo impacto positivo que trazem a sociedade na qual estão inseridas, por meio da geração de emprego e distribuição de renda.
Eu aqui queria, só lembrar a vocês, que não está presente aqui duas das figuras que eu aprendi a respeitar e admirar aqui na Espanha que foram os primeiros grandes empresários, a darem um voto de confiança na minha eleição em 2002. Não está aqui o companheiro Alierta, da Telefônica e não está aqui o companheiro Botín, que era o presidente do Santander. Eu digo isso com orgulho porque foram as duas primeiras pessoas, que confiaram na minha eleição em 2003. E eu não posso esquecer nunca que, depois de receber o Botín, faltando 20 dias para as eleições, ele me disse que o sistema financeiro estava preocupado com a possibilidade da minha vitória, que os empresários estavam nervosos e ele pediu para mim para dar uma entrevista coletiva. Saiu da minha sala de reunião e eu fui dar uma entrevista coletiva dizendo: "o Santander vai investir no Brasil, porque o Santander acredita no Brasil e acredita no futuro presidente da República". E foi assim, que a minha relação nasceu, com essas duas figuras do mundo empresarial espanhol da qual eu irei respeitar para sempre. O Botín já morreu e o Alierta está com um problema de saúde e não pode estar aqui.
Cumprimentando eles, eu quero cumprimentar todos os empresários que direta ou indiretamente investem no Brasil. A Espanha é o segundo maior investidor estrangeiro no Brasil. A estabilidade política e o crescimento da economia brasileira voltarão a trazer excelente retorno as empresas espanholas. Se alguém tem dúvida da capacidade de gestão dos nossos governos, eu quero lembrar que quando ganhamos as eleições de 2003, a inflação era doze porcento, nós controlamos a inflação e ela ficou dentro da meta de quatro e meio por cento.
Nós tínhamos desemprego de 12% e, quando terminamos do governo do PT, o desemprego era de apenas 4,7%, era um desemprego padrão Dinamarca, padrão Suécia, padrão dos países nórdicos e conseguimos gerar, num período em que o mundo desenvolvido desempregou cem milhões de pessoas, nós conseguimos empregar vinte e dois milhões de trabalhadores na formalidade. Nós tínhamos uma dívida interna bruta de 60% do PIB, entregamos ela com trinta e sete do PIB. O Brasil tinha uma dívida com o FMI de trinta bilhões.
Nós não só pagamos a dívida, como emprestamos quinze bilhões de dólares ao FMI e ainda deixamos trezentos e setenta bilhões de dólares na reserva, que foi a primeira vez na história, que o Brasil fez reservas, e estas reservas é responsável até hoje, pela solidez da economia brasileira, apesar do baixo crescimento.
Não vou me apegar apenas ao passado. Vamos olhar juntos para o futuro. As condições estão dadas para aprofundar mais nossa cooperação econômica e comercial. Queremos atrair uma nova onda de investimento dos espanhóis. O programa de investimento em infraestrutura que lançarei em maio próximo, trará oportunidades promissoras, além de extraordinárias.
O aperfeiçoamento da infraestrutura logística é um desafio que o Brasil deve enfrentar para consolidar seu desenvolvimento. Nenhuma obra permanecerá paralisada. Vamos transformar o Brasil em um canteiro de obras, construindo ampliando e modernizando portos, aeroportos, rodovia, ferrovia, hidrovia. Vamos superar os gargalos que minam a competitividade brasileira. Sou entusiasta de que os setores públicos e privado, ande de mãos dadas, porque só assim conseguiremos fazer um país crescer e melhorar a vida de milhões de cidadãos.
Seguiremos com estabilidade política e social, segurança jurídica e previsibilidade. Estamos fortalecendo os marcos regulatórios necessários para que os parceiros do Brasil possam fazer negócios com toda a tranquilidade necessária.
O Brasil voltará a desempenhar um papel de liderança na agenda climática e na transição energética. Possuímos, possivelmente, a mais limpa matriz energética entre todos os países. 80% da nossa energia é energia limpa. Eletricidade provém de fontes renováveis: hidrelétricas, eólica, solar, etanol, biomassa e agora estamos provando que vamos entrar no mundo do hidrogênio verde, o que poderá possibilitar uma nova oportunidade de investimento no Brasil.
Há um mês, estive no Parque Eólico de Chafariz e na usina fotovoltaica de Luzia, ambas na Paraíba, ambas de um empresário espanhol. Esse complexo, recebeu investimento de seiscentos e trinta milhões de euros da Iberdrola e fornecerá energia limpa a um milhão e trezentas mil pessoas. Seremos implacáveis no combate aos crimes ambientais.
Vamos cumprir nosso compromisso de zerar o desmatamento até 2030 e seremos muito rigorosos na repressão ao garimpo ilegal (trecho inaudível) que atentam contra os povos indígenas. Lembro aqui as metas que, involuntariamente adotamos para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Essas credenciais, nos levam a apresentar a candidatura do estado do Pará, na cidade de Belém, no coração da Amazônia como sede da COP 30, fato esse que nós esperamos ter o apoio dos nossos amigos da Espanha.
Voltamos a investir no nosso bem mais precioso: o capital humano. Teremos uma estratégia nacional para a indústria do conhecimento, vamos trazer a indústria brasileira para o século 21 com o apoio à inovação, a cooperação público privada, ao acesso de financiamento com custos adequados. Essas medidas são para fazer com que a nossa economia seja bem mais competitiva. Mas a competitividade que almejamos, não é um fim em si mesmo é um meio para aumentar a qualidade de vida da população. A competitividade que queremos, não pode resultar na redução da renda dos trabalhadores, na diminuição do emprego formal, na restrição da liberdade dos trabalhadores ou do desmonte das políticas públicas.
Queremos reproduzir, nos setores secundários e terciário da nossa economia, a exitosa experiência que fez do Brasil uma potência agropecuária produtora de alimentos e de agroenergia, agregando as condições naturais do país, a eficiência do trabalho da ciência e da tecnologia e de políticas públicas eficazes. A maior competitividade da economia brasileira, envolve nossa firme decisão de investir no desenvolvimento científico e tecnológico e no fortalecimento da capacidade de inovação de nossas empresas. Todas estas medidas domésticas, são complementadas por ações do fortalecimento do nosso comércio exterior. Com a ampliação de mercados e iniciativas nos organismos multilaterais, a fim de deter a marcha insensata do protecionismo no mundo.
O Brasil e os sócios do Mercosul estão engajados no diálogo para concluir as negociações com a União Europeia e esperamos ter boas notícia ainda este ano. É um acordo muito importante para todos e queremos que seja equilibrado e que contribua para a reindustrialização do Brasil. A feliz coincidência de que ambos, Brasil e Espanha, presidirão nossas reuniões aduaneiras no segundo semestre deste ano, permitirá avanços substantivos para conclusão do acordo.
Eu acho que a Espanha, na presidência da União Europeia, poderá ajudar muito na conclusão desse acordo, que eu imaginava que ia ser feito no meu primeiro ano de mandato em 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2010, 2011 e esse acordo, não foi feito. Eu espero que a gente consiga fazê-lo agora. Estamos forjando assim um futuro cada vez mais indissociável e próprio para milhões de brasileiros e espanhóis. Um futuro de crescimento e inclusão.
Eu queria aproveitar essa oportunidade, antes de falar muito obrigado, para dizer uma coisa, a nossa querida ministra. Quando eu deixei a Presidência da República em 2010, eu lembro que a Telefônica tinha me convidado para um debate em Londres. Eu lembro que naquela época, só se falava do crescimento econômico da China e eu tentei mostrar para os empresários, que a China poderia estar crescendo muito mas, eu duvidava, que algum país tivesse a quantidade de obras simultâneas que o Brasil tinha naquela época. E eu disse que nós estávamos concluindo três das principais hidroelétricas do planeta Terra, eu disse que a gente tava concluindo doze estádio de futebol para a Copa do Mundo, eu disse que a gente tava fazendo mil e sete quilômetros de ferrovia e eu disse que a gente tava fazendo vinte mil quilômetros de cabos para energia elétrica. Eu disse com orgulho de quem tinha assumido um compromisso de construir quatro milhões de residências, que foi o maior plano de residência já feito na história do meu país.
E quando nós criamos o PAC, que era uma política de desenvolvimento do Brasil, foi o momento mais excecional na construção de infraestrutura que o Brasil viveu. E eu brincava com a Ângela Merkel, que ela se preparasse porque o Brasil já estava na sexta economia do mundo, que a gente poderia chegar a quinta ou a quarta economia. Lamentavelmente, houve um retrocesso no Brasil. Lamentavelmente hoje, o Brasil é a décima segunda economia ou a décima terceira. Lamentavelmente o Brasil se afastou do mundo, o Brasil era um grande protagonista internacional.
É com muita tristeza que eu volto a Espanha em 2023 e fico sabendo que eu fui o último presidente a vir aqui, sabe, e que em toda a Europa, nós estamos há seis anos sem visitar nenhum país. Durante seis anos quase nenhum governante do planeta Terra visitou o Brasil. Durante seis anos, nós vivemos uma época de negacionismo a ponto de termos um governo que não acreditava na vacina, que eu não acreditava na ciência, que não acreditava na Organização Mundial da Saúde e que produzia remédios que não prestava para combater o Covid.
Eu nunca imaginei que a gente pudesse ter um retrocesso que a humanidade está tendo. Porque a humanidade está virando vítima de algoritmos, está virando vítima da inteligência artificial, está virando vítima da Fake News. Ou seja, é impressionante como a sociedade está sendo induzida pela quantidade de mentiras que são colocadas todo santo dia na cabeça das pessoas. Eu jamais imaginei que a humanidade fosse ficar tão individualizada como ela está agora.
Eu sempre achei que a humanidade nasceu para viver em comunidade, para viver em fraternidade, para viver em solidariedade, para compartilhar as coisas que a gente era capaz de produzir e, de repente, eu me vejo diante de uma comunidade com muitas complicações em quase todos os países do mundo, resultando, inclusive, numa guerra insana, que é a guerra da Rússia e da Ucrânia. Uma guerra que eu compreendo perfeitamente bem.
Como é que os meus amigos europeus veem a guerra? Uma guerra que jamais poderia ter acontecido, porque não pode se aceitar que um país invada a integridade territorial de outro país. Mas uma guerra, que também não tem ninguém fala de paz. E às vezes eu fico me perguntando, até quando essa guerra vai durar? Porque se ninguém quiser construir a paz, ou seja, e os dois lados, o que invadiu está reticente e o invadido também tem sua razão de estar reticente, eu fico me perguntando quem é que vai tentar resolver essa situação?
Eu estive conversando com Olaf Scholz, chanceler da Alemanha. Estive conversando, por telefone, com Macron, pretendo possivelmente essa semana, semana que vem marcar o encontro com o Macron. Conversei com o presidente Biden. Conversei com o Xi Jinping, na tentativa de construir um movimento que traga a paz de volta, aqui na nossa querida Europa, para que a gente não fique sonhando toda a noite com a possibilidade de uma terceira Guerra Mundial ou até do uso de bomba nuclear. O que pode evitar isso é a sensatez da gente tentar encontrar um denominador comum para chegar à paz.
E eu estou convencido Primeiro Ministro, estou convencido Ministra, que nós vamos chegar, amanhã vou conversar com o presidente Pedro Sánchez sobre esse assunto. O Brasil está empenhado na tentativa de arrumar parceiros para que a gente possa trazer a paz, para que a Ucrânia possa ficar com o seu território, para (trecho inaudível) com a Rússia, mas para que o mundo não sofra a falta de alimento, para que o mundo não sofra com a falta de fertilizante e para que o mundo volte a prosperar, para gerar os empregos que a humanidade precisa.
A Espanha para o Brasil é muito especial, eu aqui tenho uma relação histórica muito forte com Felipe González, tive uma relação excecional com o presidente Aznar, tive uma relação extraordinária com o presidente Zapatero e agora começo uma relação, que eu espero que seja extraordinária, com o Ministro Pedro Sánchez. Ou seja, para um presidente da República não importa a ideologia do presidente, o que importa é o respeito da relação entre os Estados porque todos nós queremos construir o bem para o nosso povo. A relação do Brasil com a Espanha, me parece, que está chegando por volta de 10 bilhões de dólares. É maior do que com a França, é maior do que com a Itália, é maior do que muitos países, mas é pouco, diante do que é que Espanha pode fazer no Brasil, do que o Brasil pode fazer na Espanha.
Os empresários brasileiros precisam aprender a investir fora também, a investir em outros continentes para se transformarem em empresas multinacionais e não ficarem apenas sendo empresas nacionais e nós queremos atrair o capital produtivo espanhol para o Brasil. Eu durante muito tempo, tinha noção de que a Espanha era o terceiro investidor externo no Brasil, às vezes era o quarto porque às vezes tinha a Alemanha que investia um pouco mais, e eu quero voltar a ter a Espanha investindo no Brasil.
O que é que nós podemos oferecer a Espanha? Primeiro mercado, segundo projeto, terceiro aquilo que todo empresário precisa e que todo governo precisa. Primeiro, credibilidade do governo com relação aos investidores externos. Segundo estabilidade política Econômica e social dentro do país. E terceiro, previsibilidade para que ninguém seja pego de surpresa. Nós estaremos no mês de maio apresentando um projeto de infraestrutura.
Porque, se no governo anterior do Brasil, não houve nenhuma visita à Espanha, também não houve nenhuma reunião com (trecho inaudível) federados, nem com os governadores, nem com os prefeitos. Eu, em três meses, já fiz três reuniões com governadores pedindo para que cada governador apresentasse os três projetos mais importantes para os seus do Estado e, com estes projetos, nós vamos sair internamente e vamos sair ao mundo, oferecendo a oportunidade de investimento no Brasil.
É assim que a gente vai fazer com que o Brasil volte a gerar emprego, é assim que a gente vai fazer com que o Brasil reduza a taxa de juro porque, é impossível fazer investimento com taxa de juro a três e setenta e cinco, é impossível. Espero que a Espanha coloque dinheiro para emprestar mais barato, pra gente poder tem empresário que venha aqui buscar dinheiro emprestado. O dado concreto é que eu voltei a governar o Brasil com o único objetivo, é uma obsessão, recuperar a credibilidade do Brasil diante do mundo, recuperar o processo democrático do Brasil e fazer com que o Brasil volte a ser protagonista, sobretudo na questão climática. O Brasil sabe a importância que ele tem. O Brasil sabe o potencial que nós temos em qualquer forma de energia limpa. Todo mundo sabe que o Brasil tem um potencial extraordinário e nós vamos utilizar esse potencial para tentar melhorar, não só a capacidade produtiva do país, mas melhorar a vida do povo brasileiro, porque ainda, nós temos trinta e três milhões de pessoas passando fome. Os espanhóis se lembram que em 2012, a ONU anunciou o Brasil fora do mapa da fome, em 2012. Pois em 2023 o Brasil tem trinta e três milhões de pessoas passando fome.
A única explicação é irresponsabilidade, por que o Brasil é o terceiro produtor de alimento do mundo, é o primeiro produtor de proteína animal do planeta, não tem sentido um país como o Brasil ter fome. A única coisa que eu posso dizer é que é falta de responsabilidade. E eu tenho mil trezentos e cinquenta dias, agora um pouco menos, para provar que o Brasil vai voltar a ser protagonista internacional, não só na questão climática, mas na questão do crescimento econômico e na perspectiva de construção da paz na guerra da Ucrânia com a Rússia, da guerra da Rússia com a Ucrânia.
E por último, eu tenho uma obsessão na minha vida, eu trabalhei vinte e sete anos dentro de uma fábrica, eu acho que não existe nada mais honrado para um homem ou para uma mulher ter um emprego e por esse emprego, levar comida para sua família, todo santo dia. E essa é a minha obsessão, a economia brasileira voltar a crescer e gerar emprego, produzir energia limpa e manter uma relação extraordinária com todos os países do mundo porque o Brasil não tem contencioso internacional, a única coisa que o Brasil tem é vontade de se transformar num país grande economicamente, desenvolvido, que têm uma renda melhor para os trabalhadores brasileiros. E é por isso que nós viemos conversar com sindicatos espanhóis, porque nós temos uma relação de amizade desde 1980 e possivelmente eu seja o único presidente, de todos os países do mundo, que em todo o país que eu viajo, eu faço questão de encontrar não só com o governo, mas eu quero encontrar com os empresários e quero encontrar com os trabalhadores, porque se enganam aqueles que governam achando que o sindicato tem que ser fraco.
A democracia só será forte se a relação entre o trabalho e o capital foi cordial, uma relação produtiva e uma relação harmônica entre as duas partes. Senão, se o sindicato de trabalhadores é fraco, a democracia também é fraca. E por isso, é que eu recebi os dirigentes sindicais hoje, com muito prazer, e amanhã me parece que vão participar do evento que eu vou ter, não sei se com o (trecho inaudível) ou com o presidente. De qualquer forma, eu quero que vocês empresários saibam, o Brasil voltou e voltou para brilhar nesse mundo maluco de incertezas que estamos vivendo. Um abraço, obrigado pela atenção de vocês.